domingo, 18 de agosto de 2019

Ermida de N. Senhora da Guadalupe, Algarve e sua espiritualidade. Video e imagens.

Fachada da ermida, de forma rectangular, com contrafortes laterais, erguida provavelmente nos séculos XIV-XV, devendo ser afastada a hipótese de ser construção templária. A devoção à Virgem negra ou morena de Guadalupe começa a aparecer no sul de Portugal nessa época, em especial após a batalha de Salado. Aqui esteve em oração ou meditação certamente o Infante D. Henrique que tinha perto a sua quinta da Raposeira, também chamada de N. Senhora da Guadalupe, e onde recebeu  a dado passo o navegador italiano Cadamosto.
Arco ogival gótico, a luz e a escuridão e de novo a esperança de luz filtrada pela janela última da alma... Entremos...
Entre o cordame que liga seres e objectos, quais laços de amor, emerge a imagem sacralizadora da pedra ao divino humanizada, quem sabe um dos construtores ou o chefe da obra ou mestre dos pedreiros livres...
Capitel  esculpido em modo ainda muito do românico. O culto do Touro da fecundidade e força, e ao lado o sacerdote ou o iniciado, poderá ser uma leitura...
Certamente bem enigmático este alto relevo no cimo de um arco, embora provavelmente tenha a ver com o fogo do espírito, ou a centelha ígnea, um triângulo ascendente
Anjos muito simples, toscos, puros, quais pessoas tornadas anjos porque lhes tiraram o corpo e agora vogam em barcas ou asas e que do alto nos olham ou mesmo inspiram
Uma das chaves da abóbada, com frutos de árvore, reino vegetal também ele penetrado pela vida divina e em nós desabrochando como flores na alma espiritual
 
Misteriosas esculturas, talvez louvor à bolota do sobreiro e aos laços de amor que vamos tecendo no Caminho da vida luminosa e divina...
O mais misterioso conjunto de símbolos, mostrando a união dos opostos, e a interdependência da vida, com a roda do sol e da Divindade ao centro
De novo a mesma coluna à direita, com o berrão touro das forças primordiais e fecundas na Natureza e o iniciado de olhar bem determinado e boca fechada de mysté...
Que forças anímicas insuflou o mestre pedreiro nesta face iniciática que nos contempla quase desde os primórdios do reino dos Algarves e nos interroga em como está a lamparina do nosso coração, a luz do nosso ser?
A luz forte da tarde do Verão algarvio quase que cega a visão, mas o caminho ondulante por entre as árvores verdes refrescantes convida-nos a avançarmos com destemor, tanto mais que na oração meditação silenciosa, de que o olho da rosácea iluminada nos lembra, recarregamo-nos de boas energias...
Um último olhar para o vitral que se encontra a Oriente, por detrás do que seria o altar na capela mor e onde a triscálide celta e nipónica nos lembra de que somos, tal como o é o universo na sua multidimensionalidade, corpo-matéria, alma-energia e espírito-consciência e os devemos harmonizar e partilhar e o Divino Ser invocar ou acolher, na luz azul ou a que for....... Segue-se o vídeo da visitação....
                               

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