sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Christina Bouey - Enchante un bateaux solitaire au Tage, avec Gabriel Fauré - Après un rêve - 4K

 Ces signes du ciel que les sait lire sur ce qu'ils disent de ce que se va passer, aprocher ou de l'avenir?

Au moins se laisser penetrer par la nebline de l'aube, la lumiére tamisée, les réflexions subtiles du Soleil, le mouvement du vent, la direction du bateau, la marée calme, la determination du pilote, la nostalgie du Divin, voilá notre âme debout, soulevant son être dans l'aspiration au Divin, dans la communion de sa beauté et majesté, son pouvoir et amour.

Par le coeur, dans le coeur, l'Esprit en nous...

Une vision de rêve du Tage, à Santos, Lisbonne, bien en harmonie avec la sublime violiniste Christina  Bouey, comme on peut l'écouter dans le video suivant: Aprés un Rêve de Gabriel Fauré.

 


                   

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Povo Boliviano derrota a ditadura de Jeanine Ãnez, e a U.S.A. e a União Europia que a apoiavam.

                                                                  
Levar desfraldada a bandeira da profunda filosofia andina das sete cores e princípios não só em sonho mas na realidade é uma grande felicidade, e tal é o significado de Wiphala. Hoje voltou a acontecer tal na Bolívia e da Bolívia transmitiu-se ao mundo.

Neste dia 19 de Outubro de 2020, bem chuvoso, finalmente regando os campos e limpando os astrais tristes da covinagem e da confinagem, uma notícia vinda do seio da América do Sul trouxe muita alegria aos corações de todos os seres que verdadeiramente sentem a luta pela justiça, a verdade, a liberdade, a harmonia com a Natureza, o Amor: na Bolívia, o partido do regime ditatorial de Jeanine Ãnez, que fora apoiada no seu golpe de Estado há um ano pelo governo Norte Americano e a União Europeia, foi derrotado convincentemente, estrondosamente, por mais de 20% de diferença, pelo MAS, Movimento ao Socialismo, que representa a maioria da população boliviana e a totalidade do povo indígena, agora finalmente livres de uma horrível repressão policial liderada pelo ministro do Interior Carrilho. Evo Morales, o presidente eleito, que por pouco não morreu no golpe, pode voltar agora à sua pátria, onde realizara uma obra social grande, regressando da Argentina que o acolheu e protegeu, para colaborar com o seu sucessor Luis Arce.

                                        
Um bom sinal para a América do Sul, para o Brasil e para o resto do mundo.
Esperemos que os tolos e arrogantes políticos da União Europeia aprendam a lição de não andarem sempre atrás do imperialismo e do dólar Norte-Americano e da NATO, e que deixem de ser anti-socialistas e, já agora, para o bem da Europa, anti-russos, pois a Rússia é bem mais europeia que a USA...
                                                   
Um bom golpe do condor que passa dos Andes sobre a águia do imperialismo norte-americano, neste momento também posto bem em causa pelo Irão, Iraque e a Síria, povos que já sofreram tanto, tanto, que é boa altura dos yanquees regressarem a casa (que está em grande pobreza e polvorosa) e porem-na em ordem com justiça, tanto mais que têm todo o dólar que quiserem imprimir para o fazer...
                                                
                                                                                                               O lítio, que o milionário Ellon Musk contava arrecadar para as suas pilhas, regressou à montanha não esventrada, e Ellon que se gabara de ter contribuído para o golpe de Estado. Esperemos que não ponha a sua alma gananciosa a corromper políticos e municípios tendo os olhos e os bolsos fitos nas terras altas e sagradas do Norte de Portugal...
                                                            O arco-íris da harmonia, por Bô Yin Râ. Que a nossa alma esteja mais consciente das cores e qualidades e as active em si e no mundo...

Poesia Espiritual, do Diário de Junho de1989, de Pedro Teixeira da Mota.

Oh mar de Portugal
Oh pedras das orlas oceânicas
Oh espuma ligeira e fresca
Oh voo das aves sob o tecto da nuvens
Oh cristas das ondulações leves ou agitadas
Oh éter que penetras o ar a dentro.
E tu, oh presença oculta e infinita
e tu ser interno escondido no meu peito,
Oh olho espiritual, oh visão do Eu.

Não clamo por ninguém,
as pessoas tem de ser a sós,
nem amigos ou amigas,
nem mestres ou discípulos.
É a sós que enfrentamos as marés baixas
e encontramos a força para levar o corpo adiante. 
~~~~~~

A Viajem como Demanda Espiritual.

Findando o dia, emergindo dos espinhos dos olhos,
O cérebro lúcido pede remanso da dor.
Acostar-me-ei ao molhe da água verde,
onde os sargaços me acariciarão nos sonhos.

Quererei passar pelas águas baças,
Atingir as margens onde se ergue a montanha,
E rasgar véus, ignorâncias, medos
E conscientemente voar no céu alto.

Cessaram os desgastes do dia.
Outrora, as almas rezavam.
Hoje, minha alma sairá do corpo,
Livre de emoções e sentimentos.

Mas antes desprender-me-ei do futuro,
Concentrar-me-ei aqui no presente,
Totalmente feliz e aceitando-me direito,
Cumprimentando vivos e mortos,
Recebendo das renúncias, as inspirações.

Anseios pelos mestres e Deus,
Haverá sempre nos outeiros dos seres.
Caber-nos-á aguardar com calma
Que a alma cresça e frutifique.

Assim vamos caminhando e viajando,
dando Graças a Deus e à Tradição.

Se renego os lugares e seu imobilismo,
as obstructoras influências dos ambientes,
Abro-me no entanto aos mundos distantes
E sobre a noite dos meus sonhos adormecerei,
Limpo de desejos, crente no Infinito Amor Divino.

Quanto ao coração, tratá-lo-ei como um templo,
Deixarei pousar a borra dos pensamentos
E a claridade do Alto inundar o meu ser
E revelar-se como Paz ,como Ser e Deus.

Evitarei as palavras, as brincadeiras, as saídas
E meu verbo será eco do Primordial Som.
Não cantarei inutilmente o Amor ou o Divino,
Mas respeitá-lo-ei mesmo nos mais infelizes.

Serei um irradiador e não passivo apreciador,
desdobrarei do meu ser os eflúvios balsâmicos
  saberei alcançar os mundos distantes
E a ti te dando este abraço longínquo de amor.
~~~~~~~~~~~~
Ser Superior, Sopro Súbito, Surge.
Vem Vento Verdejante,Valoroso,Vivificador.
Traz-nos,Torna-nos,Tira-nos,Tranfigura-nos.
Redenção, Ressurreição, Revitalização,

Sopra um raio colorido
Sobre a face do meu ser.
Há espíritos no ar a cantar
Quero acordar bem disposto,
com os pássaros a chilrear,
todo feliz a saltar.

Abri a janela e vi ao fundo
a paisagem ainda adormecida.
Voavam patos ao longe,
E dei graças pela noite sacra
em que mergulhara raízes
meu ser agora mais Divino.

domingo, 18 de outubro de 2020

Tarot. Apreciação crítica das obras de Dora Mabelle, Elisenda Lluis e Carlos Neves.

MABELLE, (Dora) – COMO LANÇAR E INTERPRETAR O TAROT para adivinhar o futuro. Queluz, Livros Novalis, 2001. In-4º peq. 143 págs. 
Uma obra de vulgarização, mal escrita em termos de erros de ortografia e colocação de vírgulas, mas que contém algumas ideias psicológicas interessantes na interpretação das cartas.  Os pequenos capítulos iniciais, O que é o Tarot, As origens do Tarot, têm alguns erros ou imprecisões e os seguintes Como efectuar uma consulta, Lançamento em Cruz e o Grande Jogo, ensinam de modo algo complicado esses dois tipos de lançamento , sendo claramente preferível o do lançamento em cruz, embora Dora Mabelle explique a quinta carta como a resposta síntese, quando o melhor é vermo-la como a que se pode obter pelo somatório das outras quando é necessário um maior esclarecimento face à tiragem das quatro cartas. Mas claro, são como que convenções que se estabelecem e cada um pode nesse aspecto escolher a sua, mesmo que não a mais tradicional. E quanto às tiragens em si, deve-se dizer que a grande regra, ou seja a mais segura, é tirar-se o menos cartas possíveis e haver o máximo de atenção, receptividade e intuição da situação em questão.
A apresentação e explicação dos arcanos é mediana, com altos e baixos: Reproduz a imagem do Tarot de Marselha, seguindo-se a lista das seguintes correspondências atribuídas a cada arcano: título ou nome, número, letra hebraica, significado dela, número e nome do caminho na árvore da vida da cabala, cor desse caminho, som relacionado com a carta, signo, título ou títulos esotéricos (muito discutíveis), seguindo-se as suas próprias interpretações, psicologicamente em geral razoavelmente, resumidas sob quatro aspectos: objectivo (1), vantagens (2), obstáculos (3) e conselhos (4). Por exemplo para um dos arcanos melhores aproximados, a Lua: (1) - Conseguir ver para além da aparência das formas. (2) Possibilidade de desenvolver a intuição e a sensibilidade. (3) Inconstância na vida, depressões e ilusão. (4) Tenha atenção ao que observa e não tire conclusões precipitadas.
Dora Mabelle faz depois a síntese, em média de três páginas para cada arcano onde o descreve, transcreve interpretações ou interpreta-o, alude brevemente a um seu número e termina com o sentido divinatório, algo que repetirá no capítulo final da obra e então já como resposta a um consulta.
Há bastantes erros na interpretação dos símbolos que estão em cada carta e logo em relação à figura central e portanto quanto aos conselhos que daí advém. Alguns são de palmatória, tal como no arcano do Papa: "O Papa retratado no Tarot de Marselha, ergue a mão direita no sinal tradicional da bênção, revelando dois dedos estendidos, simbolizando que os problemas que envolvem os opostos do bem e do mal estão sob o seu domínio. O polegar e os dois dedos restantes que ele mantém escondidos, significam que a Trindade é um mistério sagrado e o papa segura a chave desse mistério sagrado escondido na palma da mão. Segura o cajado com a mão esquerda...» 
Neste extracto observamos a péssima pontuação e uma série de esoterices com pouca ou nenhuma base simbólica e histórica, desconhecendo a origem do gesto na tradição romana, depois passada para as representações de jesus e dos sacerdotes a abençoar, ou ainda que tipos de energias estão associadas a tais dedos.
O livro tem contudo uma intencionalidade boa e é válida a interpretação de alguns arcanos dos quais a Dora Mabelle conseguiu aproximar-se de modo simples e psicológico, tais como a Imperatriz, o Enamorado, a Justiça, a Morte, mas de facto o seu conhecimento e discernimento de símbolos e da história das religiões e sobretudo de um ponto de vista espiritual, é fraquinho.
Um livro que se pode ler com cuidado.
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LIVRO DO TAROT. Coordenação de Elisenda Lluis. Lisboa. Oceano-Liarte. 1998. In-fólio peq. 96 págs.
Obra de divulgação, algo superficial e com muitos erros ou interpretações fracas. Na introdução refere as origens caldaicas e egípcias, para os estudiosos, do Tarot, mas acaba por valorizar a kabala hebraica, apoiando-se em Court de Gebelin, algo infundadamente, e em Papus, a quem atribui erradamente a ligação imaginativa e forçada entre os 22 arcanos e as 22 letras do alfabeto hebraico, algo que foi sendo tentado, sempre  com discrepâncias, por sucessivos autores.
Quanto às diferentes versões do Tarot, diz que nalguns Tarots mudaram-se algumas imagens mas o simbolismo é o mesmo, afirmação errada pois tanto imagens como os respectivos simbolismos têm sido  constantemente alterados, modernamente.
Considera, bem, como as duas melhores versões as de Marselha e de Rieder, e valoriza este porque admite que como A. Edward Waite intitulou o seu baralho Tarot rectificado, que  restabeleceu através dele, o verdadeiro significado das cartas, algo que não é verdadeiro pois a polisemia, ou os múltiplos sentidos dos arcanos, acolhe em si múltiplas interpretações e se algumas dadas por Waite são boas outras são muito discutíveis ou menos boas. 
Escreve em seguida «Muitas pessoas associaram este facto à sua eventual participação num grupo secreto. O autor era um grande estudioso de ocultismo, e talvez por isso esteja relacionado com uma especial e profunda experiência pessoal», quando sabemos que de facto participou na Golden Dawn, na Societas Rosicruciana in Anglia, na maçonaria e outros ordens, embora a experiência interior e espiritual que conseguiu não seja muito evidente.
 Valoriza muito a consagração inicial do baralho de cartas do Tarot numa complexa cerimónia, e desaconselha o empréstimo dele. A explicação dos arcanos maiores é fraquinha, uma página com a reprodução da carta ou lâmina ampliada e na página ao lado a descrição da imagem, fazendo-se associações algo toscas com mitos e sobretudo com as somas numerológicas e seus arbitrários significados inventando-se ainda correspondências com as veredas ou vias da cabala e seus nomes abstrusos, seguindo-se em poucas linhas a leitura espiritual, a psicológica, a prática e  a correspondente a quando a carta sai ao contrário. 
Um exemplo da manipulação tendenciosa das interpretações simbólicas podemos ver na Imperatriz: «A túnica azul que cobre o vestido vermelho, foi interpretada como a necessidade de proteger as forças passionais. O ceptro, com o globo e a cruz, significa que na Terra prevalece a matéria e que o espírito deve aceitá-la. Este é o poder dominante da natureza sobre todas as forças. O arquétipo de A Imperatriz está relacionado com a imagem materna na qualidade de dadora da vida, da qual devemos aprender a separar-nos, cortando simbolicamente o cordão umbilical, se não queremos ser devorados por ela. Mitologicamente. A Imperatriz vincula-se com Demeter e a deusa Kali (...) Segundo a ordem da cabala, esta carta corresponde à vereda numero 14 da Árvore da Vida: a sabedoria do Entendimento». 
Também a interpretação do arcano VI do Apaixonado é mais que muito discutível pois considera que a mulher da esquerda representa o passado, a mãe, a segurança (o amparo) e tudo o que aparentemente nos dá estabilidade. Pelo contrário, a mulher da direita personifica «o futuro, o risco, a mulher amada, a aventura , o desconhecido» 
Quanto ao facto da carta nº 13 não ter o nome escrito, escreve: «Dá impressão que os autores antigos tiveram medo de nomear a morte». Quanto ao arcano XIV, chama-lhe Moderação e diz: «Quanto à sua referência histórica, esta carta evoca a criada das bodas de Canã, que fazendo o que Jesus lhe mandou, deitou a água do cântaro na ânfora e esta transformou-se em vinho, segundo o Novo Testamento, diminuindo assim todo o aspecto angélico da Temperança...
No arcano XVI, a Torre depois de traduzir mal a palavra grega Hybris, que é arrogância orgulhosa, por injúria, mostra as suas habilidades numerológicas: «O 16 está relacionado com o 7, a Carruagem, a carta que prediz uma resolução e um caminho novo. Na kabala corresponde à vereda número 27 da árvore da vida: a vitória sobre o esplendor». 
 Também na interpretação da Lua tece as suas numerologias e kabalices: «Segundo a numerologia o 18 refere-se ao 9, a sua base, que é o Eremita. É curioso que os caranguejos, animais da Lua, também sejam designados pelo nome de Eremitas. Há uma sólida relação entre o simbolismo destas duas cartas. Este número remete de novo para o investigador espiritual, para as experiências e para as viagens interiores.»
As explicações dos arcanos menores são como é natural bastante arbitrárias e os tipos de tiragens ou lançamentos propostos com numerosas cartas são no fundo os mais desaconselháveis pelo grau crescente de sorte ou acaso envolvido. Também lança a confusão sobre a tiragem em cruz, considerando a 1ª carta, título do assunto ao qual se refere, 2ª carta, o que se tem contra, 3ª, o que acontecerá em primeiro lugar, 4ª o que se tem a favor, esta ordem sendo ainda por cima no sentido anti-ponteiro dos relógios.
Uma obra fraca, pouco recomendável...
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NEVES, Carlos – 104 EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE LANÇAMENTO DE TAROT. Carcavelos, Editorial Angelorum Novalis, 2004. In-4º de 138 págs.  
O autor descreve muito brevemente os 22 arcanos, seguindo-se os tais exercícios, que são perguntas de pessoas e respostas obtidas com as tiragens de três cartas. Diz ainda o frontispício que "este livro pretende ajudar quem se está a iniciar no Tarot, permitindo desenvolver a sua intuição", mas tal asserção é errada pois a intuição não se desenvolve por se lerem respostas para casos abstractos, mas apenas no contacto real com as pessoas e situações, pois de caso para caso a leitura ou significados das cartas modificam-se, para além que cada arcano é multidimensional na sua aplicação. São assim demasiado escolares ou limitadores quaisquer exercícios de leituras breves e simples, tantos podendo ser as hipóteses que se abrem para o consulente.
Anotemos das descrições (em geral razoáveis) de algumas
cartas, seja por bem ou por mal, pondo desde já a ressalva que o autor tende a personalizar as cartas identificando-as com o consulente quando elas assinalam antes energias, possibilidades, tendências. Assim para o Mago dirá já no fim das 10 linhas que «na amizade é um bom amigo, mas somente para nos divertirmos, já que não podemos contar com ele para situações sérias. Na saúde tem tendência a dores de cabeça e algum stress». Mais de uma vez apresentará a teoria, e com alguma razão, expressa na carta 10, a Roda: «Quando a Roda está em movimento ascendente traz algo de benéfico, se soubermos aproveitar será muito positivo, se não for aproveitado a Roda entra no movimento descendente, perdendo o consultante a oportunidade» "Alguma razão"porque se é evidente que aproveitarmos uma corrente energética é bom, já se não a aproveitarmos não e obrigatório a que venha logo uma fase descendente, ainda que certamente haja ao longo da vida certos ritmos ondulatórios que cumpre saber respeitar seja exteriorizando-nos mais, seja recolhendo-nos, ou acautelando-nos, mais. Na carta XIII «corta-se tudo o que é supérfluo, ficando para trás todos os sofrimentos.»

Na Temperança ilude-se um pouco quando vê «um Anjo com duas ânforas, onde se pode ver o liquido a passar de uma para outra de forma natural. Tudo evolui naturalmente sem precipitações» já que esta passagem de natural nada tem pois implica toda uma arte e sabedoria transmutatória e consciencial. Quanto à estrela vai alta a sua fé: Na vida sentimental, pode ser o o aparecimento da alma gémea, a realização sentimental e felicidade no casal». Da Lua desconfia, pois é uma carta de intuição, mentira, imaginação, sensibilidade e de dúvidas. É uma carta que traz insegurança, só se vê o que se quer ver. As pessoas têm imensa dificuldade de ver o que se passa à sua volta. Quando se olha para a Lua, só consegue ver uma face, não sabendo o que se passa no outro lado. Vê bem o Julgamento, XX, pois «o consultante terá de avaliar situações e fazer o seu julgamento, que terá de ser racional para que se possa tomar uma decisão na sua vida» Perspectiva assim o futuro através de escolhas racionais. Na XXI afirma bem mas com pequena contradição : carta de êxito, onde os esforços são recompensados. O consultante domina toda a sua vida, mas fá-lo sozinho e com sucesso. Na vida sentimental, o Mundo representa relacionamentos felizes e harmoniosos. Denota muitas vezes um relacionamento com uma pessoa estrangeira».
Sozinho, ou com relacionamentos e em especial com pessoas
estrangeiras? É o perigo destas leituras ou resumos em abstracto, para uma carta que significa sobretudo realização, libertação, plenitude.

Da Censura de livros, pensamentos e twitters, antiga e moderna. Uma classe política pouco íntegra.

Nestes tempos de crescente censura mundial em que, mais até de que nos livros, que contudo existem, pois ainda recentemente Alain Soural, reeditor de um livro de León Bloy considerado anti-semita, ou melhor anti-judaico, foi punido em tribunal com uma elevada multa, sendo o livro interdito, são as redes sociais da web, tais como o Facebook, Youtube, Twitter e até Instagram, a executarem constantes remoções e bloqueios provenientes das ordens das elites financeiras mundiais que controlam os meios de informação, podemos interrogar-nos se haverá da parte de tais censores as qualidades necessárias a exercerem tão grave tarefa, tão ofensiva dos
Direitos Humanos, na realidade cada vez menos respeitados?
Será que eles poderão estar incluídos no que algo
candidamente (e
foi a citação seguinte, copiada de um exemplar antigo, a fonte deste artigo),   Manuel Gomes de Lima Bezerra, na Abertura do Universal da Medicina, Cirurgia, Pharmacia, no Porto em Abril de 1764, escreveu na dedicatória de abertura: «aquele discretíssimo Rei, que vendo inundados o seu Reino de livros cheios de ignorância, de superfluidades, de erros, constitui um Tribunal Régio composto por Varões Sábios, Religiosos, e Prudentes, para separarem as obras prejudiciais, para corrigir as impuras, para animar a verdadeira literatura, e perseguir intrepidamente o fanatismo».
Não parece o caso, nem há sequer a um nível mundial tal aerópago
de sábios, que consiga reunir-se e chegar a acordo, bastando lembrar-nos como recentemente o governo francês permitiu de novo as publicações dos desenhos de banda desenhada blasfemadores do profeta Muhammad, provocando novos conflitos, mortes e protestos 
gigantescos no mundo islâmico.
De que lado está mais o fanatismo? No laicismo que nada respeita e provoca reacções, ou nos crentes que protestam, e com alguns mais excitados levando-os a actos violentos, de certo modo de vingança fanática?

