segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Comemorações do centenário do nascimento do prof. Pina Martins. 1º. "A Pregunta de Pilatos". 1941.

"Dirige oculus tuo in te ipsum"
O investigador e professor José Vitorino de Pina Martins, que se formou em Filologia Românicas na Universidade de Coimbra em 1947 e teve um notável percurso como leitor de português em Roma e Poitiers, professor universitário em Lisboa, director do centro cultural da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, director dos serviços de Educação da mesma Fundação, Presidente e Vice-presidente da Academia de Ciências vários anos, organizador de dezenas exposições bibliográficas e biblio-iconográficas, participante e organizador de inúmeros colóquios, autor de centenas de conferências e publicações, nasceu em Penalva do Castelo em 18 de Janeiro de 1920, pelo que cumprindo-se agora o 1º centenário do seu nascimento certamente as nossas academias e universidades o irão celebrar na medida das suas capacidades. Eu, tendo dialogado e convivido com ele os seus últimos dezassete anos, e catalogado sucintamente a sua excelente biblioteca de Humanismo e de cultura portuguesa e italiana, deverei também participar e assim partilharei uma sua  biografia, páginas autobiográficas ainda inéditas e apreciações e transcrições de alguns textos mais significativos das suas obras.
A  primeira foi dada à luz em Coimbra 1941, quando tinha 21 anos. O pseudónimo utilizado foi Duarte Montalegre e com ele escreverá ainda mais alguns livros de poesia e ensaísmo juvenis.
                                        
Leva no frontispício A Pregunta de Pilatos poemas ascetico-filosoficos que foram escritos por Duarte Montalegre sendo escolar de Direito na Universidade de Coimbra. No verso indica que todos os exemplares serão numerados e rubricados pelo autor, já num requinte de amante do livro, o que confirmanos no nosso exemplar, havendo ainda um pequeno rectângulo com a indicação Edições Mensagem, certamente  sinal das forças anímicas, sonhos e aspirações intensas que em si se erguiam para o que ele viria a ser e a viver tão magistralmente ao longos dos anos, embora menos poética, católica e misticamente. 
As duas páginas seguintes, oferecidas a seu pais António Vitorino e sua mãe Maria Olímpia, expressam a Dedicatória:

«Não fora o vosso Amor
e eu não seria o ser que agora sou.

Junco altivo singrado sobre o mar,
- o mar da inquietação,
 

Meu ser vai procurando aquela luz
que o vosso beijo furtou ao meu anseio.

Vosso beijo fecundo de ansiedade
projectou-me no mar da imensidade.

E hoje, encarnação do vosso ser,
meu ser tenta sondar quem vos criou
e quem criou aquele que vos criou.
 

Da nau vogando ao longe,
abarquei com meus olhos o Infinito.

Nesse olhar foi meu ser ao Sol de Deus
desvairar-se de luz, de luz, de luz...

O Sol de Deus iluminou o meu olhar
e pôs nele centelhas vivas de inquietude.
 

E o sol fez de mim sol incandescente
a lucilar, a lucilar, eternamente...

Meus gritos de ansiedade e de furor
morreram, gemebundos, no momento
em que o sol se acendeu no firmamento.

Não fora o vosso Amor,
e eu não seria o ser que agora sou.

Desse beijo brotou meu duvidar
da minha dúvida surgiu a minha dor.

Da minha dor promanou a minha Fé.
Minha Fé, meu Duvidar e minha Dor,
Convergem no beijar do vosso Amor.


Que a luz do meu ser repouse alfim
na paz da vossa bênção paternal!»

