quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Bô Yin Râ, O Caminho dos meus Discípulos, 1º cap. resumido por Pedro Teixeira da Mota.

                                      
No livro O Caminho dos meus Discípulos, publicado originalmente em 1932 na Alemanha (Der Weg meiner Schüler) e traduzido em França em 1991, o notável pintor e mestre espiritual Bô Yin Râ (1876-1943) dá bastantes indicações valiosas para quem quer avançar num caminho sério de espiritualidade pelo que resolvi resumir o seu conteúdo, capítulo a capítulo, já que  ainda não está traduzido em português, e partilhá-lo no blogue.
No 1º capítulo Bô Yin Râ mostra o que significa ser discípulo de um mestre e como uma pessoa se qualifica para tal.
É pelos actos, vontade, sentimentos, pensamentos e palavras, em suma, pela vida toda em acordo com o ensinamento dado, que conseguimos estabelecer uma unidade no mundo do Espírito substancial com o Mestre.
Um discípulo é  quem recebe e aprofunda o ensinamento e tenta ou compromete-se em si mesmo  a organizar a sua vida de acordo com ele e não quem apenas lê os seus livrose não passa para os actos e as formas de vida o que aprendeu.
Refere as críticas de jornais ou revistas que alguns discípulos lhe enviavam e explica que, embora respeitando a opinião de qualquer ser, logo nas primeiras linhas intui que atenção merecerá tal artigo. E, dispondo de uma faculdade de percepção espiritual que falta aos críticos, naturalmente a tarefa deles de o criticarem ou avaliarem é bem difícil de ser levada a bom porto ou fundamentadamente.
Conta como recebia múltiplas cartas  e como deixou de responder à maior parte delas, não podendo alargar o número dos seus amigos correspondentes, pois, ao satisfazê-los, acabaria por dispersar muitas forças necessárias à sua concentração e missão. Ou como ele diz: “poderia prejudicar os deveres essenciais de minha existência, dispersando forças que exigem a mais íntima concentração”. Este ensinamento é bem importante  para qualquer pessoa no Caminho, dada a fácil dispersão em que podemos envolver-nos, e mais ainda hoje, acrescentaremos nós, com a internet e os telemóveis...
Bô Yin Râ é crítico dos discípulos que se fazem missionários do seu ensinamento, considerando que tal pode ser frequentemente contraproducente, valorizando antes a divulgação de sentido geral que uma editora prossegue, para um público indeterminado, cabendo a cada pessoa a liberdade e responsabilidade de se interessar, comprar e ler. 
No caso do missionário ou propagandista, pode haver intromissões graves nos direitos de outras almas e criarem-se até resistências e repúdios.  Há que confiar-se nas altas protecções de potências espirituais que os seus livros têm, dirá mesmo, quanto a quem saberá deles ou a quem chegarão os livros. Isto não quer dizer que não se deva falar dos livros, claro.
Finalmente, após estes avisos, Bô Yin Râ lembra que houve sempre mestres que exigiam muito, e que ele retirou  na transmissão que faz da via que leva ao Espírito substancial  muitas das dificuldades que outrora existiam, embora tenha de haver sempre um esforço persistente na ascensão à meta suprema, subida que deve ser feita com «fé dinâmica na sua própria força» e com sábia repartição das forças, ou seja, assente numa tranquilidade persistente, determinada, que se manifesta no dia a dia peregrinado em tal Caminho.

Sem comentários: