domingo, 31 de março de 2024

Três orações aos Anjos, de Reinério Bocache, incluídas na "Chave da Consciência para os que tratam do exercício das virtudes e caminho da perfeição abrirem o precioso tesouro da Oração Mental", 1751.


Reynerio Bocache, que foi tradutor, editor, escritor e livreiro, bastante interessado na via espiritual e que já em 1747 publicara Vida, e milagres do principe dos anacoretas, e pay dos cenobiarcas. Santo Antam Abbade o Magno / traduzido de francez, em castelhano, e agora no nosso idioma portuguez, deu à luz em 1751 uma obra, com bastante de compilação de outras, intitulada  Chave da Consciencia  para os que tratam do exercicio das virtudes e caminho da perfeição abrirem o precioso tesouro da Oraçam Mental. Com instrucção da praxe de adquirir as virtudes: ordenado em forma de Dialogo  entre um Director, e Exercitante,  num in-8º 267 páginas, e com uma 2ª edição em 1758, acrescentada e melhorada, sinal do sucesso dela, e onde narra até a origem da obra: «em 24 de Novembro de 1740, por vocação divina  nos levou à Soberana Rainha do Anjos Maria Santíssima à sua Santa Capela com o título da Barroquinha, a mim e a mais alguns devotos, a exercitar este santo exercício da Oração Mental» e embora alguns já a praticassem mas sem grandes resultados, com as recompilações melhoraram muito.
Ora para além de  páginas boas sobre o que entendia ser a oração mental, e como a realizar, inclui três orações aos Anjos, para diferentes ocasiões, que transcreverei, pois no seu todo, ou em algumas ideias, frases ou palavras, poderão inspirar algumas almas. Ei-las:  

«Anjo da minha guarda, guardai-me todos meus cuidados, para que nesta hora não me lembre nenhum [cuidado ou preocupação], que estou diante de Deus, e Senhor com quem venho falar, e ajudai-me a recolher-me dentro de meu coração.» p. 16

 Anjo da minha guarda, Arcanjo S. Miguel, S. Rafael, S. Gabriel, humildemente vos peço, e a todos os que assistis diante do Trono da Santíssima Trindade, que ajunteis esta minha adoração com a vossa, para que seja dado ao Senhor, toda a glória, honra e louvor. p. 20

Anjo de Deus, e de minha guarda, que da Celestial Hierarquia foste dado, para minha defensa, e guarda, eu confesso, que sou indigno de invocar-vos, porque sempre me guiastes, e não vos segui, me aconselhaste, e não vos obedeci, me defendestes de meus inimigos, e eu me rendi a eles. Mas contudo dou-vos as graças, por me haveres guardado esta noite. Peço-vos me guardeis este dia de meus inimigos, alumieis meu entendimento para conhecer o meu nada, e observar os preceitos Divinos, e os da caridade do Próximo. Amen. p. 232.

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