sábado, 17 de maio de 2025

Fernando Pessoa, Agostinho da Silva e Moitinho da Almeida. Apontamento dum diário de 1987.

 

Na segunda metade da década de oitenta trabalhei bastante os papéis ou fragmentos inéditos de Fernando Pessoa, do seu espólio na Biblioteca Nacional, sobretudo nas facetas filosóficas, éticas, ocultistas, religiosas, quinto-imperiais e espirituais, e convivi não só com pessoas que o decifravam ou estudavam como algumas que o tinham conhecido, registando em sucessivos diários conversas, informações, vivências, compreensões, visões. 

                        

Trabalhando agora em busca de referências ao Afonso Cautela nos diários,  para o seu In-Memoriam, eis um pequeno apontamento, escrito à noite  e à pressa, de Outubro de 1987, quando eu ainda não publicara qualquer livro de inéditos de Fernando Pessoa, mas conhecia já há anos Agostinho da Silva e recentemente Luís Pedro Moitinho de Almeida, tendo este convivido pessoalmente relativamente bem  Fernando Pessoa, pois era o filho de um dos seus patrões, ao contrário de Agostinho de Silva que o vira uma só vez, embora estudasse depois bem a sua obra então editada, e escrevesse Um Fernando Pessoa. Onde foi esta conferência não ficou assinalado no curto resumo do que se passara:

«Dr. Moutinho de Almeida acaba por vir trazer-me a casa após a conferência de Agostinho da Silva sobre Álvaro de Campos... Falou muito bem. Discurso óptimo, fluido, se bem que em dois momentos o desenvolvimento que fez tornou o conteúdo inverso do que estava a desenvolver. Pelo que foi obrigado a começar a criticar o que antes valorizava, embora o tenha feito com um certo forçar.

[Agostinho da Silva] Fala para transmitir a mensagem de amarmos a vida, de fazermos as coisas, de nos realizarmos ou cumprirmos. Valorizou a descentralização dos primeiros tempos de Portugal, com o Rei a ir aqui e acolá e o comunitarismo económico [como a base social]. E o que os portugueses analfabetos levaram [na sua expansão mundial] foi a língua portuguesa e [por exemplo, deixaram] quatrocentas palavras no [léxico do] Japão.

Ricardo Reis foi até ao Brasil porque estava farto de Grécia e de Roma. Acha que é a Costa do Pacífico que será o futuro.

Que a crise hepática [que teria causado a morte de Fernando Pessoa] é só de quem passa fome. [Mas já] Moutinho de Almeida não sabe bem se será [assim] ou não. Mas acha que Fernando Pessoa passou fome, porque andava sempre teso e porque bebia um pouco. E também que era natural não se casar por não a [sua namorada duas vezes, Ofélia Queiroz] poder sustentar.» 

 Eis a transcrição dum curto extracto do diário, homenageando estas três almas nossas amigas que, passadas pela porta estreita e onde quer que estejam agora, são certamente espíritos luminosos e lúcidos, pois todas indagaram e escreveram sobre os mistérios da existência e do espírito, da Verdade e da Divindade e amaram Portugal e a Humanidade multipolar, criativa e fraterna.

                               

 Muita luz e amor neles e que inspirem os, tão sujeitos a manipulações, cidadãos  portugueses, sempre a votar (hoje dia 18) mas com que falta de estudo e conhecimento, e discernimento do Bem comum, por parte dos eleitores e dos eleitos.  Lux Dei!   

sexta-feira, 16 de maio de 2025

La gnose du coeur. Escrito em francês, nas faldas do Marão, na quinta da Dalila Pereira da Costa no Douro, há anos

Sur le convent de mon coeur, ou les émotions et les pensées s'évanouissent un peu pendant que je medite, j'aimerai qu'il y aurait le Feu Divin plus intensément et en permanence, car au fond c'est c'a le travail le plus important, le travail de tous les jours et pour toute l'éternité...

Au-delá même des travaux, des écrits, des conférences et des personnes connus, il y a toujours un profond désir de totalité, d'amour...

Ou est-ce qu'on trouve cette possibilité de unification totale de l'être?

En nous? Avec les autres? Nature, être humain, Ange, le Dieux, la Déesee, la Divinité?

On ressent dans l'extase de la relation sexuelle quelques moments de grande felicité, mais a peine on pourra dire que les frontiéres se sont évanouis, que les deux devienent un...

