quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Da Luz cósmica como fonte do pensar: ensinamentos de Bô Yin Râ no seu livro "O Fantasma da Liberdade".

                                                      
Dado
à luz em Basileia em 1930, em Das Gespenst der Freiheit, O Fantasma da Liberdade, Le Fântome de la Liberté, Bô Yin Râ aprofunda e questiona alguns aspectos fulcrais da vida, misteriosos mesmo e num dos seus capítulos mais originais, o décimo primeiro, Wissenschaft, Ciência, após referir a evolução humana e cerebral da linguagem, desde o rosnar e balbuciar até à primeira palavra engendrada pelo espírito, afirma que o ser humano distingue-se dos animais porque "o seu cérebro consegue absorver as partículas de luz física ou visível que irradiam em todos os lugares e transformá-las em forças de apreensão".
O cérebro humano, mais sensibilizado  e desenvolvido para tal que o dos animais, consegue absorver e transformar as partículas luminosas provindas do sol, da lua e das estrelas, pois elas são de substância espiritual,  numa força capaz de criar um conteúdo ou domínio interior de conhecimento. Transmuta assim criativamente a força da luz pura em imagens das coisas exteriores que podem ser apreendidas depois pelo pensamento.
São estas imagens de formas exteriores, ainda que mais subtis, que nos permitem também alcançar apreensões e relações que escapam à percepção dos cinco sentidos.
Porém, o pensar que não seja estimulado pelo exterior, mas que se realize no nosso mundo interior, e que portanto é uma criação nossa interna, precisa de abundante substância transformada da luz física no cérebro, diz-nos Bô Yin Râ.
Quem sabe, perguntaremos nós, se alguns esgotamentos interiores, ou cansaços mentais não correspondem a uma exaustão de energia luminosa, e que portanto para além do descanso mental, ou do dormir mais, seja conveniente exposição e captação maior da luz?
Toda a nossa representação interior é uma imagem nascida da transformação da substância física da luz e é também só numa precipitação ou coalescência luminosa que a realidade da alma e do Espírito substancial se nos torna apreensível.
Explica-nos então Bô Yin Râ: «Esta substância luminosa, que penetra continuamente tudo o que é terrenamente físico, graças aos movimentos ondulatórios de corpúsculos inimaginavelmente pequenos de força luminosa [e poderemos denominar em termos indianos glóbulos do prana ou akasa], transformada nos cérebros permite criarmos as mais diversas imagens, que não têm que corresponder necessariamente ao que quer que seja de real, quer se trate, segundo o modo de falar habitual, da realidade do mundo exterior quer já da Realidade Absoluta, que só existe em formas anímicas e espirituais substanciais.»
Podemos dizer que esta afirmação de que a Realidade Absoluta, ou ainda, o Ser e Mundo Divino, mas também o mundo espiritual, só é visível em formas anímicas espirituais fundadas na substância luminosa é bem profunda, e pode entender-se também no sentido que a nossa vida de aprendizagem espiritual é em parte a unificação da energia vibratória e luminosa espalhada no universo, nos objectos e nos corpos com a consciência e o espírito. E quando meditamos podermos assimilar mais a substância espiritual da luz no nosso ser e cérebro, como por vezes vemos no noss
o ver espiritual ou 3º olho.

Será acertado e útil  distinguir um  triplo nível do cérebro como sede do discernir, do pensar e do realizar, o físico das percepções, o psíquico do mundo interior das ideias e o espiritual da Divindade, todos eles permeados pela luz substancial, mas que poucos se consciencializam? - É uma questão que cada um terá de responder por si, ou discernir os níveis que vive ou trabalha mais.
Depois de nos alertar para a disciplina do pensamento necessária, para podermos percepcionar tanto a realidade material que nos rodeia como o mundo espiritual, algo que neste século XXI, com tanta ficcionalidade e manipulação de imagens e ideias ou falsas narrativas e medos, amplificadissimo com a Inteligência Artificial em fácil utilização, se torna bem difícil percepcionarmos a realidade espiritual (e por isso se aconselha a não se verem noticiários televisivos e seus comentadores avençados), diz-nos Bô Yin Râ que como toda a ciência se baseia e alimenta da linguagem, que não é senão a representação fonética da modelação interior da força da luz física transformada, o desenvolvimento da ciência dependeria em larga medida de uma interrogação apropriada da linguagem, o que em geral não se faz para os níveis internos e superiores...
Dirá também que as descobertas por vezes mais interessantes são devidas ao facto que uma palavra impulsionou o despertar do encaminhamento do pensamento para onde se encontrava a resposta, que até muita gente procurava, provavelmente por afinidades, influências à distância e sincronias, associações de pensamentos, e por fim ligações de sinapses cerebrais, além de poder ser o despertar dos sentidos espirituais intuitivos ou certeiros na localização da resposta ou esclarecimento que porventura virá.
Dirá ainda Bô Yin Râ: mesmo quando pensamos que estamos a relacionar-nos com as coisas em si mesmas, são só as imagens interiores correspondentes, criadas pela força da luz transformada, das quais dispomos como objectos de observação e cuja representação fonética é a linguagem...
Há aqui uma alquimia da palavra sugerida subtilmente, como se a palavra revelasse ou desvendasse a essência das imagens, ou mesmo abrisse para a energia espiritual substancial nelas. Daí a utilização de sons, mantras, jaculatórias na maioria dos ensinamentos espirituais...
Dirá ainda que o nosso ver é só uma transformação concentrada das partículas de força luminosa em substância de forma, a partir da qual se constrói todo o nosso mun
do interior, o único no qual vivemos, por mais materialistas ou positivistas que sejamos, diremos. E a palavra é a condensação interna sonora da luz e da imagem que se denomina. Vemos aqui uma subtil indicação valorizadora da ciência ou arte dos mantras, sons e orações luminosas...
Porém, quem pratica a ciência oficial - provinda de uma longa experimentação e disciplina, e nisso valiosa - , dum modo que a pessoa se torna estranha à vida desperta, aquela na qual o pensamento deve ser o servidor [e não o dono], é tão mistificada pelo seu sonho [de rigor científico] como quem é possuído pelo produto das suas confusas fantasias», que acontecem por não haver disciplina mental na aceitação ou criação de imagens nem aspiração a Verdade, para que a Realidade possa ser apreendida por nós interiormente...
Como último conselho, fique-nos este tão actual, quando tantos políticos, governantes, estados e organizações tentam pelo medo, a corrupção e a opressão criar uma dominação cada vez maior sobre a humanidade livre: «Toda a empresa humana deve servir a vida, deve esforçar-se de enriquecer a existência terrestre, a fim de que o ser humano não se torne um escravo, lá onde deve estabelecer o seu domínio» e, acrescentaremos nós, a sua liberdade criativa não alinhada com a narrativa oficial mas sim com a sua consciência em demanda da verdade ou realidade e da Divindade...

Nos mundos espirituais, por Bô Yin Râ....

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Bô Yin Râ e o despertar do gérmen da flor de lótus da alma espiritual. Trilingual. On the spiritual awakening. Om Mani Padme Hum.

                              What Is the Meaning of a Lotus Flower in Christianity?
 Acerca do despertar espiritual, Bô Yin Râ, no Livro do Deus Vivo. oferece-nos, entre outras, uma breve e bela descrição mas profunda do processo, realizado pela vida activa justa e criativa e por uma prática de recolhimento interior e do desabrochar do centro da flor de lótus, que é uma espécie de roda de forças na nossa alma,  tentando ainda estimular a nossa confiança e aspiração aos mestres espirituais invisíveis, ao mestre interno, quando silenciamos e meditamos.
«Dann ist der Keim der „Lotosblume” aufgegangen, und in den heiligen Tempelteichen, die kein irdisches Auge je erblickt, wird das Geistesauge deines unsichtbaren Führers, – die Alten nannten ihn:
deinen dich schützenden „Engel”, – eine Knospe über der unbewegten, geheimnisreichen Wasserfläche erschauen…
 Er wird seine Gefährten rufen in heiliger Freude, und eine Schar erwählter Wächter wird von diesem Tage an die heiligen Wasser behüten.»
 «Então o gérmen da "flor de lótus" desabrocha e, nos pequenos lagos sagrados do Templo, que nenhum  olho terrestre vislumbra, torna-se para o olho espiritual do teu Guia invisível, - os antigos denominavam-o o teu "Anjo" custódio, - um botão que na superfície imóvel e misteriosa das águas resplandece.
Repleto de uma alegria sagrada ele chamará os companheiros e a partir desse dia um grupo de guardiões escolhidos vigiará as águas sagradas.»
«Then the seed of the ‘lotus flower’ will  open, and in the holy ponds of the Temple, unseen by human eyes, the spiritual eye of your invisible guide, – the ancients called him your guardian ‘angel’, – will see a bud above the motionless, mysterious surface of the water…
He will call his companions in blessed joy; a host of chosen guardians will from that day on keep watch over the holy waters.»
                                    Importance of Lotus: What is the Significance of the Lotus Flower?
Dirá ainda também acerca desta tão subtil flor de lótus anímica:
 «Aber niemals darf der Intellekt die Führung erhalten, wenn wir uns im Frührot ferner Ahnung auf den Weg des Suchens begeben, des Suchens nach dem, was unser Aller bleibender unzerstörbarer Lebenskern, unser Aller innerste Heimat, unser Aller unbegreiflichstes Wunder: — das „Juwel in der Lotosblume” ist.»
 «Mas nunca deverá o intelecto  tomar o comando quando, na aurora de um longínquo pressentimento,  entramos no caminho da procura, da procura do núcleo indestrutível  da nossa vida, a nossa Pátria-Mátria mais íntima, a nossa maravilha mais inexplicável, que é a "Jóia na Flor de Lótus"»,
  «But never must the intellect guide us when in the early dawn of vague suspicion we set off on the path of seeking, seeking for what is our very lasting, indestructible life’s core, our very innermost homeland, our very inexplicable wonder: – the ‘jewel in the lotus flower’».
 Eis de um modo concentrado, algumas indicações para a meditação a que se alude na famosa oração tibetana Om Mani Padme Hum...
Bom desabrochar da consciência no coração da flor de lótus, até com o mantra que tal significa e invoca:
                                      Om Mani Padme Hum — a beautiful mantra... - Paula Young Yoga | Facebook

domingo, 29 de janeiro de 2023

O Amor aos Livros, à Sabedoria e à Divindade, ordenando-os. Com um fado anteriano, poema Maria, pelo Grupo Coimbra.

