Nesta oitava semente da Sabedoria Persa encontramos um excerto dum poema de Hafiz
em que, na sua linha de fiel do Amor, o vinho inebriante e alquímico é exaltado. A imagem ambiental é famosa, a da estalagem ou tenda, muitas vezes no
deserto fora da vila, onde o vinho, proibido pela religião islâmica,
era derramado, vinho metáfora do amor que a secura e o
formalismo da religião ou da vida social não conseguem frequentemente
manter vivo, fresco, circulante. E assim os santos ou mais puros, ou que tal se
consideram, pode ser que um dia tenham de pedir a uma mulher ou a uma prática mais mística, a graça ou vivência unitiva que lhes faltava do Amor.
«Receio bem que os santos,
que criticam os embriagados,
venham a ter de ir um dia
dizer as suas orações na loja de vinho»
que criticam os embriagados,
venham a ter de ir um dia
dizer as suas orações na loja de vinho»
A identificação com certos ideais, doutrinas, regras de vida, comportamentos se leva a sentimentos de superioridade ou mesmo à condenação dos outros, é certamente perigosa e nociva, ao estarmos a separar-nos dos outros e ao pensarmos que detemos a verdade, ou somos melhores ou mais puros
Ora a verdade é muito mais abrangente e misericordiosa, inclusiva e amorosa que as nossas limitações, preconceitos e zelos e por isso devemos tentar desenvolver mais o amor desinteressado, a abertura do coração, a aceitação do outro, da diferença e do que aparenta ser erro, ou mesmo pecado, mal.
Na balança da alma, seja por julgamento externo seja por auto-avaliamento próprio, conta mais a abertura do coração e a irradiação do Ser Divino que está em nós para os outros, do que a separatividade, a superioridade, o conhecimento, a posse aparente da razão ou da verdade.
Se te valorizas demais, terás fatalmente de ser humilhado e rebaixado pela vida. Como podes julgar tão facilmente os defeitos dos outros sem saberes das causas e dos processos em curso? Para quê criticares, discutires e tentares convencer o outro, se para isso ele não está preparado ou disposto?
Dar mais exemplos vivos, vivenciar, solidarizar-se, eis o caminho.
Ora a verdade é muito mais abrangente e misericordiosa, inclusiva e amorosa que as nossas limitações, preconceitos e zelos e por isso devemos tentar desenvolver mais o amor desinteressado, a abertura do coração, a aceitação do outro, da diferença e do que aparenta ser erro, ou mesmo pecado, mal.
Na balança da alma, seja por julgamento externo seja por auto-avaliamento próprio, conta mais a abertura do coração e a irradiação do Ser Divino que está em nós para os outros, do que a separatividade, a superioridade, o conhecimento, a posse aparente da razão ou da verdade.
Se te valorizas demais, terás fatalmente de ser humilhado e rebaixado pela vida. Como podes julgar tão facilmente os defeitos dos outros sem saberes das causas e dos processos em curso? Para quê criticares, discutires e tentares convencer o outro, se para isso ele não está preparado ou disposto?
Dar mais exemplos vivos, vivenciar, solidarizar-se, eis o caminho.
Sê
amor, sê tu próprio o estalajadeiro que fornece o vinho do amor
fraterno e ao divino, que tanto o que critica como o que é criticado bem precisam...
Não
te deixes prender demasiado em hábitos, padrões, valores de tal modo
que percas tanto a capacidade de simpatia e amor adaptativo com o que te
rodeia, como a capacidade de estares mais em amor provindo do teu
interior, ou da reciprocidade da tua alma afim.
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