Escrever-te, para ti, fonte de Felicidade em mim, não pode ser para ninguém que não ti.
Segredaria palavras cheias de amor para modelar teu corpo subtil em configurações receptivas ao esplendor. Sem alma externa destinatária poetizo e mantrizo para ti, Espírito divino que estás em mim.
Avança a noite e o mês de Janeiro e a minha alma é mesmo escudeiro de uma aspiração tão intensa como a do rio que desce a montanha e o imenso Oceano busca.
O tempo vai avançando e nós navegando, já mais perto do grande porto onde devemos abandonar o corpo e tornar-nos o que fomos aspirando.
Este apelo ardente de Deus no peito, estes olhos semi-cerrados ao Divino apontados esta alma minha suspirando pelo centro, pelo fogo do Amor que brota de dentro
Quem poderia incluir aqui, de humano ser? Que alma gostaria eu de poder contar e amar? Sem nomes, sem seres, não cantarei o não-ser mas antes clamarei por mais ser.
Uma oração pelo Crer verdadeiro, por Bô Yin Râ, para nos inspirar, no Caminho árduo do Espírito e de Deus, a desabrocharmos a Fé divina, a crermos mesmo, e a voltarmos à Luz donde viemos e a que intimamente tanto aspiramos...
Para Crer Correctamente
«Pai de todos, Que em vós creem! Que sois vós, Porque Credes em vós! – Vós que Crendo Emanais a Vida Tal como vós Crendo, A vós próprio vos gerais, Vós próprio Que Luz E Vida sois!
Despertai o crer Também em mim, De modo a que eu Verdadeiramente aprenda a crer, – A acreditar, Como vós!
Suprema Luz, Convence-me De vós! Gerai Vida, – Gerai-me Em mim! Deixai-me Pelo crer Aceder a vós! Para que não, Me torne vítima, Envolto pela escuridão, Da minha falta de fé!»
Um Rechten Glauben
«Vater aller, Die Dich glauben! Der Du bist, Da Du Dich glaubst! – Der Du
Glaubend Leben zeugest Wie Du Glaubend, Selbst Dich zeugend, Selbst Dir Licht Und Leben bist!
Erwecke Glauben Auch in mir, So, daß ich Wahrhaft glauben lerne, – Glauben, Gleich Dir!
Überlichte, Uber-zeuge mich Aus Dir! Zeuge Leben, – Zeuge mich In mir!
Lass’ mich Glaubend Dich erlangen! Daß ich nicht, Von Nacht umfangen, Beute werde Meiner Glaubensnot!»
Mais uma oração de Bô Yin Râ, do seu livro A Oração [que traduzi e publiquei em 2024], que é simultaneamente um ensinamento e um apelo, para conseguirmos escapar às ilusórias aparências ou ao fantasmagórico vazio ou nada, e entrar no reino da Luz verdadeira e amorosa, e para que os mestres e seres celestiais nos possam inspirar ou apontar os caminhos, subtilmente.
Como qualquer tradução do alemão em português esta poderia ter outras palavras e até sentidos, mas esforçamo-nos em sucessivas vezes. Oremos para que, quando a meditarmos ou orarmos, o melhor ou mais apropriado se ilumine na nossa alma em aspiração e no caminho da Luz e do Amor divinos...
PELA SABEDORIA
«Não me deixeis No Nada Afundar! Nem Nas aparências Afogar!
Para que a mim O pensamento Não me aprisione,- Para eu Verdadeiramente A Sabedoria Alcançar, - Tenho eu De pedir Ajuda, Sábios Conhecedores, A vós! Vós Só que Conheceis os meus caminhos Para sair Do erro E da confusão. Desvendai Sábios compassivos A Luz Plena de Amor!
Deixai-me Conhecer O verdadeiro Ser A autêntica Realidade!
Da ilusão E aparência Conduzi-me, O vós irradiantes da luz, À eterna verdadeira Sabedoria!»
UM WEISHEIT
«Laßt mich nicht Im Nichts Versinken! Nicht Im Schein Ertrinken!
Soll mich nicht Gedanke Binden, - Soll ich Wahrhaft Weisheit Finden, - Muß ich Hilfe Mir erbitten, Weise Wissende, Bei Euch! Die Ihr Allein Mir Wege wißt Aus Irrung Und Verwirrung.
Uma pintura de Bô Yin Râ bem apropriada para a contemplação e interiorização!
Mais uma tradução difícil de uma oração partilhada por Bô Yin Râ, na qual a convergência das bênçãos inspiradoras dos mestres com o nosso esforço e amor, deve atrair e encaminhar as coisas e forças anímicas propícias e adequadas à realização espiritual e divina.
Para Resultar Bem. (Um Gutes Gelingen).
«Criadores, Construtores, Conhecedores da Obra, Mestres! Indicai-me, O modo certo, De eu,
Agindo, A obra Concluir!
Vós, Que medida E número Conheceis, - O mais íntimo Por nome chamais, - Dai compreensão, Força E também paciência! Dotai-me De elevada graça!
Que nada me Falhe! Que todas as coisas À obra Propícias, Sob a minha mão Se queiram aperfeiçoar E a Obra Elevar!---»
Nestes tempos de cada vez maior dependência de uns quantos grupos e empresas multinacionais que tomaram demasiado conta do mercado mundial, e quase tudo controlam graças aos meios de informação manipuladores arregimentados, nada como regressarmos ao fomento das indústrias manuais e nacionais, preparando com os frutos naturais da nossa terra, de preferência biológicos, os mantimentos e preparados para a batalha por uma agricultura e alimentação equilibrada, saúde e alegria, sabedoria e amor, fraternidade e liberdade, discernimento e paz.
