domingo, 5 de maio de 2024

Poema nas vésperas de partida para o Oriente, escrito há já uns anos..

Pintura de Nicholai Roerich. Poema escrito há uns anos nas vésperas de uma viagem ao Oriente.
 
Partir de novo em busca da Verdade
Pedir aos bonzos a sua parte a eternidade.
Mergulhar na monção e no Mekong
        atravessar ruas apinhadas e sorrisos misteriosos
até encontrar a beatitude búdica
e a verdade que o silêncio gera.

Para trás ficam a fama, a glória e o poder
dos portugueses e ocidentais
seres tantas vezes superficiais, aparte alguns
mais fraternos, corajosos, espirituais.

Oh a libertação dos desejos e das ignorâncias,
das afectividades desnecessárias ou dispersas,
partir como a andorinha no Outono
para as paragens onde o Sol não se esconde.

Aqui  está
tudo apanhado pelo dinheiro
e todos o procuram para ganhar ou gastar.
Desgastam-se as almas inutilmente
e  o fim da vida
chegainesperadamente.

Alto, parem, escutem, renasçam.
Quem somos e queremos ser, afinal?
Sombras e ilusões, eus e espíritos
ou a Divindade infinita no Seu devir?

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