segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Bô Yin Râ, O Caminho dos meus Discípulos, 9º e últ. cap., resumido por Pedro Teixeira da Mota

                        
No 9º e último capítulo do seu livro Der Weg Meiner Schüler, O Caminho dos meus Discípulos, intitulado " Como utilizar os meus livros", Bô Yin Râ narra como os seus primeiros registos de vivências e ensinamentos espirituais foram escritos em código e que não pensava publicá-los senão após a sua morte através de um testamenteiro a quem seriam entregues os manuscritos e as chaves de decifração.
Foi o seu instrutor e mestre oriental que lhe aparecera algumas vezes enquanto jovem quem lhe disse que um dia teria de os publicar ainda em vivo e que «devia ser o intérprete e defensor do que escrevera diante do mundo»
Será na Grécia, onde esteve em 1913-1914 em trabalho artístico e espiritual, e em contacto desta vez não só com o seu mestre mas com outros irmãos espirituais, que lhe foi conferido o nome Bô Yin Râ, e a missão de começar a partilhar o ensinamento e será pois algo timidamente e com as iniciais B.Y. R. que assinará o 1º livrinho que envia de Atenas para ser publicado na Alemanha, Licht von Himavat, Luz do Himavat, que sai em 1915, e que veio a ser integrado em 1920 no Livro da Arte Real.
                           
                                               Himavat, pintura de Bô Yin Râ.
Poucos anos depois sucederam-se vários livros a ritmo rápido, porque vários tinham sido escritos nesse tempo passado na Grécia, sendo publicados não sob ambições literárias (como já se afirmou ignorantemente nos nossos dias,,) mas antes sob um peso de obrigação e responsabilidade face a um tema tão sagrado e porque cada palavra devia servir de suporte ao espírito substancial, estando muitas das frases carregadas espiritualmente de tal modo que se desprendem vibrações na leitura em voz alta ou apenas mental, sobretudo se o conteúdo for bem sentido ou meditado.
Sobre a arte de ler bem os seus livros refere, por exemplo, que a primeira leitura é em geral apenas para satisfazer a necessidade ou curiosidade quanto ao conteúdo. Só depois em leituras sucessivas e até em épocas diferentes é que o livro vai libertando as suas forças e ensinamentos, gerando ressonâncias ou ecos interiores de certeza e de alegria.
Aconselha mesmo, quando não se sentem tais ecos, quando o livro não gera essa adesão nem revelação, o ler-se outro dos livros do ensinamento, que em si não são exposições de um sistema ligado a uma qualquer concepção do universo mas sim ajudas, preceitos ou directrizes para se atingir «o caminho que leva ao Espírito, e chegar finalmente ao Espírito».
Dirá mesmo que os livros «devem tornar-se companheiros permanentes do discípulo no Espírito, sem que haja um dia que não sejam consultados», tanto mais que nos nossos tempos o «mundo tenta cada vez mais penetrar e dominar o que há de mais exterior, enquanto que quem procura deve vigiar a sua própria orientação para o que há de mais interior.»
Referindo-se às transformações colectivas mundiais, Bô Yin Râ pensava que uma interiorização progressiva das pessoas estava já em andamento e que, em épocas de fins de ciclos, os pensamentos, palavras e actos das pessoas são mais fortes ou importantes que as características colectivas, pelo que os discípulos devem procurar no seu mundo interior as experiências ou realizações que num futuro serão mais comuns ou alcançadas, agindo já de acordo com elas.
Com efeito, «um dos principais objectivos dos meus livros é ajudar, aquele que procura, a abrir, no seu interior, este mundo de experiências regido pelo Espírito» e a receber luzes para discernir melhor a construção do futuro. E tal requer uma consulta constante deles, pois é inesgotável o que pode brotar a qualquer momento ou leitura de um dos livros.
Contudo, não são os pensamentos gerados nessas leituras que valerão mais mas sim a vida realizada em conformidade com o ensinamento e seus conselhos, de modo a que haja certeza interior e alegria, e o agir esteja de acordo com o Espírito.
Então a ajuda espiritual do Alto pode derramar-se naquele que sabe ler e usar bem o ensinamento, e a paz interior é atingida na pessoa que, face à sua consciência, é um ser de boa vontade.
Eis o resumo de uma obra importante de Bô Yin Râ, O Caminho dos meus Discípulos, que seria certamente bom ser traduzida para português, embora escasseiem entre nós almas que o possam fazer.
Luz, Amor e Paz, e boas ligações com Bô Yin Râ, os Mestres, o Espírito e a Divindade!
26-VIII-2019.
                          
 

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