domingo, 31 de março de 2024

Três orações aos Anjos, de Reinério Bocache, incluídas na "Chave da Consciência para os que tratam do exercício das virtudes e caminho da perfeição abrirem o precioso tesouro da Oração Mental", 1751.


Reynerio Bocache, que foi tradutor, editor, escritor e livreiro, bastante interessado na via espiritual e que já em 1747 publicara Vida, e milagres do principe dos anacoretas, e pay dos cenobiarcas. Santo Antam Abbade o Magno / traduzido de francez, em castelhano, e agora no nosso idioma portuguez, deu à luz em 1751 uma obra, com bastante de compilação de outras, intitulada  Chave da Consciencia  para os que tratam do exercicio das virtudes e caminho da perfeição abrirem o precioso tesouro da Oraçam Mental. Com instrucção da praxe de adquirir as virtudes: ordenado em forma de Dialogo  entre um Director, e Exercitante,  num in-8º 267 páginas, e com uma 2ª edição em 1758, acrescentada e melhorada, sinal do sucesso dela, e onde narra até a origem da obra: «em 24 de Novembro de 1740, por vocação divina  nos levou à Soberana Rainha do Anjos Maria Santíssima à sua Santa Capela com o título da Barroquinha, a mim e a mais alguns devotos, a exercitar este santo exercício da Oração Mental» e embora alguns já a praticassem mas sem grandes resultados, com as recompilações melhoraram muito.
Ora para além de  páginas boas sobre o que entendia ser a oração mental, e como a realizar, inclui três orações aos Anjos, para diferentes ocasiões, que transcreverei, pois no seu todo, ou em algumas ideias, frases ou palavras, poderão inspirar algumas almas. Ei-las:  

«Anjo da minha guarda, guardai-me todos meus cuidados, para que nesta hora não me lembre nenhum [cuidado ou preocupação], que estou diante de Deus, e Senhor com quem venho falar, e ajudai-me a recolher-me dentro de meu coração.» p. 16

 Anjo da minha guarda, Arcanjo S. Miguel, S. Rafael, S. Gabriel, humildemente vos peço, e a todos os que assistis diante do Trono da Santíssima Trindade, que ajunteis esta minha adoração com a vossa, para que seja dado ao Senhor, toda a glória, honra e louvor. p. 20

Anjo de Deus, e de minha guarda, que da Celestial Hierarquia foste dado, para minha defensa, e guarda, eu confesso, que sou indigno de invocar-vos, porque sempre me guiastes, e não vos segui, me aconselhaste, e não vos obedeci, me defendestes de meus inimigos, e eu me rendi a eles. Mas contudo dou-vos as graças, por me haveres guardado esta noite. Peço-vos me guardeis este dia de meus inimigos, alumieis meu entendimento para conhecer o meu nada, e observar os preceitos Divinos, e os da caridade do Próximo. Amen. p. 232.

sexta-feira, 29 de março de 2024

Sete imagens propícias à contemplação espiritual da Cruz, latina e de Jesus. Sexta-feira santa de 2024.

Trabalho Pascal: Alguns exemplares da cruz latina na história da arte devocional em Portugal.
Esta registo em círculo, num quadrado de 4x4 cm, do Menino Jesus dos Atribulados abraçado à Cruz (ou melhor, com os braços cruzados sobre ela) e com o cordeiro ao ombro e atado por uma corrente, sentado no chão com ar concentrado e sereno, e com duas chamas no interior do coração, nasceu da imagem existente no séc. XVIII, no convento das Religiosas Trinas, no Mocambo, hoje rua das Trinas (e a merecer a sua visita) em Lisboa, muito venerada e divulgada, e que exortava e inspirava as pessoas a tentarem acolher e cruzar as suas atribulações com serenidade e aspiração de purificação, confiando nas bênçãos da natureza e divinas. Há várias versões, com diversas dimensões e dizeres. Esta foi desenhada por Santos e impressa no Porto. Em Lisboa havia-as veneradas na igreja do Loreto e em S. Roque, além da principal do convento das religiosas Trinas.     Especial devoção tinham a ela os pais com crianças doentes.

Esta cruz latina, de verso e reverso igual, e em xadrez, de delicada feitura devocional, tende a inspirar-nos a subir a montanha da vida, ou a Golgota, ou os montes das nossas paixões, com lucidez e amor, harmonizando ou ultrapassando as discórdias, dualidades e opostos, ligando a Terra e o Céu, nós e a Fonte Divina, em sabedoria e esperança.
Este santinho rendilhado, de manufactura francesa parisiense Rouasse Lebel, de cerca de 1870, com uma alma levando às costas a Cruz, por um caminho árduo e que a levará ao cimo do monte, onde uma representação da alma santificada ou imortalizada se discerne com esforço adentro do portal paradisíaco. A legenda é: "A rota é escarpada mas ela conduz ao céu", e  no reverso contém algumas frases de adesão ao caminho exemplificado por Jesus, ad astra per aspera, e estimula-nos a sermos fortes nas provações.
Tal como os raios das nuvens descem dos céus sobre a Terra e de certo modo a fecundam igneamente, assim da Cruz e do coração ardente de amor do Mestre desprendem-se raios e flores que intensificam o fogo do nosso coração na cruz da vida, e geram flores, fragrâncias e dons de prudência e fortaleza, caridade e sabedoria.  
No Hospital de S. Lázaro, um amigo de Jesus "ressuscitado",  e que fora fundado em Lisboa ainda na primeira dinastia, serviam-se e curavam-se os leprosos, e o registo que se vendia, como vemos, fornecia uma versão da cruz de Jesus ou latina bastante irradiante do centro dela, que poderia ser Jesus, o coração, o espírito, e tida como dissipadora do mal. As pontas em trilóbulo assemelham-se a uma chama trinitária. Era nas épocas de pestes que se utilizavam mais estes registos ou estampas, sendo frequentes soltos ou inseridos em livros religiosos e de orações dos séculos XVII a XIX. Talvez tenha havido alguns afixados mesmo em portas.