Segue-se um excelente prefácio escrito em Vila Real de Santo António da autoria de Vitória Régia, pseudónimo da escritora algarvia Alda Silva Ferreira Mendes (n.1891, em Tavira), que leva como título Palavras ditadas pela Verdade ao meu coração e à minha consciência, e onde considera o livro um "pomo" - «a cativar os admiradores das Belas Letras e a principalmente a atrair para o deleite emocional, aqueles que, graças à Verdade, possuem o preciosíssimo Dom dum sexto sentido», revelando nestas palavras Alda o seu conhecimento tanto das Belas Letras do Humanismo como da espiritualidade, ao atribuir à Verdade vivida o dom merecido do corpo espiritual estar activo, ou seja, com o sexto sentido desperto ou mais intuitivo.
Antes dos poemas, que muito devem à sua sensibilidade e cosmovisão formada no Cristianismo e no Humanismo, com pequenas citações de alguns dos seus autores  no começo dos sete capítulos, tais como S. Agostinho, Petrarca e Malebranche e Byron, Pina Martins, aliás Duarte de Montalegre, escreve um antelóquio bastante biográfico e valioso que transcrevemos:
Pensei escrever em apêndice, um ensaio auto-crítico sobre o conteúdo metafísico, estético e humano da presente mensagem. Seria uma forma decisiva de libertá-la de análises mutiladoras, deformadoras. Ninguém melhor do que o autor, para, numa interpretação de auto-exegese, explanar o alcance emocional e intelectual dos meus poemas.
Circunstâncias, alheias ao meu querer, forçara-me a desistir do intento.
A presente mensagem descreve, através das ideias que contém, uma linha ascensional...
 A mocidade de hoje vive, intensamente, as angústias da jornada dolorosa para o porto anelado da Fé.
A poesia que escrevi não é, pois, individual, porquanto reflecte paisagens da alma da juventude hodierna.
De estrutura ascético-filosófica, ela esgarça-se, em volutas de Dor, para o céu de Deus.
Se houver uma sensibilidade, uma inteligência e uma convição, - uma alma em suma que me compreenda, e, depois de me compreender, ogive a sua prece ao Infinito, o que escrevi terá a sua razão pleníssima de ser.» 
Realce-se esta ascensionalidade do nosso ser em dor (e então na 2ª Grande Guerra quanta não seria em tantos jovens idealistas como o autor) para o céu ou realização e mundo espiritual, e a ogivação da nossa alma em prece de aspiração ao Divino Ser infinito e luminoso que nos abençoa. 
Que sejamos estas almas receptivas à Mensagem, à mente agindo sobre a matéria, em uníssono com Pina Martins...
Termine-se esta 1ª homenagem no centenário do seu nascimento, reproduzindo o poema com que coroa ou conclui a sua primeira dádiva bibliográfica à poesia e de certo modo à História do Livro e da Cultura em Portugal.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

O conflito entre a USA e o Irão, entre Trump e a alma de Soleimani. Impeachment de Trump? Lux, Pax, Amor.

