domingo, 23 de fevereiro de 2020

18 Ex-Libris de simbologia Feminina, da colecção Luís Derouet, legendados por Pedro Teixeira da Mota.

Nos Ex-libris, pela minha experiência ao consultar a colecção de Luís Derouet (e não só), são as imagens de livros, bibliotecas e suas associações simbólicas  o que predomina, contudo outros temas ou sujeitos das gravuras ou emblemas destacam-se, nomeadamente a Natureza, a Mulher, a Casa, os Heróis, os Anjos, o Amor, o Erotismo, a Religião, os Animais, as profissões, o Cosmos, etc.
Com efeito, se na sua origem estas marcas de posse dos livros eram em geral constituídas por brasões de famílias e os nomes dos possuidores, nos séculos XIX  e XX a imaginação e criatividade imensa de donos e artistas gerou milhões de desenhos personalizados que, embora semi-ocultos no interior dos livros (ao contrário dos super-libros, ostentados nas encadernações), não são de menosprezar ou de esquecer para a História das Mentalidades e do Livro, sobretudo pela riqueza do simbolismo, da sabedoria, do amor e da arte que os animaram ou animam.
 Escolhemos então dos ex-libris 18, número lunar na tradição do Tarot, nos quais a mulher é o centro ou o sujeito principal, a que acrescentei legendas, o 1º sendo do século xx uma das revistas portuguesas mais importantes, não só pelos colaboradores mas pelo que defendiam e inspiravam, a Seara Nova, apresentando a mulher nua (qual lâmina 21 do Tarot) símbolo da verdade e da liberdade a que aspiraram, frequentemente sob repressão da censura do Estado Novo. 
 Possamos nós receber algo destas mensagens, pois tal repressão  mesmo no séc. XXI continua, por vezes mesmo muito violenta, ou então invisível, em alguns países, e devemos todos resistir e, sem dúvida, a mulher e a sua sensibilidade e visão do mundo serão sempre factores determinantes na evolução da Humanidade, pelo que o meditar e contemplar estas imagens e frases  será útil a elas e a todos...

 



 


 




 
 


 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

10 Ex-Libris bem simbólicos da colecção de Luís Derouet, director da Imprensa Nacional de 1910 a 1927.

                   
                                         Mors-Amor, soneto imortal de Antero de Quental...
Os Ex-Libris (do latim, dos livros [meus]), marcas, assinaturas ou inscrições dos possuidores dos livros existem desde a Antiguidade e encontram-se em muitos manuscritos da Idade Média e do Renascimento, mas é só com a descoberta da imprensa e sobretudo a partir do séc. XVI que surgem as primeiras gravuras e vinhetas com um desenho heráldico, alegórico ou simbólico, uma frase ou divisa e o nome ou as iniciais do proprietário, ou ainda do desenhador, eventualmente com a data, embora nenhum destes componentes fosse indispensável.
                       
                                 Sejamos Dom Quixote perante as esfinges e as campanhas...
Serviam para marcar um livro de uma biblioteca, dar-lhe uma unidade face ao tempo, perenizando o dono que, ao colar numa das páginas em branco iniciais de um livro, tal sinal seu, assim o personalizava e enriquecia com uma mensagem.
                               
Saibamos invocar e adorar a Divindade eterna, que ela nos iluminará na floresta da vida. 

Este desejo amoroso de associação mais íntima ou pessoal ao livro de alguns possuidores, leitores ou coleccionadores, que eram portanto mais bibliófilos, ou amantes dos livros, vai gerar muita arte e engenho para tais ex-libris, fazendo surgir pequenas obras de arte, sob os mais diversos temas e assuntos.
Sabe jogar bem e ascensionalmente no xadrez da vida
Esta escolha num pequeno pedaço de papel ou pergaminho de desenhar-se ou gravar-se o que um amante dos livros mais valorizava neles ou na vida, obrigava tanto o bibliófilo como o artista a um trabalho árduo de síntese e selectividade, cunhando por vezes um concentrado simbólico e aforístico de grande beleza ou sabedoria.  
                                     
