No 4º capítulo do seu livro Der Weg Meiner Schüler, O Caminho dos meus Discípulos, intitulado "Dificuldades inevitáveis", Bô Yin Râ fala da clássica dificuldade de se passar para a linguagem humana as realidades e as realizações espirituais e como é sua missão, mesmo que receie não ter sucesso, partilhar o ensinamento perene sobre o espírito e a Divindade e o caminho para eles, numa linguagem apropriada aos ocidentais dos nossos dias.
Confessando que ele próprio, influenciado pelas ideias filosóficas religiosas actuais, tivera alguma relutância em aceitar de imediato o que neste ensinamento é transmitido, põe por outro lado em causa os que se sentem já muito sabedores e menosprezam estes dados espirituais, esquecendo-se que ele tem a capacidade de usar o órgão de visão espiritual que quase todos eles desconhecem, o qual lhe permite assim falar com conhecimento de causa.
De qualquer modo, o que é oferecido não é um ensinamento original pois «as coisas pré-existentes no Espírito eterno» sempre ao longo dos séculos estiveram presentes e visíveis a alguns seres como ele, e foram sendo transmitidas pelos seus irmão espirituais.
Embora poucas pessoas estejam mais conscientes espiritualmente, Bô Yin Râ lembra que «a caixa craniana humana não isola hermeticamente o cérebro de vibrações exteriores perceptíveis ao cérebro – e as forças com as quais a alma se forma organicamente não se deixam jamais isolar a ponto de se tornarem inacessíveis ao omniconsciente, ao omnisentiente, ao omnivivente, no seio do oceano anímico das forças anímicas livres de qualquer fixação».
Considera que as noções de inconsciente e de consciência colectiva, provindas da psicanálise e dos seus ramos anexos, não correspondem nem coincidem com o conhecimento espiritual obtido pela alma eterna e sem ter sido captado ainda pelo cérebro, e que não provém desse inconsciente cerebral.
Recomenda uma pessoa ter humildade e fazer com confiança o apelo ao que é conhecido da alma mas ainda não chegou ao cérebro, pois tal é um boa abertura para se entrar no caminho que leva ao espírito. E, portanto, aceitar com confiança mesmo o que do ensinamento não se consegue ainda ter a certeza ou a capacidade de penetração.
E só depois de se ter a experiência própria é que devemos comparar e consultar os preceitos, métodos ou directrizes de tempos antigos, tanto mais que mesmo neles se infiltrou muita ganga, superstição, erro.
Põe em causa também toda a parafernália de métodos ou receitas de desenvolvimento proposto pelos pseudo-mestres ou mistagogos actuais, convindo antes fazer-se o caminho interior por si mesmo e seguindo-se as orientações dum guia experimentado na ascensão da montanha, o mestre.
Escutar portanto as advertências de perigo, seguir as indicações do caminho, mas sem estar a olhar para a figura pessoal do mestre, pois o importante é o conteúdo dos livros e o avançar para o espírito.
Quanto ao espírito substancial, escrevendo em poucos parágrafos, é muito claro e esclarecedor: «por substância espiritual entende-se o que há de mais real, ou seja, a plenitude de todas as forças do ser original.
Esta substância do espírito não tem nada de fixo. Ela é, por essência, o que há de mais livre, não conhece qualquer obstáculo, é eternamente móvel e em movimento.
Ela não foi criada, mas – sem intervenção particular da vontade – foi dada só pela presença do Ser Original. ...»
As forças mais subtis do Universo são como um efeito de indução deste Espírito substancial, dirá Bô Yin Râ, crendo que um dia a ciência conseguirá dar uma visão ou quadro de exposição bem mais perfeita destas realidades do universo.
Contudo, estes conhecimentos científicos não aproximam um cabelo que seja da necessária experiência pessoal vivida do espírito substancial.
As pessoas não estão sós no caminho espiritual e, para além de quem lhes transmite o ensinamento pelos livros ou a instrução directa, há as outras ajudas de mestres, de seres tornados transformadores de forças espirituais substanciais, e que são mais possíveis para quem tem confiança e reconhecimento antecipado.
Com o tempo, com o organismo espiritual desperto, a pessoa consegue viver o que é do domínio do espírito substancial e eterno, certamente em inumeráveis graus, reafirmando em seguida a negação do vazio e da não-individualidade pregada por muitos budistas e assumida, por exemplo hoje (mas já a passar de moda...) por muitos dos instrutores da mindfulness, uma técnica antiga, hoje vulgarizada despida dos seus contextos iniciáticos e agora ensinada em moda norte-americana e empresarial, que pode ser até bastante limitadora e alienante...
Dirá então: «Existem inumeráveis graus de desenvolvimento e isto é igualmente verdadeiro quanto à única experiência de Deus que é possível ao ser humano e é realmente autêntica, - a experiência que ele faz no interior da sua alma, do seu Deus vivo.
Esta experiência única e verdadeiramente real de Deus (Deus não é somente Espírito, mas pode-se dizer que de certo modo é a autocriação mais subtil do Espírito), não está de modo algum subordinada ao desenvolvimento pleno do organismo substancialmente espiritual, mas este deve de facto ter sido desperto de forma a poder fazer já brilhar na alma a consciência distinta da identidade do “Eu” (enquanto forma de experiência singular de todos os domínios ou níveis eternos).»