 Ora se em alguns casos é o fanatismo, um conceito como já vimos ao de leve com um amplo espaço entre os extremos e portanto tão relativo, que está a ser censurado, frequentemente são os censores que se agarram fanaticamente em defensores das suas ideias e poderes, marcando como fanáticos, malignos ou prejudiciais os que se opõem aos interesses, ideias e ideologias que eles veiculam, mesmo que os censurados falem ou escrevam a verdade.
"Tal não pode ser permitido", dirão uns, mas tal não basta, já que tudo hoje é permitido aos que têm o poder, ou mais poder, nas mãos: poder do dinheiro, das armas, dos mercenários, terroristas ou agentes de autoridade obedientes, violenta e criminalmente se for preciso. Ora tal tem de ser vencido, transmutado...

Nestes tempos outonais de 2020 há  sobretudos cinco focos maiores em que a censura da verdade está a ser aplicada: 1º sobre quem discorda das teorias oficiais ou governamentais do Covid e nomeadamente das suas medidas e vacinas, algo escandaloso quando são cientistas ou médicos  a apresentarem simplesmente as suas observações factuais ou as suas teorias. 2º sobre quem contesta o sionismo e a violentíssima e diária opressão da Palestina, e põe em causa a corrupção dos meios de informação vendidos. Tal censura pode estender-se a boicotes de divulgação de autores, conferencistas ou obras que ponham em causa o genocídio palestiniano que subjaz o projecto sionista do grande Israel, tal como Roger Waters, do Pink Floyd, e vários académicos têm sofrido. 3º Nos Estados Unidos da América, quem ponha em causa a qualidade, dignidade ou não corrupção do candidato presidencial Joe Biden. Ou quem ponha em causa e revele os altos níveis de criminalidade de guerra que o imperialismo norte-americano, ou se quisermos anglo-saxónico, tem praticado em tantas partes do mundo: o caso de Julian Assange, um pioneiro de tal mostrar da chaga do mal, e há anos sofrendo um opressivo e tortuoso encarceramento, é o mais evidente. 4º No UK ou Reino Unido, quem se oponha à lavagem ao cérebro da BBC, tal como recentemente a jornalista Vanessa Beeley, desmascarando o apoio dado aos sinistros White Helmets na Síria. Ou à corrupta liderança do partido trabalhista inglês, sofrendo-se todo o tipo de despedimentos e ataques. 5º As ditaduras da América do Sul, apoiadas pelo imperialismo norte-americano, completamente anti-democráticas e desprezando  quaisquer direitos humanos, e tentando manter-se no poder à custa de múltiplas censuras, detenções, violências e crimes. A Bolívia e o Peru são dois exemplos flagrantes [Felizmente, a liberdade voltou à Bolívia].
Talvez a mais certa conclusão que se pode tirar da tão conflituosa
(sem falarmos da actividade da Turquia) cena internacional nos últimos tempos é a de que a descredibilidade da ciência, da política, ou da classe política em geral, sobretudo ocidental, e dos meios de informação, nunca foi tão grande, pelo que todo e qualquer acto de censura a pessoas como Julian Assange e Roger Waters, e passando por tantos médicos, cientistas e jornalistas mais verdadeiros e independentes é verdadeiramente condenável e execrável.
O que se pode fazer, para além dos sinais de apoio nas redes sociais, as petições e as cada vez mais dificultadas manifestações, "para se animar a verdadeira literatura [ou comunicação]"?
Bastante: seja na criatividade da nossa obra pessoal e local pequenas
mas que sempre irradia algo, seja no manter-nos firmes no repúdio e denúncia dos mentirosos e opressores, seja no apoio psíquico à dinâmica da multipolaridade de poderes mundiais que porá freio e ordem no injusto e violento imperialismo corruptor norte-americano, seja no orarmos e meditarmos para que a Verdade, a Justiça e o Amor vão despontando mais em todos os seres e a Divindade esteja mais presente em todos nós...
Não desanime, mantenha a chama do Amor acesa...
Que os livros proibidos sejam uma página na história, ainda que certamente muita negatividade e violência seja publicada... 
Logo, escolha muito bem os seus livros...

                                        Pintura de Bô Yin Râ.

Do Diwan à Dara Shikoh, em Portugal: 2º poema - Do Deus pessoal, do Graal e do amar e ser.

                                                              Dara Shikoh (1615-1659), numa miniatura mogol.              II
                                                 

                                             Ghazal a Deus...

Ó Divindade, porque é que os crentes
 se satisfazem em acreditarem em ti
e a mim me deste esta insatisfação
de te querer conhecer pessoalmente?

- Sempre que clamas e aspiras por mim
tais emanações irradiam de ti e do teu coração
e enchem o santo Graal da demanda de mim
que será então derramado nesta ou naquela alma.
Tem paciência, persevera, pois chegará a tua vez.

Inclinei-me grato por este diálogo interior.
Só posso alegrar-me por cooperar com Deus
e as suas bênçãos poder intensificar
nesta terra e humanidade tão dividida,
corpo místico tão retalhado e ignorado
e, porém, tanta maravilha de amar e ser.

