quarta-feira, 11 de maio de 2022

Do discernimento dos estados interiores e dos objectivos de vida, em tempos críticos. O que desenvolver?

                                              

Cada alma humana, mesmo que já esteja bem avançada na sua ligação ao espírito e ao Divino, é uma ave peregrina ou discípula, ao estudar, trabalhar,  sofrer,  criar, movimentar-se e  interagir, no fundo ao querer realizar certos objectivos na vida, pelo que todos devemos interrogar-nos sobre o curso dela, sobre as energias e correntes que suscitamos ou nos atravessam e se estamos apenas a ser movidos pelas rotinas da sobrevivência, em ondulações e oportunidades, ou se realmente tocamos ou nos dirigimos através delas para os objectivos principais (para nós) de vida, certamente difíceis de se avaliar ou mesmo hierarquizar, ao serem bastante maleáveis ou permeáveis às constantes influências e vivências, dificuldade que a inundação de informação exterior dos media e das redes sociais ainda mais agudiza...
E assim intenções e aspirações, declarações e realizações podem se tornar apenas aspectos superficiais, acidentes triviais, simples palavra ou slogans, diálogos ou sonhos efémeros de uma vida de sobrevivência adaptativa e sem grandes determinações e esforços perseverantes, de que resultariam criações e realizações importantes e perduráveis, seja para a história terrena visível, local ou alargada, seja para a espiritual invisível, eterna mesmo...
Ora no século XXI este perigo é cada vez mais real pois o
crescentemente controlador sistema capitalista neo-liberal, a certos níveis de impacto quase mundial, tende ou mesmo deseja que cada pessoa (enquanto lhe serve) seja apenas um parafuso, um número, um id da grande máquina de produção, distribuição, consumo, alienação e opressão, com ordenados e impostos, lucros, taxas e sanções, tudo regido pelos que manobram os cordelinhos da governação e informação dos países, a fim de manterem as pessoas alienadas e submissas, nos carris de uma mediania de criatividade que não ponha em causa as elites governantes e os seus agentes, algo que com o corona vírus se tem acentuado dramaticamente, já que vários governantes se têm demasiado alinhado e vendido a uma nova Ordem Mundial, supra-nacional, minuciosamente opressiva.
Quais serão então os aspectos mais pessoais e actuais dos nossos objectivos,  missão ou dharma, que  não é apenas
interna e superiormente ética e espiritual, ou seja, a de nos ligarmos mais ao bem, à verdade, espírito, ao Anjo e à Divindade, e os manifestarmos, mas também a de lutarmos para sobrevivermos, com as nossas famílias ou amigos, à alienação e massificação, opressão e repressão tão anti-divinas, mentirosas e violentas do que é denominado a nova Ordem Mundial?
Como cada ser é chamado diariamente a trabalhar, a consumir, a dizer a sua palavra, a agir ou a reagir em gestos, sentimentos e pensamentos interactivos, se o fizermos bem harmonizados e conscientes, tal pode fazer a diferença face ao passadismo e à alienação em que muitos se deixam conduzir, e assim deveremos cingir
certas práticas e princípios e activá-los com regularidade.
Eis então uma regra de vida que poderemos meditar e adoptar:
agir e reagir com sinceridade, inteligência e destemor, mas com a consciência vasta do que nos envolve, tentando discernir o que é mais importante de ser trabalhado ou cooperado e assumindo-se as responsabilidades dos resultados, com amor e coragem...
Auto-consciência e sensibilidade interior, lucidez e vigilância, coragem esperançosa e amorosa são então qualidades que o mais possível manifestadas acabam por nos fortalecer e guiar diariamente no trabalho e no cultivo dos objectivos mais luminosos da nossa vida, que são certamente a procura e a criação dinâmica, solidária e criativa de estados psíquicos e de eventos de verdade, de bem, do belo, do útil e do justo, a par de momentos de recolhimento e comunhão espiritual interior, ou com a Natureza e o Cosmos...

                                                