Os Calvários nas aldeias e vilas eram pontos de cruzamento de energias sacralizadoras e dissipadoras do mal e dos sofrimentos. A eles se acolhiam os mais devotos e os mais ameaçados, outros apenas faziam o sinal da cruz ao passarem diante deles, para recolherem as suas bênçãos e as traçarem  e derramarem sobre si mesmas. Tinham algo de menhires, de pontos de ligação entre a Terra e o Céu, como Jesus realizara sacrificialmente na Cruz, símbolo sagrado desde a mais remota antiguidade pela sua representação do encontro e concórdia dos quaternários dos elementos, das direcções do espaço, das estações do ano. Estes registos tinham grande aceitação e nas festas religiosas e romarias eram adquiridos a fim de levarem às casas as bênçãos do calvário e da igreja ou santuário próximos.  O Calvário do Senhor, em Gouveia, é ainda anualmente celebrado com grande festa em Agosto. Neste registo do final do séc. XIX um anjo recolhe num Graal o que se derramava da chaga do Lado, a quinta e quintaessenciada chaga, exaltada por muitas místicas e místicos, no lado direito do peito.
 

O amor de Maria Madalena pelo mestre, em vida e morte e na imorralidade tornou-se um paradigma para o comportamento religioso e assim milhões de almas sofreram como ela a morte precoce e dolorosa de Jesus às mãos das autoridades judaicas e romanas em Jerusalém. A aspiração amorosa de comunhão com tal sofrimento, e que o Mestre se manifestasse nelas, gerou muitas visões, estados extáticos e conversões, e mesmo nos nossos dias muitos religiosos, freiras e fiéis continuam orando pelo coração ao mestre da Paixão e Ressurreição, seja na época pascal seja noutros momentos de maior provação ou aspiração.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Conto espiritual: um mestre em Portugal. Testemunhos de discípulos. Comunhões na Tomar Templária...

         Texto ainda em redação final. Torne a reler dentro de um dia...

Nascera dum modo especial, assim constava.  Sentiram nos momentos antes de a criança sair do ventre da mãe uma espécie de entrada energética forte, como se fosse uma alma bem luminosa a incarnar. Havia uma presença invisível e as paredes do quarto parecim elastificadas. A mãe alargara-se o mais possível nesses momentos e depois de repente, com toda a sala e ambiente, contraíra-se, afundara-se, entregara-se e a criança emergira à luz do dia.

Muitos anos mais tarde essa pessoa contou-nos como sentira a sua descida lenta, demorada, dos planos espirituais do Cosmos até este planeta azulado e à sua dimensão física, onde se confinou corporalmente pelos anos que nós, os poucos que soubemos da sua existência, admirámos. Passou assim desapercebido um grande ser em Portugal, um verdadeiro professor ou mestre nas acepções mais nobres da palavra, um ser de coração, de verdade e  de sinceridade, comungante com o mundo espiritual, como por vezes intuíamos.

Era nos momentos das meditações mais profundas que sentíamos a alegria de contemplar as luzes que banhavam e refrescavam subtilmente as nossas faces e almas. Raios de cores diferentes eram vistos por cada um de nós como que numa pintura sinfónica silenciosa num óculo mágico.

Como uma girândola celestial, como avistamento de planetas e seres celestais, como o drapejar de bandeiras e estandartes erguidos ao vento num planalto, como vistas de cidades antigas, sentíamos alguns desses momentos. Dizia-nos o mestre que cada um de nós recebia as cores  que necessitava para a sua vida e missão e que delas nos devíamos encher seja para nos fortalecer seja para  irradiar, partilhar, criar.

Quando partiu, assistimos aos seus momentos últimos na Terra. Eramos três, e ele. Estava tão calmo e sereno como se estivesse apenas a descansar de uns momentos de mais esforço ou fadiga. Olhou-nos, olhos no olhos e cada um de nós aproximou-se dele e beijou-o e a cada um ele deu a sua última frase mestra, seu testamento. E como poderíamos nós agora revelar o que era a sua última destilação amorosa, a sua última pepita de ouro entregue?

Mas mesmo após ter desincarnado continuávamos a ser os três e ele, pois passou a estar mais vivo nas meditações, e sobretudo de noite, nos sonhos, quando nos víamos em situações mais difíceis ou em conflitos nos mundos invisíveis, já que ele não nos deixava só e aparecia luminosamente, fortalecendo-nos no nosso vencer, afastar ou dissipar forças inimigas, adversárias, das trevas, que procuravam enlaçar-nos, hipnotizar-nos, roubar-nos, matar-nos e que, mesmo tendo nós feito uma revisão do dia e alguma meditação ou oração, antes de adormecer de tempos a tempos vinham tentar mostrar que nos mundos invisíveis queriam dominar e oprimir.

Cada um de nós sentira já em vida a presença dos mestres e santos, dos anjos invisíveis, seja num sentir intuitivo, seja num som subtil, seja por cores e imagens no olho espiritual se desvendando.

