quarta-feira, 19 de agosto de 2015

As nuvens belas da Universidade de Santa Cruz do Sul

Uma frente compósita de grande beleza e intensidade interior
Céu oriental com multiplos níveis heremenéuticos

Ex Oriens Lux
Chama vertical, qual asa de grande Anjo ou Deva



O quadrante ocidental onde o Sol descia

Quadrante norte...



Seriam Anjos, Devas ou Espíritos da Natureza ou mesmo o próprio Turner que modelavam e coloriam as nuvens?



Vera, além de poetisa e professora em Perúgia, é também uma amante da nuvens












Apresentação de livros num bungalow seguido de degustação de Cucas. As professoras Eunice, uma das organizadoras e a quem agradeço muito o convite, e Vera, da Universidade de Perúgia...
Aspectos do magnífico campus universitário, com uma das mestrandas ou doutorandas que deram muita alma futurante ao ao excelente Simpósio de Literatura, Linguagem e Mídia, não só nos cursos e palestras como nas suas comunicações e debates delas, a que assisti e dialoguei luminosamente

Tal como a palmeira sejamos seres que ligama harmoniosamente a Terra e o Céu, a Humanidade e a Divindade, isto é com a as melhores qualidades do Universo: o Amor e a Sabedoria, a Justiça e a Comunhão...
Por fim, Dona Luna, qual barquinha de Isis no céu anilado brasileiro., abençoando-nos: Crescei...
   
 Link para um vídeo:    https://youtu.be/oPTN-DESXP8

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Livro do Sossego Clarificante, 3. Do som transpessoal e da árvore axial

Sabermos no meio de múltiplas actividades em que nos envolvemos sossegarmos a agitação mental e usufruirmos da paz profunda da alma espiritual não é fácil, tanto mais que muitas vezes além da actividade mental e das preocupações do futuro, o ruído nos envolve e mesmo uma boa música pode estar-nos a projectar demasiado para fora do nosso próprio som interior, cuja audição, mais ou menos atenta e prolongada, é ainda um dos mais directos meios de nos ordenarmos e harmonizarmos, de nos recentrarmos e elevarmo-nos ao campo unificado de energia-consciência em que temos o nosso ser ora íntimo ora transpessoal.
E se fecharmos os olhos, então vemos mais claro todos os múltiplos fios que ora saiem ora chegam até nós e podemos então, calmamente, respiratoriamente, consciencializá-los, clarificá-los e ir mais além deles
E então ao concentrarmo-nos mais no olho espiritual, na sua direcção natural de aspiração ao alto, podemos ser agradavelmente surpreendidos com uma visão ou vista desafogada e luminosa, a qual permite ao coração ser mais sentido, ou mesmo adentrado, por nós...
E como é nele e dele que brota o Amor e o Divino, sossegamos, aumentamos a irradiação luminosa na nossa aura e assim dissolvemos sombras de algumas precupações ou indecisões e estaremos prontos a agir sábia e corajosamente...
Adentrar-nos no coração, uma palavra tão prenha ou rica de significações, é então sinónimo da difícil arte da interiorização, a que nos leva até ao centro de nós próprios, à pulsação rítmica e desabrochamento da nossa especificade e à desvendação do Graal da nossa aspiração.
Certamente que nestes níveis não estamos apenas só, pois facilmente o coração pode-se abrir ou estender horizontalmente e comungar com os que amamos ou nos amam mais.
No meio do dia a dia, enovoado, fatigante ou dispersante, estes momentos de recolhimento axializante são  certamente uma fonte de sossego clarificante, uma audição a ser retomada, uma graça a ser cultivada, partilhada, aprofundada,  sentida então mesmo como um antídoto ao stress do quotidiano e das suas crises forjadas pelo Sistema para fazer diminuir o despertar mais radioso da Humanidade...
Não nos deixemos então manipular e ficar nos baixios da vida. Corajosamente, subamos a árvore da vida, eixo dos mundos, escapemos da inconsciência em que tanta gente dorme ou sonha as imagens que os media lhes põem nas cabecinhas, e desfrutemos por fim da vista desafogada, das brisas do Oriente íntimo...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Livro do Sossego Clarificante, 2º texto. A consciência das horas nos sinos. É a hora!