8-I-2020. Embora Donald Trump, Michael Pompeo e o Pentágono tenham disfarçado, após a réplica de mísseis do Irão, o mal estar em que se encontram, por terem recebido uma inesperada e corajosa bofetada de quem tinham ameaçado com mortandade e a destruição dos monumentos, reforçaram as estrangulantes sanções económicas e a cruzada anti-iraniana, pediram ainda mais envolvimento da NATO e consideraram que o Irão teria recuado e que poderia ficar tudo por aqui. Será?
Esta narrativa, dada a tendência compulsiva de Trump e Pompeo de mentirem e serem traiçoeiros, pode ser então um disfarce para acções violentas próximas por algumas razões, tais como: 1º continuam os mesmos imperialistas opressivos e violentos, que querem mandar no mundo; 2º continuam a pensar que podem facilmente derrotar o Irão e mudá-lo para a obediência ao império da USA e do petrodolar; 3º, continuam a tentar disfarçar e desinformar sobre a morte traiçoeira do general Soleimani, o grande estratega da derrota dos terroristas apoiados por eles; 4º  terá havido mortos e feridos nos modestos ataques com mísseis dos iranianos às duas bases militares norte-americanas no Iraque.
Esta última razão poderia abrir mais uma brecha na credibilidade mundial de Trump, do Pentágono e dos Estados unidos, pois houve uma teatralidade grande na demorada e atrasada declaração oficial de reacção ao ataque muito inferior ao que poderia pensar face, à gravidade do assassínio de um dos maiores heróis da humanidade no século XXI, mas que consistiu numa espécie ponto de situação perante o mundo do que se passava com toda a razoabilidade e um aceitar de cessação da escalada de guerra, já que não houvera feridos ou mortos...
Mas se mentiram tão descarada e solenemente, confirmando  a manipulação e a opressão de informação da verdade, tal  poderia levar ao impeachment de Trump, se os democratas fossem melhores do que são, embora Tulsi Gabbard e Bernie Sanders sejam bons candidatos. 
Daí talvez toda a sua declaração retórica, duvidosa e possivelmente falsa, com o sobrolho esquerdo levantado, nomeadamente no início: "Enquanto eu for presidente, não permitiremos que o Irão possua armas nucleares...", vindo-lhe ao de cima outra das falsas ameaças aterrorizantes de armas de destruição maciça nas mãos de adversários, a que se pode juntar a também já muito evocada no caso mas nunca provada objectivamente, a de que o general Soleimani era o responsável da morte de centenas de norte-americanos e preparava-se para matar ainda mais. A menos que terroristas sejam sinónimo de norte-americanos, que infelizmente de certo ponto de vista é verdadeiro...
 Os próximos tempos esclarecerão alguns destes aspectos misteriosos, mas parece evidente que a luta vai continuar e a melhor forma de a acabar é os Estados Unidos retirarem-se do Iraque, que já não são desejados lá, bem como dos poços de óleo da Síria, onde são salteadores fora da lei e saqueadores, tanto mais que Trump afirmou que os Estados Unidos da América são os que têm mais óleo e gás do mundo e que não precisam do que é dos outros povos...
Haja pois mais coerência e verdade nos pretensamente mais poderosos que os povos se entenderão e o mundo melhorará, na graça dos mestres, espíritos celestiais e da Divindade, não só masculina e guerreira mas também feminina e receptiva, amorosa, e logo a ser cultivada e acolhida em nós. 
                                           Nour=Lux

sábado, 4 de janeiro de 2020

Declaração do líder do Irão, Ayatollah Seyyed Ali Khamenei, acerca do assassinato norte-americano do General Qassem Soleimani.

«No Nome de Deus!
Querida nação do Irão!
O grande e honrado comandante do Islão tornou-se celestial. Na noite passada, as imaculadas almas dos mártires abraçaram a alma pura de Qassen Soleimani. Depois de anos de luta corajosa e sincera contra os demónios e os seres maléficos do mundo e depois de anos de aspirar ao martírio no caminho de Deus, eis que o querido Soleimani atingiu esta majestosa posição e o seu sangue puro foi espalhado pelos mais vis dos seres humanos.
Eu felicito Hazrat Baqiyatullah [O último Imam, o Madhi] - possam as nossas almas sacrificar-se por ele - e a alma pura de Soleimani neste grande martírio e comunico as minhas condolências à nação Iraniana.
Ele foi um exemplo estelar dos que foram educados e nutridos no Islão e na escola do Imam Khomeini (RA). Passou toda a sua inteira vida lutando no caminho de Deus.
O martírio foi a sua recompensa pelos anos de esforços implacáveis. Com a sua partida e com o poder de Deus, o seu trabalho e caminho não cessará e uma  vingança
robusta espera os criminosos que tingiram as suas mãos com o sangue seu e o dos outros mártires no incidente da última noite [3-I-2020].
O Mártir Soleimani é a face internacional da resistência e todos os que têm uma conexão do coração com a resistência procurarão vingar o seu sangue
Todos os amigos - e também todos os inimigos - devem saber que o caminho da luta e da resistência continuará com motivação acrescida e a vitória certa espera os lutadores neste caminho abençoado.
A ausência do nosso querido e auto-sacrificado comandante é amarga mas a continuação da resistência e a sua vitória final será mais amarga para os assassinos e criminosos.
A nação Iraniana guardará no íntimo o nome e a memória do muito elevado mártir Tenente General Qassem Soleimani, em conjunto com os seus companheiros mártires, especialmente o grande combatente do Islão, o ilustre Sr. Abu Madhi al-Muhandis.
Declaro três dias de luto público no país e congratulo e manifesto as minhas condolências à sua ilustre mulher, às queridas crianças e a família.»
                            