      Que a aspiração da justiça, do bem, da verdade, da Divindade te guie ou eleve sempre
Esta pequena primeira escolha de 10 ex-libris mais simbólicos provém de uma parte da colecção de Luís Derouet, um notável republicano estudante de Medicina e jornalista que, tendo começado como revisor de provas em 1902, se tornou logo desde o advento da República em 5 de Outubro de 1910 no Director da Imprensa Nacional, dinamizando-a inolvidavelmente até à sua trágica morte em 1927, por
tresloucamento dum tipógrafo desempregado, no último dia precisamente da 1ª Exposição Internacional de Ex-Libris, realizada na Biblioteca da Imprensa Nacional, que ele ressuscitara em 1923 e onde tantas brilhantes actividades culturais se realizaram até hoje...
Sabermos discernir o que devemos mais realizar ou amar, arte exigente em vida rápida
Possa esta década pitagórica de ex-libris, enriquecidos por sentenças minhas,  agradar-lhe e fazê-lo sorrir, partilharem e transmitirem da beleza, sabedoria e coração que o animou e certamente o anima como espírito imortal, o que aliás já nesta pequena escolha irrompe por entre as brumas da matéria e do tempo.
Meu coração ofereço a ti ser amado, mestre, anjo, Amor, Divindade. 
Luz, Lux, Nour: avançar no auto-conhecimento espiritual, iluminando no bem e na verdade....
Nosso fogo do amor e do espírito elevando-se para as estrelas, a o Sol Divino...
O mistério da alma espiritual, do ser angélico, ou mesmo da alma gémea em plenitude. Ou simplesmente, o ser livre, realizado, em corpo de glória...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Acerca do Graal. 2ª parte. Sinais e sementes, práticas e orientação.

Vitral em Linconlshire, 1919
Cada manhã é uma oportunidade nova de trazermos o Amor mais ao de cima, ou de o colapsarmos da sua realidade virtual para os corpos, mentes e almas, de nós e do ambiente ou Campo unificado de energia consciência informação que a todos e tudo unifica.
Saibamos inventivamente acolher e absorver com movimentação e dança, respiração, contemplaçõee e gratidão os raios luminosos ou caloríficos Sol do novo dia (e na aurora, o melhor), como energias de sabedoria e amor e, com o nosso coração e espírito, intensifiquemos as energias psíquicas da Humanidade e da Terra, no seu astral tão dividida e martirizada, religando-a com o mundo espiritual e divina, em dinâmicas transformações, em harmoniosas lembranças interactivas na tradição familiar, cultural ou espiritual em que nos inserimos, com orações e mantras,  glosas e criatividades...
Aum Shanti, Aum Ahimsa, Aum Graal...
Saibamos meditar, orar e agir pela presença, desvendamento e manifestação justa do santo Graal, cálice ou corola do fogo do Amor no coração e ser espiritual, em nós e no Universo...
Sejamos pois cavaleiras e cavaleiros corajosos e criativos portadores do Santo Graal, o espírito unificante esplendendo em nós e dissipando nuvens e obscuridades, desinformações e maldades, alienações e ódios, tornando-nos independentes de seitas e partidos  e, no século XXI de tanta massificação e brainwash consumista e opressivo, seres livres psíquica e espiritualmente ...
Fortifiquemo-nos na comunhão do santo Graal e da sua santa companhia, walyah ou satsanga, dos seres despertos e realizados espiritualmemte, e a que ensinamentos imemoriais assinalam a sua sede ou centro subtil no Oriente, nas mais altas montanhas do planeta.
Ex Oriens Lux...
Pintura de Bô Yin Râ
Que a  corrente divina, através dos santos, mestres e anjos  nos abençoe e inspire criativamente no novo dia...
Comunguemos com os grandes seres portadores do santo Graal e sejamos seus auxiliares na luta pelo Amor, a Justiça e a Verdade...