Certes, au-delá de la rélation sexuelle il ya toute la rélation de amour du quotidien et la possibilité de marcher avec quelqu'un qu'on se sent bien, qu'on a des affinités, avec qui qu'on develope ou aprofondisse certains subjects ou travaux ensemble, avec qui on est en amour.

Mais c'est pas si facile: sensibilité, age, style de vie, façon de se habiller, culture, alimentation, ideologies, ideaux, tout ça peut deranger l'osmose de un plus un, et avec les autres voyant les deux, qui sont ou non en harmonie, en amour.

Alors comment faire, seul ou a deux, pour que le feu de la plenitude soît de plus en plus allumé, rayonant, lié même aux currents spirituelles et a la Source Divine?

Comment ne pas se demissioner par des actes et omissions, et ne devenir la proie des consequences funestes de l'assombrissement des vibrations satviques, ou lumineuses-harmonieuses, que devraient vaincre les obstacules et forces opposés?

- Ne te laisse emporter par les distractions et les paresses. Medite plus, reste sobre, travaille bien conscient, soît en feu, brule, allume plus ton coeur dans la dévotion et abnégation, et que ta voix et ton aura soient lumineuses, chalereuses, benéfiques.

Vaincs les inerties et les manques de force, donne a tout ce que tu fais le dynamisme nécessaire a parvenir au équilibre lumineux, au  dépassement ou transcendance des dualités d'atraction-repulsion, plaisir-douleur, maintenant-demain, acquis-acquérir... 
 
Lâcher prise: soit confiant et en paix en toi même, par toi même, avec ton être intime, ton esprit, en ouverture verticale aux mondes et êtres spirituelles ou même a la Divinité, et vit chaque moment, entièrement, pleinement dans le present, avec toi, avec l'autre, dans la verité, la justice, la paix, l'amour, la courage, l'unité de la Providence Divine, le Dharma.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Um poema aos subtis Anjos: nestes tempos de tanto mal e sofrimento que nos inspiremos com eles...

Anjo, habitante etérico das noites de Natal,
pairando nos céus, nos tectos das igrejas
ou nos mais devotos como íntimo anjo da Guarda,
que poderei  saber eu mais da tua alegria e existência
senão que aspiro a unir-me à tua essência
e a intensificar tanto o Amor que tal se torne real?

Anjo diáfano, misterioso e subtil,
que por vezes te deixas ver na Natureza,
ou mesmo mais divinamente no olho espiritual,
como te poderemos identificar melhor:
És o nosso próprio Espírito,
o espírito que sopra quando quer
e vem de onde não se sabe,
ou és mesmo o companheiro celestial
que nos acompanha na nossa missão
e no perigo, quando podes, pões a mão?

Sorrio, confiante e avanço dia e noite,
acção e perigo, sonho e meditação,
lembrando-me de vós com frequência,
     ó Anjo da guarda, ó Anjos, subtis companheiros,
dardejando o meu Amor para Deus,
e desejando na  tão dilacerada Humanidade
que a vossa desvendação e influência
possa afastar os maus, proteger os inocentes,
e abrir-nos mais o coração ao Bem e à Divindade.

Criança, provavelmente da Palestina, invocando e dançando com os Anjos da Paz e Fraternidade...

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Um poema aos mártires e sufis de Bagdad e a Mohammad Abdur Rashid Barahona, por Dara Mota, 2003.

Em Março de 2003, movidos pela ganância das riquezas petrolíferas do Iraque e apoiados por alguns dos seus rivais, sob o falso pretexto de que tinham armas nucleares, uma coligação de estados ocidentais liderados pelos norte-americanos e britânicos bombardearam incansavelmente, mataram cerca de 150.00 pessoas e feriram, traumatizaram e envenenaram muitas mais, destruindo os principais centros do Iraque e em especial a cidade de Bagdad, mítica desde os contos das Mil e Uma Noites e as vidas dos santos e mestres sufis...

Vivendo então no Vale da Figueira, perto das termas do Agroal, Tomar, com a Maria, fazendo agricultura e vinha biológica, escrita e meditação, sem internet nem televisão, escrevi várias páginas e alguns poemas. E agora nestes tempos de novas mentiras e imperialismos ocidentais e sionistas assassinos ou mesmo genocidas, andando em busca nos meus diários escritos de referências ao querido amigo Afonso Cautela, para o seu In-Memoriam, encontrei algumas dessas páginas ou folhas de empatia e de indignação. A que transcrevo é um poema dirigido aos mártires e sufis, os místicos do Islão, tanto shia ou xiita como sunita, e ao António Barahona que então lançara um poema numa folha volante, insurgindo-se contra a profanidade e criminalidade norte-americana.