As badaladas sonoras dos sinos, mesmo elas, adquirem consciência, ou seja, forma-se nelas ou sobre elas o seu sentido e mensagem e mesmo antes de terminarem já nos anunciaram a hora. É como se as badaladas das sete horas estivessem a dizer mesmo logo na primeira delas que são sete horas. Assim, ao ouvirmos o sino começar a tocar podemos ouvir e logo adivinhar a mensagem da hora que é. Por isso aqui e acolá foi muito realçado este dito: É a Hora, apelando-se a sabermos participar na mensagem da hora ou momento, pessoal, nacional, internacional, axial, vertical...
São os sons badalados, é a maquinaria, são as energias psico-magnéticas, é o percurso invisível entre a torre sineira e a minha casa que está cheio do conhecimento, ou sou apenas eu que sentindo o percurso do Sol no ar acerto na tentativa de saber a hora, abrindo o meu sentido interior e intuindo o resultado do que se está ainda a formar no ar e na minha mente-consciência, e que uma funda memória neuronal e anímica tem já sulcada em si?
Há uma consciência particular em tudo, desde o objecto dito inanimado aos olhos físicos até à estrela ou planeta distante só aos grandes telescópios visível? 
Há sobretudo um campo de consciência universal que subjaz os universos e galáxias na sua constituição energética de partículas e ao qual temos algum acesso propiciador de comunicações suprafísicas e intuitivas?
Em cada dia, a cada nova hora badalada, a minha alma estende-se pelo campo psico-energético que nos envolve, capta mensagens, projecta-se no Cosmos e, com uma gratidão imensa por estar viva, concentra-se e desabrocha mais no meu peito como uma chama de amor-sabedoria que, através do espaço e do tempo geopsíquico, voa quer a uma destinação particular quer até ao Sol e ao Sol dos Sóis, a Divindade, invocando-a também.
A badalada é então uma, curta, um quarto de hora, uma divisão quaternária do tempo, e diz-nos do instante único em que vivemos e temos o nosso ser, numa ardência imensa, grata e unitiva.
É a Hora. 
Ama, Sê.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Tarot, arcano X, a Roda da Fortuna. Imagens arquétipas, símbolos energéticos, iniciações conscienciais.

A Roda da Fortuna é um dos arcanos do Tarot cuja origem iconográfica e doutrinária facilmente se descobre pois desde o séc XI se encontra desenhada em manuscritos e  mosaicos. Duas serão as suas principais fontes, indirectamente  a rotação dos moinhos para tirar água e, mais directamente, a Consolação da Filosofia, de Boécio, escrita em latim no séc. VI e amplamente divulgada como súmula da Sabedoria Ocidental, nela  se encontrando esta imagem como metáfora da transitoriedade, instabilidade e volubilidade dos estatutos e bens do mundo, e portanto da Fortuna,  a personagem que dialoga com a Filosofia, nesse belo condensado da sabedoria greco-romana cristianizada.
Tenta-se transmitir-se, primeiro, a ideia que os bens do mundo são relativos e que a outros fins, que a sua posse e fruição, devemos dar prioridade no nosso caminho de vida.  Em segundo, com a imagem-força de centro e periferia,  alto e  baixo  e do desabrochamento, rotação e ciclicidade das estações e estados de vida, nomeadamente riqueza-pobreza, sugere-se aprendermos a fluir com todas as situações, pois são sempre mais ou menos instáveis, e a sintonizar e singrar com as ondas e correntes planetárias e cósmicas luminosas Divinas, com os seus mais altos e libertadores propósitos. 
Nesta imagem de um Tarocchi renascentista italiano primordial, os Trionfi de Visconti Sforza, uma das mensagens será a de estarmos maduros para suportar os altos e os baixos que a vida, imparcial e como que vendada no seu automatismo de causas e efeitos,  invariavelmente traz, sintonizandocom o alto, com a Criança eterna (puer eternus), o espírito puro observador, ou mesmo, num dos veios tradição cultural e espiritual portuguesa, o Imperador ou  Rei-Rainha do Mundo, criança ou estado puro, no qual se pode ainda ver ou intuir o Espírito, santo activo. Anote-se que a criança tem orelhas de burro, algo que se pode estranhar e que pode remeter, para a capacidade de ouvir e de persistir, como para o Asno de Ouro, de Apuleio, romance semi-biográfico acerca dos mistérios da Antiguidade greco-romana e que em Eleusis tiveram um dos seus pontos máximos.
Estamos todos nesta roda da vida e da sociedade, que tanto nos leva ao sucesso como nos leva abaixo, e nas dificuldades maiores há que ser o Atlas que carrega ou suporta o mundo, mas observando com lucidez, seja calado e dolorosamente, seja irradiando...