Mas com quem poderíamos falar destes mistérios senão entre nós três? Silenciávamos assim os nossos lábios. Mas houve um tempo em que uma mulher, uma discípula veio ter comigo para vivermos juntos. E foi bom estreitar intuições, peitos, corações, e alongar viagens e meditações numa sinceridade e busca bem distante da incredulidade de muitos dos que conhecíamos.

Todavia a centelha espiritual  e os mistérios  do conhecimento geravam ao fim do dia, acima de todos os diálogos ou então cansaços,  um querer imenso de religação ao mundo espiritual e divino, um desejo compreender o Cosmos e os seus seres, e logo de abrir os braços e poder abranger mais, irradiar, servir de ponte, de certo modo para trazer mais alguma sabedoria e conhecimento à humanidade.

O nosso mestre dizia-nos sempre: “Os mundos espirituais e distantes sorriem sempre que vos lembreis deles". Ou então: "Cada ser tem um mestre invisível, ou um anjo, com quem mais tarde ou mais cedo entrará em contacto ou mesmo comunhão”. Mas ele não se dizia Mestre, era humilde e seu corpo podia ainda tingir-se da rosa do pudor quando se falava do seu valor...

A couraça dos convencimentos e vaidades, ou das desilusões e amarguras do eu não revestira o seu corpo e alma, não coisificara a sua persona transparente, que permanecia assim sempre jovem e primaveril ao olhar mais profundo ou de alma com que alguns o conseguiam intuir.

Com ele aprendemos a purificar o corpo e a alma e era toda uma  sabedoria perene que perpassava pelas nossas peles e órgãos, veias e nervos, respirações e energias, permitindo-nos vencer as fraquezas e doenças, e gerar sentimentos e emoções elevados e pensamentos e decisões claros.

Conversávamos com o mestre nos sítios para onde ele nos levava e por vezes com um ou dois amigos que pensávamos que poderiam interessar-se por se abrirem às visões largas e profundas que ele realizara e transmitia do ser humano, da vida, da Divindade, da Verdade.

Uma força enorme por vezes irradiava do seu peito e quando indicava certos penedos ao longe, nuvens distantes, voos súbitos de aves, cantos e sons nas florestas, havia algo de significativo ou de mágico nos seus gestos e subtis energias anímicas que se transmitiam.

Tomar era um dos locais sagrados escolhidos. Peregrinávamos a pé  pela mata dos Sete Montes, pela Cadeira del-Rei ou ao longo do rio Nabão e deixávamos que as brisas e arvoredo ora manso ora agreste limpassem as nossas auras das preocupações que nos impediam de sentir as forças que emanavam do interior da Terra, ou ainda a presença de seres subtis, espíritos na natureza, templários, anjos. Ou de contemplarmos o céu, as partículas de prana e as distâncias. Depois ora falávamos, ora deixávamos que o silêncio falasse, isto é, serenasse a nossa mente e nos abrisse à intuição do que da omnipresença sagrada se nos queria desvendar. Talvez os velhos frades templários e da Ordem de Cristo tivessem erguido poderosos vórtices energéticos e assim deixado algumas forças especiais para os que os reverenciavam. E não raro sentíamos sinais de que não estávamos sós, que éramos acompanhados, quem sabe se os santos anjos da guarda, como se reza...

O mestre mostrava-nos como os rochedos na zona do Castelo eram imagens das fundações firmes que esses cavaleiros tinham quanto ao propósito da vida, quanto à sua identidade espiritual, quanto à sua ligação divina. E assim, quando tomavam decisões e entravam em acção estavam firmes em arrostar  os obstáculos e vencer na graça do nome (Nomine tuo da gloriam) do Divino Espírito e Amor.

O mestre fez-nos meditar dentro da Charola e debaixo da sala do capítulo, e noutros locais e obtivemos percepções supra-sensíveis do  que se passara lá há muito tempo mas realmente. Vimos a missa ou cerimónia com alguns cavaleiros do Templo a cavalo e em círculo. Vimos os cavaleiros a circumbalar o centro da Charola. Vimos o fogo espiritual que arde nos planos espirituais do castelo e convento. 

Perguntávamos o que deveríamos fazer, quantas  graças e orações não deveriamos irradiar perenemente por termos sido agraciados de tais modos com a comunhão na Tradição Templária em Tomar?

O mestre era um pontífice, um templário e assim melhorámos as nossas capacidades de comunicação e comunhão, com o corpo, a alma e o espírito, na unidade ambiental. E houve até alma sensível e poética  que se apercebeu disso quando avançando nós pelo pátio, rumo à charola, as aves e o vento pelas folhas das árvores falaram-nos e nós lhes respondemos.

Concluamos este breve recordação do mestre, ou no fundo de cada ser que para nós foi importante ou muito amámos:  quando tal ser parte não ficamos sós, pois a nossa alma continua a estar  em sintonia com ele, agora já no mundo espiritual, pelo que se nos interiorizarmos em oração e meditação, com o nosso coração grato e em amor por tal amizade e comunhão, abriremos canais e receberemos energias e bênçãos que alargarão e aperfeiçoarão a nossa alma espiritual  e a sua cooperação no bem na Humanidade e em ligação com a Divindade!


quarta-feira, 27 de março de 2024

Subidas às montanhas, comunhões com a Natureza e o Divino. Do diário de 2005, mas perene nos seus ensinamentos...

