Novo ano de 2005 (e agora de 2023...). Dia frio de manhã, com neblina. Nuvens onduladas e variadas (igual...)
Demos graças a Deus.
Oh verdade do novo ano, eu te saúdo! Com o olho clarividente, Vejo-te a sair do poço E auguro planos luminosos, Mas traz o que bem entenderes, Guiada por mestres e anjos, Para a glória da Divindade E a felicidade da Humanidade.
Saibamos abrir os olhos e o coração, E assim partilhar e dar a mão, Canal central aberto e a religar, Fogo firme no Graal a brilhar, Bússola da Verdade a funcionar.
Nosso Deus e Nossa Deusa, Nós clamamos e gritamos por Vós Na noite imensa e longa desvastada pelas desgraças. Dá, aos que pedem, paz e vigor e a tua luz e espirituais graças, elevando as consciências ao Amar.
Plenifica-nos de fé e alegria, Ainda que por segundos, Com as maravilhas do universo, Que possamos ainda contemplar, e na verdade e sabedoria amar.
Ó Divindade nossa e íntima, Ajuda os que mais sofrem A encontrar sentidos vitais, Dá-lhes amor e esperança, Força e solidariedade, Meu Deus, nosso Deus.
Deeeeeuuuuusss, A soma dos eus, a Fonte dos eus, O Eu primordial, O Sol central original E nós, tuas centelhas soterradas, Possamos no coração despertar E na meditação e oração Te reencontrar.
Ó Divindade, ó fonte do Amor, ilumina o nosso ser e caminhar para na Paz e no Amor Te reencontrar, e a ignorância, mentira e opressão acabar!
Arrumando pastas de textos encontrei há pouco um de 2005, já com 17 anos mas que me pareceu valioso e perene. Ei-lo:
«2005. Abril, antes de saída para Paris e Bruxelas. Algumas vezes há pessoas que atingem uma tal chama no seu coração que quem toca nelas ou se aproxima do coração descobre esse amor infinito e sente como seria bom partilhar dele. É como uma chama num alto monte atraindo peregrinos, como o canto do cisne num lago, que apela à companheira. Há como que uma dor do coração já presente nesse estado de amor, quase final duma vida. É possível até que quem amar ou se enamorar dessa pessoa possa contribuir para a sua morte, pois é como que ela estivesse já com coração tão subtil, tão fino, que se possa derreter e deixar escapar os espíritos vitais para o céu. O meu coração está assim ígneo, imenso, ao mesmo tempo compassivo, extasiante e doador. Na solidão da vida surgem-nos estas ou aquelas pessoas perante a nossa alma e para elas o nosso olhar espiritual, reflexo da nossa essência, projecta certas energias, que a voz, os gestos, a concavidade ou convexidade da aura espelham. Prestes a deixar Portugal, quem sabe que rumos tomará meu ser neste universo tão incerto e rico? Como peregrino partirei. Como estará meu coração, lá e quando regressar? Quantos de nós conseguem na sua gnose diária descortinar a forma ou estado do seu coração?
Já regressado: Pelo menos que estejamos mais atentos, mais chegados a ele, e ele significa o ser interior que habita na nossa alma e que tem no coração a via de acesso principal. Caminhemos então na vida sabendo adorar a Deus em nós, e a termos paciência com todas as contrariedades que encontrarmos na vida, de modo a que as pessoas que se encontrem connosco sintam que a sua felicidade e bem estar melhoram ao estarem connosco. Para isto é preciso não estarmos a impor aos outros ideias, nem ir contra o que pensam. Sabermos o que elas precisam ou desejam. Estarmos ligados verticalmente, e irradiarmos até mais silenciosamente. Todos os seres estão na Terra a evoluírem e todos desejam amor, saúde, riqueza, felicidade, só que sendo os bens exteriores escassos temos de cultivar ou fazer mais culto dos bens interiores, não tão dependentes do exterior. Que bens são eles? Os antigos chamavam-lhes virtudes, outros sabedoria, outros amor, ou discernimento, ou piedade, tal Erasmo que valorizou muito a docta pietas, a sábia ou douta piedade. Escolhamos os aspectos da almas que nos parecem ser melhores e desenvolvamo-los. E irradiemos mais amor do nosso coração para todos os seres. Toda a gente anda a ensinar, frequentemente pouco sabendo, uns mais por compaixão, outros mais por necessidade de ganharem a vida. Muitas pessoas estão num ego trip acentuado e não gostam de ser criticadas ou diminuídas, ou mesmo apenas suportarem quem sabe mais. Vibrarmos então numa energia-consciência de amor, de unidade, de fraternidade, procurando não esmiuçar diferenças e defeitos, antes dando espaço livre aos outros na grande seara, é importante. Trabalharmos na nossa ligação à Divindade, estarmos conscientes dela mais momentos no dia a dia, sobretudo quando estamos em conversa com outros, é importante. Deus, a fonte de Amor, a amada como a incarnação do eterno Feminino e da Deusa mãe, o trabalho fecundo de aprofundamento espiritual e da sua transmissão a algumas pessoas, a constante ligação entre o céu e a terra, na aura e na alma bem expandida e harmonizada, eis as linhas de movimento que assinalo hoje, 11-10-2005.»
