quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Poesia Espiritual: " Escrever-te". Diário de 15 de Janeiro de 2020.

 
Escrever-te,
para ti, fonte de Felicidade em mim,
não pode ser para ninguém que não ti.

Segredaria palavras cheias de amor
para modelar teu corpo subtil
em configurações receptivas ao esplendor.
Sem alma externa destinatária 
poetizo e mantrizo para ti,
Espírito divino que estás em mim.

Avança a noite e o mês de Janeiro
e a minha alma é mesmo escudeiro
de uma aspiração tão intensa
como a do rio que desce a montanha
e o imenso Oceano busca.

O tempo vai avançando e nós navegando,
já mais perto do grande porto
onde devemos abandonar o corpo
e tornar-nos o que fomos aspirando.

Este apelo ardente de Deus no peito,
estes olhos semi-cerrados ao Divino apontados
esta alma minha suspirando pelo centro,
pelo fogo do Amor que brota de dentro

Quem poderia incluir aqui, de humano ser?
Que alma gostaria eu de poder contar e amar?
Sem nomes, sem seres,
não cantarei o não-ser
mas antes clamarei por mais ser.
 

Oração para crer correctamente, por Bô Yin Râ, traduzida por Pedro Teixeira da Mota.

Uma oração pelo Crer verdadeiro, por Bô Yin Râ, para nos inspirar, no Caminho árduo do Espírito e de Deus, a desabrocharmos a Fé divina, a crermos mesmo, e a voltarmos à Luz donde viemos e a que intimamente tanto aspiramos...
 
Para Crer Correctamente
«Pai de todos,
Que em vós creem!
Que sois vós,
Porque
Credes em vós! –
Vós que
Crendo
Emanais a Vida
Tal como vós
Crendo,
A vós próprio vos gerais,
Vós próprio
  Que Luz
E Vida sois!

Despertai o crer
Também em mim,
De modo a que eu
Verdadeiramente aprenda a crer, –
A acreditar,
Como vós!

Suprema Luz,
Convence-me
De vós!
Gerai Vida, –
Gerai-me
Em mim!
Deixai-me
Pelo crer
Aceder a vós!
Para que não,
Me torne vítima,
 Envolto pela escuridão,
Da minha falta de fé!»
  Um Rechten Glauben
 
«Vater aller,
Die Dich glauben!
Der Du bist,
Da Du
Dich glaubst! –
Der Du

Glaubend
Leben zeugest
Wie Du
Glaubend,
Selbst Dich zeugend,
Selbst Dir
Licht
Und Leben bist!

Erwecke Glauben
Auch in mir,
So, daß ich
Wahrhaft glauben lerne, –
Glauben,
Gleich Dir!

Überlichte,
Uber-zeuge mich
Aus Dir!
Zeuge Leben, –
Zeuge mich
In mir!

Lass’ mich
Glaubend
Dich erlangen!
Daß ich nicht,
Von Nacht umfangen,
Beute werde
Meiner Glaubensnot!»

                                    

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

"Pela Sabedoria", "Um Weisheit", uma oração de Bô Yin Râ, traduzida por Pedro Teixeira da Mota, e com três pinturas suas.

Mais uma oração de Bô Yin Râ, do seu livro A Oração [que traduzi e publiquei em 2024], que é simultaneamente um ensinamento e um apelo, para conseguirmos escapar às ilusórias aparências ou ao fantasmagórico vazio ou nada, e entrar no reino da Luz verdadeira e amorosa, e para que os mestres e seres celestiais  nos possam inspirar ou apontar os caminhos, subtilmente. 
Como qualquer tradução do alemão em português esta poderia ter outras palavras e até sentidos, mas esforçamo-nos em sucessivas vezes. Oremos para que, quando a meditarmos ou orarmos, o melhor ou mais apropriado se ilumine na nossa alma em aspiração e no caminho da Luz e do Amor divinos...
                                       
     PELA SABEDORIA

«Não me deixeis
No Nada
Afundar!
Nem
Nas aparências
Afogar!

Para que a mim
O pensamento
Não me aprisione,-
Para eu
Verdadeiramente
A Sabedoria
Alcançar, -
Tenho eu
De pedir
Ajuda,
Sábios Conhecedores,
A vós!
Vós
Só que
Conheceis os meus caminhos
Para sair
Do erro

E da confusão.

Desvendai
Sábios compassivos
A Luz
Plena de Amor!