 Trabalho duma tarde de  Domingo, arrumando e escrevendo. O fado coimbrão com voz e pathos excelente, com poema de Antero de Quental, sendo tão bela, embora no fim, pode ouvi-la já....

O Amor dos Livros é o Amor da Sabedoria, na comunhão com os seus autores, no aprofundamento do conhecimento e no intensificar da Luz na alma.
Estarmos numa biblioteca é prestarmos culto a todos os autores e em especial à Divindade donde ou de quem tudo emanou.
Quando trabalhamos em paz numa biblioteca o nosso coração abre-se e somos portadores do Graal, da taça da sabedoria e amor que conseguimos sentir, recolher, sintonizar, compreender e  viver...

                                                       ***

                                   

A vida corre no seu ritmo mais rápido durante a semana e mais calmo e opcional no fim de semana. Mas é tanta a oferta cultural e informativa, ou outras, que frequentemente não optamos pelo  que é mais criativo, descobridor, harmonizador, iluminador.
A dispersão causada pela imensa oferta é um perigo e sabermos discernir o que mais importa, o que mais devemos aprofundar não é fácil nem imediato.
Termos bem compreendida e assumida uma hierarquização dos objectivos de vida é então conveniente para não nos deixarmos distrair, ou então perder os veios mais valorosos que poderíamos desenvolver.
Se contemplo o Sol e oro a ele e deixo os seus raios entrarem pela minha face, pele e aura sou levado ao coração, ao santo Graal e posso então sentir o que nele se quer elevar à comunhão e conseguimento do que mais importa: ser um espírito em comunhão espiritual e Divina o mais possível e irradiantemente, eis a missão...

                                                   *** 

Quando o crepúsculo vai descendo e com ele o frio, algum cansaço pode dar sinal no corpo ou na mente e devemos então parar de trabalhar, sentar-nos, fechar os olhos, orar, silenciar e meditar em tanta beleza, sabedoria e amor que podemos realizar. Como não estarmos gratos por tal operatividade, por tal beneficiência divina?
Os livros e os papéis vão sossegando de novo no remanso que só o manuseio e a leitura desencantarão do sono fatídico de não poderem falar-nos audivelmente ou telepaticamente.
Todavia, alguns que por secretas afinidades mais ressoaram connosco, continuam entrelaçados com a nossa alma, tal como as pessoas mais próximas ou amigas estão sempre numa relativa comunhão e unidade.
É bom ao fim do dia sentirmos com quem ou com que livro, tema ou texto mais vibramos e assim no Graal do coração à Divindade o elevar e em tal demanda de realização avançar.

                                                   ***** 

Por vezes o coração, ainda que passando por pessoas, imagens, livros, cenas e momentos, é apenas uma conflagração ígnea que arde pura e simplesmente de amor.
Nada a ser pensado, tudo apenas a ser sentido intensamente numa ardência imensa que enche o anoitecer de um sol que mesmo no meio da noite brilha...
As páginas dos livros ciciadas pelo tacto e o sentir atento, e a ordem nova que os une, criam nas estantes uma harmonia subtil e luminosa, palpitante mesmo que nem a toda a gente passará desapercebida, mas se nas prateleiras tal brilho se presentifica é no altar do coração que o amor se eleva à Sabedoria, aos Mestres e Anjos e à Divindade.
Arrumar livros é também arrumar a nossa alma: ordenarmos, estabilizarmos, silenciarmos e permitirmos que o Espírito Divino mais facilmente abra as suas páginas ou inspire as ideias, palavras e escritas mais justas, luminosas e libertadoras....

                          

sábado, 28 de janeiro de 2023

Cinco ícones de sintonização com os Anjos, o Espírito, a Divindade e nos harmonizarmos mais, qual pentagrama...

Sagesse, de Paul Verlaine, gravura em cobre de d'Hermine David: 
Gravura em madeira para a famosa gesta Chanson de Roland. 

Imagem de Fragments sur la Guerre, de Rainer Maria Rilke.

Civitas veri, 1585, de Barthélemy Delbene....
Otto Venius. Emblemata amatoria.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A Alemanha e a UE intensificam o conflito na Ucrânia com armamento radioactivo. O obediente governo português segue-os. USA esfrega as mãos: tantos vendidos, tolos e inocentes a morrerem pelo seu inesgotável e corruptor dólar.

Hagia Sophia, A Sabedoria Divina protegendo a Humanidade, com a bandeira do pacto da Paz, assinado em 1935. De Nicholas Roerich.