A Roda da Fortuna, nesta imagem do clássico Tarot de Marselha, deixou de conter seres humanos e passou para os animais, talvez com isso aludindo que a necessidade é que rege mais os animais e os instintos, e que o ser humano, sendo sobretudo um espírito, deve agir com o seu livre arbítrio, dando à manivela que faz rodar a roda do Karma, do Fatum ou do Devir e assim escapar do automatismo e da instintividade.
Diz-nos este arcano para estarmos preparados, pela vida justa e a oração-meditação, para as mudanças  constantes, frequentemente ciclicas. E lembra-nos que as leis da natureza, do Karma ou da causalidade, e do Dharma ou ordem Divina, na imagem qual interrogante e mistérica esfinge coroada e de manto recoberta, regem a manifestação pelo que, de acordo com as nossas acções e intencionalidades, o que semeamos colhemos. E tudo dentro da Alma Mundi ou, como hoje se designa, o vasto Campo Unificado de energia consciência que entrelaça ou abrange todas as mentes, por vezes em interacções bem subtis e inesperadas mas que nos seus níveis mais subtis e elevados inspiram-nos e alargam a nossa consciência (acima das descidas da roda) e aproximam-nos dos níveis espirituais e divinos iluminadores, plenificadores e libertadores.
A Roda da Fortuna diz-nos que, quando cairmos, errarmos ou adoecermos, deveremos tentar compreender a causalidade, aceitar e esforçar-nos por nos harmonizar, purificar, erguer e de novo alinhar-nos, orar e meditar, avançar, sorrir, dar graças e atrair a renovada vida e as bênçãos e graças.
Por este trisquel Celta escolhido para representar o arcano X  numa versão moderna do Tarot, mostra-se que a harmonia dos três mundos e níveis (físico, psíquico e espiritual) está em constante interacção criativa, com as espirais coloridas das partículas e ondas estruturando-se coerente e ordenadamente, sobretudo quando a auto-consciência, intensificada e harmonizadora, sintoniza e singra bem nas proporções e ritmos que nos constituem, nutrem ou envolvem, e consegue transformar os opostos em complementares, gerando sínteses das teses e das antíteses conflituosas, numa movimentação ou dança que apela tanto à nossa prática de exercício terapêuticos, como à nossa criatividade amorosa e sábia e ainda à invocação ou sintonização da Divindade e dos seus espíritos. 
                                                  
No Tarot de Arthur Edward Waite (1857-1942), um ocultista e maçon anglo-americano que Fernando Pessoa muito leu, prezou, anotou, transcreveu e citou (três livros na sua biblioteca pessoal, impressos em 1924, 1925 e 1933), vemos o aumento da carga simbólica esotérica no enquadramento da carta, pois foram representados mais explicitamente a serpente do desejo incarnativo que nos traz à Terra e o deus Anubis egípcio a impulsionar para o alto a nossa estação momentânea na Roda da Vida. Anubis, nas cosmogonias egípcias, simbolizava, entre outros aspectos, a consciência que julga as almas à entrada do além, e está sob a esfinge da Lei, Justiça ou Ordem Cósmica.
Com efeito, eles foram enquadrados pelos quatro Evangelistas, símbolos dos quatro Elementos (terra, água, ar e e fogo) que de certos modos condicionam ou estruturam a nossa posição ou estação na roda e rota da vida, conforme os harmonizamos mais ou menos em nós, nos nossos actos, sentimentos, pensamentos e aspirações. Se tal acontece alcançamos mais uma certa imobilidade, silêncio, paz, ou mesmo o centro do nosso ser, o Espírito e, portanto, a religação à bênção reintegradora ou mais plenificadora do Ser Divino.
                                                  
Nesta versão a Anima Mundi intermediariza a cornucópia Divina e manifesta-se bela e ordenadamente, em Kosmos, na língua grega significando um todo ordenado e belo,  emanando de um Zeus ou Júpiter Celestial, com os doze signos astronómicos bem marcados, numa sinfonia a que somos chamados a contribuir generosamente, ou em tempos opressivos corajosamente, ao tentarmos comungar com ela profundamente e irradiar tal harmoniosamente, e nesse sentido Pitágoras falou da música das esferas que alguns conseguem ouvir pela calada da noite obscura...
Esta música das esferas ou som do silêncio, ou Aum, ressoa em todos os seres mas é apenas escutada, e em graus diferentes de som e de música, nos discípulos e discípulas mais harmonizados pela vida e trabalho, nomeadamente com os alimentos biológicos, as virtudes das plantas, as formas geométricas, os ritmos numéricos, as virtudes éticas, as artes expressivas e as práticas orativas, meditativas, contemplativas e anamnésicas. Tal comunhão, por vezes secundada pela respiração, e que é impossível se andamos a ouvir e a ver noticiários televisivos,  ajuda a sairmos em parte da vida superficial e tão alienada, girante e manipulada actual (em especial com as narrativas oficiais e seus comentadores e influenciadores avençados), para, dissociando-nos de tal brainwash, harmonizar-nos, fortificar-nos e vivenciarmos mais a sintonização com o Alto, a comunhão celestial e com a Fonte Divina.
Neste moderno e original Whispering Tarot, três meigas (da Galiza) ou sábias-bruxas-fadas da Natureza, quais três Parcas ou três Graças, presidem à manifestação octogonal do Sol e dos sete astros e, axializadas pela sua profunda e fecunda, ígnea e amorosa vivência da Natureza, convidam os seres a descer às suas profundezas e raízes para depois poderem subir aos cimos e altos, numa dança harmoniosa e convivial, por vezes mesmo de roda florestal familiar ou comunitária, em especial as celebradas nas épocas solsticiais e equinociais.
A Roda da Fortuna, vista pela da Tradição Oriental e Tibetana, sugere-nos ainda que constantemente teremos que saber meditar, intuir e escolher entre o que nos pode levar para cima ou para baixo, e que a regra oculta do "saber, querer, ousar e calar", vivida harmoniosamente pela lei do karma ("o que fazes, colhes") e iniciaticamente ("conhece-te e avança na Luz divina como luz"),  faz-nos não ficar dilacerados nas dualidades e  mundos infernais, purgatoriais ou paradisíacos e vivenciar ou entrar num estado búdico (sábio), nirvânico (sem desejos) ou, diremos nós, de ligação maior ao Espírito e à Divindade.
A essência da Fortuna, Sorte e Providência Divina diz-nos ainda que devemos ter fé ou sermos fiéis da Ordem do Universo, e da sua Sabedoria e Amor,  a Hagia Sophia, a Santa Sabedoria, a Anima Mundi, e abrir-nos criativa e bondosamente ao trabalho pelo Bem comum, ritmicizado pelas estações, luas, signos e ciclos semanais e diários, de modo a não cairmos em artificialismo, desvios e abismos mas, ajudados pela contemplação dos arquétipos ou psicomorfismos, na comunhão fecunda das ondas e informações, despertarmos cada vez a mais a nossa plenitude de Homem ou Mulher Universal...
                                                 
As cartas ou lâminas do Tarot são símbolos e mandalas para serem contemplados e depois vividos e re-intuídos; são arcanos, mistérios detentores de energias geradoras de subtis impulsos, metamorfoses e coerências na nossa interioridade.
As palavras com que descrevemos as cartas são quando boas e correctas apenas flechas menos ou mais ígneas destinadas a iluminar aspectos delas, potencialidades nossas, intensificadas pela junção do observador e da coisa ou símbolo observado num sub-campo do infinito Campo unificado energético consciencial, ao qual temos mais acesso ou ressonância pela nossa especificidade constitutiva e dinâmica e também pela frequência vibratória determinada pela nossa procura da verdade e de comunhão com o Logos, o Sol do Amor-Sabedoria divinos, em si, em nós e nos seres...
                                    
Este arquétipo e arcano lembra-nos ainda da importância de estarmos centralizados, de nos alinharmos com o eixo do mundo, com o Sol do sistema solar, do Cosmos e do Espírito em nós, e que deve haver um constante sintonizar do centro, um centrar-nos, face aos desafios e ameaças que vão surgindo e nesta terceira década do século XX como nunca se tinham visto e, logo, um caminhar cauteloso e firme ligado ao centro espiritual, e falando a partir dele, nas espirais irradiativas apropriadas.
                                           
O saber estar no centro da Roda da Vida, não nos identificando demasiado com o que acontece, vemos ou nos dizem, nos altos e baixos da vida, ou seja, sabermos recolher-nos ao ponto zero de observação pura, da consciência sem conteúdos objectivos, no centro da Roda, é um dos ensinamentos mais difíceis desta Roda da Vida e da Fortuna. Esfinge desafiante que é também símbolo do encontro entre as energias em triângulo da Terra e do Céu, e do fluir confiante e em diálogo com todos os seres animais e humanos (com as suas diversas polarizações, vestes e filtros...), e com os espíritos da natureza, Anjos e Arcanjos, na comunhão bela, geométrica e musical da Tradição ou seja, na circulação perene do Espírito e do Amor-Sabedoria, isto é, da Divindade que podemos contactar. E nestes sentidos, o dito "1+1=2, dois em um", significa a fortificação da unidade profunda e divina de cada um, a partir da complementariedade dual humana unida ou unificada em Amor...
                                                 
Sendo este arcano X um dos mais geométricos e mandálicos, isto é, com círculos concêntricos e que nos encaminham para um estado centralizado ou mesmo unificado, podemos escolher das imagens apresentadas, ou de outras, a que mais sentirmos. E então contemplá-la mais persistentemente, assimilando os efeitos benéficos e gerando ou enviando até por vezes ressonância orativa ou irradiativa em alguns seres, situações ou locais mais afins ou necessitados das orações mandálicas da nossa alma espiritual. Os desenhos de Emma Kuntz, são um exemplo bem propiciador, tais como os de Hilma af Klint, Bô Yin Râ e outros...
E se pudermos, de quando em quando, desenhar atenta e magicamente o nosso próprio Mandala (palavra masculina em sânscrito) e Roda da Vida e da Fortuna, num esforço de auto-diagnóstico, catarse e de individuação, ou alinhamento com a nossa individualidade espírito, melhor ainda...
Fiquemos com um mandala e uma citação de Carl Gustav Jung (que bem trabalhou nestas direcções, embora sem chegar, talvez, a uma realização maior do Espírito e da Divindade) clarificadora da peregrinação na Roda da Vida, da individuação e da invocação do centro, do Espírito e numa comunhão mística com o Todo e o Divino.

                                             
                                                                                    Lux Dei...