Após este preâmbulo, poderá ouvir uma breve leitura comentada que nasceu de, ao estar a trabalhar os ensinamentos e mistérios do Cristianismo, ter encontrado uma citação, de difícil
hermenêutica do Evangelho de S. Tomé, ao abrir da obra Light on Saint
John, já na 5ª edição, em 1985, escrita pelo então mestre vivo Maharaj Charan Sing (1916-1990), o
4º mestre da Radha Soami Satsang Beas, um grupo espiritual
indiano, nascido no Punjab, e que a imagem inicial deste texto patenteia os seus mestres iniciais. Significamente, quando peregrinei a Índia há muitos anos estive com um dos mestres vivos da tradição Radha Soami, familiar deste Charan Sing e, anos mais tarde, em Portugal, nas Janelas Verdes, fui iniciado por outro mestre desta linha do simran, Thakar Sing (1929-2005)...
Esta tradição está baseada em práticas espirituais que ligam com a
Luz e o Som ou Verbo, e que são sobretudo a repetição (simran) do mantra (umas tantas palavras ou sons sagrados) recebido na iniciação, a entrada na prática persistente da meditação de manhã e de noite, a contemplação da
Luz interna no olho espiritual e a audição do som ou sons internos, nisto denominada Surat Shabd Yoga.
Maharaj Charan Sing
Ora Maharaj Charan Sing comenta o Evangelho de S. João com bastante sabedoria de
realização espiritual por vivência interior, e com originalidade face
aos exegetas cristãos, algo que outros mestres indianos, tais como Sadhu Sundar Singh (1889-1929), Sri Yuktesvar giri (1855-1936) e Paramahansa Yogananda (1893-1952) já tinham igualmente ensaiado. Na gravação, embora tenha lido alguns parágrafos da obra e comentado, exprimi apreciações sobre outros mestres e ensinamentos, livros e mistificações. Transcrevamos agora alguns parágrafos, o primeiro talvez mais discutível para os Ocidentais, já que o Cristianismo se tornou uma religião nova, e a compreensão do Pai ficou algo antropomorfizada, embora certamente não seja evidente que o conceito que Charan Sing estabelece, tal como o que vários pensadores e teólogos cristãos alcançam do Pai, seja perfeito ou exacto, tanto mais que na realidade há profundas diferenças entre as concepções da Divindade Absoluta, Poder Criativo, Pai, Jeová, Allah. Diz-nos ele: «Os Mestres podem nascer e qualquer nação, raça ou religião, mas todos pregam a mesma religião. Não vêm para condenar qualquer religião nem estabelecer uma nova, mas para criarem em nós uma aspiração pela Realidade; e eles explicam-nos os métodos e os meios de o realizar. Tem todos a mesma mensagem para darem, a mesma Verdade espiritual para partilharem connosco. Cristo, também nos Evangelhos refere-se a esta verdade e chamou a nossa atenção para o Pai, o Poder criativo e sustentador interior.» Eis-nos com uma visão diferente do Pai, que pela oração do Pai Nosso ficou demasiado lá nos céus e não discernido e sentido interiormente como o Poder ou mesmo a Presença espiritual interna; contudo, há sempre níveis mais profundos ou nuances e diferenças que fogem a comparações demasiado lineares, tal como veremos também no parágrafo seguinte, quando finaliza com o Tao, algo menos rigorosamente talvez, já que embora denote o Poder primordial ou divino, será forçada a sua equiparação completa ao som, do qual ele cita várias designações dos místicos indianos e sufis: «Diferentes místicos, em tempos diferentes, referiram-se ao mesmo Poder através de diferentes nomes: Palavra, Logos, Espírito, Nome de Deus, Espírito Santo, e a Voz de Deus. Místicos Persas e Árabes denominaram-no Kalma, Bang-i-Asmani, Nada-i-Sultani, Ism-i-Azam, Sultan-Al-Azkar (utilizada por Dara Shikoh), e muitos outros nomes. Místicos indianos chamaram-no Akash Bani, Ram Nam, Ram Dhun, Nirmal Nad, e, geralmente mais Shabd (som) Nam (palavra). Os Chineses chama-lhe Tao. Este Poder Divino é conhecido por muitos outros nomes.