Texto baseado em grande parte num artigo da Press Tv de 26 de Janeiro de 2023.

 O Kremlin considera as munições de urânio empobrecido usadas nos tanques Leopard 2, como bombas sujas.  Isto foi declarado pelo chefe da delegação russa nas conversações de Viena sobre segurança militar e controle de armas, Konstantin Gavrilov.

O governo alemão, ao fim de algumas semanas de hesitações, decidiu a 25 de Janeiro de 2022 enviar 14 tanques Leopard 2A6 para a Ucrânia, crendo que em Março, depois de treinados os operacionais ucranianos chegarão ao teatro das operações. E obedecendo aos ditames da vampiresca Ursula von der Leyden, que por sua vez obedece aos patrões do seu marido, um importante executivo da Pfizer a trabalhar nos USA, também  vários países europeus membros da extremista NATO e em grande parte causadora do conflito, se preparam para enviar os mortíferos e poluentes tanques com bombas revestidas de urânio, entre os quais os tolos ou vendidos dos irresponsáveis portugueses. Outro país, e é o caso do governo extremista polaco, pediu mesmo aos USA que fornecessem armas nucleares à Ucrânia. Veja-se o que tal originaria no planeta, o Zelensky e os seus com armas nucleares....

Outro dos vampiros do sangue eslavo, Jens Stoltenberg, chefiando a expansiva e belicosa NATO e o mais insistente com Zelensky no envio de armas, garantiu no dia 25 de Janeiro que com os novos tanques a Ucrânia vai vencer a guerra...

Konstantin Gavrilov, o chefe da delegação russa às conversações de Viena sobre segurança militar e controle de armas realizadas em Junho de 2022, lançou um apelo ao Ocidente para evitar "provocações nucleares" com os tanques Leopard 2.

                                       

 "Advertimos os patrocinadores ocidentais da máquina militar de Kiev contra o incitamento a provocações nucleares e a chantagem. Sabemos que os tanques Leopard 2, assim como os veículos de transporte blindados de infantaria Bradley e Marder, estão armados com projéteis perfurantes de blindagem com ogivas de urânio. O seu uso leva à contaminação da área, como foi o caso na antiga Jugoslávia e no Iraque, [onde ainda hoje sofrem terríveis consequências nos nascituros]. Caso tais munições para armas pesadas fabricadas pela NATO sejam fornecidas a Kiev, consideraremos isso como o uso de bombas nucleares sujas contra a Rússia, com todas as consequências que tal implica", disse ele a um fórum da OSCE sobre cooperação de segurança.»
Será que os cerca de 100
 tanques que os ocidentais conseguem arrebanhar e enviar vão mudar o desenlace do conflito, ou apenas  provocar mais mortos e feridos, além da terrível criminosa poluição nuclear para o futuro?

                                  

Será que os russos, com uma tão longa tradição da Mãe Rússia, da Terra Húmida, da Santa Sofia, desde S. Sérgio de Radonetz e Dostoievsky a Soloviev e Berdiaef, vão deixar profanar e envenenar as suas terras? Como reagirão? Os melhores norte-americanos a comentar o conflito diariamente no youtube, tal o coronel Douglas Macgregor e Scott Rietter, desvalorizam os prognósticos de Jean Stoltenberg e outros, considerando que não impedirão o avanço libertador russo...
E o que
estão a fazer nos seus postos os portugueses António Guterres, sobretudo este, à frente das Nações Unidas, que deveria ser um espaço e voz imparcial e de busca de justiça e verdade da Humanidade, e António Costa? Apenas subjugados, para não dizer vendidos, aos dólares e euros que lhes pagam e sem já a mínima integridade ética nem clarividência e coragem diplomática? Até onde caiu o nome de Portugal, como vemos com o vendido ou mesmo traidor António Costa?
                                    
Não será melhor a
 comunidade ocidental, liderada pelos norte-americanos, reconhecer que as repúblicas do Leste da Ucrânia eram e serão russas  e rapidamente encetarem negociações, estabelecerem a paz, delimitarem as novas fronteiras, terminando o sangramento  e dilaceramento trágico de tanta gente? 

                               

Quase certamente isto não virá a acontecer tão cedo, com consequências sejam graves, já que há vários governos, políticos e oligarcas importantes  dispostos a lutar cobardemente na rectaguarda  fornecendo armamentos em crescendo de poder destrutivo e não se importando com quantos soldados e civis da Ucrânia morrerão, como reconheceu e de certo modo condenou recentemente o senador norte-americano Richard Black: https://www.youtube.com/watch?v=GXOWZnRCc20, elogiando ainda  a justiça e o profissionalismo do exército da Rússia e da orientação de Putin, na operação especial em defesa dos russos (ucranianos desde 1991 com o desmantelamento da União Soviética  e a independência da Ucrânia)  tão ameaçados e chacinados em Donbass desde 2014...