Autobiografia de Fernando Pessoa: a nota autobiográfica do ano da sua morte.

                                                            
Autobiografia de Fernando Pessoa: a sua desvendação auto-biográfica, oito meses antes de partir a 30-XI-1935. 
Poucos meses antes de morrer, quem sabe se movido por alguns sonhos, trânsitos astrologicos ou pressentimentos, ou se apenas por dores e mal estar, Fernando Pessoa resolveu tirar um retrato de si próprio, o mais fidedigno que poderia ser obtido, mostrando na escolha dos itens, na ordenação e preenchimento descritivo o que ele fora e o que se passava dentro dele como cidadão de alma portuguesa, poeta e escritor, religioso e iniciado.
Para quem o desconhecia e para os vindouros ficaria um testemunho de quem fora na realidade, como vivera e o que realizara, e não só o pensador e escritor que até então poucas obras publicara e que pouco fazia crer que a sua profecia do super-Camões se iria confirmar tão plenamente.
É um texto, que complementado por outros, como as suas cartas finais a Gaspar Simões, o seu primeiro e incontornável biógrafo, e a Adolfo Casais Monteiro, ambos membros da revista e geração da Presença coimbrã, na linha de sucessão da Águia portuense e da Orpheu lisboeta, permite compreender melhor a sua vida e obra, ter-se um eixo da sua biografia e entrevermos melhor os diálogos possíveis com o seu ser e a sua existência pessoal bem como a obra e a demanda que o animaram e que provavelmente também animarão alguns dos seus leitores e leitoras... 
Oiçamo-lo então:
"Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa. 
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos (hoje do Directório) em 13 de Junho de 1888. 
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto paterno do general Joaquim António Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dionísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto, e que foi director­ geral do Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. Ascendência geral – misto de fidalgos e de judeus. 
Estado: Solteiro. 
Profissão: A designação mais própria será “tradutor”, a mais exacta a de “correspondente estrangeiro em casas comerciais”. O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação. Morada: Rua Coelho da Rocha, 16, 1.º dt.º, Lisboa. (Endereço postal – Caixa Postal 147, Lisboa.) 
Funções sociais que tem desempenhado: Se por isso se entende cargos públicos, ou funções de destaque, nenhumas. 
Obras que tem publicado: A obra está essencialmente dispersa, por enquanto, por várias revistas e publicações ocasionais. O que, de livros ou folhetos, considera como válido é o seguinte: 35 Sonnets (em inglês), 1918; English Poems I­ II e English Poems III (em inglês também), 1922; e o livro Mensagem, 1934, premiado pelo Secretariado de Propaganda Nacional, na categoria “Poemas”. O folheto O Interregno, publicado em 1928, e constituindo uma defesa da Ditadura Militar em Portugal, deve ser considerado como não existente. Há que rever tudo isso e talvez que repudiar muito. 
Educação: Em virtude de, falecido seu pai em 1893, sua mãe ter casado, em 1895, em segundas núpcias, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban, Natal, foi ali educado. Ganhou o prémio Rainha Vitória de estilo inglês na Universidade do Cabo da Boa Esperança em 1903, no exame de admissão, aos 15 anos. 
Ideologia política: Considera que o sistema monárquico seria o mais próprio para uma nação organicamente imperial como é Portugal. Considera, ao mesmo tempo, a Monarquia completamente inviável em Portugal. Por isso, a haver um plebiscito entre regimes, votaria, com pena, pela República. Conservador do estilo inglês, isto é, liberal dentro do conservantismo, e absolutamente anti­-reaccionário.
Posição religiosa: Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais adiante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabala) e com a essência oculta da Maçonaria. 
Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal. 
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo místico, de onde seja abolida toda infiltração católico­ romana, criando­-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: “Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação”. 
Posição social: Anti-comunista e anti­-socialista. O mais deduz­ se do que vai dito acima. 
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão­-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania. 
Lisboa, 30 de Março de 1935."

Certamente que uma hermenêutica correcta e profunda desta síntese autobiográfica deveria trazer à luz muito dos sentimentos e desilusões, dúvidas e conhecimentos, realizações e convicções que o animaram, e tal é um trabalho hercúleo, impossível mesmo para uma só pessoa...
Realcemos apenas por hora, a sua crença na vocação imperial de Portugal, o considerar-se um monárquico, liberal,  absolutamente anti-reaccionário, ainda que anti-socialista e anti-comunista, e a coragem com que assumiu publicamente a defesa das Associações Secretas contra a opressão salazarista, e a de se identificar como um gnóstico cristão mas oposto à Igreja Católica Romana, numa contracorrente da normalidade de então, valorizando muito a sua busca espiritual e iniciática, nesta confessando-se mesmo iniciado na Ordem Templária de Portugal (o que permanece ainda hoje um mistério) e deixando-nos como seu testamento final: "Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão­-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos – a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania"...
O que era da época e o que seria e diria ele hoje, e como nos sentimos e assumimos nós, eis uma boa tripla questão a cogitarmos...
Lux, Amor et Pax Profunda.

domingo, 9 de agosto de 2015

Tarot IX. O Eremita. Imagens arquétipas, símbolos iniciáticos...