Versão em inglês, recolhida do importante canal alternativo Press. tv., e que foi a seguida para a tradução portuguesa:
«In the Name of God
Dear nation of Iran!
The great and honorable commander of Islam became
 heavenly. Last night, the untainted souls of the martyrs embraced the pure soul of Qassem Soleimani. After years of sincere and courageous fight against the devils and evil-doers of the world and after years of wishing for martyrdom in the path of God, alas, dear Soleimani attained this lofty position and his pure blood was spilled by the vilest of human beings.
 I congratulate Hazrat Baqiyatullah- may our souls be sacrificed for him- and his [Soleimani’s] own pure soul on this great martyrdom and I express my condolences to the Iranian nation.
 He was a stellar example of those educated and nurtured in Islam and the school of Imam Khomeini (RA). He spent his entire life fighting in the path of God.
 Martyrdom was his reward for years of implacable efforts. With his departure and with God's power, his work and path will not cease and harsh revenge awaits those criminals who have tainted their filthy hands with his blood and the blood of the other martyrs of last night's incident. 
Martyr Soleimani is the international face of the resistance, and all who have a heart-felt connection to the resistance seek revenge for his blood.
All friends - and also all foes - should know that the path of fight and resistance continues with increased motivation and certain victory awaits the fighters on this blessed path. The absence of our dear and self-sacrificing commander is bitter, but the continuation of the resistance and its final victory will be bitterer for the murderers and criminals. 
The Iranian nation will cherish the name and memory of the towering martyr, Lieutenant General Qassem Soleimani, together with his fellow martyrs especially the great fighter of Islam the honorable Mr. Abu Mahdi al-Muhandis. I declare three days of public mourning in the country and I congratulate and express my condolences to his honorable wife, dear children and family.
 
 
                                                               Nour, Nour, Eschq...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

USA assassina. USA, the worst and most criminal state and country of all history of Mankind

  Desde a segunda grande Guerra os Estados Unidos da América entraram num caminho de imperialismo sanguinário brutal, com milhões de mortos e feridos vítimas das suas bombas e mísseis... E pretendem ser civilizados e garantes da democracia... Uma arrogância inaudita, assente num dólar ilimitado que corrompe milhares....
A governação dos Estados Unidos da América ultrapassou todos os limites da criminalidade imperialista, opressiva, invejosa, mentirosa, traiçoeira, em suma, sem palavras que cubram o seu mal, a sua ganância pela  riqueza e contra o bem estar dos outros povos, e dos seus heróicos defensores, com o traiçoeiro assassínio do general Soleimani e seus próximos, perpetrado há dias...
Que Deus e o karma sejam misericordiosos para com os familiares dos que, pelo assassínio de lutadores heróicos contra o terrorismo, vão agora morrer nas naturais reacções: norte-americanos, iraquianos ou iranianos, e países limítrofes ou não....