E claro atacando por todos os media arregimentados e comentadores avençados e fulminando com sanções os que lutam pela entrada da Humanidade numa fase de multipolaridade fraterna e não escravizada ao dólar, o caso da santa Rússia, Belarus, Irão, Síria, Venezuela, China, Nicarágua, Índia, Brasil, África do Sul, Hungria e Sérvia, e vários outros... Vigiemos e oremos....

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

"O Amor redenção do mundo moderno", 1942, de José V. de Pina Martins. Da perenidade do seu Espírito, e do Amor. Com uma música de Emerelle.

O Amor redenção do mundo moderno, é o título que José Vitorino de Pina Martins (1920-2010) deu à conferência pronunciada e publicada em Coimbra em 1943, em plena 2ª grande Guerra, e nela arde a grande cultura filosófica e teológica, lucidez e visão, e até militância amorosa e cristã, do jovem de vinte e três anos, estudante de Filologia Românica na Universidade conimbricense.
E como muito do que sentiu, pensou, escreveu e questionou é tão valioso e actual resolvemos comungar com ele e a sua dialéctica, sabedoria e amor, cinco dias depois do seu nascimento capricorniano a 18, no numericamente especial 23-1-23, numa certa numerologia que ele apreciava e cultivava nos seus livros, capítulos e exemplares numerados,   transcrevendo cinco núcleos do livro e  assim partilhar uns raiozinhos para as poucas almas que se alçarão a esta comunidade de amantes da Sabedoria e dos Livros, e da demanda do Bem, do Belo, do Verdadeiro  e da Divindade.

Comentaremos com poucas de palavras entre colchetes e  deixaremos, como queria Erasmo, que preferia empregar o menos gramatical "sermo" a "verbo", e  Pina Martins gostava de relembrá-lo, para traduzir o Logos, como palavra e vibração individual e íntima, caldeada em Pina Martins talvez pelo rio natal Alva e  ardente no seu cristianismo e socialismo juvenil (e nesse sentido Pascal e Antero de Quental eram então referências fortes, e pelo último poderá ter tido problemas quando apresentou uma proposta de tese sobre), de modo a chegar até nós e inspirar-nos e fortificar-nos. E, se quiser, ouvindo a bela voz ou palavra da  Emerelle, que encontra na ligação  musical final.
«O homem é, de feito, como
pregou o messianismo de Nietzsche, uma entidade que deve ser ultrapassada. - Ultrapassada porém pelo seu esforço de realização humanística, em todos os estádios da sua actuação.
Assim, há uma ética do esforço que postula essencialmente
a realização humanística: a ética cristã [que se encontra nas outras religiões pois, segundo S. Agostinho, a religião Cristã sempre existiu e seria a religião natural, retomada por Marsilio Ficino e Pico della Mirandola como a Prisca Theologia e Philosophia Perennis, que Pina Martins veio a valorizar muito, e na qual Zoroastro, Moisés, Hermes e Pitágoras seriam alguns dos elos antes de Jesus Cristo]. Faltando ela, fatalmente o humanismo falhará pela base e será, então, antropolátrico, demolátrico, estatolátrico ou qualquer coisa similar [como querem com a Nova Ordem Mundial]; porque não pode compreender-se o ser humano num quadro de isolamento individualista, sem se atentar em mais altos valores, coordenados ao seu próprio valor intrínseco e metafísico.»

O Y pitagórico: escolhe bem,  esforça-te ou podes cair

II - «Feuerbach sustentou que Deus é a soberana aporia  [questão, mistério] da humanística afirmação, pela racionalidade; sendo o homem, daí, a cuspíde de aderência de qualquer processo afirmador. O comunismo, começando por anular Deus e reduzi-lo ao negativismo de um mito, - acabou por negar o homem, reduzindo-o à nulidade de um bruto.
Somos antes d
e tudo o mais, homens: conexado como problema do nosso humanismo está o problema da nossa religião e da nossa moral e, numa esfera diferente, o problema da nossa posição de homens e crentes perante o mundo dos oprimidos, dos fracos, dos pobres, dos malogrados. Eis porque somos católicos; e porque somos socialistas também. [Corajosa afirmação em pleno Estado Novo, e cremos que por ela teve problemas com um professor da Universidade que o tentou silenciar, considerando-o um cristão pouco ortodoxo.]
Depois, vem o problema da grei, das pátrias, da nação: o nosso nacionalismo é ainda uma consequência do nosso humanismo teocêntrico e anti-antropolárico
[e só polarizado no ser humano].
Finalmente, outras atitudes vincularão o nosso ser a princípios soberanos, porque o ser humano que não se vinculasse, pelo acto, aos caracteres incandescentes da vida, deixaria, automaticamente de ser humano. São vinculados os ateus ao seu ateísmo (se é que ele existe); vinculados serão os apátridas à pouquidade do seu materialismo incolor; vinculados são, e dos mais opressoramente, todos aqueles que não adorando nem seguindo a mensagem da Verdade increada, adoram e seguem a mensagem das mentiras criadas.
O vínculo do homem [e da mulher] ao eterno é uma necessidade, por imperativo ético; mas ainda quando o não fosse, seria uma realidade querida ou não querida, pela índole mesma da nossa dependência de humanos.
Só o vínculo do Amor, portanto, adregará de remir.
Tem fome o mundo moderno, de pão e de luz, de justiça e de comida.
Não é só a míngua do corpo que tanto aflige a humanidade: é sobretudo a míngua de plenitude espiritual.»

