O Amor é a minha religião, quer dizer que é através do amor que nos conseguimos ligar a Deus, ao Cosmos e aos outros seres mais harmoniosa e profundamente.
O Amor é então a chama do nosso ser, tendendo para a Divindade e bordejando ou unindo-se à dos outros; e quando há afinidades vibratórias, seja a que nível forem, há trocas energéticas que podem ir desde o sorriso a uma fogueira ou incêndio imenso, ou à plena unidade.
Sendo o Amor a nossa religião devemos cultuá-lo, animar a sua chama diariamente, constantemente. E por isso foi dito: "ama o que fazes e pensas, diz e faz o que amas." Isto quer dizer que devemos ser sinceros, espontâneos, transparentes, irradiando o nosso ser mais íntimo, assumindo-o criativamente em sintonia harmoniosa pluridimensional.
Vivermos em amor, tentando sê-lo com o número adequado de seres animados e "inanimados", implica sabermos que as características e ideias específicas de cada ser determinam atrações e repulsões e estas últimas em certos casos impossibilitam o normal amor fraterno, e mais ainda a possibilidade de estados mais unitivos de amor. Embora a nossa chama interna do amor deva continuar a arder, mais ou menos na sua irradiação natural, pois a plena ou universal é dificílims manter face tais oposições ou dissonâncias psico-vibratórias, há que portanto saber morrer ou desprender-nos e renascer e avançar...
Ora quando sentimos tais choque ou confrontos e necessitamos de limitar portanto a nossa expansão amorosa ou inclusiva devido a tais condicionalismos psíquicos ou ideológicos, para além do morrer e renascer, como deveremos assimilar tal e determinar-nos e harmonizar-nos em espiral ascendente?
Há formas ou movimentos espiritualmente regeneradores na aura que devemos cultivar ou invocar mais, seja pela oração, meditação, exercício ou som? Há mandalas, imagens ou ícones mais propícios a contemplarmos e harmonizar-nos? Será com o mestre ou o ensinamento que mais sentimos afinidade que devemos renovar ou aprofundar a ligação ao Amor e inspirar-nos? Será com os amigos ou os co-discípulos ou discípulas mais próximos que devemos dialogar, sublimar e harmonizar tais conflitos, e desse modo partilhar e intensificar a nossa alma, ideias, lutas, aspirações, amor?
Se estás em Amor, se o demandas, necessariamente as tuas movimentações e escolhas serão ditadas ou pelo menos influenciadas por ele, mas devemos compreender que Amor não é só fluidez, simpatia e doçura pois muitas vezes nasce de contrastes e oposições fortes e outras vezes ele tem de ser a espada forte que corta ou repele o que é ignorância, inconveniente, mal ou falso.
Claro que devemos estar atentos e discernir se estamos demasiado na cabeça e no ego, e perdemos a impregnação do nosso ser pela flama do amor e a sua irradiação pelo centro subtil do coração e estamos antes a ser levados por reacções emotivas e posições extremizantes.
Por isso sempre se recomendou no caminho espiritual um frequente alinhamento auto-consciencial, postural, respiratório, meditativo para dissolver tensões, nós, inconsciências, traumatismos, acumulações e ilusões e permitir que a circulação energética interna ascendente e descendente e a irradiação do coração estejam activas, e para seja acolhermos seja para acertarmos melhor nas ideias e reacções, orientações e ritmos.
Pouca gente tem consciência do espaço de tempo que sua vida terrena abrangerá bem como, a cada momento ou fase, das prioridades de utilização e desenvolvimento das suas capacidades. E contudo a Parca virá fatalmente um dia cortar o fio da vida e teremos de abandonar o corpo físico com a alma e as suas capacidades mais ou menos desenvolvidas, aperfeiçoadas, frutificadas.
Assim na via do Amor cada ser deve estar bem consciente da intensidade do que deverá desabrochar na sua alma e ambiente, e que laços, amizades e uniões cultivar, e ainda que tarefas prioritárias deve concluir para o Amor circular mais forte na sua alma e ambientes, para ir cumprindo as potencialidades da sua missão ou dever na Terra, só, em família ou grupo, lutando pelo amor, a justiça, a sabedoria, a solidariedade, a ecologia, a multipolaridade, religando-se ao seu Espírito e ao seu Deus, no coração, e de modo a que quando morrer as correntes de Amor a atraiam para o Sol do Amor Divino Primordial, através dos mundos de Luz que nos couberem e provavelmente o diálogo e convivência com os espíritos mais afins, no infinito campo unificado de consciência, energia e informação em que todos estamos entretecidos...


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