Assim, com regularidade, fecharmos os olhos e sentirmos como está o nosso interior e ainda a nossa posição ou estação no caminho de realização dos objectivos ou estados conscienciais desejados, será importante. Bem como discernirmos que pessoas ou causas estamos a apoiar, que projectos rurais, ecológicos, artísticos, sociais e de ligação entre o espiritual e o material estamos a conseguir realizar,  em sintonia com o estado consciencial espiritual nosso mais elevado que possamos atingir...
É sabido que ao fecharmos os olhos somos levados para o mundo invisível da sensação, do pensamento, da imaginação e da memória, ou mesmo, em algumas pessoas, para o mundo espiritual, pelo que tais momentos podem servir para sentirmos também como está a nossa ligação com o espírito, o Divino e o universal, este ao sairmos do nosso egoísmo, e logo encetarmos algum tipo de respiração e oração, sempre única e pessoal, mas realizada
também por intenção de outros seres, afins, necessitados ou apenas pela universalidade do género humano.
Nestas interiorizações devemos sentir ainda a nossa maior ou menor fluidez psico-espiritual, e assim poderemos diagnosticar alguma necessidade de respiração, descontração ou energetização seja de órgãos ou partes do corpo, seja dos chakras ou centros de força subtis psico-endócrinos, o que se faz basicamente com a respiração, a visualização, a contemplação, a massagem e certos movimentos. Assim,  harmonizados e renovados, avançaremos melhor na fluidez das nossas meditações, afinidades, ou no alcançar dos nossos objectivos, seja interiores seja exteriores, os quais no fundo constituem o que conseguimos realizar da nossa missão  na época que atravessamos, em sintonia com o país em que nascemos ou vivemos,  em certos casos já expandidos numa pátria e mátria planetária ou mesmo universal...
Assim nas meditações, surgindo tal apetência (algo dificultada pela sombra opressiva da UE e do globalismo), será bom tentar sintonizar, por exemplo, com o Arcanjo de Portugal (ou do seu país) e compreendermos sob a sua invocação onde deveremos estar  passivos e receptivos e onde nos competirá ser mais activos e dinamizadores, ou ainda com quem nos devemos juntar e de quem nos devemos desligar, certamente numa solidariedade empática ou compassiva...
Será sempre importante, e nos tempos que correm de tão grandes divisões entre as pessoas, por causa das visões antagónicas e fracturantes quanto às medidas do Covid, ou quanto ao conflito russo-ucraniano, tentarmos estar em paz, em descontração, em serenidade, e não nos deixarmos desanimar, desiludir e zangar (e nunca irritar), antes pelo contrário respirando fundo, sorrindo e irradiando discernimento, paz, amor para o ambiente e para todos os seres,  aprofundando assim os estados conscienciais e os objectivos que  demandamos e amamos com mais ou menos perseverança...
E se sentirmos dúvidas, interrogações e o mistério poderemos orar: - Ó Divindade, que és tanto transcendente como omnipresente e imanente, pois estás em mim e és em mim a fonte do meu ser profundo, desperta-me mais para visão de quem eu devo ser, em que local
trabalhar ou assentar, que pessoa ou pessoas mais amar, que objectivos e em que linhas de forças mais avançar?
Dentro da imensa criatividade que o livro arbítrio proporciona aos seres humanos é sempre adequada também a oração: "Meu Deus faça-se em mim a vossa vontade", ou a clássica de Jesus, "Seja feita a Vossa vontade assim na Terra como no Céu", já que é inegavelmente um bom apelo humilde tanto a que dos planos subtis e internos as inspirações luminosas nos toquem e guiem, como a de que do nosso interior se ergam as forças que
ligam harmoniosamente o alto e o baixo, ou nos enlaçam ao espiritual e ao divino.
Também a regra de confirmarmos, pelo que vamos sentindo, a
cada momento, o certo ou errado das nossas actividades, é certamente outra ajuda numa linha de auto-observação do eu pelo Eu...
Aspiro eu à mais alta evolução ou realização espiritual possível? Sei perseverar, apesar das dificuldades, nessa direcção? No dia de hoje que momentos serão esses mais luminosos, mais consagrados à Luz, ao Amor, à Verdade? Que tónus emocional ou afectivo emana de mim para as pessoas? Que consciência mais profunda dos outros,  ou de
unidade, consigo eu sentir e comungar?
Será bom  apontar e cumprir diariamente algumas metas de trabalhos, alguns momentos de dedicação ou abnegação, algumas práticas ou criatividades pelos quais as nossas determinações e potenciais se tornam mais reais e perseverantes.
E de quando em quando interroguemo-nos, e de tal recebendo forças: se morresse agora, o que mais pena me faria, o que mais falta seria para a minha passagem na terra, ao não ter sido realizado ou completado?
Quem são os seres que mais amamos, vivos ou mortos? Porquê, para quê e com que consequências na vida eterna?
Será que atingirmos um estado de amor grande, ou seja, termos arrancado das nossas profundezas o fogo do amor, e logo conseguirmos, sendo amor, amar verdadeiramente alguém,  os seres que contactamos,  uma investigação, uma causa, um mestre, o anjo, a 
Divindade, é o mais importante objectivo da vida?
Muito provavelmente sim.
Descubra e desperte mais o Fogo do Amor primordial e divino em
 si...

Pintura de Bô Yin Râ: avança em Amor, corajosa e serenamente...

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