                              

Nascer do Sol, o cor de rosa tingido nos farrapos de nuvens anuncia-o no horizonte e aí vou eu [junto a Sirvozelo no Gerês transmontano] serra acima para o contemplar tanto mais que a Lua Cheia ainda brilha serena e distante  nas bandas descendentes do Sudoeste.
Uma extensa neblina cobre dum manto o recorte das montanhas à volta e só o lado sul parece desanuviar-se com nuvens em raios concêntricos que
se destacam ainda ao serme batidas pelos ventos solares e coloridas de sucessivos cambiantes do que se pode ver do espectro solar e intuir do Amor.
Um corvo crocita espantado por me ver de joelhos escrevendo sobre uma pedra tipo betilo piramidal enquanto o meu coração flameja. Assobio-lhe para o sossegar e não agitar os ares, tal como ontem fiz a um cão muito surpreendido ou assustado
por me ver encavalitado no penedo encostado ao grande carvalho, durante o meu passeio lunar à uma da manhã.
Despedi-me da Lua, acompanhando o seu subtil desaparecer por entre a neblina baixa, e religo o Céu e a Terra em invocação e oração... 

                                                             II -
Correr, cansado das batalhas anteriores, para alcançar a Lua Cheia na montanha, como se corressemos para salvar o mundo, como um incêndio que queimasse já as florestas antigas e valiosas...
Salvar, preservar as grandes realizações da humanidade, proteger, guiar os que serão os futuros criadores e realizadores, eis uma tarefa digna dos cavaleiros do santo Graal, veio íntimo ou secreto de alguns...
Ajudar os jovens, as pessoas a encontrar os caminhos ascensionais.
E assim eis-me a comemorar a Lua Cheia com as fragas graníticas que me rodeiam por todos os lados, encostado a uma que me serviu primeiro de altar e de pedra de ara e agora de escrivaninha.
Voa uma perdiz, pia um pássaro desconhecido, geme um chocalho ao longe e o vento não para de soprar e o céu está tingido de negro. Paulatinamente, concelho a concelho, Portugal vai ardendo pela incúria da corja governativa que nada tem feito para o evitar. Será preciso uma revolução?
                                                           III
Aos montes...
Juraria por mil anos que paisagens como estas satisfariam as almas de muita gente. Eis-me pois  bem-aventurado, recebendo os eflúvios telúricos e aquáticos, vegetais e animais que se desprendem.
Esta Natureza Primordial presente na montanhas dispensa, ilude, escapa a palavras e definições. Está, e a nós resta-nos sermos com ela. Tudo está perfeito.
Estas brisas suaves portadoras de Esperança, este chilrear de insectos e de aves cheios de ritmo, este  sopro mais forte do vento abanando árvores e segredando murmúrios divinos, estas cores verdes, amarelas e azuis que nos envolvem, que gratidão não há-de brotar como nascente em nós e derramar-se até vós, ó Senhor ou Senhora da minha alma?
O galo que dá os bons dias aos vales e montes, o cão fiel aguardando no solo, os sinais das nuvens no céu, o meu peito aberto e infinitizado, sou um com o Universo.
Este caminhar sereno e suave atento a todos os sinais do céu e da terra, não sei que melhor pode fazer à alma, progressivamente tornada Um com o Cosmos.
Aqui cada momento da estrada, comunica-nos um estado de espírito. Bem aventurados os puros do coração, pois esses captarão o Amor, infinito, cósmico, omnipenetrante.
Este Amor que eu saúdo e me enche, envio a quem me amar mais em raios e setas coloridas, iluminando a sua alma e cérebro, tornando-a mais inteligente e feliz, harmonizando tudo à sua volta.
Tudo porém na caminhada é transitório e para trás vai ficando. Do pensamento, apenas a consciência pura reflexo do tal Espírito primordial subjacente a tudo e com o qual devemos comungar e até, se conseguirmos, como Divino adorar.
Recebe então estas forças, ó alma amada, para a tua caminhada, paz e fluidez com o Sopro.
Este caminhar sereno e beatífico, que une o Céu e a terra, não posso deixar de exaltar e a todos convidar e nele participar. Aqui nuvens e anjos estão presentes e das pedras dos muros às formigas e fragrâncias tudo nos fala de Deus, mistério alquímico a ser desenterrado e perseverado, Cristo ou Buda em nós ressuscitado, linguagem das aves entendida, numa comunhão infinita com a Natureza...
Agosto, 2005...

segunda-feira, 25 de março de 2024

Diálogo com Marcelle da Costa Pina: os Mahatmas, Oshawa, J. Weiss, B. Spalding, Flammarion, Blavatsky, Sinnet.

 Das folhas dum diário dos anos 80.

