sexta-feira, 13 de maio de 2022

Poesia espiritual. Ás árvores, externas e internas. Imagens do Gerês transmontano,

       Árvores. Escrito num dia 14 de Agosto...

Ó árvores, tão belas, puras e majestosas,
Como gostava eu de vos ser útil em algo,
Para além de vos abrir o meu coração
E vos abraçar e sussurrar: - Eu amo-vos.

Formas rectas ou onduladas, simples, silenciosas,
Tão subtis nas vozes ciciantes nas brisas do vento,
Tão graciosas nas modulações serenas do poente,
Tapais o que se deve ocultar e manifestais o mistério.
 
Sobre os vossos troncos e raízes nos assentamos
E vossas forças tornam firme a nossa coluna.
Então, no cimo da cabeça, brilham à luz do dia
Os frutos vários dos nossos crescimentos.
Vida a fora, vós paradas e nós a caminhar,
Rumando sempre ao Sol original.
Abraços entre nós podemos trocar,
Memórias,  esperanças e amor cultivar...

Árvores, braços em cruz, livres e fraternas,
Quantos futuros Cristos e mestres em vós há,
Indiferentes às riquezas, ambições e dores,
Firmes nas mais rudes tempestades?

Árvores, por entre vós trinam os pássaros
Abrindo-nos os ouvidos para os ritmos originais,
Purificando os nossos cérebro com o prana puro
E abrindo-nos o caminho para o Som primordial.
 
 Árvore, sombra no calor e lenha no Inverno,
Sabor na comida e estabilidade na casa.
Símbolo da vida por todos estes dons
E pelo segredo de estares em nós na coluna.

Na janela de Tomar alguém suporta as tuas raízes.
Será o Deus Arquitecto supremo do Universo
Ou é o iniciado que elevando a árvore à vida,
Ressuscita a seiva que liga o céu e a terra?

Assim tiramos da terra a mágica Excalibur,
Com as árvores, os barcos da Índia construímos,
E agimos meditando na nossa árvore da Vida,
Fazendo sua seiva subir e ascender,
Abrir janelas e rasgar caminhos,
Enfrentar obstáculos e amar os mundos.
Fazer o Céu e a Terra numa só verdade una.

Obrigado.

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