- 18-10-2020

                                                                          Xvarnah

sábado, 17 de outubro de 2020

"Morrer é ser iniciado". Dito da "Antologia Grega" glossado até aos nossos dias. Um contributo de Pedro Teixeira da Mota

                                             MORRER É SER INICIADO.
Este epigrama grego, preservado anonimamente na Antologia Grega, compilada por Meleagro, no séc. VIII, teve entre nós a fortuna de ser citado como epígrafe e depois glosado por Antero de Quental, Joaquim de Araújo e Fernando Pessoa. Já os comentei em artigos no blogue, destacando, por exemplo, a interrogação de Joaquim de Araújo quanto ao onde se passa tal iniciação, e ao onde anda Antero. Mas hoje quero reflectir mais segundo a minha experiência interior.
O primeiro sentido que se sente é que "quando se morre é se iniciado", ou seja, a morte é uma iniciação, um começo de um nova vida, e sem dúvida que o é.
Já errado será deduzir que com a morte somos iniciados, no sentido de recebermos uma iniciação ou ficarmos iniciados, pois quando morremos só temos a certeza que a vida no corpo físico acabou (já que por vezes os que morreram nem tal têm ou se consciencializam), mas quanto à vida no além que se abre, pouca gente tem uma visão acertada ou clara dela, mesmo com espiritismos e esoterismos lidos ou praticados em vida...
Ora quando saímos do corpo físico, a consciência que levamos, que resulta do que desenvolvemos em vida e do que passa para tal plano, é fundamental, de tal modo que há seres que morrendo fisicamente continuam mortos consciencial e animicamente, enquanto outros, já mais despertos, sabem movimentar-se no além, conscientemente...
Quantos saberão movimentar-se no melhor sentido é ainda uma outra questão, pois muitos certamente ficarão nas margens mais próximas do mundo terreno, apenas nos planos astrais e não saberão elevar-se para os mundos espirituais.
                                                
                                        Mundos espirituais, por Bô Yin Râ.
Não equacionaremos por ora quem nos pode esperar após a desencarnação, mais ou menos rápida ou dolorosa, ou seja, se haverá familiares ou guias, mestre ou anjo a ajudar-nos, tal dependendo de novo do que fomos desenvolvendo de ligações durante a vida.
Sabemos como no Egipto e no Tibete se desenvolveram crenças em litanias de encaminhamentos das almas no além muito detalhadas, denominados bardo thodol (do tibetano, libertação no astral pela audição) e é bem possível que para alguns dos crentes tais percursos fossem depois prosseguidos até desembocarem nos níveis mais elevados que poderiam merecer, embora o facto de se ouvir já morto ou mesmo de saber de cor e acreditar na subida pelos meandros dos mundo subtis, com seus encontros com deuses pacíficos ou violentos, não corresponde forçosamente à capacidade de avançar conscientemente já em corpo espiritual.
Mais simples eram os iniciados órficos, pitagóricos e de alguns dos Mistérios da Antiguidade, quando apenas sabiam e afirmavam, por experiência ou doutrina, que eram espíritos imortais no caminho dos deuses ou de Deus.
Ora o segundo aspecto menos trabalhado e compreendido é o que está ligado com outra linha de força perene, a denominada Arte de bem morrer, que em quase todas as religiões teve os seus autores e livros, tal na Europa Erasmo de Roterdão, que tentavam preparar as pessoas para estarem prontas a deixarem a terra luminosamente quando fosse cortado o fio da vida terrena.
Terem pago as suas dívidas, arrependerem-se e repararem os males realizados, estarem desprendidos dos bens e posses, estarem de bem com toda a gente, orarem a Deus, amarem-no, eis algumas das linhas de força principais que me lembro de cor o ensino de Erasmo.
Ora além desta preparação geral há uma outra que é fundamental e que é saber morrer em vida. Saber morrer nos momentos de dor e sofrimento, ir fundo neles, observando as dores, a diminuição de vitalidade, de amor, de aspiração e mesmo assim continuar a crer e a querer o espírito, o divino, a verdade. Aceitando a dor ou mesmo a morte se ela tiver que vir já. Utilizando nenhum ou o menos possível de remédios, mas apenas a água, os banhos, os chás, a oração, alguma erva medicinal, o jejum, o sono, os sonhos, a meditação.
Quando conseguimos atravessar assim uma doença ou uma provação, então pode-se dar em nós verdadeiramente vivencialmente o epigrama Morrer é ser iniciado, pois ao sabermos morrer, em tal transe ou doença, podemos verdadeiramente vermos como mortos ou adormecido o corpo, e fora dele nós observando-o e para fora de nós saindo o nosso corpo subtil, ondulante e espirálico, qual génio desprendendo-se da lâmpada de Aladino.
O ser que se vê fora do corpo fica mais ciente da sua imortalidade e está menos sujeito a muitos aspectos negativizantes derivados da ignorância, do apego e do medo que controlam bastante as potencialidades das almas, que se identificam e limitam ao corpo físico e à sua mortalidade...
Saber morrer em vida, saber ir fundo nas doenças e provações, pode iniciar-nos no espírito, pode ser uma iniciação na consciência e caminho espiritual.
Eis o meu contributo, para o Morrer é ser iniciado, escrito neste dia 17-X-2020, quando de madrugada atravessei uma provação de saúde dolorosa mas que consegui enfrentar com calma, aceitação da morte e aspiração à verdade, aos mestres, aos anjos e a Deus...
E em comunhão com a Tradição espiritual anterior e futura, dei mais um testemunho sobre

                                          Morrer é ser iniciado.

Jazes deitado na cama

mas tu não és esse corpo.