USA has become the worst and most criminal state and country of all history of Mankind...
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3-I. 16:07
                        
Qassem Soleimani e Abu Mahdi al-Muhandis, dois heróicos lutadores contra o terrorismo e o imperialismo, assassinados cobardemente pelo Pentágono e Trump, liderando a USA, o maldito império da opressão, mentira, mortandade e mal.
Que as suas vidas e almas inspirem luminosamente muita gente para o triunfo da justiça, fraternidade e paz no mundo...
20:11
Um dos crimes mais graves do séc. XXI, que vai ter repercussões sérias apesar da desproporção de forças e de éticas, pois dum lado estão três países violentamente criminosos, anti-direitos humanos e racistas: USA, Israel e Arábia Saudita, e apoiados pelos numerosos governos neo-liberais de todo o mundo, vendidos ao petrodolar. Por exemplo, a Inglaterra e a Alemanha já se congratularam com a morte do grande combatente do terrorismo no Médio Oriente, ou não tivessem eles tanto lucrado com isso, ou não fossem eles governos cobardes apoiantes secretamente de facções de terroristas...

Um momento, uma situação trágica para milhões de pessoas, sobretudo shiias, que Qassem Soleimani viam como o libertador do terrorismo e um resistente à arrogância imperialista norte-americana, um modelo de virtudes corajosas...
                       

20:38
A USA imperialista e criminosa do Pentágono e do Trump, invejosa das vitórias do general Soleimani, frustrada pela derrota do terrorismo e pelo fracasso das sanções económicas, regressa à sua matriz e linguagem que conhece: fora da lei, oprimir, mentir, invadir, roubar, matar, assassinar..
Como reagirão os prudentes dirigentes do Irão ou os mais destroçados dos companheiros do heróico estratega Soleimani é um mistério a começar a desenrolar-se...
Lux Dei... Nour... Longa e feliz vida ao Irão...

                             
23:30
Há muito tempo que não sentia a minha alma tão triste, nem observava o corpo a caminhar tão lentamente, tal o impacto do assassínio do principal obreiro da derrota dos terroristas na Síria e no Iraque. Onde e como estará agora o general Soleimani (nascido a 11-III-1957) em corpo espiritual? 
                               
Terá sido recebido pelo fundador dos Shiaa, o Imam Ali, o marido de Fátima, a filha do profeta, como esta imagem invoca? Estará ele a apertar o pescoço ao Donald Trump, a Mike Pompeo, e aos que o mataram cobardemente? Estará ele a animar ou inspirar os lutadores pela liberdade no Médio Oriente? Estará ele com os mestres e místicos iranianos, como Rumi, Sohrawardi, Ruzbehan, Nur Ali Shah ou mesmo com Majzoub Ali Shah, cabeça ou Qutb (coluna) de uma importante confraria, a Ni'matullahi tariqat, e que eu conheci, desencarnado há dias com 92 anos em Teerão? Ou será antes o seu Anjo da Guarda que o estará a guiar?
Também me interrogo acerca fragilidade do poder pensamento humano, tão valorizado nas mistificações da new age, das canalizações, da cura quântica, pois quantos milhões de iranianos não estarão desejando a morte justa de Trump, Pompeo e os outros, e eles sobrevivem incólumes, se calhar sem precisarem de muitos comprimidos para dormir? Gananciosos, gordos, como rãs a imitarem bois da fábula de La Fontaine, quando arrebentarão eles e a hybris norte-americana?

Já Erasmo comentara a morte de um notável, o príncipe Filipe o Belo, em 1506, com o famoso dito Homo bulla est, que depois desenvolveu nos seus Adágios o "ser humano é uma bolha de ar", frágil, a qualquer hora pode rebentar. Lamentemos os que fazem explodir antes de tempo e cobardemente vidas quentes, inteligentes e sagradas. Lamentemos os violentos, corruptores e criminosos. Ou ainda os que não cumprem e antes obstaculizam a missão espiritual nossa de religação luminosa à Divindade, como tanto fazem o neo-liberalismo e o imperialismo sobretudo norte-americano... 
Saibamos utilizar o tempo da nossa passagem na terra o melhor possível na verdade, na não-violência (mas sabendo responder a ela correctamente), na justiça, no estudo, na criatividade, no trabalho harmonioso, no amor, na preservação dos eco-sistemas, na religação ao Divino. 

Com Qassem Soleimani, com Desiderio Erasmo, com o Imam Ali, com os mestres e a Divindade...
                               
