quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Bô Yin Râ, O Caminho dos meus Discípulos, 2º cap. resumido por Pedro Teixeira da Mota.

No 2º capítulo do livro, Der Weg Meiner Schüler, o Caminho dos meus Discípulos, intitulado "Distinção necessária", Bô Yin Râ tenta ensinar a discernirmos verdadeiramente o que é o Espírito,  mostrando algumas das utilizações correntes da palavra espírito, tal a vivacidade de espírito e que refere apenas uma actividade cerebral, ou a ideia de espíritos desincarnados, onde brilha ainda alguma consciência do Espírito substancial individual e, finalmente, na religião cristã o Espírito de Deus, o Espírito Santo ou mesmo a adoração em Espírito, falada no Novo Testamento, mas que são concebidas sob formas cerebrais e antropomórficas, e não são sensíveis ao, e reconhecedoras do, espírito eterno omnipenetrante, do qual S. Paulo dizia que estava ou penetrava mesmo as profundezas da Divindade, e no qual Bô Yin Râ se baseia por vivência e conhecimento directo
A aproximação ao espírito é então a tarefa principal do Caminho, algo que não é feito pelo pensamento ou teorias  nem pela actividade do cérebro mas pela vivência do Espírito substancial, indestrutível e eterno e tendo em conta, como escreve: que «é preciso que estejamos nele, se o queremos conhecer, aprofundar e perscrutar do interior; e podemos chegar a ele – fisicamente mesmo - já que ele penetra em nós dum modo vivo, vive mesmo em nós, embora  não consigamos ainda viver nele»
Este espírito que está em nós tem então de ser vivenciado interiormente, e só depois racionalizado, e toda a sua obra escrita com «o sangue do coração seu» se destina a ensinar-nos, por meio de diversas possibilidades, a vivenciarmos interiormente o espírito. 
                                   
 Não o podemos vivenciar de todas as maneiras mas, dependendo do nosso ser e karma, assim estaremos mais aptos a percorrer uma ou outra via de acesso, que outrora, para os «verdadeiros iniciados dos antigos mistérios na China, Índia, Babilónia, Pérsia, Egipto, Grécia e Roma», eram bem mais exigentes do que  hoje, já que para os ocidentais, menos pacientes, ele simplificou o ensinamento...
Alcançarmos a forma e metodologia mais apropriada para experienciarmos a presença do espírito original implica portanto a nossa participação consciente, e deve ser firmemente seguida e querida para chegarmos finalmente à vivência e percepção do Espírito, que é Amor, bem como do mundo de Espírito, o qual não está vazio (como muitos proclamam) mas é sim  dotado de movimento perpétuo e infinito de formas, sinais, cores, sons e seres, sendo assim um Cosmos, um mundo de ordem e harmonia. 
Tempo e espaço, Mundos. Bô Yin Râ.
Ora para vivermos conscientemente no mundo espiritual temos de estar dotados dum corpo espiritual e com os seus sentidos próprios despertos, e assim, conforme o desenvolvimento de tais sentidos feito ainda em vida, pela nossa atenção e acção, meditação e contemplação, assim serão as nossas experiências aqui e no além.
 Todavia, Bô Yin Râ alerta para o perigo de esfriarmos de tal modo a nossa  alma pelo racionalismo e pelo conhecimento objectivo sem ardor, que acabemos por enfraquecer e diminuir as forças anímicas que deveríamos e teríamos unificar em nós para podermos vivenciar com espontaneidade, maravilhamento e amor o espírito...
Na verdade, são estas forças anímicas desenvolvidas e unificadas pela vontade em vida, em momentos de maior consciencialização, amor e unidade, que substituem o cérebro na existência post-mortem e são a justificação da existência em nós do espírito substancial e eterno.
Após lembrar que o Espírito é inalcançável tanto pelo pensamento como pelos cinco sentidos, dirá: «É necessário estarmos nele, se o queremos conhecer, aprofundar, escrutinar do interior e nós podemos aceder a ele porque -mesmo fisicamente, - ele penetra-nos dum modo vivo,  - ele vive em nós, mesmo se nós não conseguimos ainda viver nele.»

                                   
       Excelente ornamento de Bô Yin Râ com a estrela do espírito esplendendo na Natureza, para nossa contemplação...

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