Irradiemos o lume da Luz do Graal Solar e Divino...

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Acerca do Graal, e da Luz e Amor espiritual. Da sua demanda. 1ª parte.

Para recebermos a Luz espiritual e divina é  necessário estarmos livres ou desprendidos o mais possível de imagens e preocupações, desejos e pensamentos.
Neste sentido da unificação interior do nosso ser, seja na receptividade seja já na comunhão espiritual e divina, surgiu em ensinamentos, histórias e lendas (em especial a partir da Idade Média, na Europa) a taça, o vaso ou mesmo o prato do santo Graal, que manifesta a realização espiritual e axial e sobre o qual desce a Luz, ou que contém em si a Luz, que clarifica, plenifica e harmoniza o que a rodeia...
Este vaso ou taça descobre-se ou surge individualmente numa demanda espiritual na vida, num certo percurso árduo, com esforços e dores, provações e tentações pelas quais é manifestada a força da presença interior espiritual unificada  e  o domínio ou não submissão ao que se tipificou como o mundo, a carne e o diabo, ou seja, as dependências, vícios e orgulhos egóicos, vencidos pela nossa vontade unificadora, o coração vivo e a ligação subtil superior...
O tesouro da água viva ou do sangue espiritual do coração não deve ser muito afectado pelo exterior, pois face aos invasores ou atacantes a irradiação ou coragem do coração deve prevalecer, de modo a que o ser humano não perca o brotar e derramar do fogo do amor.
Se nos enchemos demasiado do exterior, se nos envolvemos muito com o que nos rodeia pessoal, nacional e internacionalmente não conseguiremos tão facilmente o silêncio e a meditação interior, embora certamente a maior parte dos seres tenha de relacionar-se com justiça e coragem e, portanto, psíquica ou mesmo fisicamente lutar contra as forças opressivas e destrutivas que manipulam e regem ainda tanto os grupos e sociedade. E, assim, na sua interioridade, saber coordená-las, silenciá-las e sublimá-las, com persistência e paciência, nas suas tentativas ou práticas de meditação, oração e contemplação, pelas quais o seu olho espiritual se vai abrindo.
A busca do silêncio e paz profunda pode então ser vista como um diálogo incessante de clarificação, harmonização e realização espiritual interior, e como a abertura à corrente espiritual e ao corpo místico da humanidade, a walayah dos amigos de Deus, os mestres e santos, espíritos celestiais, Kami, Deuses ou faces da Divindade.
Possamos então nós receber e manifestar a corrente espiritual divina grálica...

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

As Quadras ou Cantigas (2ª p.) de Antero de Quental, nas "Primaveras Românticas". Com vídeo.

Segunda e última parte da leitura comentada (em vídeo, no final) das quadras de À Guitarra, escritas em 1864, e publicadas no jornal o Século XIX, de Penafiel, em 7.XII.1864, e inseridas nas Cantigas, das Primaveras Românticas, de Antero de Quental, 1872, antecedida pela transcrição de algumas delas:
                            

II
«Guitarra, minha guitarra,
Quem as cordas te estalou?
Acabe-se esta cantiga
Aonde o amor se acabou!
III
Lindas águas do Mondego,
Por cima olivais de monte!
Quando as águas vão crescidas
Ninguém passa além do ponto. 

Ó rio, rio da vida,
Quem te fora atravessar!
Vais tão cheio de tristezas...
Ninguém te pode passar!

Mas dize tu, ó Mondego.
Pois todos levam seu fado,
Tu que foges e eu que fico
Qual de vós vai mais pesado? 

Tu, ao som dos teus salgueiros
Levas as tuas areias...
Eu ao som dos meus desgostos
Levo estas negras ideias... 

Debaixo do arco grande,
Onde a água faz remanso,
Tem paz qualquer triste
Que ande à busca de descanso.

