Texto escrito no caderno diário quando tinha 32 anos e ensinava Agni Raj Yoga no Porto, no restaurante e centro dietético e alternativo Suribachi, ainda hoje activo, com escassos acrescentos. |
«O que é o Espírito?
Há milhares e milhares de anos que o Homem se encontra na Terra. Vestígios históricos com 7.000, ou ósseos, com 500.000 anos. Houve Atlântidas e Lemúrias? Provavelmente. E o ser humano evoluiu? Certamente. Fala-se porém nas mitologias e religiões duma Queda, dum Pecado original. Será esta a descida do Homem Espiritual ao mundo da carne, ao plano físico terrestre? E o que distingue o Espírito do Homem? Será o Homem o Espírito e o homem-corpo apenas uma imagem animal chamada a espiritualizar-se?
Homem condenado a ser Espírito ou a ser [um com] Deus?
E dos caracteres que tem o Espírito não será ainda a liberdade o principal?
O Espírito em cada um de nós, como é? [Centelha, partícula ou onda?] Como podemos tomar contacto com ele? Como podemos despertá-lo noutras pessoas? Qual a razão de ser de nós, a partir do Espírito? Ou será antes o Espírito que é o sujeito de cada um de nós, e é ele que toma contacto connosco quando for a altura própria? Por isso se falava da inspiração divina, da descida do Espírito Santo, [não se sabendo quando nem donde vinha]?
Há um culto interno secreto no peito de comunhão com o Espírito Divino. [Nele se iniciam alguns...]
O Espírito é eu. O Espírito é Divino. Logo eu tento também remover as limitações corporais e psíquicas, para deixar o esplendor e acção justa do Espírito Divino se manifestar,
Doze anos a trabalhar na procura do Espírito e da Verdade. Na ligação maior com Deus. Com o Fogo Divino, Yoga, teosofismo, Alice Bailey, Macrobiótica, Ani Yoga, Cristianismo esotérico e gnóstico, Antroposofia e tantas outras escolas, ashrams e mestres, na certeza em todos que a liberdade e a aspiração a Deus e a comunhão sábia e amorosa são as grandes linhas do Espírito.
Espírito que transborda do corpo, ou que o enche repentinamente em certos momentos.
O Espírito que está tenuamente ligado a nós. Porque temos uma personalidade atenta mais a corpo, às emoções, aos instintos e aos pensamentos do que à realidade viva dinâmica profunda libertadora do Espírito.
O Espírito é assim diferente da consciência. E é quem está por detrás dela e que não deixa o Eu ser uma entidade caótica, desgovernada ou multidilacerada.
O Espírito é a generalidade ou universalidade do bem, do belo, do verdadeiro irradiando, rompendo limites, criando novos estados de ser e de consciência em nós e nos outros.[O Espírito é uma correnteza dinâmica ainda que muito subtil.]
O Espírito é a fonte que liga o homem com Deus. E os homens e mulheres entre si.
Homens e mulheres portadores do Espírito! Como nos entusiasma esta realidade ígnea dos silenciosos adoradores e irradiadores da Presença Divina, a qual vai crescendo neles até brilhar no Eu espiritual.
Os yogis e yoginis, os que se esforçam e meditam, são os que começam esta aventura de romper as rotinas, inconsciências, fantasias e determinismos e principiam a reconhecer-se como Homens e Mulheres Espíritos.
Que maravilhosa época a de hoje, em que crescem os centros e as pessoas interessadas das mais diversas maneiras e sensibilidades nesta aventura tremenda do despertar consciencial face aos perigos, desânimos e conflitos que nos rodeiam [e tentam envolver e alienar da procura e realização espiritual e divina...]
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