O Eremita é uma das vivências, qualidades e arquétipos mais importantes da Humanidade recolhida e valorizada pelo Tarot, ao simbolizar o ser que recolhe-se e que,  pelo alinhamento interior e conhecimento subtil, acende ou acolhe a luz interior e avança por entre as trevas do desconhecido, da ignorância ou da oposição, movido pelo desejo, vontade e  aspiração, ora calma ora ardente, da Verdade, do Bem, do Amor, da ligação à Luz e à Divindade, vencendo assim as trevas e provações, dores e ilusões, numa determinação, modo de vida e consciência mais expandida e  espiritual,  que o vão tornando uma luz crescente em si e de algum modo, subtil, para os outros, já que, como a bela imagem (mas não tão interior) do Tarot sugere, a luz acolhida e o amor irradiam e iluminam...

                                                  

Pela vida mais centrada e a meditação ou contemplação mais adequada, a alma que consegue recolher-se no ermo, ou seja, criar um local de silêncio e solidão, mesmo na cidade, vai começando a despertar a Luz, ou receber a percepção dela no seu olho espiritual. Quando ela já brilha, a partir de todo o seu ser, e porque o  seu coração se torna um Graal de Amor e elevação, então a ligação com a vontade ou mesmo a beatitude Divina naturalmente irradia ou transmite a presença-energia-consciência do espírito e é uma pequena luz no seu ambiente e para o mundo, hoje tão dilacerado, oprimido e necessitado...

                                             

Ao longo dos séculos muitos shamans e eremitas, yogis, monges e yamabushi (do Shugendo, nipónico), ou mesmo qualquer pessoa a partir de certa idade, segundo a doutrina dos quatro asramas indianos (1º estudante casto, 2º vida em união, 3º seres mais recolhidos e, por fim, 4º, seres renunciantes do mundo, os sannyasins), praticaram o desprendimento das amarras e ilusões sociais, a solidão e exercícios mais profundos de auto-conhecimento, circulação energética, meditação e contemplação, por vezes em vidas itinerantes noutras, pelo contrário, recolhidos ou mesmo emparedados.
Os monges Cartuxos entre nós, com um convento em Évora (em 2019 extinto...), não muito longe da Serra de Ossa, onde terão eventualmente começado os primeiros eremitas ou cenobitas no Portugal cristão, observaram e cultuaram um recolhimento e silêncio grande, embora pautado por recitações de Salmos e outras passagens tão belicosas do Antigo Testamento, já demasiado desadequadas aos nossos tempos, ao continuarem a veicular uma concepção de Deus, o Jehová, quase pré-histórica, violenta, invejosa...

                                             

Entre os elos da Tradição Espiritual Portuguesa, onde muitos viveram algo ascética ou solitariamente, e seria injusto não referir, entre outros que viveram fora das ordens religiosas em que tal era natural, os iniciandos-iniciados Fernando Pessoa (um cristão-gnóstico que estudou o Tarot e a ele se refere), Dalila Pereira da Costa (eremita-sibila do Porto e do Douro) e Antero de Quental, que aliás Carlos Eugénio Correia Paço d'Arcos compara mesmo no soneeo que lhe dedicou a um eremita com o lampeão do platonismo.

Antero foi um dos que mais se destacou pois viveu bastante como eremita (e assim aparece em acima numa pintura de Francisco Metrass), "sonhou" e mencionou mesmo uma  Ordem dos Mateiros, de seres contemplativos vivendo nas salutares matas lusitanas, que seriam quem resistiria melhor e daria luz para clarificar as manipulações ético-civilizacionais que ele no final do séc. XIX já sentia em Portugal e na Europa, antevendo com certa clarividência o que vemos hoje de manipulações e opressões...

                                             

Oiçamo-lo até numa carta de 1865 a António de Azevedo Castelo Branco, valorizando o estado consciencial e vivencial mais eremítico: «o cenobismo, e a contemplação, o misticismo, se quiseres, são na sua inércia aparente, os mais rijos obstáculos que a liberdade de espírito pode opor à brutalidade invasora das condições fatais do mundo; são a maior vitória da consciência, o maior triunfo, com esta arma invisível e silenciosa, - a indiferença, o desdém». E nesta linha de interioridade realçaremos ainda outra carta, quando confessa a 14-XI-1886, a Jaime de Magalhães Lima, o seu desiderato de «chegar teoricamente até aquela profundidade de compreensão do «homem interior», como eles diziam, a que os místicos chegaram».