«Lisboa, manhã na Biblioteca Nacional a consultar obras de religião e espiritualidade antigas; à tarde, conversa das 15 às 18, na sua casa aos Anjos, com Madame Marcelle Costa Pina, uma esoterista e teósofa, que casara com um português, frequentava a Sociedade Teosófica e em especial o ramo dirigido pelo engenheiro ou irmão Manuel Lourenço e onde eu fui algumas vezes, numa até para falar da sabedoria da Índia, após a minha estadia nos ashrams da Índia durante um ano. Encontra no blogue outra comemoração dela: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2023/03/marcelle-costa-pina-uma-esoterista-luso.html

                                                         

Contou com mais interesse o seu conhecimento de George Oshawa (1893-1966), o fundador ou divulgador da macrobiótica [grande vida, baseada no equilíbrio das duas forças,  Yin e Yang, segundo a medicina do Extremo Oriente] no Ocidente. Fumava muito, mas dizia que o fumar era yang e que o fumo que saía era yin. [Ou seja, que o fumar, ao inalar fogo e calor, concentrava a pessoa, ou yanguizava, masculinizava]. A mulher, Lima, era muito bonita, mas frágil, pois partiu quando a conheceu duas costelas e depois um pulso. [O seu nome, Lima, baptizará, na Bélgica, a marca mais pura e antiga de produtos biológicos utilizados na alimentação macrobiótica, cultivados numa comunidade, onde anos depois estive uma semana a trabalhar e que ainda hoje produz e exporta bons produtos biológicos de origem japonesa, tais como o Miso, Tamari, Gomasio, Soyu, raiz de rábano, algas, wasabe, amasake]. Com o seu sorriso brincalhão mas modesto e tímido, Madame Marcelle diz que quase todos os macros, ou praticantes da filosofia e dieta macrobiótica,  tinham pouca saúde e mau ou enfezado aspecto. 

Quando esteve no Japão conheceu o mestre Masahiro Oki [1919-1985] no seu templo riquíssimo, e foram visitar uma princesa que vivia numa floresta num ambiente de uma pureza fantástica e que ele como mestre a inspirava. Oki teve uma vida muito aventureira e viajadíssima e o seu Oki Yoga é uma síntese de várias tradições.

Para Madame Marcele o livro muito volumoso da Cosmogonia de Urântia,  é o que de melhor conhece em termos de esoterismo, diremos cosmogónico. Soube dele através de Jacques Weiss (1894-1987), o tradutor para francês, e que já traduzira uma obra de Baird Spalding e outra de Alice Bailey, e que levou treze anos, iniciados em 1957, e com ajuda de outras pessoas,  para completar tal tarefa, pois a obra é mesmo grande, cerca de 2.000 páginas e fora redigida ao longo de alguns anos por pessoas que receberam o seu conteúdo de supostas entidades celestiais,  sendo publicada finalmente em 1955 em Chicago, como uma nova revelação religiosa e a sua autoria colectiva ficou sempre misteriosa.

                                                                Jacques Weiss
                                                                        Jacques de Weiss
                                                                        Baird T. Spalding in 1935
                                                                     Baird Spalding

  Conta que Jacques Weiss levara vinte anos anos a procurar até encontrar Baird Spalding (1872-1953) em Nova Iorque, vindo a traduzir a sua obra Life and Teaching of the Masters of the Far East, publicada 1924, e que posteriormente estivera na Índia onde teria contactado os mestres de que Baird Spalding fala no seu famoso e encantador  que eu também lera e admirara na sua beleza e elevação, algo cor de rosa além do dourado... 

Paul Brunton, um jornalista e escritor, e que equilibradamente se aproximou da espiritualidade e da Índia, tendo deixado dos seus encontros com Ramana Maharishi páginas bem valiosas.
Há porém muita muito efabulação seja em tais contactos, e Paul Brunton (1898-1981) desmistificou tais descrições fantasiosas dos mestres quando o recebeu durante umas semanas com 14 discípulos na Índia, em 1934, na realidade a única vez que Spalding estivera na Índia, sendo pois as suas descrições e histórias do livro inicial mera imaginação (embora ele se defendesse com o ter estado na Índia e no Tibete em viagens astrais),  num linha miraculosa que vinha  dos mestres  descritos pelos membros mais visionários da Sociedade Teosofia e que depois prosseguirá nos Mestres Ascensos, da Nova Era, de Elizabeth Claire Prophet e outros, nos quais a imaginação já corre à rédea solta, nomeadamente quanto às mensagens ou canalizações recebidas dos mais extravagantes nomes de mestres e mestras e com mensagens muito idênticas e sem nada de original.

Jacques Weiss, que se dedicou totalmente ao sonho da divulgação da Cosmogonia de Urantia, tendo ainda escrito um livro sobre a Sinarquia, inspirado na obra de Saint Yves d'Alveydre, e que eu lera, acabará por morrer em 1987 desiludido e derrotado pelos dirigentes da Fundação da Cosmogonia de Urântia que, segundo Marcelle Costa Pina, o traíram por vários modos durante anos de litígios, sobretudo após a morte do médico psiquiatra William S. Sadler, o iniciador da obra e depois detentor dos direitos e que se dera muito bem com Jacques Weiss. A Cosmogonia de Urântia,  misteriosa na sua feitura e abordando nas quatro partes em que está dividida a Divindade, o Cosmos, a Terra, e Jesus com o seu ensino religioso, é de uma impossibilidade quase total de se confirmar e parece-me contudo mais uma especulação imaginativa muito forte assente nos conhecimentos científicos, filosóficos e esotéricos vigentes na época mas criando com originalidade uma descrição de uma estruturação hipotética do Universo e do ser humano nela.

