A Unidade das Religiões, numa pintura indiana inspirada nas vivências de Ramakrishna, mestre que Bô Yin Râ refere. |
Pintura de Bô Yin Râ, também sugestiva do cerne íntimo da Unidade das Religiões. |
A Unidade das Religiões, cap. XIII do Livro do Deus Vivo, Das Buch vom Lebendigen Gott, de Bô Yin Râ.
«Em todas os ensinamentos religiosos do mundo encontra-se no cerne:- a Verdade última, - mesmo quando este cerne se reveste muitas vezes dos mais bizarros invólucros...
Ociosa, presunçosa e descabida seria porém discutir onde é que tal Verdade se deixa ainda reconhecer mais pura.
Quem souber retirar cuidadosamente todos os invólucros, irá encontrar por fim em todas as verdadeiras "religiões" o grande ensinamento da existência do eterno Homem-Espírito, que outrora estava unido ao seu Deus e que dele caiu porque no seu "Eu" se desligou do seu Deus.-
É-lhe anunciado um "Caminho", que outra vez o leva para o alto, para que finalmente se una de novo ao seu Deus, em si mesmo, no seu próprio "Eu".
«Em todas os ensinamentos religiosos do mundo encontra-se no cerne:- a Verdade última, - mesmo quando este cerne se reveste muitas vezes dos mais bizarros invólucros...
Ociosa, presunçosa e descabida seria porém discutir onde é que tal Verdade se deixa ainda reconhecer mais pura.
Quem souber retirar cuidadosamente todos os invólucros, irá encontrar por fim em todas as verdadeiras "religiões" o grande ensinamento da existência do eterno Homem-Espírito, que outrora estava unido ao seu Deus e que dele caiu porque no seu "Eu" se desligou do seu Deus.-
É-lhe anunciado um "Caminho", que outra vez o leva para o alto, para que finalmente se una de novo ao seu Deus, em si mesmo, no seu próprio "Eu".
Mas porque este ensinamento é demasiado espiritual e demasiado simples para ser compreendido superficialmente pelo Homem, afundado como está na complexidade do culto dos sentidos, assim ele próprio acumulou fantasias em torno dessa última e profunda Verdade e libertador Ensinamento, até que por fim, perante tamanho emaranhado, cheio de frutos pretensamente importantes, não soube mais descobrir o ensinamento da Verdade.--
É verdade que ele intui ainda que por detrás desse emaranhado e dos seus frutos balofos estava antigamente visível a Verdade e, portanto, ele agarra-se ainda com persistente teimosia ao que chama a “sua crença”, a todas as formas inchadas, com que ele antigamente encobriu a Verdade, - e com as quais a deixou ficar completamente sufocada...
Em muitos dos mais elevados ensinamentos das religiões antigas será sempre possível encontrar de diversos modos o conhecimento velado da existência de alguns Homens-Espírito, que não sucumbiram à queda e que, de algum modo actuam nesta Terra, como altos Auxiliares dos seus irmãos na escuridão, para os libertarem de novo das suas cadeias da animalidade terrena...
As sagas religiosas antigas relatam como estes Ajudantes espirituais apareceram de tempos a tempos aos seus irmãos humanos, ou como entre os "justos" escolheram os seus enviados, que por sua vez deveriam no seu meio espalhar a "Luz" entre os que se debatiam nas trevas...
É frequente aparecer o nome de um Santuário das altas Montanhas, - da Montanha da Salvação, e das montanhas "Sagradas", da qual vem a Ajuda deles...
É verdade que encontramos agora tais palavras e ainda muitas outras carregadas de elevados sentidos nos livros sagrados de todas as religiões antigas, só que já ninguém sabe o que elas nos querem dizer, e tomam-se como imagens alegóricas, ou no máximo como significados simbólicos, e interpreta-se desta forma o evidente em erro auto-gerado .--
Mas a sabedoria de todas as religiões antigas provinha primordialmente apenas do ensino do Homem pelos seus irmãos mais elevados unidos ao Espírito na "Luz" eterna...
Os seus "Filhos" e "Irmãos" no Espírito, escolhidos entre os homens terrenos, tentaram outrora exprimir a única Verdade sob as mais diversas formas, para trazerem a "Luz" no modo mais adequado a cada tipo particular da humanidade terrena...
A sua força auxiliadora sustentou todas estas revelações...