                                      

Talvez a expressão usada por Antero de "desdém" não seja tão adequada como a que Erasmo, um ser que viveu de muitos modos este arcano IX do Eremita, embora viajando e correspondendo-se muito, e não sendo nada por extremismos nem mortificações, empregou como título de uma sua obra de juventude: O Menosprezo do Mundo. E neste século XXI, o mundo entrando demasiado nas almas, pelo globalismo ou mundialismo informativo, infelizmente carregado de desinformação, manipulação e violências, o arquétipo do eremita tem de ser relembrado e aplicado em várias circunstâncias, tal como nos confinamentos e nas restrições energéticas e de viagens pelos preços, pois o principal está dentro de nós...

                                             

O Eremita, como vemos no Tarot de Marselha, o mais clássico ou usado a partir dos séculos XVII e XVIII e logo um dos mais arquétipos e dos melhores para se contemplar e meditar, avança graças à experiência e ao amadurecimento que vai conseguindo laboriosamente, e o bastão em que se apoia simboliza tanto a energia psico-vital, denominada, na Índia, enquanto circulando ao longo da coluna vertebral Kundalini ou Shakti e que nela circula, como também a força de vontade que liga verticalmente a Terra e o Céu, vontade ou ânimo que ele exerce no seu dia a dia e nas suas práticas interiores, pois com tal bordão ou vontade se apoia e fortalece nas lutas e dificuldades.
Ad astra per aspera foi o lema de Paracelso, um nobre viajante e eremita renascentista, Aos astros pelas vias ásperas, lembrando-nos que constantemente teremos de esforçar-nos, de perseverar, de ultrapassar-nos...
Algumas energias descem no ser recolhido e aberto ao alto também pelas costas, que ele endireita ao meditar, consciencializando-se delas, enquanto pela frente a aura e os chakras as irradiam luminosamente, e podemos dizer que, ao controlarem-se instintos, desejos, pensamentos e ego, as polaridades vermelho e azul, quente e frio, masculino e feminino, solar e lunar, activo e receptivo são trabalhadas e harmonizadas e não estão inconscientes, fragmentadas, dispersas e incontroladas, o mesmo se passando com as energias psíquicas que a cada momento e situação devemos gerar, intercomunicar.

                                          

O ser que desenvolve a sua capacidade e qualidade de Eremita, de solitário ou solitária não-massificado, de sacerdote ou sacerdotisa natural e não mero trabalhador-consumidor-espectador obediente aos crescente autoritarismo repressivo mundial, torna-se então um transmissor da claridade espiritual no mundo e, ao não ser tão manipulado por eles e pelos meios de comunicação que eles dominam, não se perdendo no consumismo, pode desprender-se, simplificar a sua vida ou viver mesmo no campo, trabalhar ou peregrinar pelas florestas e selvas, onde os animais e aves podem até reconhecê-lo, sentindo a oval luminosa e florida (da imagem do Tarot) e aproximar-se até num diálogo de emanações e intenções bem valioso.
"Saber, querer, ousar e calar", é ainda um lema da alma no caminho iniciático, no qual e em quem as palavras e silêncios são apelos a que o azul e o verde imensos da Divindade, da Natureza e do espírito nos abençoem e os quais podemos ver pela visão no olho espiritual, que as acolhe, assimila e luminosamente irradia...

                                                 

Quando nos embrenhamos, com este arcano mais trabalhado, sintonizado ou aceso, nos bosques ou nas montanhas, ou mesmo nos jardins e vielas, o nosso amor luminoso pela Divindade, a Natureza e os seus seres emana e os sinais e ondas são, pelo nosso silêncio e calma, mais acolhidos, compreendidos e interagidos, seja nas qualidades e mensagens das nuvens e ventos, seja nas movimentações e simpatias das aves, cães e lobos, seja apenas nas trocas de energias luminosas que os seres, árvores e penedos, cristais e animais, as flores, aves e crianças partilham...

                                                                    

Sempre houve também mulheres que viveram mais numa intimidade e isolamento e que aprofundaram o recolhimento e o silêncio interior e por tais práticas intensificaram a sensibilidade e a ligação ao seu próprio espírito e à luz e  mundos subtis e espirituais. Entre nós foram muitas as monjas e sorores que trilharam tal caminho interior, algumas forçadas e contrariadas outros aproveitando tal situação para desenvolverem não só a sua realização espiritual como também manifestarem dotes artísticos, literários e compassivos valiosos.
Quando a mulher se recolhe e não se dispersa, ou faz o seu retiro, mais ou menos temporário, como alma só, eremita ou recolhida, ela clarifica a sua alma e mente, aproxima-se do seu espírito (trabalho sempre bem difícil...) e pode comungar beneficamente da Alma do Mundo ou Campo unificado de Consciência informação, bem como das mestras e mestres, anjos e Divindade, e assim as suas energias luminosas e amorosas irradiarem mais naturalmente do Graal do seu coração sobre o ambiente e os seres que entrem em contacto com ela. Ou mesmo irradiar por todo o seu corpo no abraço ou união...