O poeta sufi, e amigo, António Barahona recebera o seu nome iniciático de Muhammad Abdur Rashid, com que assinou por vezes suas criações, e eu utilizei o Dara Mota, em homenagem a Dara Shikoh (1615-1659), o místico sufi e intereligioso que desde há muito gosto ou amo e a quem dediquei alguns textos, traduções e vídeos no Youtube. 

Mian Mir, Mulla Shah e Dara Shikoh, numa pintura mogol do séc. XVII, hoje no Victoria and Albert Museum, Londres.

Dara Shikoh, fora iniciado por dois mestres, Mian Mir e depois pelo seu discípulo e sucessor Mulla Shah, da ordem Qadiriyya ou, como eu traduzi, Kadirica, que foi muito importante na Índia, Paquistão, Iraque (Bagdad) e no Irão, pois gerou ou inspirou valiosos místicos na continuidade de uma linhagem ou silsila viva ainda hoje, e que remonta ao famoso Ali, o 1º Imam dos Xiitas, casado com al-Zahra Fatimah, a filha do Profeta.

 O poema refere ainda o famoso Mevlana Rumi (1207-1273) e o seu mestre Sham de Tabriz, pois li-o, peregrinei ao seu mausoléu em Konya, Turquia e senti bem a elevada espiritualidade e amor que realizaram, o que transparece bem na sua vasta obra poética, Diwan, infelizmente em geral mal traduzida do persa nos meios ocidentais. 

O túmulo de Mevlana, em Konya, Turquia, alto templo do amor.

Eis o poema então bastante sentido e de coração, datado mas perene tanto pelas destruições e ameaças que o imperialismo ocidental e sionista ainda causa no mundo como pelo valor eterno da realização  mística de alguns destes seres do Oriente sagrado.


Bagdad Kadirica, Bagdad milenária,
cidade mítica de ouro, prata e jóias,
tens agora os teus jardins regados de sangue
e os céus límpidos toldados de fumo e bombas.

Ó comunhão sufi e cristã,
ó pontes entre o Eufrates e o Tejo,
dificilmente construídas ao longo dos séculos,
como se atrevem eles a profanar-vos?

Convocam-se os espíritos mais luminosos
as mesquitas e os santuários acessos,
 irradiem luzes e orações santas,
vem juntar o teu coração, ó irmão.

Ó Mohamed Al Rashid Barahona,
epifania sufi na finisterra Lusa,
crê que os antigos cavaleiros e iniciados
estão ao lado dos mártires de Bagdad.

A vida é curta e rápida,
caravana que atravessa o deserto.
Funde-te no Todo Poderoso
ó Quadiri, ó Irmão,
Assim te diz Dara Mota.

Os disparos assassinos e brutais
retalham o corpo inteiro da humanidade.
Todos estamos a ser atacados,
todos estamos a ser derrotados.

Mas no fim, o vencido criminoso
será o aparente vencedor:
Bush e a mafia que o rodeia,
Blair, o criminoso e colérico inglês
e todos os que se vendem ao imperialismo,
ao dólar, consumismo e hubris americana.

Restam-nos os mundos espirituais e divinos,
onde assassinos, mentirosos e manipulados não entram,
ò Kadir, ò Rashid, ò Shem Tabrizi, ò Rumi, assim o diz Dara.
 

terça-feira, 13 de maio de 2025

Da meditação e elevação da alma. Do cálice do coração e das práticas respiratórias e recolectivas.

                                                             

Meditar é proporcionar ou oferecer ao centro da alma, que é o cálice do coração espiritual, vibrações de melhor qualidade. Assim a realidade intrínseca do que denominamos alma é  movimento, transformação e crescimento, consciencialização e expansão. Numa dinâmica  de peregrinos da verdade, de criadores da beleza, de cavaleiros do amor, somos ou tornamo-nos portadores do santo Graal, ao conseguirmos esforçada e sabiamente trabalhar, erguer, encher e derramar tal centro íntimo.

É nas pontas da serpente do devir, o Oroborus egípcio-grego que podemos ver e compreender melhor tal realidade: assim, no fim de um dia vivido, reflectimos, visualizamos e oferecemos  tanto o que fizemos ou aconteceu na jornada quanto as aspirações e compreensões que geramos, reforçando em nós as linhas de força mais valiosas, entretecidas com os outros e o Universo pluridimensional. Deste modo o Graal do nosso coração é trabalhado e iluminado pela vontade e a aspiração e é assimilado e erguido com gratidão.  