Madame Marcelle também conheceu Gabrielle Renaudot Flamarion (1877-1962) a secretária e mulher de Camille Flamarion (1842-1925), o reputado astrónomo e cientista que participava nos encontros e pesquisa espíritas e que ainda se encontrou com Blavatsky e alguns teósofos, tendo sido vice-presidente de 1880  até 1888 da Societé Theosophique des Esprits de France, fundada em 1879, sociedade esta que não mantinha relações com a Sociedade Teosófica.  A primeira fundação oficial da sociedade Teosófica em França foi a Societé Theosophique d'Orient et d'Occident fundada em Junho de 1883 e tendo como presidente Marie, Condessa de Caithness, mais conhecida como a Duqueza de Pomar e que veio a ser muito dinâmica no desenvolvimento teosofista em França.
Flammarion escreveu alguns livros sobre a vida depois da Morte, que foram traduzidos em muitas línguas nomeadamente em Portugal e Brasil, tornando-se clássicos das tentativas de se provar a sobrevivência dos espíritos no além.

Numa das famosas cartas dos Mahatmas ou mestres ocultos do Oriente que Helena P. Blavatsky teria recebido por materialização, e proviria  do mestre  Koot-Humi, encontramos uma referência a Camille Flamarion e, pela curiosidade da fama (se é vera...) dele ter chegado aos Himalaias, reproduzimo-la: «Entre os membros eruditos da vossa sociedade [a Sociedade Teosófica], tendes um Teosofista que, sem estar familiarizado com a nossa doutrina oculta, captou intuitivamente, a partir de dados científicos, a ideia de um pralaya solar e do seu manwantara nos seus inícios. Refiro-me ao célebre astrónomo francês Flammarion - "La Resurrection et la Fin des Mondes" (Capítulo 4 res.). Ele fala como um verdadeiro vidente. Os factos são o que ele supõe, com ligeiras modificações»

Também na famosa obra  intitulada Budismo Esotérico, mas que da religião budista do Pequeno ou do Grande Veículo nada tem, e que Fernando Pessoa leu na época e mencionou criticamente, no 11º capítulo intitulado  Universo,  o teosofista A. P. Sinnett, que clamou ter recebido também cartas dos misteriosos mahatmas, rivalizando nisso com Blavatsky e com William Q. Judge, talvez com cartas ainda mais suspeitas de terem outro autor senão ele,  inclui as ideias de Flammarion sobre um planeta que chega ao fim da sua vida e mostra o seu domínio dos fins últimos da manifestação, manwantara:   «O astrónomo francês Flammarion, num livro chamado La Résurrection et la Fin des Mondes, abordou uma concepção desta materialidade derradeira. Os factos são, estou informado [pelos mestres ou pela leitura de Blavatsky...], com ligeiras modificações, muito semelhantes às suas suposições. Em consequência do que ele considera como refrigeração secular, mas que mais verdadeiramente é velhice e perda de poder vital, a solidificação e a dissecação da Terra chega finalmente a um ponto em que todo o globo se torna um conglomerado relaxado. O seu período de reprodução já passou, a sua descendência já está toda nutrida, o seu período de vida está terminado. Por isso, as suas massas constituintes deixam de obedecer às leis de coesão e agregação que as mantinham unidas. E tornando-se como um cadáver, que, abandonado ao trabalho de destruição, deixa cada molécula que o compõe livre para se separar do corpo e obedecer no futuro ao domínio de novas influências; "a atração da lua", sugere M. Flammarion, "empreenderia ela mesma a tarefa de demolição, produzindo uma onda de partículas terrestres em vez de uma maré aquosa". Esta última ideia não deve ser considerada como sendo apoiada pela ciência oculta, excepto na medida em que possa servir para ilustrar a perda de coesão molecular no material da Terra[3].»

Diz-me ainda a Madame Marcelle Costa Pina que o Cristo Mikael é apenas um dos filhos de Deus, segundo a Cosmogonia de Urântia , e não a 2ª pessoa da Trindade. [Mais concretamente que Jesus seria a manifestação terrena de Miguel de Nebadon, um dos 700.000 Filhos  Criadores, ou Filhos do Paraíso de Deus. Um terço da Cosmogonia de Urântia trata da vida de Jesus e dos seus ensinamentos, e se há aspectos que parecem curiais outros não, e visão que é dada assenta tanto em estudos (que não são referidos como bibliografia já que a obra teria sido recebida, por William S. Sadler e um grupo de discípulos, de entidades celestiais) como sobretudo  em imaginações e especulações sobre a real identidade de Jesus, o ungido, o Cristo, e sobre a Divindade, o Universo, o ser humano.]

Conta-me que um dia que um ilustre conferencista no fim da sua preleção lançara uma pergunta à assistência na qual ela estava: «Qual será o futuro da Humanidade? E sentiu ou ouviu alguém segredar-lhe ao ouvido: - Uma estrela. Para ela, a estrela seria o Universo, mas eu contrapus-lhe: - A estrela é a chispa divina que está em cada ser e é a sua essência e não teremos que  passar muito tempo antes que ela seja mais realizada por cada um de nós, que assim se passa a auto-conhecer e a identificar com a sua subtil mónada, centelha ou estrela, que por vezes gera sons nos ouvidos, vozes mentais, imagens, estados de alma, ou se desvenda mesmo no visão interna.

domingo, 24 de março de 2024

António Guterres denuncia o genocídio dos Palestinianos e a perda da credibilidade do Ocidente.