O luar bate no rio;
Tem um mágico fulgor...
Não há assim véu de noiva
Nem há mortalha melhor!
(...)
Lindas areias do rio!
Uma trás d'outra a fugir
Vão direitas dar ao mar...
Ah quem  pudera dormir
(...)
Lindas águas do Mondego,
E os salgueiros a cantar!
Quando a cheia é de tristezas
Ninguém a pode passar!»

Saltamos entretanto várias quadras e concluímos com a última, embora na gravação tenham sido lidas todas...
VI
                               «Guitarra, minha guitarra,
                                  Já que a corda te estalou
                                  Pode acabar a cantiga
                                  Aonde o amor acabou!»
 
Segue-se a leitura comentada da À Guitarra, algo longa mas com alguns comentários espirituais bons....
                      

As Quadras ou Cantigas (1ª p.) de Antero de Quental, nas juvenis "Primaveras Românticas". Com gravação delas.

Primaveras Românticas, Versos dos vinte anos (1861-1864) é o livro das composições líricas de Antero de Quental, criadas entre os 19 e os 23 anos, e por ele dadas à luz primeiro num pequeno livro, Beatrice, 1863, e em publicações periódicas de Coimbra  e de Penafiel, sendo finalmente recolhidas sob este título já só em 1872, quando estava a chegar aos seus 30 anos, com Duas Palavras prefaciais onde afirma «... não me envergonho de ter sido moço. Ter sido moço é ter sido ignorante, mas inocente./ A luz intensa e salutarmente cruel da realidade dissipa mais tarde as névoas doiradas da fantasiadora ignorância juvenil. Mas a inocência, a inteireza daquele indomato amore com que abraçamos as quimeras falazes dum coração enlouquecido pelo muito desejar, essa inocência é a justificação sagrada daquelas ilusões, o que as torna respeitáveis...»
 As Duas Palavras prefaciais concluem assim, quando Antero de Quental estava na sua fase mais revolucionária (as Odes Modernas, que a iniciaram, tinham saído já em 1865)  mas não desdenhava do que, quinze anos depois, em 1887, na carta autobiográfica a Wilhelm Storck considerará "poesias de amor e fantasia" mas também "du Heine du deuxième qualité":«Depois, desse passado de ingénua e quase sublime ilusão, há ainda um ensino prático, imediato, a extrair para a vida real, para a vida real, para a vida da acção e da justiça. Essas ilusões como que nos estão dizendo de contínuo, na sua linguagem misteriosa: «Fostes crianças: sois já homens. Pois sede agora homens tão lealmemte, tão completa e resolutamente como soubestes ser crianças. Ponde nas acções fortes a alma, o ardor intrépido que pusestes nos sentimentos apaixonados... e não teremos existido debalde».
Se isto é assim, encontrarão ainda os espíritos justos alguma utilidade moral nestes versos de rapaz.»
A obra contém a Beatrice, Peppa, Idílio Sonhado, Maria, Cantigas e, finalmente, Poesias Diversas. Ora foram as Cantigas, que estão divididas em três partes, intituladas À Guitarra, Ao Luar e Limoeiro Verde, contendo cada uma várias quadras, que escolhemos para ler e comentar...
Lemos e comentamos em duas gravações as quadras da À Guitarra, publicadas inicialmente em Penafiel, em Dezembro de 1864 no jornal O Século  XIX, fundado pelo pai de Joaquim de Araújo, Rodrigo Teles de Menezes e Germano Vieira de Meireles, e transcrevemo-las aqui, tanto mais que elas não estavam ainda disponíveis digitalmente, a não ser num Pdf e nos extractos que a  Amazon mostra nos resultados do Google, numa açambarcadora propaganda opressiva de qualquer concorrência, mesmo que apenas divulgativa.
 I
«Três cordas têm a guitarra
Uma d'ouro, outra de prata...
A terceira que é de ferro,
Todos lhe chamam ingrata.

Ninguém faça ramalhetes
Com flores que hão-de murchar...
Ninguém tenha cordas d'ouro
Se não as quer ver estalar.