Dia 4-I-2019
  I- Esperemos, oremos, desejemos que a sinistra e criminosa USA seja expulsa do Iraque e se retire da exploração do petróleo da Síria....
II- O decorativo secretário geral das Nações Unidas António Guterres, muito calado, sem condenar o assassinato, sem elogiar o heróico vencedor de muito do terrorismo, apenas pedindo às partes que se contenham... Até brada aos céus, mas compreende-se pois recebe dinheiro da Arábia Saudita e de outras fontes corruptoras...
III - Muitas pessoas, comentadores, políticos, mais ou menos ouvidos, dizem-se preocupados com a situação e pedem calma mas, vendidos ao imperialismo norte-americano, louvam o acto criminoso de Trump por várias razões falsas e não condenam o assassinato do heróico general Soleimani que tanto contribuira para deter o terrorismo na Síria, no Iraque e no mundo. Vergonhoso...

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Dos Mistérios sagrados do Amor. Estar em amor a partir do coração, perseverantemente.

Eis-me num daqueles momentos em que desejamos partilhar da alma mais profunda ou luminosa o melhor que temos, concebemos e somos, seres de luz e amor, de coragem e alegria, para o mundo, a escrita, o futuro...
Que palavras e ideias deveremos arrancar das entranhas de nós próprios, ou captarmos nas intuições subtis, e lançarmos no seio e alma dos que nos escutam ou lêem? 
Subo ao alto do monte granítico que me está mais próximo, contemplo os horizontes conhecidos mas tão distantes, para além de nuvens e da claridade e obscuridade que se desdobram em sucessão sugestiva do horizonte infinito, e consciencializo-me que terão de ser palavras verdadeiramente mágicas as que poderão tocar algumas das almas que me  ouvirem e sentirem.
Terei de ser um arpoador dos mundos subtis, um timoneiro da barca para o paraíso, etimologicamente de pardes, o jardim distante persa, tentando abrir e passar ideias e sentimentos, palavras e forças que despertem e alinhem, centrem e fortifiquem as pessoas... 
 - Se já estás no Caminho, então avança, parte, não te prendas com pessoas e grupos, modas e noticiários: sê tu, a sós e com a Divindade e suas faces, os Mestres, os Anjos e, depois, sim, partilha o que souberes, reúne-te com alguns seres mas sem te envolveres demasiado horizontalmente, num mundo onde reina tanta confusão e mistificação, tanta oposição e tanta diferença de vibrações e sensibilidades, interesses e níveis evolutivos...
Se encontrares quem ames e que te ama, e se queiram um ao outro em amor por momentos dias, meses ou anos, então avança no mistério mágico e despertante do amor e da união.
 Só com uns poucos de seres mais afins pode brotar o amor plenamente, em grande reciprocidade  de entrega e adesão, mas quando se intui isso como possível, devemos avançar em tal encontro auspicioso de almas e dialogar e aprofundar as afinidades electivas e seus trabalhos criativos o mais possível, sondando ou invocando os mistérios da Unidade e do Amor Divino, e frutificando-os beneficamente...
Quaisquer que sejam os resultados ou efeitos de tal encontro ou tentativa sincera, o Amor-Sabedoria só poderá aumentar em nós e na Terra, seja negativamente pela compreensão da incompatibilidade de génios, seja positivamente pela fruição do estado de Amor e dos seus frutos de sabedoria e bondade, criatividade e felicidade desabrochados com tal pessoa.
Quando sentimos a corrente do Amor passar entre dois seres, quando estamos mesmo em Amor reciprocamente com alguém, quantas energias divinas brotam de nós e se espalham pelo universo, com efeitos subtis, quais borboletas e joaninhas, na multidimensionalidade dos seres e ambientes?
Acolhe pois tais possibilidades de ser amor, de amares ou então procurares a amada ou o amado, por mais que te tenhas desiludido de tais encontros ou frutificações.
O amor é unitivo. Mesmo o gostar de alguém ou algo, objecto, trabalho ou ser  é uma manifestação da energia bipolar unitiva do Cosmos, ainda que em graus menores mas que se podem depois aprofundar e que são sempre fontes de realização e evolução espiritual, ao serem como tal  consciencializados e assimilados.
Quando estamos com alguém, de acordo com a intensidade dos fogos dos nossos centros de força subtis tocados pelo Amor, brotarão os raios e ligações unitivas que afeiçoam e embelezam, curam e unem os seres e, seguindo os níveis mais ressoantes e afins, a eclosão das chispa intensificadora da corrente de empatia ou unitiva do Amor pode ser mais ou menos desvendadora da nossa natureza espiritual.
Arquétipos femininos de tal intensificação são as musas, sibilas e sacerdotizas que ao longo dos séculos tanto inspiraram a poesis, a intuição, a criatividade, a heroicidade, o amor, a adoração...
 
