No 6º capítulo do seu livro Der Weg Meiner Schüler, Le Chemin de mes disciples, O Caminho dos meus Discípulos, intitulado " O Obstáculo mais grave ", Bô Yin Râ alerta para uma das maiores barreiras dos discípulos no Caminho espiritual, a angústia, que sob formas insidiosas acaba por minar as forças das pessoas que se deixam prender por tal espantalho, que assume numerosas formas, muitas das quais bem difíceis de discernir.
E como de um estado de ansiedade nada de bom provém, ao contrário do receio ou medo, que é algo temporal e que frequentemente suscita uma reacção enérgica, Bô Yin Râ desaconselha a atenção ao desenvolvimento ou trabalho interior quando se está vítima de tal estado quase hipnótico, propondo que se dêem injunções fortes, enérgicas, mental e emocionalmente, para se dissipar tal estado o mais rapidamente possível.
Mostra várias formas de angústia nas pessoas tais como a de ser ridicularizada, a de ter de rever a sua imagem, a hipertrofia de consciência com escrúpulos e mais escrúpulos, ou condenando-se a si própria, quando o caminho espiritual está sempre aberto a quem verdadeiramente aspira.
A falta de confiança em si é a causa principal da angústia e quem está no Caminho não se deve deixar cair em tal, tanto mais que têm sempre as ajudas superiores espirituais que o fortificam e o defendem.
Afirma mesmo que há muitas mortes provocadas pela angústia e que esta nem sequer é da alma mas sim da «compressão ou câimbra de certos nervos extremamente finos, provocados pelas reacção de certas representações sobre a actividade cerebral».
A luta contra a angústia implica então discernir que representações a engendram e, graças a uma análise sóbria, dissolver os factores de angústia, o que pode que ter que ser feito mais de uma vez e por diferentes factores ou causas. No século XXI temos de acrescentar os noticiários tão violentos, a internet e os telemóveis, com a excessiva informação.
Muitas pessoas, mesmo desenvolvendo ou exercitando bem as forças físicas ou intelectuais, ou mesmo a sensibilidade da alma, não trabalham suficientemente o corpo substancialmente espiritual e logo deixam-se cair sob o domínio de certos espantalhos angustiantes.
Controlar os verdadeiros motivos dos pensamentos, actos e palavras, diariamente, mais do que exames de consciência que ainda podem provocar mais angústias, é a melhor forma de irmos reconhecendo e desmascarando a angústia na suas diferentes formas, para vencê-la ou dissipá-la.
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