Deixai-me
Conhecer
O verdadeiro Ser
A autêntica
Realidade!

Da ilusão
E aparência
Conduzi-me,
O vós irradiantes da luz,
À eterna verdadeira
Sabedoria!» 

                                                                UM WEISHEIT

«Laßt mich nicht
Im Nichts
Versinken!
Nicht
Im Schein
Ertrinken!

Soll mich nicht
Gedanke
Binden, -
Soll ich
Wahrhaft
Weisheit
Finden, -
Muß ich
Hilfe
Mir erbitten,
Weise Wissende,
Bei Euch!
Die Ihr
Allein
Mir Wege wißt
Aus Irrung
Und Verwirrung.

Weist
Wissend Liebende
Liebreich
Licht!

Laßt mich
Erkennen
Wahres Wesen
Wahrhaftiger
Wirklichkeit!

Aus Trug
Und Schein
Führt mich,
Ihr Leuchtenden,
In ewig wahre
Weisheit ein!»


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

"Para resultar bem", uma oração de Bô Yin Râ. Tradução, tentativa, de Pedro Teixeira da Mota...

Uma pintura de Bô Yin Râ bem apropriada para a contemplação e interiorização!
Mais uma tradução difícil de uma oração partilhada por Bô Yin Râ, na qual a convergência das bênçãos inspiradoras dos mestres com o nosso esforço e amor, deve atrair e encaminhar as coisas e forças anímicas propícias e adequadas à realização espiritual e divina. 
 
                      Para Resultar Bem.  (Um Gutes Gelingen).
 
«Criadores,
Construtores,
Conhecedores da Obra,
Mestres!
 Indicai-me,
O modo certo,
De eu, 
Agindo,
A obra

Concluir!

 Vós,
Que medida
E número
Conheceis, -
O mais íntimo
Por nome chamais, -
Dai compreensão,
Força
E também paciência!
Dotai-me
De elevada graça!


Que nada me
Falhe!
Que todas as coisas
À obra
Propícias,
Sob a minha mão
Se queiram aperfeiçoar
E a Obra
     Elevar!---»

sábado, 22 de janeiro de 2022

Seja criativo no fomento das indústrias nacionais em tempos de crise: Das ervas em tições ou bastões e suas defumações purificadoras.

                                                                  

Nestes tempos de cada vez maior dependência de uns quantos grupos e empresas multinacionais que tomaram demasiado conta do mercado mundial, e quase tudo controlam graças aos meios de informação manipuladores arregimentados, nada como regressarmos ao fomento das indústrias manuais e nacionais, preparando com os frutos naturais da nossa terra, de preferência biológicos, os mantimentos e preparados para a batalha por uma agricultura e alimentação equilibrada, saúde e alegria, sabedoria e amor, fraternidade e liberdade, discernimento e paz. 

Ervas e mezinhas, incensos, sabonetes e poções, compotas sem açúcar nem edulcorantes, manteigas de amêndoa, noz, sésamo, castanha, avelã, alfarroba, azeitona, e muito mais, se poderá fazer e não tanto do estrangeiro depender. Aprendamos e realizemos...
                                                                     
"Alecrim aos molhos, alegria nos teus olhos", alfazema, tomilho, rosmaninho, orégãos, poejo e pétalas de rosa, eis ingredientes, sós ou misturados, para os tições ou bastões purificadores dos ambientes e das auras, ou ainda, e como dizem na Índia,  da shakti em nós, e cantando ou orando, embora tenhamos também as nossas jaculatórias, lengalengas e rame-rame, ousemos prepará-los e queimá-los, por exemplo, a dizer e purificar com o Om shuddha shakti om, viva a energia divina pura em nós e no universo....

  E seguem-se mais algumas imagens dos ditos concentrados de ervas, ramos, folhas, flores, raízes, intenções e preces-mantras, para melhorarmos as emanações subtis nossas, de Portugal e do mundo, tão explorado e oprimido por tantos poderes sombrios e tantos conflitos violentos. Seja pois Pax, Shanti, Paz, Paz uma das intenções mantrizadas e defumadas....
                                         
Boas recolhas na Natureza e seus elementais ou espiritozinhos, e boas defumações purificado
ras, das auras e ares, com os anjos e nos lares, ou mesmo os Arcanjos e seus pares, como fiéis cavaleiros e cavaleiras do Amor quesomos e não devemos esquecer mas antes diária e criativamente manifestar!