Hazrat Nur Ali Shah, our persian master... Nur!
«Todos os verdadeiros místicos apontam para esta mesma realidade graças à qual a Divindade criou o universo. Esta mesma Realidade é a própria Divindade ou o Senhor, que é a verdadeira fundação de tudo o que esta manifestado e mantém a criação em existência. Quando realizamos tal dentro de nós [através da meditação audição], tornamo-nos completos e puros, e merecedores de nos tornarmos um com o Senhor. Quando os mestres deixam o mundo as pessoas desviam-se dos seus verdadeiros ensinamentos, e ficam emaranhadas em ritos, rituais, cerimónias, que as exteriorizam. Assim acabamos por detrás o ensinamento real em compartimentos estreitos e pequenos e damos-lhe as formas de religiões, nações e países. E depois começamos a lutar uns com os outros».... Acrescente-se que dois versículos evangélicos são citados quanto à captação ou sintonização com a vida divina, através do olho e do ouvido espiritual, e portanto da luz e do som: o mais clássico e evidente: "se o teu olho for simples, todo o teu corpo será luminoso" (Mateus 6,22-24), e o menos lembrado e meditado, quanto ao som, está em João 3, 8 "o vento sopra onde quer, escutas o seu som, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim acontece com todos os nascidos do Espírito.”... Onde parece forçar algo a realidade é quando equipara João Baptista a outro Mestre vivo e perfeito, outra incarnação do Verbo ou Logos, a anterior a Jesus, já que na tradição de Charan Sing tal transmissão de um mestre vivo para outro em vida é fundamental. E eis o vídeo, quando fazendo o istixara persa, ou abrindo o livro à sorte, comentei o que li:
O
apelo no dia 4 de Janeiro pela manhã do Patriarca de Moscovo e de toda a
Rússia da Igreja Ortodoxa Kyrill para que se fizesse um cessar fogo nos
campos de batalha entre a Ucrânia e a Rússia durante 24 horas, a fim que
as pessoas pudessem em segurança celebrarem, com as liturgias belas e
poderosas do cristianismo ortodoxo nas igrejas e em família ou grupo, o
nascimento do mestre Jesus e a entrada de uma maior corrente do amor
Divino, ecoou, através de alguns meios de comunicação, no mundo como um
belo sinal de esperança e boa vontade, de amor e de irenismo.
Um
dia depois, tal petição ou oração do Patriarca Kyrill foi acolhida e
aprovada pelo líder da nação russa, o cristão praticante Vladimir Putin e
declarada pelo chefe das Forças Armadas Shugoi (os três na fotografia), tendo sido ampliado mesmo o
período de paz para 36 horas, entre 6 e 7 de Janeiro.
Este
gesto de cristãos de boa vontade não foi contudo aceite pelo governo de
Kiev, não o tomando a sério. Não é porém de admirar esta decisão de
Zelensky, pois é natural num governo que prima em vários aspectos pela falta de escrúpulos,
de humanidade e de religiosidade, e que tem estado,
apoiado pelo dinheiro inesgotável da USA e UE, a sacrificar tanta gente
inutilmente. E provavelmente tentarão aproveitar ao máximo nessas 36
horas o irenismo ou pacifismo russo, fazendo isto e aquilo...
A Bandeira da Paz proposta pelo russo Nicholai Roerich antes e durante a 2ª grande Guerra e aprovada por vários países, entre os quais os norte-americanos e que entre nós (no graal da Índia e Portugal) o goense Raúl Fontes muito elogiou...