Ervas e mezinhas, incensos, sabonetes e poções, compotas sem açúcar nem edulcorantes, manteigas de amêndoa, noz, sésamo, castanha, avelã, alfarroba, azeitona, e muito mais, se poderá fazer e não tanto do estrangeiro depender. Aprendamos e realizemos... "Alecrim aos molhos, alegria nos teus olhos", alfazema, tomilho, rosmaninho, orégãos, poejo e pétalas de rosa, eis ingredientes, sós ou misturados, para os tições ou bastões purificadores dos ambientes e das auras, ou ainda, e como dizem na Índia, da shakti em nós, e cantando ou orando, embora tenhamos também as nossas jaculatórias, lengalengas e rame-rame, ousemos prepará-los e queimá-los, por exemplo, a dizer e purificar com o Om shuddha shakti om, viva a energia divina pura em nós e no universo....
E seguem-se mais algumas imagens dos ditos concentrados de ervas, ramos, folhas, flores, raízes, intenções e preces-mantras, para melhorarmos as emanações subtis nossas, de Portugal e do mundo, tão explorado e oprimido por tantos poderes sombrios e tantos conflitos violentos. Seja pois Pax, Shanti, Paz, Paz uma das intenções mantrizadas e defumadas.... Boas recolhas na Natureza e seus elementais ou espiritozinhos, e boas defumações purificadoras, das auras e ares, com os anjos e nos lares, ou mesmo os Arcanjos e seus pares, como fiéis cavaleiros e cavaleiras do Amor quesomos e não devemos esquecer mas antes diária e criativamente manifestar!
Agradeço a Raquel Raquelle, que me ofereceu já há uns anos um 1º entrelaçado a linha, tal como estes.... Lutemos pela indústria doméstica purificadora e inspiradora... Pax, Lux, Amor! Persevere na purificação de sua alma, da sua casa ou ambiente e do astral da terra. Aum, Amen, Hu!
Nesta pequenina oração, mas tão bela e funda, extraída do seu livro A Oração [que editarei em 2024], Bô Yin Râ encaminha-nos para a valorização da luta pela nossa melhoria ética e espiritual e para sentirmos gratidão pelos que nos ajudam a vencer perigos e forças inimigas: os mestres e espíritos celestiais que connosco erguem no íntimo o Templo Divino na Terra.
Depois de ser salvo de um perigo.
«Pais na Luz, – Santos Ajudantes, – Auxiliares próximos De todos Os que lutam pela libertação! Ardentemente – Com os corações a tremer– Graças Vos sejam dadas.
Da noite ameaçadora, – Para a Luz desperto , - Salvo da necessidade, Arrancado do perigo, Liberto das cadeias Do poder inimigo, – Seja agora a minha vida Entregue a vós ! À vossa guarda Seja confiado, O que vós Em mim Do meu esforço Construístes agora!
Deixai a gratidão Tornar-se um Templo Em todo o meu devir Na Terra!»
Entre as partituras contidas numa pequena miscelânea do começo do séc. XX, encadernada em tela violeta, destaca-se uma intitulada Rêve d'un Ange, nocturne pour piano, de Francesco d'Orso, acompanhada de uma apropriada ilustração ascensional na capa. Pensei que seria possível estar gravada no Youtube e assim a encontrei, tendo sido escrita em 1894. Começando a ouvi-la, leve e alegre, tendo um bloco de notas ao lado, resolvi escrever um pequeno poema, o que realizei exactamente nos dois minutos e pouco da música.
Como frequentemente estamos distraídos dos Anjos, qualquer momento em que os possamos sintonizar, e com eles o mundo espiritual e divino, é bom, harmoniza-nos, subtiliza os nossos seentidos e assim segue a partilha da música e da oração, invocadores dos Anjos e Arcanjos, estes subtis seres que, com os santos e santas e mestres, nos inspiram à estrela do espírito, ao bem, à compaixão, ao amor, à Divindade...
Anjos, vós a nós sobrevoando
E nós tão distraídos andando.
Que bom chamar e lembrar-vos:
- Anjos, vinde a nós, aqui e agora!
Anjos de voos rápidos,
Estabilizai-nos no coração,
Na esperança e na confiança,
Abertos à vossa inspiração.
Anjo pressentido, Anjo musical,
Entra mais na nossa alma,
E que estes momentos musicais
Se repitam e frutifiquem para todos.
Demos graças à Divindade, Anjos!
Que o nosso coração vos acolha mais!
Que vos consigamos sentir e ouvir
No nosso ser interior zumbir e sorrir!
Anote-se que a miscelânea, encadernada com umas iniciais artísticas a um canto, talvez A. C., contêm outras composições para piano editadas no princípio do séc. XX em Portugal por Neuparth & Carneiro (ou importadas por Lambertini, amigo do meu bisavô materno Higino da Costa Paulino, artista e pianista, e pela casa Sueca, de Adolphe Engestrom,) tais: Saudades, por Aníbal Moutinho, a Historiette, Naiveté musicale, dedicada à Mademoiselle Alice Pereira, por Henry Ravina, as Clochettes Argentines, por Paul Wachs, Les Papilons, por Henry Van Gael, o Fado sem Esperança, de Nuno Santos e o Fado dos Tristes Amores, com versos de Ribeiro de Carvalho e música de Amadeu Raul Dias Taborda.
E talvez um bom melómano saiba discernir algo da personalidade da pessoa (ou do seu professor) que gerou esta miscelânea, certamente para aprender piano, e que já com um século ainda nos encanta... Boas audições e orações, sintonizações e comunhões com os Anjos, os Grandes Seres, a Divindade, o Amor...