Já de manhã, ao começar-se a jornada, devemos dirigir-nos  ao Sol Divino da Vida e darmos graças por estarmos despertos para novas realizações, e abrir-nos às correntes espirituais e divinas que possam entrar ou passar pela nossa aura e ser. Nesta sintonização, e os centros de força ou chakras ganham muito com a contemplação do nascer do Sol e dos raios matinais, há um alinhamento e consagração nossa ao Dharma cósmico e terrestre desse dia e podemos receber raios, intuições ou impulsões de acção para o que deveremos fazer, ou seja, para realizarmos o nosso swadharma, ou missão.

Quando pensamentos de ordem nacional ou internacional  aflorarem mais à nossa mente, devemos invocar-sintonizar o Arcanjo de Portugal (ou do nosso país), ou os guias da Humanidade, pedir-lhes bênçãos e aspirar  e reorientar os nossos pensamentos e sentimentos em rumos justos, luminosos, úteis.

Por estas duas práticas no começo e fim de cada dia, conseguimos transformar e melhorar a individuação da nossa personalidade elevando-a e religando-a espiritualmente, e sobrepomos ou transmutamos as reações instintivas e desejos ou receios com a vontade do bem comum, o auto-controle, o discernimento, os esforços e aspirações e o amor que sentimos, e pelo qual adoramos seja a Ordem do Universo, seja a Divindade e as suas faces, seja ainda ajudando ou servindo os próximos que necessitam, onde quer que estejam.

O resultado destas vivências e práticas deposita-se como tesouro e combustível do cálice do coração e este pode inflamar-se com tais energias,  elevando a nossa alma, tornando-a mais vertical, clara e transparente, com raios e filigranas mais belos (o que raramente vemos), de tal modo que podemos aprofundar e desfrutar melhor a respiração vitalizante do Infinito Cosmos, sentir a natureza beatífica do espírito e contemplar as intuições que merecemos dos níveis espírituais.

Um dos processos simples de respiração é inspirar abrindo-nos às ondas e correntes de partículas prânicas e psíquicas que descem dos mundos subtis e espirituais e assimilá-las nos centos subtis e nervosos. Na expiração fazendo-as circular ou dirigir interiormente, ou então irradiando-as em boas energias, intenções e bênçãos para o Universo.

"Praticai e recebereis", disse o mestre Jesus. "Faz que Deus te ajudará", diz o nosso povo. "Persevera na aspiração e ergue o santo Graal ao Espírito", diremos nós...

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Uma oração poema a Deus. Da folha 113 dum diário já antigo, e agora melhorada na Lua cheia de Wesak.



 
Deus,  origem da Vida e ícone brilhante,
sabemos que estás em toda a parte
mas nós penamos por te achar na felicidade
e remamos cansados de escolas e livros no Oceano. 
 
Desce sobre nós a tua mão sagrada,
   abençoa-nos com o calor da tua Presença,
      que o Teu Nome e vibração seja fogo na matéria.
 
Do alto dos Céus, na imensidão do Espaço,
Tu estás no Centro, Um só Infinito,
ardente de Amor e solidão na Unidade do Espírito Santo. 
 
   Para ti acordamos ao nascer do dia,
quando aTua face radiante aquece as nossas vestes
e dentro de nós ritmos e movimentos quentes
nos levam à acção dum novo dia,
para Te manifestar, para Te levar a conhecer e a amar.
 
Tu, cósmica cruz, és imagem de nós de braços abertos
às correntes planetárias e recebendo as bênçãos do Céu
para nos tornarmos Teus inspirados ou ungidos,
mistério sagrado do nascimento da Primavera,
do Menino do Espírito e da nova Era em nós.
 
Ó Deus, sopra em nós o Amor e a Luz da tua Essência,
    a voz e modulação da tua Consciência e Vontade.
 
 
 
Vem, ó Deus, ó Deusa, ó Divindade,
qual Lua Cheia curativa e iluminadora,
brilha e irradia mais no nosso coração e seres. 
 

domingo, 11 de maio de 2025

Ensaio breve sobre o Amor.....

