quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

A Tradição Espiritual Portuguesa. Sete formas de a sintonizarmos, trabalharmos e comungarmos...

                                                                    
A Tradição Espiritual Portuguesa pode ser contactada através de vários ramos ou raízes da sua existência como milenária  árvore e eixo, interna e externamente, entre a Terra, portuguesa, e não só, e o Céu, o Mundo pluridimensional Espiritual e a Divindade.
Entre tais raízes e seivas destacaremos sete, a primeira sendo a invocação dos principais seres que deixaram forças anímicas, memórias ou obras com as quais podemos estudar e assimilar, sintonizar, comunicar. Se aprofundarmos bem esta relação mais íntima é possível  receber as bênçãos de tais seres ou das suas ideias e forças, seres que se vão assim libertando multiplamente da lei da morte e do esquecimento.
                                                        
Através desta prática espiritual, que é invocação e oração, meditação e contemplação, e que
poderíamos sintetizar talvez numa palavra nova, que ainda não está claramente cunhada, mas que não andará longe de sintonização e afinação ressoante, nós aspiramos e pronunciamos sentidamente os seus nomes e estabelecemos uma primeira ligação com a Tradição Espiritual Portuguesa, que tem no subtilissimo Arcanjo de Portugal o seu cimo.
                                              
A segunda, e certamente bem
importante, é saudarmos e invocarmos antepassados, ou apenas seres conhecidos, familiares e amigos, que já partiram, intensificando a relação vertical ascendente invocadora de correntes de luz e amor divinos para eles, embora se alguns deles precisam das nossas orações e energias, já outros podem ser auxiliadores ou inspiradores nossos...
A terceira, é escolher ou então in
tuir, seja no coração seja na cabeça, e pronunciar interna ou então audivelmente algumas palavras mantras da Tradição Portuguesa, que mais sintamos, como por exemplo: Ser, Sermo, Amor, Deus, Espírito, Anjo, Luz, Paz, ou ainda Spiritus, Ordo, Theos, Logos, Sophia, Gnothi se auton,  já que o latim e o grego, entre outras língua, tal a do Désir, e do Talant de bien faire, também entraram na Tradição Espiritual Portuguesa.
Essas palavras, ou c
ombinações de duas ou mais delas, tornam-se palavras, versos, jaculatórias, mantras e que ao longo da vida deveremos trabalhar, sondar, conhecer, aprofundar, deixando-as ressoar e moldar tanto o nosso vasto ser anímico como irradiar beneficamente para o ambiente e o mundo. Há aqui muito trabalho a fazer-se e muitas combinações de palavras e sons, em versos e orações, foram dados pelos nossos poetas e místicos, e por mestres de países que, por certas transmissões, até nós chegaram, tais como Ramakrishna, Yogananda, Guru Ranade e Bô Yin Râ. E se orarmos, mantrizarmos ou cantarmos bem, ou seja, se desenvolvermos as combinações de palavras eficazes na unificação e intensificação da nossa alma psico-espiritual, ou na dos outros e na portuguesa, poderemos merecer as graças de estados de visão espiritual, de expansão de consciência, de unidade e de bênçãos do alto ou do íntimo...
                                         
A quarta: meditar ou contemplar monu
mentos, pinturas, gravuras, formas geométricas, símbolos, artefactos, elementos da natureza mais notáveis (de serras, a rios e árvores), acontecimentos e feitos, ideias, ensinamentos  e livros que sejam marcantes, transformantes, significativas na Tradição Espiritual Portuguesa e nessa meditação e comunhão interior  haurir forças, impulsos, intuições, graças...
                                          
A quinta, é invocar, orar, m
editar e adorar a Divindade interiormente, o que se pode realizar por vezes também associando um ritmo de passada numa peregrinação, ou uma postura especial do corpo, braços e mãos, pronunciando-se as orações ou jaculatórias mais ressoantes em nós: tal, o «Meu Deus vem nascer no nosso coração», ou o «Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos...» e «Oh Divindade, eu amo-vos de todo o meu ser», ou ainda a do Anjo da Guarda, o Pai Nosso, o Non nobis Domine, non nobis sed Nomini tuo da Gloriam, o Veni Sancte Spiritus, e outras...

                                      
A sexta é respirar mais co
nsciente e profundamente as energias prânicas, psíquicas e solares, assimilando-as nos centros de força psíquicos e pronunciar os sons ou vogais apropriados ou intuídos, algo ligado à demanda das palavras ressoantes iniciais... Em suma, devemos ir descobrindo os nossos mantras, orações, tais as tabuinhas douradas de orações para o além dos iniciados órficos.

A sétima,  é sintonizar e invocar e depois aspirar e sentir, e logo afirmar: «Eu comungo da Tradição Espiritual Portuguesa," dum modo sentido e receptivo e, se quisermos até, com alguma movimentação dos braços ou do corpo, tentando sentir mais a grã-corrente que interliga a Humanidade aos seres espirituais, mestres, anjos, e Divindade e que ultrapassa os intelectualismos das doutrinas ou os dogmatismos das religiões embora se tinja e fortaleça pelas  especificidades das tradições e nações e das nossas individualidades, experiências, intuições e aprofundamentos.

                             Boas inspirações e realizações! 

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