III - «O mundo contemporâneo oferece, aos nossos olho pávidos, um sombrio panorama de colisões odiosas. Assiste-se ao embate fragoroso de forças que um desvio precipitou e que um acto de amor poderia haver unificado, para a valorização progressiva das 
capacidades humanas.
Os homens desconheceram-se um momento; porque se desconheceram, deixaram de se querer o bem que reside imanente na sua estrutura pessoal; e, porque um momento apenas deixaram de se querer, uns aos outros, o bem que o preceito divino lhes impõe, deram em resvalar, pelo declive do ódio, para o abismo insondável da morte. Afinal, as tragédias sangrentas não passam de uma fase, activamente desordenada, do profundo drama das consciências.»

 IV - «O ser humano é definível pelo seu atributo, o amor, porque possui a sensibilidade. Deus é definível pelo seu terceiro atributo positivo, o amor, porque resume, acto puro, o consumado de todas as perfeições. Quanto mais perfeito for o objecto amado, tanto mais profundo será o sentimento amoroso. Deus ama-se infinitamente, porque sendo perfeição infinita, é também amor infinito. As suas criaturas são, no plano existencial, a demonstração ontológica de um dos seus atributos relativos: o poder criador. Logo, Deus ama as suas criaturas, desde a eternidade, porque da eternidade as criou no tempo, num acto pleno de amor.
O ser humano é livre, responsável, racional: senhor de um destino,
timoneiro de uma nau através do mar da vida, condutor de um rumo através da sua material e espiritual existência, - quanto mais perfeito for, mais amado será do Amor integral; quanto mais quiser o bem, mais do Amor se irá aproximando, numa ascensão radiosa para os cumes. [Excelente visão do Amor divino e da sua dinâmica entre os humanos, de certo modo o corpo místico da Humanidade].
Há porém uma lei inapel
ável: a aliciação do pecado [ou do mal, da violência, do ódio] faz do homem um grave, pendendo eternamente para o abismo. Mas há também uma força poderosíssima: na plana metafísica, como o bem é difusivo de si mesmo (Bonum diffusum est sui...) do Bem participado promanam perfeições que afirmarão as realidades participantes. É neste sentido que deve interpretar-se a afirmativa luminosa de S. João: Deus é a caridade (Deus charitas est). Diga-se todavia, de passagem, que a santidade, a justiça, a misericórdia são antes notas compreensivas da vontade divina, do que atributos morais da sua essência infinita.»
E vamos concluir
as valiosas citações do nosso querido amigo José Vitorino de Pina Martins, com uns pensamentos que nos fazem lembrar muito Leonardo Coimbra, e algo Teixeira de Pascoaes, que apreciara assim em carta a 1ª obra poética de Pina Martins,  transcrita na contracapa do Amor Redenção do Mundo Moderno: "Li os seus poemas com o maior prazer espiritual. São cantos nascidos e não feitos, denunciando o ímpeto espontâneo da inspiração, que é, julgo eu, a característica dos poetas autênticos... Por lhe reconhecer as virtudes dum poeta verdadeiro, o felicito sinceramente..."
                                        
                                         
O vate Teixeira de Pascoaes
V - «Pesa sobre todos nós, uma ingente missão. Amanhã, noutras esferas, o mundos era o que hoje formos. Lembremo-nos de que não é malbaratando a nossa riqueza pessoal de força voluntária; dispersando, em aventuras fáceis, a nossa potencialidade afectiva; reduzindo, à tacanhez de um objecto banal, o tesouro do amor com que Deus nos dotou naturalmente - que nos afirmaremos.
Valores mais altos e mais puros esperam a nossa devoção, para que os homens sejam mais homens, no influxo da nossa humanidade; para que a nossa Fé seja mais viva, ao contacto com a nossa Fé veemente de quasi-crianças; para que as estrelas bri
lhem no céu mais cristalinamente; para que as flores, com a mais capitosa fragrância deliciem e com mais policromados matizes nos ensinem a amar; para que no paul dos lodos haja reflexos de oiro, sorrisos de Deus e beijos do Infinito; e para que toda a reza seja um bater de asas, subtil e largo, sereno e profundo, para as alturas radiosas da Graça, por graça da nossa Graça, rapazes!»

Saibamos manter  a  chama espiritual do Amor, da Verdade e do Bem acessa e fecunda!

                   

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Prof. Pina Martins: o génio e a mensagem adolescente. "Juventude e Educação", por Duarte Montalegre, 1942.

Pina Martins: as ideias e mensagens, na sua juventude. Os livros dos vinte anos, em que assina Duarte de Montalegre: o 2º, Juventude e Educação, Coimbra, 1942.