Aprendem todos comigo
O que pode acontecer
A quem canta os seus amores
Num cabelo de mulher...
Das três cordas da guitarra
Só a terceira dá ais...
Bastou-me um amor na vida,
Um só amor e não mais!
Quantas folhas tem a rosa?
Quantos raios tem o sol?
De quantas ervas do monte
Faz o ninho o rouxinol?
Quantas ondas d'água amarga
De tantas que andam no mar,
Quantas ondas são precisas
Para um homem se afogar? 

Dizei-me, ó rosas do monte,
E ondas que andais a fugir,
Quanto amores se querem
Para um peito se partir?

Não sei quantos peitos tenho,
Nem já quantos corações...
Mas não cabem dentro deles
Minhas grandes aflições!

Quem tem vida para isto
Mais valia não a ter!
Palavras leva-as o vento...
Quem as podera esquecer!

Das três cordas da guitarra
Uma chora, outra dá ais...
Bastou-me um amor na vida,
Um só amor e não mais!» 
 
Segue-se a leitura, comentada. Numa 2ª gravação foram lidas e comentadas as restantes quadras d' À Guitarra", também neste dia, 17.II.2020.
                      

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Do Amor aos seres humanos e aos celestiais, o Arcanjo de Portugal. O Dia de S. Valentino.

     Para além do amor aos seres humanos e aos animais, à natureza e às coisas, a ligação ou comunhão com os Anjos, santos e mestres, o que se pode chamar também comunhão dos santos, corpo místico da Humanidade, Igreja triunfante, Satsanga, Sanga, Awali, é certamente fundamental na evolução da humanidade, dos países e de cada um de nós...
Ao contrário da comunicação entre os seres humanos, que numas palavras, num abraço, num telefonema, proporciona logo reciprocamente trocas energética do que queremos ou precisamos, já a comunicação com os Anjos não é tão fácil de se alcançar pois implica sintonizarmos com níveis subtis e comunicarmos com seres invisíveis. 
Ora maior parte das poucas pessoas que  ainda meditam ou rezam  ao seu Anjo da Guarda ou mesmo ao Arcanjo de Portugal muito raramente têm alguma vivência interior, uma vez que estão mais num plano de religiosidade e sentimentalidade e não tanto de espiritualidade, pouco conscientes ainda da sua identidade espiritual, e mais identificados à personalidade ou à alma mutável, com mais ou menos fé nas suas crenças, e em geral pouca estabilidade e silêncio nas suas mentes para conseguirem sentir ou ver interiormente o Anjo.
Não há assim um centro, um auto-conhecimento da centelha espiritual em nós, e  o corpo espiritual não é consciencializado nem desenvolvido e os sentidos espirituais pouco estão despertos ou activos. Ora para conhecermos, vermos ou termos a certeza da existência dos Anjos, o olho espiritual tem de funcionar, a luz subtil tem de circular, e a nossa vida deve permitir que tal graça possa descer...
  É necessário praticar-se a oração, a meditação, a contemplação, além da vida coerente, ética, harmoniosa, para que depois, através de concentrações que diminuam a agitação dos pensamentos e foquem ou orientem  as forças da alma para os níveis e seres subtis, com amor e persistência, tal acesso aos planos espirituais possa acontecer...
Além do amor aos pais, aos amigos, à amada ou amado, também o amor ao Anjo da Guarda, ao Arcanjo de cada país, ao mestre de cada um, à Divindade nossa são fundamentais de se desenvolverem, pois não deixam diminuir ou apagar a chama do Amor em nós, e se conseguirmos perseverar nas nossas tentativas de recolhimento, sintonização e comunhão com eles, seremos mais inspirados a ter ou  desenvolver vidas mais harmoniosas, justas, criativas e, essencial, perenizantes...
Quanto ao Arcanjo de Portugal, que não é um anjo nem o arcanjo S. Miguel, como alguns queriam errada ou dolosamente, e que as pessoas rezam e invocam, ou que em geral mais evocam para salvar o país, devemos lembrar-nos que há que merecer  pessoal e interiormente tal inspiração ou bênção, o que implica grande aspiração nossa (e a dispersão actual  da vida, e a opressão dos media, diminui-a), e simultaneamente trabalharmos para que tais bênçãos ou presenças e qualidades, tal a serenidade, a subtileza, a gravidade, estejam mais vivas em nós e logo em Portugal ou no meio ambiental em que vivemos. Mas é possível e consegue-se...
A harmonização externa é na realidade um trabalho hercúleo pois sabemos bem como a manipulação e a alienação tanto política e financeira, como mediática, como médica, como cultural e até psico-espiritual é grande e, espalhada pelos meios de informação, arrebata, manipula e aliena a maioria. 