                                  

 A partir de notícias recolhidas em meios de comunicação internacionais:

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a única forma eficaz e eficiente de entregar bens alimentares mais substanciais que satisfaçam as necessidades humanitárias da população de Gaza é por estrada, e não por paraquedas norte-americanos...
António Guterres fez estas declarações durante uma visita ao Egipto, no domingo, após uma visita aos portais da Faixa
sitiada de Gaza , no posto fronteiriço de Rafah, no sábado, 23 de Março, onde se apercebeu e se indignou com o sadismo israelita que está a provocar a morte diária de várias crianças e mulheres por subnutrição.
Guterres alertou para o impacto que a longa guerra genocida de Israel contra Gaza está a ter em todo o mundo, e como isso se reflectirá historicamente tanto sobre Israel como sobre o Ocidente
"O ataque diário à dignidade humana dos palestinianos está a criar uma crise de credibilidade para a comunidade internacional", afirmou.
António Guterres apelou de novo a um cessar-fogo imediato para aliviar "a situação das crianças, mulheres e homens palestinianos que lutam para sobreviver ao pesadelo na Faixa de Gaza, ameaçada e sujeita à morte por fome."

                                                            Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse ...
"Olhando para Gaza, quase parece que os quatro míticos cavaleiros do Apocalipse, da guerra, da fome, da conquista e da morte, estão a galopar por ela.  O mundo inteiro reconhece que já é tempo de se silenciarem as armas e garantir-se um cessar-fogo humanitário imediato."

                                                        
Com efeito, as Nações Unidas têm alertado repetidamente para a fome no território palestiniano, em particular no norte, zona que tem sido em grande parte cortada das entregas de ajuda da comunidade internacional, pois militares e colonos israelitas mais desumanamente sionistas e genocidas impedem a chegada de tal ajuda humanitária mínima por camiões.
António Guterres reafirmou que os palestinianos em Gaza "precisam desesperadamente do que foi prometido - uma grande enchente de ajuda, e não gotejamentos, gotas", acrescentou.

 Guterres disse ainda no Domingo, 24, que a sua visita aos portões da Faixa de Gaza sitiada no posto fronteiriço de Rafah, no sábado, tinha como objetivo principal "enviar uma mensagem forte sobre a necessidade de parar a agressão e de a comunidade internacional cumprir os seus deveres com decisões e não apenas com palavras", sublinhando que os palestinianos estão a sofrer uma grave escassez de alimentos e bebidas e a propagação de várias doenças infecciosas.
"Temos todos de chamar a atenção e pôr termo a este sofrimento imediatamente. É da nossa responsabilidade", sublinhou o secretário-geral das Nações Unidas, e, reafirmando o seu apoio corajoso e firme quanto à justiça em Gaza, disse: "Ninguém conseguirá silenciar a minha voz".

Israel desencadeou uma guerra genocida na Faixa de Gaza desde o dia 7 de Outubro,  em resposta a um ataque localizado do Hamas, com quem já se encontra em luta há anos. Mais de 32.000 Palestinianos, sobretudo mulheres e crianças, foram mortos em Gaza e mais de 74.000 feridos. Quanto aos traumatizados não terão quase fim....

                                                
O regime do mais que criminoso psicopata Netanyahu, contestado há meses e meses por milhares de israelitas não sionistas como ele,  impôs um cerco total ao território, cortando a gasolina, a electricidade, os alimentos e a água aos Palestinianos que tentam sobreviver nessas condições infrahumanas, enquanto norte-americanos e União Europeia continuam a apoiar, com quatro raras excepções (tal a Irlanda e a Espanha) um genocídio comparável ao Holocausto dos judeus, ciganos e outras minorias por parte do nazismo alemão na 2ª grande Guerra.

Tendo em conta que vai haver brevemente uma votação nas Nações Unidas pelo cessar fogo imediato e que os USA se encontram em ano de eleições, espera-se que este apelo dum político cristão e português encontro eco nas consciências vendidas e insensíveis dos responsáveis norte-americanos de modo a que deixem de fornecer armas homicidas e ponham fim  à criação de consequências mortíferas para toda a região e seus povos. [E assim aconteceu de facto, a 25, a votação do Cessar Fogo imediato foi aprovada pelas Nações Unidas, com os USA abstendo-se. Resta ver até onde vai o excepcionalismo israelita sionista.... ]

sábado, 23 de março de 2024

Quem são os responsáveis pela mortandade de 150 inocentes em Moscovo? Quais as consequências? O que podemos fazer?

                                        

O assassínio de cerca de 150 russos e moscovitas a sangue frio numa noite de começo de fim de semana quando assistiam a um concerto de música numa dos grandes parques da capital, certamente que entristeceu muita gente, mas nem toda pois sabemos que na Ucrânia alguns mais cheios do ódio aos russos celebraram visivelmente o acontecimento e muitos outros nos meios anti-russos se alegraram. 

Mas já é certamente perigoso adivinharmos o que pensaram, ou mesmo quantos proferiram interiormente o "toma", e na sua insensibilidade anti-humana se alegrando até, entre Jens Stoltenberg, Macron e Sunak, Ursula von Pfizer e Michel, Scholz e Annalena, Boris Johnson e Liz Truss, esta, dois dias antes do atentado, declarando numa entrevista que «temos de permitir aos Ucranianos utilizarem todas as armas possíveis e todas as tácticas possíveis», no fundo um convite e estímulo a este tipo de crimes....


Para a Ucrânia se encaminhavam  alguns dos onze assassinos, todos eles já detidos, seja para fugirem seja para receberem o resto do pagamento pelo trabalho realizado, como já houve um que o confessou. Não eram pois terroristas fundamentalistas islâmicos que desejam morrer como mártires nos seus ataques mas apenas mercenários assassinos, contratados no Tajiquistão para um crime grave, ainda que naturalmente alguns possam ter provindo das zonas islâmicas onde os USA têm ao seu serviço grupos rebeldes ou terroristas, caso do norte da Síria, Idlib...