José Vitorino de Pina Martins, nascido em Penalva do Castelo, em 1920, mesmo antes de se licenciar na Universidade de Coimbra em 1947, começou a notabilizar-se como alma plena de aspiração à verdade e assim através de intervenções e escritos  penetra em demandas, conhecimentos e problemas de sempre e da época, clarificando ambientes, gerando ou intensificando o amor e entusiasmo, ideais.
As primeiras publicações poéticas, doutrinárias e literárias são dadas à luz com o pseudónimo Duarte Montalegre, escolhido provavelmente pela ligação ao rei D. Duarte, ou mesmo ao cavaleiro medieval Dom Duardos (do romance de cavalaria Palmeirim de Inglaterra, quase tão bom como o Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda, de um outro Cavaleiro do Amor, Jorge Ferreira de Vasconcelos), e com o Mont Joy dos peregrinos cristãos do Caminho de Santiago, e talvez ainda mesmo com o seu signo natal de Capricórnio, tradicionalmente ligado ao ser que sobe determinado os mais altos montes, tal como ele foi realizando em vida graças à sua cultura, persistência e alma.
                                  
É da segunda obra sua, escrita aos 22 anos, quando era estudante universitário e bem cristão, pois antes estudara brevemente num Seminário, que vamos transcrever o início pois mostra bem o seu génio e idealismo, a sua aspiração, pureza e bondade, rigor e força e, talvez, algum ingénuo optimismo e boa vontade perante o mundo e a evolução das mentalidades que se iria verificar, seja num sentido que já aponta da civilização afrodisíaca, de Bergson, seja a da manipulada e opressiva nova ordem desejada pela oligarquia mundial.
                              
 Juventude e Educação foi inicialmente uma tese apresentada na II Semana de Estudos Sociais da Juventude Universitária Católica, realizada no Porto, lida diante das autoridades religiosas e oficiais, integrada depois nos fascículo 6-7 e seguinte, de 1942, da Estudos, Revista de cultura e formação católica  e só em seguida brilhando autónoma como separata, impressa por Pina Martins e começa com Palavras preliminares, duas páginas de bastante riqueza e perenidade idealista, que transcreveremos em homenagem ao seu espírito, agora já no além da morte e onde, provavelmente ao contrário do que ele pensava e escreveu, se encontra ainda a peregrinar, a caminhar, a interagir, rumo a uma maior ligação ou mesmo união de ele e de todos com a Divindade, o que não se consegue automaticamente sendo-se bom na Terra como por vezes se crê.
Anote-se que após as Palavras Preliminares, a obra divide-se numa  1ª parte  onde aborda a Juventude em função da vida, a de ontem, a de hoje e de sempre, a sua psicologia, fé, corpo, inteligência, sensibilidade e verdade, e a juventude universitária católica, e numa 2ª parte, da Educação da Juventude em função do Homem, onde valoriza uma vida completamente norteada pela ética: «uma educação da sensibilidade, da vontade, do carácter, da imaginação, pela subordinação de todas as actividades do Homem aos imperativos morais. (...) Eis porque todas as palpitações da nossa alma, todos os movimentos volitivos e todos os desejos e todas as sensações e toda a vida em suma do Homem, devem ser norteadas pela norma. E assim, pela educação integral o homem será Homem integral, isto é, perfeito, pelo menos em vontade impertérrita de o ser, pois caminha triunfantemente para Deus. E Deus está no coração daquele que, integralmente, o procurar.»
Eis uma metodologia acertada e perene, mas trabalhosa e difícil, a da unificação de todas as nossas forças instintivas e anímicas, de que resultará a aproximação ao íntimo coração, aonde a Divindade se pode manifestar, mistério que deveremos sempre meditar e aprofundar, e tê-lo em vista,  aspirando e trabalhando para ele já desde a juventude....
  «Palavras Preliminares. - Do seio úbere da Terra brotaram os primeiros rebentos.
Através dos troncos robustos das árvores ou de caules esguios das flores, circulou a seiva, numa convulsão espásmica de anseio.
E a seiva multiplicou-se nas árvores em coloridos explendentes e nas flores em perfumes capitosos e maciezas policromas.
A terra foi dentro em breve, a túnica alvíssima do noivado simbólico do mundo com a vida. No céu azul rasgaram-se auroras de luz. E o sol - oiro e chama - comungou do azul do céu a força criadora com que fecundou, num beijo casto, as virtualidades mais recônditas do húmus. 
Chegou a Primavera.
A mocidade, senhores, é a primavera dos homens. O fluir perene do tempo vai marcando nos seres, a rota que o destino lhes traçou. Esse destino é a vida.
Na história dos seres humanos há duas fases distintas: a vida corpórea, aquém da morte, e avida incorpórea, para além da morte.
Dois caminhos? Não; um só caminho. Para além da morte não há caminho que é movimento, inquietação, ansiedade, bater das asas constante para um fim; para além da morte há Deus e Deus enche a imortalidade com a presença augusta de sua essência infinita. A vida incorpórea é a primavera eterna das almas.
Nascemos para viver  plenitude da nossa finalidade substancial. Essa plenitude sós e compreende na grandeza e na bondade e na perfeição consumada de Deus: Deus é pois o nosso fim substancia. A nossa missão é alcançá-lo, percorrendo o caminho até à meta. 
[Questão: dado que muito poucas pessoas o conseguem em vida, não teremos que caminhar no além, seja de que modo e com que auxílios for, para chegarmos à meta divina?]
Não permitamos que os nossos olho se deixem fascinar pelo brilho das estrelas. Não permitamos que os nossos sentidos se deixem embalar pelo ritmo das músicas langorosas e encantar para sempre no jardim das ilusões. Por detrás de cada pétala, há um espinho, para além desse espinho, há uma dor e no meio da verdura luxuriante há pérfidas Armidas  [carácter ficcional de maga moura, criada pelo poeta católico Torcato Tasso] para amordaçarem a nossa boca e cerrarem os nossos olhos e enlanguescerem a nossa vontade e envenenarem o nosso sangue.
Temos um caminho para andar. Percorramo-lo. Parar é morrer; e levamos dentro de nós a vida, porque somos a primavera da vida imperecível.
Senhores:
As flores são a poesia da Primavera.
Somos portadores de Cristo - Cristóferos - a primavera plena, por antonomásia. O nosso ideal é portanto a poesia da nossa juventude. Ai daquele que não tem um ideal! Coração morto, alma em sudário, personalidade amortalhada em Nirvana, ele há-de ver cair, uma a uma, as folhas amarelecidas dos seus frios raciocínios. E por fim também ele há-de cair, tombado, ao sopro letal do devir, na vala comum do esquecimento.
Mas nós não morreremos: [ e aqui estou eu confirmar o puer eternus Pina Martins...]
Porque em nós estua a vida que por ela própria é a vida; porque em nós cachoa o Infinito, atraindo-nos irresistivelmente; porque em nós floresce a primavera nos deslumbramentos da sua fascinação; porque em nós se concretiza a juventude e juventude é perenidade essencial permanecendo através do fluxo acidental do que se perde; porque enfim a nossa inteligência, os mundos, a luz,a nossa crença e a nossa alma, o nosso sangue e os nossos sonhos, as nossas dores e a nossa prece, nos proclamam, tão alto que os universos ouvem, [e] nos segredam, tão baixo que nos nossos corações quase cessam de bater para escutar, a hora a hora, momento a momento, estas palavras dum verso [da tradução] de Delille:
                                        -  Vós sois imortais! »
    