Aqui está descoberta a única "Fonte Primordial", donde brotam todas as antigas e verdadeiras religiões da humanidade!---
Onde estão, porém, os instrutores actuais destas religiões, que ainda sabem o que eles dizem com as palavras dos textos antigos??!—-
Todavia, também ainda hoje, tal como antigamente, os elevados Auxiliares espirituais da Terra:- os nossos Irmãos não caídos,- vivem em estado espiritual na eterna substância Espiritual, e também hoje consagram como outrora nas coisas da Vida espiritual e na última Verdade pré-existente, os que se queriam tornar um dia os seus "Filhos" e "Irmãos" no mundo visível e que eles encontraram logo a seguir à queda da Luz...
O Homem terreno caiu tão fundo que sem um degrau intermédio não alcançará os mais elevados e nunca caídos Auxiliares espirituais.--
É por isso que preparam os espíritos humanos a fim de que eles, depois do nascimento terrestre, encarnados no corpo terreno, possam constituir esse " degrau intermédio" ...
Neles e através deles actuam os altos Auxiliares, a fim de que a Humanidade desta Terra nunca permaneça sem a sua ajuda.---
Jamais houve uma época em que se desconhecesse existência desses Irmãos actuantes e auxiliares no corpo terreno.
Em todos os povos se encontram.
Quem tem ouvidos, para ouvir, sentirá muitas palavras de todos os tempos, as quais "a carne e o sangue" jamais poderão patentear...
Quem quer chegar à verdade, escute tais palavras!
Elas irão interpretar-lhe muitos segredos, - e afastar muitos véus, que ainda lhe escondem o reconhecimento da Sabedoria última.--
Exige também só pouca perspicácia distinguir-se os falsos profetas, que berram às multidões nos mercados e que lamentavelmente têm tão pouco a dizer, dos silenciosos Actuantes, os Irmãos dos Portadores da Luz Primordial.
Onde uma nova seita, que a si própria também orgulhosamente se permite denominar nova “religião", se tiver instituída sobre os escombros de antigos templos, não devereis verdadeiramente supor que os Portadores da Luz Primordial possam estar escondidos por detrás de tal actividade!-
Podereis bem mais acreditar nos Principados do Abismo no invisível deste mundo físico:- os súbditos e vassalos do "Príncipe das Trevas", em acção em tais instituições, mesmo quando é pregado vaidosamente o "Amor" e ressoem lá muitas “grandes” palavras cheias de unção...
O que os Actuantes da Luz têm, todavia, para vos dar, chega-vos hoje, quando não podeis mais livrar-vos de "religiões" nem de tudo aquilo a que dais esse nome, certamente não como uma "nova religião"!
Trata-se, porém, da mesma Verdade, que dormita no mais profundo cerne das antigas e autênticas Religiões.---
Só se trata de descascar o invólucro deste cerne e mostrar-vos em novas imagens claramente compreensíveis, o que permanece há muito aí como "religião" sem o saberdes interpretar, adaptadas ao vosso tempo e a dias futuros, para que possais inclinar-vos de novo em veneração perante o que contêm em si todas as religiões genuínas.--
A Verdade "nua", nem um Irradiante da Luz Primordial vos poderá mostrar!
Tereis vós de a desvendar na quietude, - no vosso íntimo.---
Só em vós próprios poderá a maior maravilha atestar-se na Realidade!
Só no próprio "Eu" podereis reencontrar um dia, o que perdestes antes da vossa vida terrena!---
Não sois apenas animais da Terra dotados de uma inteligência superior, tal como vos considerais a vós próprios segundo a vossa natureza exterior e a vossa história.--
Em vós esconde-se algo bem mais profundo e elevado.-
Acostumastes-vos a referir-vos a vós próprios com a palavrinha "Eu".
Porém, ainda não sabeis o que é o "Eu" em vós próprios, -- porque o "Eu" é infinito e é vivenciável em inúmeros degraus de despertar do Ser...
Cada um destes "degraus" encontra eternamente acima dele um novo e mais elevado degrau de vivência...
Cada um destes "degraus" vê abaixo de si um número infinito de níveis inferiores, talhados nas mais recônditas profundidades...
Mas vós viveis ainda como os animais, que não trazem em si o "Eu",- mesmo que a vossa vida esteja debruada de "Ciência" e de "Arte", e a vossa existência esteja já bastante saturada de prazer.
Quando vos conhecerdes a vós próprios, então apenas podereis lembrar-vos com espanto e estremecimento dos dias de hoje vividos ingenuamente e numa mentalidade tão superficial, como se neles nada mais que todo o Ser em si estivesse contido para vós».
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