O
engenheiro AntónioGuterres, secretário-geral das Nações Unidas e que volta e
meia lá sai da submissão total aos Estados Unidos da América e a quem
paga mais a manutenção da organização que secretaria, saudou a
iniciativa. O que contudo não estávamos à espera é da atitude tola para
não dizer pequena, mesquinha, e logo parva, do comandante em chefe da
que se considera ou melhor se considerava o estado mais forte do mundo,
USA, o famigerado Joe Biden, na sua linha de não dizer coisa com coisa,
ou não saber onde está nem para onde se deve encaminhar, ou se agarrar a
crianças e adolescentes de modos impróprios, interrogado pelos
jornalistas responde "com relutância, pois não sabe o que dizer a
Putin" (e nisto ao menos é sincero, pois nem uns minutos aguentaria de
um debate com ele) pois a
razão de tal proposta de cessar-fogo, quanto a ele falsa, pois os russos
têm estado a bombardear escolas, hospitais e igrejas (e logo que três, de fake news )
nesta época natalícia, é apenas d de arranjarem um balão de oxigénio, ou como
se exprimiu "penso que ele (Putin) está a tentar encontrar um pouco de
oxigénio".
Um tonto, insensível aos valores religiosos e ao ambiente-espírito do Natal, membro ao que consta de algumas organizações anti-humanas e anti-religiosas.
Como
se tal hipotética fraqueza do exército russo, apesar de lutar contra quase todo o Ocidente vendido e alienado, fosse verosímil, quando dois dos melhores comentadores
norte-americanos do conflito, o coronel Douglas McGregor (na fotografia, há uns anos) e o inspector
das UN Scott Ritter, garantem que o exército russo está bem e que só
espera pelo gelo nos campos e estradas para avançar em força
vitoriosa nos objectivos justos libertadores a que se determinou.
Não se pode continuar a desejar mais guerra e mortandade de inocentes ou forçados a
combater, e o que é certamente necessário e dharmico é que negociações realistas,
nomeadamente assentes no reconhecimento das quatro repúblicas
reintegrada na Federação Russa, sejam rapidamente iniciadas e
concluídas. Pax profunda!...
Vejamos
então o que se vai passar na Ucrânia entre o meio dia do dia 6 e a meia
noite do dia 7. E oremos para que as bênçãos do Amor Divino e da Pax
profunda que o mestre Jesus quis deixar na Terra sejam acolhidas por ucranianos, mercenários estrangeiros, norte-americanos e europeus versus russos!
Ó místicas portuguesas, que ardeis de amor divino, Reclusas em conventos ou em livros do passado, Sabeis que há quem vos relembre e cultue E nos seus quartos o Amor ao alto eleve?
Ó sorores e freiras que tanto vos sacrificaste Nos tempos em que a religião era tudo, Onde estais agora irradiando o Amor que vos consumia e tanto ao alto vos abria?
Poderemos nós orando, convosco o fazer, e, ultrapassando limitações, chegar a uniões, invocar as bênçãos dos anjos e mestres, e gerar mais o nascimento de Deus em nós?
Minha alma derrama pelo peito o amor que transborda do cálice comum da nossa tradição espiritual real.
Portugal feito santo Graal pelas almas místicas e poéticas que ardem na noite dos tempos e a todos inspiram e iluminam.
A vela arde, o canto cicia, a noite caída, fria mas calma, espera quem aspira a ser sol no meio da noite, enfrentando frios, insónias e fomes, para ver os raios da Luz e Amor divinos.
Eis-nos diante de vós sorores de véus brancos, Silhuetas distantes no olho espiritual persistente: Sede propícias connosco e a Humanidade, intensificai o despertar no fundo nobre das almas do fogo do Amor Divino que nos religa!
Nos primeiros dias do ciclo anual costumam muitas pessoas fazer os seus votos e desejos mais ou menos sinceros e apropriados para o novo ano, em geral dirigindo-os a outras pessoas, outras vezes, ao pensarem em si mesmos, escrevendo-os nos seus diários ou na suas almas, para melhorarem e avançarem no seu swadharma, missão ou deveres específicos. Ora o que são os votos senão petições mentais e emocionais que desejamos ou escrevemos rapidamente ou que mais demoradamente meditamos e fortificamos, ao querermos o bem de pessoas amigas, ao orarmos por alguém e ao pedirmos o que queremos que possa acontecer no futuro? "Semeia um acto e colherás um hábito", é um provérbio popular que aponta para a importância de sermos criativos, audazes e persistentes no que valorizamos, estando atentos ao momentos propício, kairos, para realizarmos isto ou aquilo. Semear nos primeiros dias do ano será então auspicioso e os votos e orações que fizermos poderão ser mais lembrados, fortificados e frutíferos...