De pé, e de fora, observas

E reconheces que  estás

tanto ali como fora dali

e então subitamente

desprendes de ti,

qual génio luminoso de Aladino

teu corpo subtil espiritual,

como num desabrochar de asa,

voluta elegante, geométrica e espirálica,

como um ghazal de amor imortal,

oferecido ao  espiritual e divino Graal.

Do Diwan à Dara Shikoh, em Portugal: 1º poema, acerca do coração e do amor...

Dara Shikoh (1615-1659), numa miniatura mogol.

 
Um poema escrito no dia da Estrela (no Tarot, arcano XVII),  17 de Outubro de 2020, das 14:30 às 14:35, por um Dara Shikok português, ou seja um seu admirador, amigo e companheiro... 

Alguém tirou o amor do meu coração
e ele ficou quase insensível e a sangrar.
Desconhecia ter tanto na cabeça para queimar,
até um buraco na fronte se abrir
e numa caixinha
as cinzas se depositarem,
enquanto os sonhos soltam as imagens
que dos sentidos e memórias se transmutaram...

  Sou
agora um recém nascido,
apenas com a Primavera a espreitar,
o corpo purificado e mais sensível
e a alma mais pronta a amar e a adorar.


Como a ave que busca a fonte
vou bater à porta da meditação:
quem me ouvirá, quem me abençoará?
O Amor está a voltar, a Face Amada brilhará.


Amor, por Zurbaran.

sábado, 10 de outubro de 2020

The true about Syria, by José Bustani, from Brasil, 1º Director of the Organization for the Prohibition of Chemical Weapons

 Este texto, em inglês, escrito por um diplomata brasileiro de grande valor, José Bustani, foi censurado pelos Estados Unidos da América, o Reino Unido, a França e os aliados, de ser lido há poucos dias na Assembleia das Nações Unidas, porque desmascara as mentiras e crimes cometidos por essa coligação na Síria, inventando ataques quimicos e apoiando os terroristas que conseguiram destruir muito e matar milhares de pessoas. SE não fosse a Rússia a ajudar o legítimo governo da Síria e o seu exército a deterem oa avanços e mortandades,  neste momento a própria Europa estaria já muito ameaçada pelos jihadistas, que noutra ponta do Médio Oriente são apoiados e utilizados por um ambicioso e cruel ditador turco, Erdogan.

Como se vendeu muito o filme ardilosamente montado pelos tenebrosos White Helmets, ou Capacetes Brancos, para fazer crer a semi-zombie opinião pública ocidental (cada vez menos tida em conta de qualquer modo), que Bashar Assad e o governo sírio tinham feito ataques químicos que justificaram os bombardeamentos ferozes da coligação internacional, este texto é importante de se publicado, tanto mais que na própria Assembleia das Nações Unidas foi impedido ignobilmente de ser lido. Uma vergonha para António Guterres, completamente manietado, chantageado senão mesmo ameaçado....

TRANSCRIPT

«Mr Chairman, Ambassador Vassily Nebenzia, your excellencies, distinguished delegates, ladies and gentlemen,

My name is José Bustani. I am honoured to have been invited to present a statement for this meeting of the UN Security Council to discuss the Syrian chemical dossier and the Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons. As the OPCW’s first Director General, a position I held from 1997 to 2002, I naturally retain a keen interest in the evolution and fortunes of the Organisation. I have been particularly interested in recent developments regarding the Organisation’s work in Syria.

For those of you who are not aware, I was removed from office following a US-orchestrated campaign in 2002 for, ironically, trying to uphold the Chemical Weapons Convention. My removal was subsequently ruled to be illegal by the International Labour Organisation’s Administrative Tribunal, but despite this unpleasant experience the OPCW remains close to my heart. It is a special Organisation with an important mandate. I accepted the position of Director General precisely because the Chemical Weapons Convention was non-discriminatory. I took immense pride in the independence, impartiality, and professionalism of its inspectors and wider staff in implementing the Chemical Weapons Convention. No State Party was to be considered above the rest and the hallmark of the Organisation’s work was the even-handedness with which all Member States were treated regardless of size, political might, or economic clout.

Although no longer at the helm by this time, I felt great joy when the OPCW was awarded the Nobel Peace Prize in 2013 “for its extensive efforts to eliminate chemical weapons”. It was a mandate towards which I and countless other former staff members had worked tirelessly. In the nascent years of the OPCW, we faced a number of challenges, but we overcame them to earn the Organisation a well-deserved reputation for effectiveness and efficiency, not to mention autonomy, impartiality, and a refusal to be politicised. The ILO decision on my removal was an official and public reassertion of the importance of these principles.

More recently, the OPCW’s investigations of alleged uses of chemical weapons have no doubt created even greater challenges for the Organisation. It was precisely for this kind of eventuality that we had developed operating procedures, analytical methods, as well as extensive training programmes, in strict accordance with the provisions of the Chemical Weapons Convention. Allegations of the actual use of chemical weapons were a prospect for which we hoped our preparations would never be required. Unfortunately, they were, and today allegations of chemical weapons use are a sad reality.

It is against this backdrop that serious questions are now being raised over whether the independence, impartiality, and professionalism of some of the Organisation’s work is being severely compromised, possibly under pressure from some Member States. Of particular concern are the circumstances surrounding the OPCW’s investigation of the alleged chemical attack in Douma, Syria, on 7 April 2018. These concerns are emanating from the very heart of the Organisation, from the very scientists and engineers involved in the Douma investigation.

