da minha cama
os despojos usados do dia.
A camisa aberta escorrega
e o meu corpo jazerá por fim.
O silêncio da noite é aparente:
Nossas almas estão cheias de vida
e das vistas do dia.
Vou passear em torno da nave
antes de a abordar.
Desprender-me de todos os fios,
e correntes inúteis
e lançar energias para o alto,
para bem longe.
Lá para o infinito e para Deus,
Mistérios das origens
e destinos finais desejados
mais perto e conhecidos.
Por isso escrevo, durmo
e mantenho a Vida.
(verso)
Dispo a camisa na noite fria.
Esfrego os braços tímidos
e arremesso bem longe
os pesos e tensões.
Invoco o fogo do Alto
e assimilo-o bem.
Depois, percorro os cantos
do quarto e os símbolos que
são janelas por onde chamo
e saúdo esses mistérios
que nos antecederam e guiam.
Não estou só
e o meu corpo enrijeceu.
Saúdo os mortos do passado
e vou dormir para o futuro.
~~~~
Conseguirei trazê-lo de volta,
Ele o olho da visão imortal?
Cruzei os átrios e as barcaças
mas por toda a parte soava a dispersão.
Irmãos conscientes no coração,
onde os podemos encontrar?
Ainda que com uma vara
afastasse os monstros e erros,
ainda assim o sorriso efémero
era passagem de vãos e aduladores.
Os véus rasgados do templo,
as colunas destruídas,
as palavras sacras perdidas,
tudo serviria para nos espicaçar
com o aguilhão da morte:
Oh Espírito, não dormites mais,
nem fraquejes mais.
Desperta, ergue-te, brilha,
Resplandece, ó olho espiritual.
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