Ó musa sacra, tua aura suave inunda meus olhos
como o vento cheio de maresia a orla do oceano,
e a tua figura ergue-se como castelã benigna,
alma fecunda de obras e gerações abençoadas.
Quisera traçar no éter os signos auspiciosos
marcá-los e confirmá-los nas linhas das tuas mãos
e ouvi-los no silêncio entre as nossas palavras,
enfim alcançado o repouso do Encontro.
A graça divina permanecerá sobre nós
para cruzarmos terras e gentes
irradiando o mistério crístico, o Divino em nós.
Quisera chamar-te agora através dos ares,
sairmos das limitações envolventes
e erguer-nos na terra espiritual subtil
para como chuva fecundar Portugal.
Vivermos nas montanhas sagradas
em íntima comunhão com a Natureza e o Ser
e ainda a irradiar sobre a civilização,
cientes, mão na mão, do amor e poder divino.
As páginas do futuro que nos oferecerão?
Meditações, criatividades, elevadas uniões?
O canto das aves pergunta ao fundo da alma:
Saberás ser fiel a ti, ao Amor e à Divindade?
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