domingo, 25 de agosto de 2019

Bô Yin Râ, "O Caminho dos meus Discípulos", 8º cap., resumido.

                                  
No 8º capítulo do seu livro Der Weg Meiner Schüler, O Caminho dos meus Discípulos, intitulado " O Discípulo e os seus companheiros", o mais extenso de todos, Bô Yin Râ continua a sua meritória tarefa de esclarecer quem quer desenvolver a sua vida interior, relembrando em que consiste o discipulado e a responsabilidade em que ele próprio incorre como mestre já que, mesmo nos planos invisíveis post-mortem, terá de acompanhar os que verdadeiramente se tornaram seus discípulos.
Quanto às possibilidades de se alcançarem os melhores resultados espirituais aqui na Terra tudo depende sempre do desenvolvimento do organismo espiritual de cada um e dos progressos que vão sendo feitos em sucessivos estados de sensibilidade e consciência, por ele indicados nos livros, esclarecendo que «o grau espiritual realmente atingido depende unicamente da faculdade de viver no espírito substancial eterno ao qual se chegou», acrescentando mais à frente que destes graus, mistificados em tantas circunstâncias ou grupos, nada se pode dizer mais do que: alguém está pouco, bem ou muito avançado.
Um dos objectivos iniciais do Caminho é eliminar gradualmente «o hábito de pensar a vida, em vez de a viver, e de aprender a viver dum modo realmente activo e consciente», de modo a que mesmo o pensamento seja vivido e não apenas pensado.
Este aprender a viver em que o espírito é realizado no «fluxo da experiência viva, sem ser condicionado pelo pensamento» é algo a ser conquistado perseverantemente, tanto mais que é este tipo de pensamento o único que sobrevive à morte física, no organismo espiritual que, tal como o seu nome indica, «é algo que se desenvolveu a partir dele próprio e vive de si próprio». 
Talvez tendo em conta a mania de se valorizar os vazios e negações do espírito individual e da eternidade, tão em moda nos nossos dias, dirá mesmo quanto ao ser humano terrestre que «é só porque  ele é ao mesmo tempo Espírito substancial eterno, que ele pode,  tendo tal união sido alcançada, viver o que é espiritual- e que ele pode, enquanto espírito do Espírito da Eternidade, tornar-se espiritualmente consciente dele próprio.»
                                      
 Escreverá ainda que a sua missão é ajudar os discípulos a avançarem neste caminho de auto-realização e a libertarem e desenvolverem as forças de protecção que lhes são necessárias, no meio das suas vidas quotidianas, para que  possam perceber ou intuir como as energias espirituais criativas interiores chegam até ao nível físico exterior.
Os seres humanos recebendo as impressões sensoriais, reagindo a elas afectivamente e organizando-as com representações mentais, acabam ainda por se agrupar por afinidades em grupos, menores ou maiores, ou mesmo por nacionalidades, provocando maior necessidade do discípulo  lucidamente não se deixar limitar nem perder a sua universalidade espiritual, seja por pertença a grupos separatistas seja nutrindo ódios, pois estes ainda que possam surgir momentaneamente devem ser substituídos pelo seu pólo oposto que é o amor, ambos «manifestação de uma mesma força».
Para quem se souber orientar pelos ensinamentos que ele transmite,  nada é impossível espiritualmente, diz-nos, embora certamente tudo dependa da forma como tal pessoa vai tornando a sua vida plenamente clara ou harmoniosa para com o Espírito, ou seja fazendo com que «os seus pensamentos, palavras e actos sejam legitimados pelo espírito.»
Valorizará mesmo muito, reforçando esta acuidade de claridade e transparência na vida, quem toma as suas menores decisões como se delas dependesse a sua salvação, pois entrará mais conscientemente na vida eterna post-mortem.
O caminho para o Espírito começa e enraíza-se na vida temporal quotidiana que de modo algum, como certos entusiastas ou ascetas pensam, dever ser menosprezada, pois  será mesmo no Eu humano que será sentido e realizado o Espírito eterno e substancial.
                                         

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