domingo, 25 de agosto de 2019

Bô Yin Râ, O Caminho dos meus Discípulos, 7º cap., resumido por Pedro Teixeira da Mota.

                                       
No 7º capítulo do seu livro Der Weg Meiner Schüler, O Caminho dos meus Discípulos, intitulado "O Discípulo e os seus companheiros", Bô Yin Râ alerta para mais perigos no Caminho, e dá alguns esclarecimentos valiosos sobre a Primordialidade Divina, advertindo que sente porém quão difícil é passar bem estes níveis para a linguagem e compreensão humana.
 
Um defeito grande que pode paralisar o progresso espiritual é a inveja, a competição, no campo da espiritualidade,  pelo que  o mínimo movimento momentâneo de inveja deve ser logo combatido e vencido, para não bloquear o avanço espiritual demoradamente.
Esclarece também que é muito errada a concepção humana de que Deus estaria sofrendo o sofrimento humano como seu, e que esperaria portanto a sua libertação através do homem, já que a Divindade está bem acima de tais limitações poéticas elegíacas.
A Divindade pode ser vista como uma trindade suprema, como Ser ou Homem Espírito Original (que é Pai e Mãe), Luz Primordial, Palavra Primordial, e  esta Divindade deixa-se aproximar no íntimo de cada ser como o Deus vivo de todo aquele que se eleva a ela merecidamente.
A manifestação trinitária do ser humano é ser espiritual, ser anímico e ser racional, tendo sido um animal terrestre o refúgio para tais emanações espirituais humanas, depois de terem resolvido sair do ponto culminante da sua individualização e assim se separarem de Deus, a fim de poderem iniciar um regresso a Ele... 
 
 Daí que o ser humano e os animais tenham muitas características em comum, nomeadamente a alma, com sensibilidade e expressão em vários graus, embora a humana tenha estas capacidades mais desenvolvidas ao «provir das forças eternas da Divindade».
Já os instintos de inveja, ambição e competição que provêm da alma animal, devem ser controlados e eliminados, para que com outras forças animais mais de acordo com as aspirações mais elevadas humanas,  possamos chegar «à união das forças anímicas eternas na forma de identidade denominada Eu», (gerado pela Divindade) em uníssono com o desenvolvimento do corpo espiritual.
Vencer o sentimento animal de competição e inveja, e ter gosto ou alegria de estarmos com pessoas que estão mais avançadas connosco, é então fundamental.
Os homens considerados como "mestres da arte da vida" nos três mundos (o mundo da compreensão intelectual, o mundo das forças da alma e o mundo do espírito substancial eterno) sempre se comportaram assim, sentindo alegria pelos que estão mais avançados e ardendo de desejo de ajudar os que estão mais atrasados.
Também se deve evitar estar sempre a ver defeitos nos outros e divulgá-los, a menos que sejam gravosos para a pessoa e para quem o segue.
Adverte que todos os seres e mesmo os mestres terão sempre alguns defeitos ou limitações derivados das tendências do seu corpo animal e tal deve ser encarado sempre com indulgência e humor.
Bô Yin Râ acentua ainda que o discípulo deve «ser o criador digno e constante de uma expressão da sua própria espiritualidade» e renunciar automaticamente ao que obsta ao desenvolvimento do seu corpo espiritual, obstaculização esta muito desenvolvida nos nossos dias com tantos prazeres animais refinados oferecidos para consumo. Simultaneamente, o discípulo deve ignorar ou deixar claro aos outros que comportamentos ou formas ineptas, rudes ou maníacas não são nada aconselháveis.
Dar o exemplo, dirá para finalizar, ainda é a melhor forma de acção e a melhor prova da vitória interior sobre nós próprios.
                                 

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