Foi dito "onde dois ou três se reunirem em meu Nome, eu estarei presente", mas não é fácil amar-nos a três, ou estar em amor em grupo, pois o Nome em que nos reunimos é o do Amor em si mesmo, mas também o do Mestre, enquanto um ser realizado do Amor, ou mesmo no nome ou presença do Espírito divino em nós, enquanto centelha do Sol do Amor primordial.
Este amar a três pode perturbar, quando por exemplo um par normal encontra um ser já mais consciente do Amor, e este no seu relacionar-se, liga e unifica com tanta intensidade, que um dos outros dois pode sentir-se algo ultrapassado. No caso então devemos expressar o amor num interesse sentido e manifestado igualmente para os dois, respeitando os laços já existentes. Nos grupos se passa o mesmo: se prestamos demasiada atenção a alguém, se lhe damos mais a correnteza do amor, os outros podem sentir-se em carência ou mesmo frustrados e até com rápidos sentimentos de inveja...
Mais fácil é certamente estarmos a  dois, na comunhão com o Amor divino, e felizes os que conseguem contemplar-se olhos nos olhos, mãos nas mãos, ou mesmo peito com peito, e penetrarem nos seus níveis mais elevados e espirituais, sentindo algo mais do coração ardente e da Unidade, e assim se erguerem unindo a terra e o céu, como hierofantes nas hierogamias dos antigos Mistérios. 
E depois aprofundarem tal, lutando criativamente com persistência, numa relação estável ou mesmo familiar...
Mas também a sós, quando cerramos os olhos e meditamos, centrando-nos e tentando entrar no nosso interior, no coração espiritual e no Amor, poderemos sentir tal energia bem como a comunhão no corpo místico que nos une tanto com os seres que mais amamos, vivos ou já partidos, humanos ou celestiais, como com o próprio coração espiritual do Ser Divino.
Cultivemos então mais estas possibilidades de comunhão no Amor com gratidão, e irradiemos as melhores energias para o ambiente e para a Humanidade, ainda tão subjugada por entidades e seres violentos, egoístas e imperialistas que tanto perturbam e fazem sofrer seres e povos sem fim.
É por isto tudo que o amor entre dois seres, numa família, num grupo, numa povoação, numa poesia, numa dança, numa música, numa acção generosa, numa peregrinação, numa lavoura, numa causa ou na meditação regular é tão importante para o Todo e para todos. Saber estar em amor a partir do coração, perseverante, salutar e criativamente, fundamental!
                                       
 Consigamos então nós corajosamente estar e ser cada vez mais o fogo do Amor Divino vivo, fortalecendo o corpo espiritual consciencial nosso e planetário e irradiando para o Mundo e Cosmos multidimensional...

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Do coração do Amor, e do Graal, em cada dia e para cada semana ou ano novo! Saiba estar forte e firme.

