quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Oração poema aos Anjos, ouvindo de Francesco d'Orso, Rêve d'un Ange, Op. 47, para piano, tocada por Phillip Sear.

Entre as partituras contidas numa pequena miscelânea do começo do séc. XX, encadernada em tela violeta, destaca-se uma  intitulada Rêve d'un Ange, nocturne pour piano, de Francesco d'Orso, acompanhada de uma apropriada ilustração ascensional na capa. Pensei que seria possível estar gravada no Youtube e assim a encontrei, tendo sido escrita em 1894. Começando a ouvi-la, leve e alegre, tendo um bloco de notas ao lado, resolvi escrever um pequeno poema, o que realizei exactamente nos dois minutos e pouco da música.

                                                            
Como frequentemente estamos distraídos dos Anjos, qualquer momento em que os possamos sintonizar, e com eles o mundo espiritual e divino, é bom, harmoniza-nos, subtiliza os nossos seentidos e assim segue a partilha da música e da oração, invocadores dos Anjos e Arcanjos, estes subtis seres que, com os santos e santas e mestres, nos inspiram à estrela do espírito, ao bem, à compaixão, ao amor, à Divindade...
 
  Anjos, vós a nós sobrevoando
E nós tão distraídos andando.
Que bom chamar e lembrar-vos:
- Anjos, vinde a nós, aqui e agora!
 
Anjos de voos rápidos,
Estabilizai-nos no coração,
Na esperança e na confiança,
Abertos à vossa inspiração.
 
Anjo pressentido, Anjo musical,
Entra mais na nossa alma,
E que estes momentos musicais
Se repitam e frutifiquem para todos.
 
Demos graças à Divindade, Anjos!
Que o nosso coração vos acolha mais!
Que vos consigamos sentir e ouvir
No nosso ser interior zumbir e sorrir!

Anote-se que a miscelânea, encadernada com umas iniciais artísticas a um canto, talvez A. C., contêm outras composições para piano editadas no princípio do séc. XX em Portugal por Neuparth & Carneiro (ou importadas por Lambertini, amigo do meu bisavô materno Higino da Costa Paulino, artista e pianista, e pela casa Sueca, de Adolphe Engestrom,) tais: Saudades, por Aníbal Moutinho, a Historiette, Naiveté musicale, dedicada à Mademoiselle Alice Pereira, por Henry Ravina, as Clochettes Argentines, por Paul Wachs, Les Papilons, por Henry Van Gael, o Fado sem Esperança, de Nuno Santos e o Fado dos Tristes Amores, com versos de Ribeiro de Carvalho e música de Amadeu Raul Dias Taborda. 
E talvez um bom melómano saiba discernir algo da personalidade da pessoa (ou do seu professor) que gerou esta miscelânea, certamente para aprender piano, e que já com um século ainda nos encanta... Boas audições e orações, sintonizações e comunhões com os Anjos, os Grandes Seres, a Divindade, o Amor...

                     

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