Esta experiência do Deus vivo em cada um de nós, tão íntima que nunca poderá ser mostrada ou demonstrada a outros, sendo o essencial do Caminho, é algo que não pode ser forçado e que acontece no momento certo, seja uma vez na vida, seja algumas vezes, seja de modo ininterrupto, nos mestres, mas dá, a cada um que a teve ou tem, uma irradiação divina através do Eu, perene.
Confessando que ele próprio, influenciado pelas ideias filosóficas religiosas actuais, tivera alguma relutância em aceitar de imediato o que neste ensinamento é transmitido, põe por outro lado em causa os que se sentem já muito sabedores e menosprezam estes dados espirituais, esquecendo-se que ele tem a capacidade de usar o órgão de visão espiritual que quase todos eles desconhecem, o qual lhe permite assim falar com conhecimento de causa.
De qualquer modo, o que é oferecido não é um ensinamento original pois «as coisas pré-existentes no Espírito eterno» sempre ao longo dos séculos estiveram presentes e visíveis a alguns seres como ele, e foram sendo transmitidas pelos seus irmão espirituais.
Embora poucas pessoas estejam mais conscientes espiritualmente, Bô Yin Râ lembra que «a caixa craniana humana não isola hermeticamente o cérebro de vibrações exteriores perceptíveis ao cérebro – e as forças com as quais a alma se forma organicamente não se deixam jamais isolar a ponto de se tornarem inacessíveis ao omniconsciente, ao omnisentiente, ao omnivivente, no seio do oceano anímico das forças anímicas livres de qualquer fixação».
Considera que as noções de inconsciente e de consciência colectiva, provindas da psicanálise e dos seus ramos anexos, não correspondem nem coincidem com o conhecimento espiritual obtido pela alma eterna e sem ter sido captado ainda pelo cérebro, e que não provém desse inconsciente cerebral.
Recomenda uma pessoa ter humildade e fazer com confiança o apelo ao que é conhecido da alma mas ainda não chegou ao cérebro, pois tal é um boa abertura para se entrar no caminho que leva ao espírito. E, portanto, aceitar com confiança mesmo o que do ensinamento não se consegue ainda ter a certeza ou a capacidade de penetração.
E só depois de se ter a experiência própria é que devemos comparar e consultar os preceitos, métodos ou directrizes de tempos antigos, tanto mais que mesmo neles se infiltrou muita ganga, superstição, erro.
Põe em causa também toda a parafernália de métodos ou receitas de desenvolvimento proposto pelos pseudo-mestres ou mistagogos actuais, convindo antes fazer-se o caminho interior por si mesmo e seguindo-se as orientações dum guia experimentado na ascensão da montanha, o mestre.
Escutar portanto as advertências de perigo, seguir as indicações do caminho, mas sem estar a olhar para a figura pessoal do mestre, pois o importante é o conteúdo dos livros e o avançar para o espírito.
Quanto ao espírito substancial, escrevendo em poucos parágrafos, é muito claro e esclarecedor: «por substância espiritual entende-se o que há de mais real, ou seja, a plenitude de todas as forças do ser original.
Esta substância do espírito não tem nada de fixo. Ela é, por essência, o que há de mais livre, não conhece qualquer obstáculo, é eternamente móvel e em movimento.
Ela não foi criada, mas – sem intervenção particular da vontade – foi dada só pela presença do Ser Original. ...»
As forças mais subtis do Universo são como um efeito de indução deste Espírito substancial, dirá Bô Yin Râ, crendo que um dia a ciência conseguirá dar uma visão ou quadro de exposição bem mais perfeita destas realidades do universo.
Contudo, estes conhecimentos científicos não aproximam um cabelo que seja da necessária experiência pessoal vivida do espírito substancial.
As pessoas não estão sós no caminho espiritual e, para além de quem lhes transmite o ensinamento pelos livros ou a instrução directa, há as outras ajudas de mestres, de seres tornados transformadores de forças espirituais substanciais, e que são mais possíveis para quem tem confiança e reconhecimento antecipado.
Com o tempo, com o organismo espiritual desperto, a pessoa consegue viver o que é do domínio do espírito substancial e eterno, certamente em inumeráveis graus, reafirmando em seguida a negação do vazio e da não-individualidade pregada por muitos budistas e assumida, por exemplo hoje (mas já a passar de moda...) por muitos dos instrutores da mindfulness, uma técnica antiga, hoje vulgarizada despida dos seus contextos iniciáticos e agora ensinada em moda norte-americana e empresarial, que pode ser até bastante limitadora e alienante...
Dirá então: «Existem inumeráveis graus de desenvolvimento e isto é igualmente verdadeiro quanto à única experiência de Deus que é possível ao ser humano e é realmente autêntica, - a experiência que ele faz no interior da sua alma, do seu Deus vivo.
Esta experiência única e verdadeiramente real de Deus (Deus não é somente Espírito, mas pode-se dizer que de certo modo é a autocriação mais subtil do Espírito), não está de modo algum subordinada ao desenvolvimento pleno do organismo substancialmente espiritual, mas este deve de facto ter sido desperto de forma a poder fazer já brilhar na alma a consciência distinta da identidade do “Eu” (enquanto forma de experiência singular de todos os domínios ou níveis eternos).»
Esta experiência do Deus vivo em cada um de nós, tão íntima que nunca poderá ser mostrada ou demonstrada a outros, sendo o essencial do Caminho, é algo que não pode ser forçado e que acontece no momento certo, seja uma vez na vida, seja algumas vezes, seja de modo ininterrupto, nos mestres, mas dá, a cada um que a teve ou tem, uma irradiação divina através do Eu, perene.
Om Mani Padme Hum. De Bô Yin Râ. |
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