 O Amor é a minha religião, quer dizer que é através do amor que nos conseguimos ligar a Deus, ao Cosmos e aos outros seres mais harmoniosa e profundamente.
O Amor é então a chama do nosso ser, tendendo para a Divindade e bordejando ou unindo-se à dos outros; e quando há afinidades vibratórias, seja a que nível forem, há trocas energéticas que podem ir desde o sorriso a uma fogueira ou incêndio imenso, ou à plena unidade.
Sendo o Amor a nossa religião devemos cultuá-lo, animar a sua chama diariamente, constantemente. E por isso foi dito: "ama o que fazes e pensas, diz e faz o que amas." Isto quer dizer que devemos ser sinceros, espontâneos, transparentes, irradiando o nosso ser mais íntimo, assumindo-o criativamente em sintonia harmoniosa pluridimensional.
Vivermos em a
mor, tentando sê-lo com o número adequado de seres animados e "inanimados", implica sabermos que as características e ideias específicas de cada ser determinam atrações e repulsões e estas últimas em certos casos impossibilitam o normal amor fraterno, e mais  ainda a possibilidade de estados mais unitivos de amor. Embora a nossa chama interna do amor deva continuar a arder, mais ou menos na sua irradiação natural, pois a plena ou universal é dificílims manter face tais oposições ou dissonâncias psico-vibratórias, há que portanto saber morrer ou desprender-nos e renascer e avançar...
Ora quando sentimos tais choque ou confrontos e necessitamos de limitar portanto a nossa expansão amorosa ou inclusiva devido a tais condicionalismos psíquicos ou ideológicos, para além do morrer e renascer, como deveremos assimilar tal e determinar-nos e harmonizar-nos em espiral ascendente?
Há  formas ou movimentos
espiritualmente regeneradores na aura que devemos cultivar ou invocar mais, seja pela oração, meditação, exercício ou som? Há mandalas, imagens ou ícones mais propícios a contemplarmos e harmonizar-nos? Será com o mestre ou o ensinamento que mais sentimos afinidade que devemos renovar ou aprofundar a ligação ao Amor e inspirar-nos? Será com os amigos ou os co-discípulos ou discípulas mais próximos que devemos dialogar, sublimar e harmonizar tais conflitos, e desse modo partilhar e intensificar a nossa alma, ideias, lutas, aspirações, amor?
Se estás em Amor, se o demandas, ne
cessariamente as tuas movimentações e escolhas serão ditadas ou pelo menos influenciadas por ele, mas devemos compreender que Amor não é só fluidez, simpatia e doçura pois muitas vezes nasce de contrastes e oposições fortes e outras vezes ele tem de ser a espada forte que corta ou repele o que é ignorância, inconveniente, mal ou falso.
Claro que devemos estar atentos e discernir se estamos demasiado na cabeça e no ego, e perdemos a impregnação do nosso ser pela flama do amor e a sua irradiação pelo centro subtil do coração e estamos antes a ser levados por reacções emotivas e posições extremizantes.

Por isso sempre se recomendou no caminho espiritual um frequente alinhamento auto-consciencial, postural, respiratório, meditativo para dissolver tensões, nós, inconsciências, traumatismos, acumulações e ilusões e permitir que a circulação energética interna ascendente e descendente e a irradiação do coração estejam activas, e para seja acolhermos seja para acertarmos melhor nas ideias e reacções, orientações e ritmos.
Pouca gente tem consciência do espaço de tempo que sua vida terrena abrangerá bem como, a cada momento ou fase, das prioridades de utilização e desenvolvimento das suas capacidades. E contudo a Parca virá fatalmente um dia cortar o fio da vida e teremos de abandonar o corpo físico com a alma e
as suas capacidades mais ou menos desenvolvidas, aperfeiçoadas, frutificadas.
Assim na via do Amor cada se
r deve estar bem consciente da intensidade do que deverá desabrochar  na sua alma e ambiente, e que laços, amizades e uniões cultivar, e ainda que tarefas prioritárias deve concluir para o Amor circular mais forte na sua alma e ambientes, para ir cumprindo as potencialidades da sua missão ou dever na Terra, só, em família ou grupo, lutando pelo amor, a justiça, a sabedoria, a solidariedade, a ecologia, a multipolaridade, religando-se ao seu Espírito e ao seu Deus, no coração, e de modo a que quando morrer as correntes de Amor a atraiam para o Sol do Amor Divino Primordial, através dos mundos de Luz que nos couberem e provavelmente o diálogo e convivência com os espíritos mais afins, no infinito campo unificado de consciência, energia e informação em que todos estamos entretecidos...