                                             

Seja como amante da natureza e do seu silêncio, seja da meditação e recolhimento, seja já do acolhimento e da protecção, seja como mãe ou amante, a mulher é inatamente uma transmissora luminosa do Amor e da Paz, que são estados conscienciais cultivados por ela naturalmente como flores no jardim da sua alma, por vezes muito vasta e amorosa, permitindo-lhe, nas suas meditações, retiros, silêncios, orações e comunhões, expandir-se consciencialmente para fora dos limites do seu corpo e do seu cérebro-mente e no contacto com tais planos interiores inspirar-se e recarregar-se para as suas tarefas no quotidiano

O arquétipo do Eremita, como vemos neste arcano de uma das versões primordiais da Renascença Italiana, numa espécie de Saturno e Deus do tempo, do karma e do destino,  lembra-nos, com a clepsidra na mão, quão precioso é o tempo, pois muito veloz é a sua passagem na duração terrena da vida individual, pelo que, embora devamos amadurecer naturalmente, há que orientar os impulsos, instintos e necessidades, ordenando as prioridades e fazendo desabrochar as melhores frequências vibratórias e coloridas na nossa alma, por uma vida de constante aprendizagem, diálogo e serviço, apoiada na respiração e meditação iluminante do interior, para que assim se vá dando a destilação íntima da Sabedoria-Amor e a indispensável criação do corpo espiritual que avançará desperto no post-mortem...

                                                             

Avance pois no dia a dia com prudência nos seus passos, qual serpente cautelosa e discreta, com a sua coluna vertebral verticalizada a permitir a ascensão energética e com a luz e o calor do Amor no graal do seu coração e todo o seu ser, apoiado na firmeza das intenções harmonizadoras e clarificantes na cabeça e no bordão da força dos mantras ou orações sacralizantes e sob a bênção e presença da estrela do Espírito, numa consciência bem expandida e sintonizada com o grande Campo de Energia Consciência-Informação que nos rodeia e onde temos o nosso ser, a Anima mundi dos greco-romanos.
                                              
Tal como esta recriação moderna do Eremita sugere, devemos ser uma alma espiritual que pratica o silêncio e o auto-conhecimento mesmo na cidade moderna e que, com as vagas do pensamento relativamente estabilizadas, sem se deixar destruir ou imobilizar por dúvidas e conflitos, dispersões consumistas e ilusões das aparências, manipulações dos vírus e medos, falsos heróis ou vitimas, se torna um ser consciente interiormente, forte no seu sistema imunitário físico e psíquico, e irradiante da Luz íntima, e ora aspirante ora comungante da Divindade, na verdade e para o Bem de todos...
                                                

 Meditate under the Bodhi or Budhi tree, axis of the inner worlds, and be a light in the night. Medite sob a árvore iluminante e eixo do Cosmos, e eleve-se com ela, luzindo nas trevas.
Os seres que se recolhem e meditam na e sob a árvore, e eixo dos mundos, e se auto-conhecem luminosamente, são lâmpadas no nicho da noite, discípulos dos Mestres da Luz Primordial (para a quais esta carta também nos remete), mães e pais da Aurora de um dia, de uma época e de um tempo mais vasto e profundo, iluminado e harmonioso...
Medite então mais tempo que os breves minutos diários, seja quando acorda de noite, seja uma ou duas vezes no fim de semana, para harmonizar-se, receber a luz, fortificar-se e sentir e ver onde está no seu Caminho e orientar-se inspiradamente, vitoriosamente...
Muito discernimento e coragem, persistência e aspiração divina, para que a Luz e o Amor brilhem mais em nós e em muitos...

                       Graal, Graal, Brasil, Índia, Rússia, Irão e Portugal... 

sábado, 8 de agosto de 2015

Livro do Sossego Clarificante, 1º texto.

                                                    
   Ao saíres da travessia dos teus sonhos, acolhendo a morte e vida que  te causam, reconhecendo as pessoas e línguas que nele se escrevem ou falam, as vestes que os cobriam, os sinais das nuvens e animais que  neles se metamorfoseavam bem como a mensagem anímica que em ti deva desabrochar ou estacionar, ergue-te, sintonizando com os mestres e dando graças à Divindade, e avança com o pé direito, calmamente, até à janela e saúda baixinho seja os céus e nuvens seja as andorinhas durante alguns momentos, abrindo alas com asas alegres para o imenso espaço éterico perene. E quanto o Sol renascer, a ele também ama, e continua a abrir o teu coração, comungando dos seus raios coloridos e enviando os teus gratos e auto-conscientes.
        Assim terás purificado ou co-iluminado a rua, e a gaivota solitária ou guia poderá descer até ela no voo raro e próximo, e estarás pronto para no teu santuário da casa e do coração albergares as melhores bênçãos e potencialiades para o novo dia, ao qual sorriste e sorris e que certamente fecundarás das melhores frequências vibratórias, musicais e intencionais, sossegadamente e clarificantemente...