Continuamos com a 2ª leitura comentada de extractos do 3º capítulo do livro A Imortalidade da Alma, no qual Leonardo Coimbra apresenta as suas ideias, memórias e experiências acerca da morte e da imortalidade.
No 1º vídeo, de homenagem a Leonardo Coimbra no seu 137º aniversário e contextualizando-o, lemos uma descrição de impressões de criança, e a menção às orações de quem «pedia memória dos vivos para os mortos que se foram na tranquilidade dos seus campos ou no tumulto e vastidão das águas do Mar», oração que José V. de Pina Martins também me contou ouvir na infância, do seu pai, em Penalva de Alva. E continuámos, lendo-o a mencionar rapidamente as concepções de morte na antiguidade, nomeadamente Grécia e Egipto, «Já no velho Egipto a vida imortal tinha a sanção duma Justiça tocada de bondade», dizendo depois Leonardo: «Todas as religiões são noticiosas desse além e as suas notícias são interpretações da morte à luz da vida moral que os homens se vão fazendo, por vezes, à luz duma moral tão alta que aparece como uma revelação perdida nos tempos ou uma saudade da original perfeita edénica.
Ao lado dessas sínteses, dessas disciplinas da Morte, nunca deixaram os homens de colher e contar factos avulsos, que formam em toda a parte uma larga zona de mistério banhando todas as banalidades - feiticeiras, encantamentos, mouras que ao luar choram seculares saudades, espectros alucinatórios», narrando em seguida um visão de uma camponês dos seus sítios, «numa ourela do rio Tâmega».
Realcemos a expressão «de sínteses, de disciplinas da Morte» em relação às concepções, morais e espirituais que o ser humano conseguiu erguer a partir das suas sensações, crenças e práticas psico-espirituais, por vezes atingindo uma compreensão ou moral tão elevada que é já uma reminiscência (saudade) ou visão-sentimento-clarividência do estado de vida espiritual antes de termos descido ou caído na manifestação e finalmente no corpo animal terreno.
Narra depois algumas histórias semi-fantásticas e em seguida casos de psicometria e de telepatia, que ele aceita, nomeadamente as vivências dos escritores Silva Passos e Souza Costa, e terminámos esta 2ª leitura com uma das objecções postas por ele quanto ao espiritismo, que ele investigou com entusiasmo e rigor, tal como transmitiremos na próxima leitura e artigo, investigação complexa de ser sintetizada em 23 minutos de vídeo pois Leonardo Coimbra dedica ao assunto 80 páginas neste seu sexto livro, não datado, mas que sabemos ser de 1918, de 270 páginas, na edição original da Renascença Portuguesa.
Oiçamos então o inspirado Leonardo Coimbra e sua demanda do espírito imortal, com comentários, julgo que enriquecidores e ampliadores...
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