Cada manhã em si é uma nova oportunidade de trazermos o Amor mais ao de cima, das profundezas nossas e do Cosmos.
Em cada manhã abrem-se muitas possibilidades auspiciosas de colapsarmos o Amor da sua realidade virtual para as partículas, ondas, pensamentos, actos, corpos, almas e espíritos nossos e dos ambientes.
Saibamos acolher com gratidão os raios do novo dia, como energias de amor e sabedoria, e com o nosso coração intensifiquemos as vibrações e estados conscienciais em harmoniosas intenções e interacções, de modo a gerar-se mais luz criativa, fecundante...
 
 Saibamos acolher os raios do Sol em todo o nosso ser e em especial no vaso do nosso coração e, unidos aos deste centro subtil, irradiá-los sábia e justamente, em actos e orações, pensamentos e sentimentos...
Saibamos meditar, orar e querer  manifestar mais os mistérios e poderes do santo Graal, o coração espiritual e divino em nós...
Saibamos entrar em cada nova semana, estação ou novo ano em harmoniosas vibrações, em companhias interactivas luminosas, conseguindo estar em pequenos grupo de dois 0u três seres mais unidos no culto da harmonia, da cura, do Amor divino e da presença espiritual, que unifica todos os que vibram, mesmo que distantes, na demanda fraterna do Graal e sob as bênçãos dos mestres e espíritos celestiais.
Saibamos escapar às redes informativas negativas que dominam e manipulam a humanidade e lutemos e vençamos os  grupos de pressão desequilibrados e corruptos, os terrorismos e as ditaduras opressivas, injustas e criminosas que o neo-liberalismo e o imperialismo do petrodolar têm criado ou apoiado no planeta.
Que a Terra verde seja preservada, que a Mãe Terra seja adorada em ecologia, fraternidade e respeito pelos povos indígenas e as populações  dos vários locais em que o capitalismo predador anseia por mais explorações destrutivas a favor de uns poucos de egoístas, vaidosos ou corruptos gestores, accionistas e políticos partidários. Para que o Amor divino, na sua beleza e harmonia, continue a espelhar-se nos cinco elementos e nos eco-sistemas da Terra lúcida e luminosa que amamos.
 Que o novo ano de 2020, ou qualquer outro que venha,  seja verdadeiramente pleno de estudos, criatividades e escritas, diálogos luminosos e acções justas pelos quais diminuam ou desapareçam os obstáculos à Unidade e Unicidade da existência, que se torna sensível como o grande espaço unificado de energia consciência informação, de modo a que brote mais a gratidão e a alegria, a fraternidade e a beatitude. E aconteça mais a desvendação íntima do adorável coração Divino e do Amor....

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Diário de 2019. Poesia espiritual (1ª). A Poesia como comunicação e comunhão.

A poesia é uma invocação e comunhão multidimensional, em especial quando a dedicamos a alguém; e se o queremos fazer segundo as regras da cavalaria do Amor, então o engenho, isto é, a comunhão com o génio, ou nosso ser íntimo espiritual, tem mesmo de se intensificar e brilhar, elevar e burilar. 
 
                                                                 Véspera de S. João de 2019.
                                            

Poesia é voo da alma ao espírito,
Folha leve ao vento da inspiração,
Comunhão sentida do eu e do tu
Na unidade da subtil Divindade.

Pelo oceano vasto das almas
Circula uma aragem de união,
Sabermos sentir bem o coração
Será o caminho da comunhão.

A visão tenta acertar o voo
Mas até onde vai a aspiração?
Conseguirá atravessar o oceano,
Tocar e despertar a amorosa união?

A árvore batida ao vento fala nas folhas
Onde se escrevem palavras e aspirações,
Invisíveis e subtis cruzando distâncias,
Despertando no coração leves sensações.

Partilhar nosso ser com a alma distante
É sempre uma arte profunda e exigente:
Só o amor intenso fará voar pelo éter-vento
As nossas palavras, energias, ser e intento.

O mistério da poesia é sua sacralidade:
Súbito escrito num momento único,
A invocação intensa da Divindade,
A comunhão dos corações na Unidade.