 Que citações e ideias mais valiosas encontramos, após estas belas palavras preliminares? Eis algumas: Paul Claudel: «A adolescência não é feita para o prazer mas para o heroísmo»; Pina Martins: «Hoje, a juventude tem um ideal de vida como ontem, mas, muito mais do que ontem, esforça-se por vivê-lo intensamente. Estamos aqui a demonstrar o nosso ideal e a nossa fé, para nos fazermos melhores e fazermos melhores os outros». Vauvernargues: «Amai criar  em vós paixões nobres». Pina Martins: «E, embora Brunetière haja sustentado que na base da arte há um princípio de imoralidade, nós, com S. Tomás e Santo Agostinho, continuarem a ver no belo que ela exprime, o splendor ordinis ac veritatis capaz de nos elevar até Deus; capaz, porque seja esplendor da ordem, de ordenar a alma o jovem onde tantas vezes reina o tumulto e o pandemónio». Pasteur:«Sou sábio, dizem, porque tenho a fé dum bretão; se mais sábio fora, teria a fé de uma bretã». «E no seu túmulo, leem-se estas palavras luminosas: Feliz de quem traz consigo um Deus, um Ideal de Beleza, e que lhe obedece; Ideal de Arte, Ideal de Ciência, Ideal da Pátria, Ideal das Virtudes do Evangelho».  Pina Martins:«Escreveu Plotino que juventude é potência de todas as coisas. De todas as coisas grandes, é claro, porque a potência de coisas pequenas e de actos que sejam negações, é fraqueza». Garrigou-Lagrange:«A personalidade cresce na medida em que a alma se eleva acima do mundo sensível e se liga mais intimamente pela inteligência e a vontade ao que faz  a vida do espírito». Jonatas Serrano: «Os seres materiais são apenas símbolos de realidade mais altas. O poeta é quem compreende essa linguagem misteriosa dos seres, e através da variedade infinita das formas, entrevê a própria essência fugidia das coisas [e dos seres]».
Nas suas Últimas Palavras, com que encerra o seu "trabalhinho", reafirma a vontade da juventude nem se entregar à civilização afrodisíaca nem ao comunismo, «pois quer realizar em si a humanidade natural que a aproxime da Divindade.
A Juventude de hoje quer que, amanhã, na vida, as gerações que a sucederem, possam dizer com verdade e com justiça:
Sejamos homens [e mulheres]; sigamos o exemplo e rota luminosa daqueles que esperam de nós, aquilo que dos seus maiores não receberam»
Para o Futuro, quinzenário dos Jovens de Portugal....