In October 2019 I was invited by the Courage Foundation, an international organisation that ‘supports those who risk life or liberty to make significant contributions to the historical record’, to participate in a panel along with a number of eminent international figures from the fields of international law, disarmament, military operations, medicine, and intelligence. The panel was convened to hear the concerns of an OPCW official over the conduct of the Organisation’s investigation into the Douma incident.

The expert provided compelling and documentary evidence of highly questionable, and potentially fraudulent conduct in the investigative process. In a joint public statement, the Panel was, and I quote, ‘unanimous in expressing [its] alarm over unacceptable practices in the investigation of the alleged chemical attack in Douma’. The Panel further called on the OPCW, ‘to permit all inspectors who took part in the Douma investigation to come forward and report their differing observations in an appropriate forum of the States Parties to the Chemical Weapons Convention, in fulfilment of the spirit of the Convention.’

I was personally so disturbed by the testimony and evidence presented to the Panel, that I was compelled to make a public statement. I quote: “I have always expected the OPCW to be a true paradigm of multilateralism. My hope is that the concerns expressed publicly by the Panel, in its joint consensus statement, will catalyse a process by which the Organisation can be resurrected to become the independent and non-discriminatory body it used to be.”

The call for greater transparency from the OPCW further intensified in November 2019 when an open letter of support for the Courage Foundation declaration was sent to Permanent Representatives to the OPCW to, ‘ask for [their] support in taking action at the forthcoming Conference of States Parties aimed at restoring the integrity of the OPCW and regaining public trust.’

The signatories of this petition included such eminent figures as Noam Chomsky, Emeritus Professor at MIT; Marcello Ferrada de Noli, Chair of the Swedish Doctors for Human Rights; Coleen Rowley, whistle-blower and a 2002 Time Magazine Person of the Year; Hans von Sponeck, former UN Assistant Secretary-General; and Film Director Oliver Stone, to mention a few.

Almost one year later, the OPCW has still not responded to these requests, nor to the ever-growing controversy surrounding the Douma investigation. Rather, it has hidden behind an impenetrable wall of silence and opacity, making any meaningful dialogue impossible. On the one occasion when it did address the inspectors’ concerns in public, it was only to accuse them of breaching confidentiality. Of course, Inspectors – and indeed all OPCW staff members – have responsibilities to respect confidentiality rules. But the OPCW has the primary responsibility – to faithfully ensure the implementation of the provisions of the Chemical Weapons Convention (Article VIII, para 1).

The work of the Organisation must be transparent, for without transparency there is no trust. And trust is what binds the OPCW together. If Member States do not have trust in the fairness and objectivity of the work of the OPCW, then its effectiveness as a global watchdog for chemical weapons is severely compromised.

And transparency and confidentiality are not mutually exclusive. But confidentiality cannot be invoked as a smoke screen for irregular behaviour. The Organisation needs to restore the public trust it once had and which no one denies is now waning. Which is why we are here today.

It would be inappropriate for me to advise on, or even to suggest how the OPCW should go about regaining public trust. Still, as someone who has experienced both rewarding and tumultuous times with the OPCW, I would like to make a personal plea to you, Mr Fernando Arias, as Director General of the OPCW. The inspectors are among the Organisation’s most valuable assets. As scientists and engineers, their specialist knowledge and inputs are essential for good decision making. Most importantly, their views are untainted by politics or national interests. They only rely on the science. The inspectors in the Douma investigation have a simple request – that they be given the opportunity to meet with you to express their concerns to you in person, in a manner that is both transparent and accountable.

This is surely the minimum that they can expect. At great risk to themselves, they have dared to speak out against possible irregular behaviour in your Organisation, and it is without doubt in your, in the Organisation’s, and in the world’s interest that you hear them out. The Convention itself showed great foresight in allowing inspectors to offer differing observations, even in investigations of alleged uses of chemical weapons (paras 62 and 66 of Part II, Ver. Annex). This right, is, and I quote, ‘a constitutive element supporting the independence and objectivity of inspections’. This language comes from Ralf Trapp and Walter Krutzsch’s “A commentary on Verification Practice under the CWC”, published by the OPCW itself during my time as DG.

Regardless of whether or not there is substance to the concerns raised about the OPCW’s behaviour in the Douma investigation, hearing what your own inspectors have to say would be an important first step in mending the Organisation’s damaged reputation. The dissenting inspectors are not claiming to be right, but they do want to be given a fair hearing. As one Director General to another, I respectfully request that you grant them this opportunity. If the OPCW is confident in the robustness of its scientific work on Douma and in the integrity of the investigation, then it has little to fear in hearing out its inspectors. If, however, the claims of evidence suppression, selective use of data, and exclusion of key investigators, among other allegations, are not unfounded, then it is even more imperative that the issue be dealt with openly and urgently.

This Organisation has already achieved greatness. If it has slipped, it nonetheless still has the opportunity to repair itself, and to grow to become even greater. The world needs a credible chemical weapons watchdog. We had one, and I am confident, Mr Arias, that you will see to it that we have one again.

Thank you.»

Um discurso, simples, apelando à demanda da verdade e a uma organização imparcial e não mentirosa quanto ao controle do emprego de armas químicas e a vergonha mundial das Nações Unidas ao impedi-la de ser lida... Entretando  ainda no 2021 há que destacar o apoio aos criminosos dos Barretes Brancos a BBC, inglesa, da British Brainwashing Corporation, completamente submetida, ou seja, vendida ao imperialismo anglo-saxónico... Contudo a destruição da Siria e a remoção de Bashar Assad gorou-se, graças sobretudo ao apoio grende da Rússia sábia de Putin, e do Irão.