        Agradeço a Raquel Raquelle, que me ofereceu já há uns anos um 1º entrelaçado a linha, tal como estes....      Lutemos pela indústria doméstica purificadora e inspiradora... Pax, Lux, Amor! Persevere na purificação de sua alma, da sua casa ou ambiente e do astral da terra. Aum, Amen, Hu!

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Depois de salvo de um perigo. Oração de Bô Yin Râ. Apresentada e traduzida por Pedro Teixeira da Mota.

Nesta pequenina oração, mas tão bela e funda, extraída do seu livro A Oração [que editarei em 2024], Bô Yin Râ encaminha-nos para a valorização da luta pela nossa melhoria ética e espiritual e para sentirmos gratidão pelos  que nos ajudam a vencer perigos e forças inimigas: os mestres e espíritos celestiais que connosco erguem no íntimo o Templo Divino na Terra.

Depois de ser salvo de um perigo.

«Pais na Luz, –
Santos Ajudantes, –
Auxiliares próximos
De todos
Os que lutam pela libertação!
Ardentemente –
Com os corações a tremer–
Graças
Vos sejam dadas.

Da noite ameaçadora, –
Para a Luz desperto , -
Salvo da necessidade,
Arrancado do perigo,
Liberto das cadeias
Do poder inimigo, –
Seja agora a minha vida
E
ntregue a vós !

À vossa guarda
Seja confiado,
O que vós
Em mim
Do meu esforço
 Construíste
s agora!

Deixai a gratidão
Tornar-se um Templo
Em todo o meu devir
Na Terra!»

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Oração poema aos Anjos, ouvindo de Francesco d'Orso, Rêve d'un Ange, Op. 47, para piano, tocada por Phillip Sear.

Entre as partituras contidas numa pequena miscelânea do começo do séc. XX, encadernada em tela violeta, destaca-se uma  intitulada Rêve d'un Ange, nocturne pour piano, de Francesco d'Orso, acompanhada de uma apropriada ilustração ascensional na capa. Pensei que seria possível estar gravada no Youtube e assim a encontrei, tendo sido escrita em 1894. Começando a ouvi-la, leve e alegre, tendo um bloco de notas ao lado, resolvi escrever um pequeno poema, o que realizei exactamente nos dois minutos e pouco da música.

                                                            
Como frequentemente estamos distraídos dos Anjos, qualquer momento em que os possamos sintonizar, e com eles o mundo espiritual e divino, é bom, harmoniza-nos, subtiliza os nossos seentidos e assim segue a partilha da música e da oração, invocadores dos Anjos e Arcanjos, estes subtis seres que, com os santos e santas e mestres, nos inspiram à estrela do espírito, ao bem, à compaixão, ao amor, à Divindade...
 
  Anjos, vós a nós sobrevoando
E nós tão distraídos andando.
Que bom chamar e lembrar-vos:
- Anjos, vinde a nós, aqui e agora!
 
Anjos de voos rápidos,
Estabilizai-nos no coração,
Na esperança e na confiança,
Abertos à vossa inspiração.
 
Anjo pressentido, Anjo musical,
Entra mais na nossa alma,
E que estes momentos musicais
Se repitam e frutifiquem para todos.
 
Demos graças à Divindade, Anjos!
Que o nosso coração vos acolha mais!
Que vos consigamos sentir e ouvir
No nosso ser interior zumbir e sorrir!

Anote-se que a miscelânea, encadernada com umas iniciais artísticas a um canto, talvez A. C., contêm outras composições para piano editadas no princípio do séc. XX em Portugal por Neuparth & Carneiro (ou importadas por Lambertini, amigo do meu bisavô materno Higino da Costa Paulino, artista e pianista, e pela casa Sueca, de Adolphe Engestrom,) tais: Saudades, por Aníbal Moutinho, a Historiette, Naiveté musicale, dedicada à Mademoiselle Alice Pereira, por Henry Ravina, as Clochettes Argentines, por Paul Wachs, Les Papilons, por Henry Van Gael, o Fado sem Esperança, de Nuno Santos e o Fado dos Tristes Amores, com versos de Ribeiro de Carvalho e música de Amadeu Raul Dias Taborda. 
E talvez um bom melómano saiba discernir algo da personalidade da pessoa (ou do seu professor) que gerou esta miscelânea, certamente para aprender piano, e que já com um século ainda nos encanta... Boas audições e orações, sintonizações e comunhões com os Anjos, os Grandes Seres, a Divindade, o Amor...