Assim orarmos, meditamos e contemplarmos o Anjo da Guarda, o Arcanjo do nosso país, e a Divindade é um trabalho simples, directo e fundamental seja para a "salvação" ou salutificação ou harmonização individual, como para a nacional e mundial...
Possamos nós de quando em quando intensificar o amor, a atracção unitiva com tais seres elevados, de modo a que as suas energias e consciências mais luminosas e expandidas estejam mais activas em nós e entre nós...
 Que o dia e a noite de S. Valentino  alcancem ou toquem amorosamente não só os seres mais amados na Terra, tal o amado ou a amada ou as pessoas mais queridas,  como também os dos planos subtis e espirituais, mormente os mestres e santos e o Arcanjo de Portugal, dispondo-nos, ao contrário da maior parte dos políticos e gestores, a trabalharmos mais abnegadamente e luminosamente pelo bem, por Portugal, pela Humanidade ligada ao Amor e à sua Fonte Divina...

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Joaquim Leitão, "A Mulher e os Livros": das finas mãos das monjas às bibliotecas vivas...

Joaquim Leitão (Porto, 1875-Lisboa, 1956), formado em medicina, dedicou-se ao jornalismo, à escrita, à bibliografia, exercendo cargos administrativos e públicos importantes. Deixou vasta obra, nela se destacando como tradutor uma dúzia de livros de Tolstoi vertidos do francês, como historiador os estudos sobre o palácio de S. Bento, a revolução de 5 de Outubro e as revoltas monárquicas, e como escritor vários títulos, alguns regionalistas. 
 
Este pequeno opúsculo, pela sua curiosidade e pelo amor aos livros e bibliotecas foi fotografado e partilhado dispensando grandes comentários pela sua sensibilidade, cultura e  amor tanto à mulher como aos livros, com os quais fez de certo modo a sua vida. 
Quanto à sua mulher, D. Amélia de Abreu de Lima Tavares Cardoso Leitão a quem dedica a obra, embora não leiamos  elogios nem a ela nem às musas observamos a esperança que Joaquim Leitão tinha nelas como impulsionadoras das bibliotecas populares, sonho que acaba por ser o tema principal do opúsculo, exceptuando a parte inicial em que elogia com grande sensibilidade e conhecimento as monjas que iluminaram os códices antigos, ou os livros religiosos das suas congregações e conventos.
Ressalve-se o ter sido escrito na época do Estado Novo, e logo e ter na parte final o preço do aprobatur expresso na fé na raça, no regime da época e nos alfacinhas... 
Mas como tudo passa e a luta pela liberdade, a cultura, o amor e a beleza continua, leiamos Joaquim Leitão no seu elogio das artes caligráficas femininas, tão necessárias face à tecnologia digital, e das bibliotecas populares, hoje de facto, a não serem acompanhadas de interactividade presencial, dialogante e até museológica, algo já fora dos circuitos peregrinados pelas cultoras e cultores das belas letras embora não de muitos estudantes de vilas descentralizadas... 
Já quanto à cruzada laica pela estimulação da leitura advogada por Joaquim Leitão na linha de Guarino, sem dúvida que será sempre necessária, face a tanta absorção do templo livre pela tão manipulada e alienante televisão...
Ler na receptividade pura e lúcida, escrever infundindo a luz, a verdade e o amor...