Quem lhes pagou parece estar a tornar-se evidente que terão sido dirigentes do regime Ucraniano, ainda que pouco minutos depois do atentado os USA informassem de que não tinha sido a Ucrânia a responsável, e a Reuters, talvez a principal boca oficial da manipulação mundial, tivesse publicado uma declaração do ISIL de que eram eles os culpados. Contudo, um dos responsáveis dos serviços de Defesa Ucraniano já sinalizou irónica e sadicamente que faz parte da política actual o regime de Kiev ir visitar assim a Rússia...

Como sabemos há uns dias Vladimir Putin anunciou que a Federação Russa, que iniciara a luta contra as correntes nazis, extremistas e anti-russas na Ucrânia a pedido dos cidadão da região de Donbas em Fevereiro de 2022, no que se denominara uma operação militar especial de desnazificação, passara agora a considerar-se em estado de guerra com a Ucrânia, e logo com a NATO, USA e UE que a apoiam.

O facto da Ucrânia estar lentamente, mas cada vez mais visivelmente, a perder em toda a frente de batalha, como já era evidente há meses, apesar de toda a propaganda ao contrário da CNN e dos Milhazes (independentes e bons pode ouvir Scott Ritter, Douglas MacGregor, George Galloway, Great Project, Borzzikman e Military Summary), apesar de todo o constante apoio monetário e de armamentos, de conselheiros da NATO e de mercenários, tem levado mesmo alguns dos dirigentes ocidentais, mais vendidos à oligarquia mundial financeira, ao Fórum Económico Mundial e aos Estados Unidos, a quererem enviar tropas os seus países para lutarem com os ucranianos contra os russos, nisso se destacando os pequenos na qualidade Sunak e Macron mas grandes no belicismo e vaidade...

O recurso a métodos terroristas de atentados a civis em grande escala é outro meio extremo anti-russo mas que ainda mais demonstra a derrota moral e real do regime de Zelensky. Ora face a este atentado que matou num dia demasiados cidadãos inocentes três perguntas nos desafiam.

Quem pagou os assassinos? Foi a Ucrânia falida ou  não terá sido, mesmo que indirectamente, antes a Europa que derrama biliões de euros para os extremistas do regime de Zelensky? O que disseram até agora os ineptos, arrogantes e criminosos dirigentes da União Europeia, mesmo na sua hipocrisia? Apenas o lamentou o menos desequilibrado Joseph Borrel, que já em relação ao genocídio do povo da Palestina, apoiado por Ursula von der Pfizer, também se distanciara dela. Ursula assinalou na rede social X a "condenação do atentado clamado pelo ISIL". Mas se já se sabe que eram apenas cidadãos do Tajakistão contratados pela embaixada Ucrânia e tal hipótese não foi confirmada verdadeiramente por eles, porque mente a desgraçadamente inepta da Ursula?

Segundo, o objectivo de precipitar a Europa numa guerra alargada que a destrua ou a enfraqueça  mais, vai ser conseguido? O facto dos USA ter avisado os seus cidadão para evitarem grandes ajuntamentos e a sinistra Victoria Nuland ter ameaçado há pouco tempo que a Rússia iria ter algumas surpresas desagradáveis, indica que sabiam já do que estava em contagem decrescente de efectivação assassina? Como será a reacção do Kremlin, do governo russo, de Vladimir Putin, da população russa, desvendados os principais responsáveis do atentado, estando já detidos onze agentes materiais? 

E sabendo-se já que foi a embaixada Ucraniana no Tajakistão que contratou e pagou os assassinos, o que irá resultar, como poderão ser detidos os funcionários diplomáticos?

Victoria Nulan (a arquitecta do golpe nazi e anti-russo de Maidan), a principal responsável, com Boris Johnson e os mais extremistas da Ucrânia, por não ter havido acordo em Fevereiro de 2022

Terceiro, o que devemos sentir nós em relação aos intervenientes? Qual a nossa posição enquanto cidadãos do séc. XXI que querem trilhar o caminho do bem, da justiça, da verdade?

Pois naturalmente, que se apure a verdade, se faça a justiça legal e se tente encaminhar as pessoas, ainda tão violentas, ignorantes e mergulhadas no ódio, para o Conhecimento, o Bem, a Fraternidade e o Amor, ainda que seja tarefa difícil por haver ainda por múltiplas razões muitos corações nesses estados de insensibilidade, violência, fanatismo, mal...

                                        

Resta-nos orar para que a guerra termine o mais cedo possível, que o regime de Zelensky termine e a Ucrânia irmã eslava da Rússia ressurja, que a Europa, a NATO e a USA deixem de ser terroristas e imperialistas e, que com a oligarquia do dólar e do euro aceitem a inevitável multipolaridade do mundo, a desdolarização dele, fazendo as pazes e procurando o diálogo e a cooperação pela prosperidade planetária e não só de uma elite ocidental ou a ela coligada. 

E sobretudo orar pelas almas prematuramente arrancadas dos seus corpos e evoluções, e por todos os feridos e os familiares e amigos destroçados, invocando ainda as bênçãos dos santos ou starets russos e os Anjos e Arcanjos da Rússia...

S. Serafim de Sarov, um dos principais mestres ou starets russos

Muita luz, paz, amor, forças para elas... A vida e a luta continuam... Que as bênçãos femininas e divinas harmonizem todas essas pessoas...