As badaladas sonoras dos sinos, mesmo elas, adquirem consciência, ou seja, forma-se nelas ou sobre elas o seu
sentido e mensagem e mesmo antes de terminarem já nos anunciaram a hora. É
como se as badaladas das sete horas estivessem a dizer mesmo logo na
primeira delas que são sete horas. Assim, ao ouvirmos o sino começar
a tocar podemos ouvir e logo adivinhar a mensagem da hora que é. Por isso aqui e acolá foi muito realçado este dito: É a Hora, apelando-se a sabermos participar na mensagem da hora ou momento, pessoal, nacional, internacional, axial, vertical...
São os sons badalados, é a maquinaria, são as energias psico-magnéticas, é o
percurso invisível entre a torre sineira e a minha casa que está
cheio do conhecimento, ou sou apenas eu que sentindo o percurso do
Sol no ar acerto na tentativa de saber a hora, abrindo o meu sentido interior e intuindo o resultado do que se está ainda a formar no ar e na minha mente-consciência, e que uma funda memória neuronal e anímica tem já sulcada em si?
Há uma consciência particular em
tudo, desde o objecto dito inanimado aos olhos físicos até à
estrela ou planeta distante só aos grandes telescópios visível?
Há sobretudo um campo de consciência
universal que subjaz os universos e galáxias na sua constituição
energética de partículas e ao qual temos algum acesso propiciador
de comunicações suprafísicas e intuitivas?
Em cada dia, a cada nova hora badalada,
a minha alma estende-se pelo campo psico-energético que nos
envolve, capta mensagens, projecta-se no Cosmos e, com uma gratidão imensa por estar
viva, concentra-se e desabrocha mais no meu peito como uma chama de
amor-sabedoria que, através do espaço e do tempo geopsíquico, voa quer a uma destinação particular quer até ao Sol e ao Sol dos Sóis, a Divindade, invocando-a também.
A badalada é então uma, curta, um quarto de hora, uma divisão quaternária do tempo, e
diz-nos do instante único em que vivemos e temos o nosso ser, numa
ardência imensa, grata e unitiva.
É a Hora.
Ama, Sê.
Sem comentários:
Enviar um comentário