Como as petições são orações, devemos reflectir sobre o processamento delas e a importância de estarmos num estado de alma luminoso, consciente e em amor ou paz, que é o meio principal para mantermos algo do "orar sem cessar", como vários mestres recomendaram, nomeadamente Erasmo. E de utilizarmos correctamente a nossa energia psíquica, e a sua circulação subtil na nossa alma e aura e até corpo (e daí as posturas e as posições das mãos e da coluna, e o valor do labor, da higiene e dos esforços purificadores), pois é por ela que se ora e se consubstanciam tais pedidos, imagens ou louvores para os mundos espirituais, tão misteriosos que, mesmo havendo já milhares de anos de religiões e ensinamentos, ainda hoje a maioria pouco sabe com clareza e certeza como é o processamento e transmissão de energias e informações no vasto campo unificado de energia informação em que todas as mentes e seres mesmo espirituais estão emaranhadas, na interligação total que a noção de Anima mundi dos antigos greco-romanos já discernira. Rezam-se as orações mais conhecidas ou que nas cerimónias se pronunciam, tal o Pai Nosso, a Avé Maria, Gayatri, as suras do Alcorão, o Japji, mas frequentemente algo mecanicamente, pouco se sentindo interiormente ou imaginando-invocando, de tal modo que o que se vai passando invisivelmente pouquíssima gente sente ou clarividentemente vê.
A pluridimensionalidade da vida, ou seja, os vários planos ou níveis da realidade, escapam à maioria, pois há poucas pessoas sensitivas ou clarividentes, e os tempos e hábitos modernos não são de molde a ajudar o discernimento subtil, tão dispersas andam as mentes perante a avalanche de informação e manipulação que os meios de comunicação escritos e audiovisuais realizam a tempo inteiro, alguns canais televisivos (até a CNN super-manipuladora pró-norte-americana já está Portugal) ou anúncios tornando-se verdadeiras pragas, com capacidade de enfraquecerem muito quem os vê e ouve...
Falavam os antigos religiosos e místicos nos três inimigos da alma: a carne, o diabo e o mundo, e sem dúvida este último tornou-se muito poderoso, não só pela ditadura dos grupos mediáticos como pela carga constante de interacção globalizante do séc. XXI, e não é fácil então vencê-lo, controlá-lo, silencioso. Contudo a oração, por vezes até estimulada ritmicamente pelo tocar dos sinos, a meditação, a contemplação e o canto são meios de controlarmos a nossa passiva ou emocionada recepção de informação, substituindo-a por uma harmonização da nossa alma, tanto pelo silêncio, como pela abertura interior ao sagrado e a elevação dos pensamentos e a irradiação de boas intenções e logo vibrações que partem de nós e rumam nos planos subtis ora até aos destinatários ora para outrosa seres, e também fortificando a nossa aura e ainda entrando em reservatórios acumuladores e distribuidores de tais energias, ainda pouco discernidos... Orar é então nos nossos dias fundamental e para quem se pergunta como orar há muitas, muitíssimas obras, tendo eu contribuído para elas, ao traduzir para português duas valiosas, uma de Erasmo, comentada, o Modo de Orar a Deus, e uma de Bô Yin Râ, A Oração, para além de escritos no blogue ou inéditos, ou gravações no blogue...
O que poderemos acrescentar brevemente, quanto aos sentidos de orarmos e meditarmos?
Para além de tentarmos manter um estado orante ou de lucidez anímica e de aspiração, vivência e irradiação de amor sábio permanentemente, o denominado "orar sem cessar", podemos em certos momentos pronunciar algumas orações tradicionais, ou as curtas jaculatórias ou mantras, tal a da philocalia hesicasta ou as indianas, sufis e de outras tradições.
O orar, ou irradiar, ou peticionar por alguém, seja por quem está doente seja pelos que já partiram é igualmente bom, até para todos pois a distribuição dos efeitos da oração nos planos subtis realiza-se bem. E também será importante nestes dias de conflitos mundiais crescentes pedir (de formas curtas, como o "Pax, Pax, Pax", ou mais longas "Que a Paz esteja mais nos seres") à Divindade e à sua Previdência e Corpo Místico da Humanidade (com mestres e anjos) que a Justiça e a Verdade, o Amor e a Paz estejam mais nas almas e nos dirigentes mundiais, para que tais energias sejam as mais vitoriosas na batalha de 2023 e dos anos seguintes, de modo a que o ano se torne brevemente relação, dança ou ritual de criatividade dialogante em paz, fraternidade e solidariedade.