quarta-feira, 7 de agosto de 2024

O que é a Sabedoria, divina e humana? Pessoa divina, alma do mundo, qualidade anímica? Como conhecê-la e aprofundá-la?

Ícone russo da Santa Sabedoria.

Dia 7, quarta-feira, o dia semanal da Sabedoria, de Mercúrio, o mensageiro e intermediário entre os humanos e os deuses, o que liga os mundos pela palavra, a argúcia, a habilidade. "Yoga é a habilidade em acção" dir-se-á na Bhagavad Gita, da Índia, obra em que as noções de Karma e Dharma, se interligam muito com a Sabedoria, pois lembram que as causas produzem determinados efeitos e que há uma acção justa, um dever ou missão de cada um, cooperante no Dharma cósmico. 
Estando por casa, conseguir dispor ou arrumar as divisões todas harmoniosamente, ou o mais possível, será pôr a casa sob a aura da Sabedoria?
E será mais Beleza, Sabedoria, Eficácia espiritual, Ordem? Perfeição?
Será olhar para qualquer direcção e lugar e dispor ou encontrar os objectos, livros, móveis, coisas, plantas nos seus próprios ou melhores lugares, capazes de irradiarem as mais benéficas energias?
O que é a Beleza? Um raio da Divindade nas suas infinitas formas harmoniosas, captado pela nossa concepção e compreensão psíquica, mas além disso uma qualidade Divina e cósmica?
O que é a Sabedoria? Será a compreensão inteligente das essências e finalidades dos seres e coisas e dos meios de
nos harmonizarmos com elas, ou de as guiarmos para estados mais plenos?
                                                                   
Será o resultado do esculpir da nossa alma sob a
s melhores intenções e acções, com golpes, sofrimentos e falhas,  o resultado qualitativo psíquico dum amadurecimento coerente e justo de todas experiências e meditações passadas ao longo da vida, e em que fomos aprendendo a discernir o que é verdadeiro e falso, apropriado e desadequado?
Ou é a sabedoria antes uma qualidade ou atributo da Divindade ou podemos considerá-la mesmo um ser, uma entidade, uma essência pessoalizada da Divindade, à qual nos podemos abrir, a qual podemos manifestar?
Ao querer agir com o máximo de Sabedoria, ao invocar tal qualidade, estaremos a entrar na aura de uma pessoa Divina que existe na Divindade e no seu Cosmos? 

                                     
Qual a realidade da teorização que os filósofos místicos russos dos séc. XIX-XX, tais como Soloviev, Berdiaev, Florensky, Boulgakov e  Troubetzkoy alcançaram da Sabedoria, da Hagia Sophia, da Santa Sofia, como Pessoa Divina, e a que o pintor Nicholas Roerich dedicou algumas belas telas, como vemos em cima?
Deveremos fazer corre
sponder a Santa Sabedoria ao que já na Antiguidade fora consagrada como Anima mundi, a Alma do mundo, divina, que informa e orienta a Natureza manifestada emanada ou criada, e que hoje é designada por alguns como o Campo unificado de energia consciência informação e que de certos modos Carl G. Jung fazia corresponder ao inconsciente colectivo?
Ou deveremos antes aproximar-nos da santa Sabedoria que Platão e seus discerniram acima do mundo físico, o mundo das ideias, dos arquétipos, e que tanto subjaz o universo como de certos modos inspira ou pode inspirar os seres no seu devir?

Deveremos considerar a carta XXI do Tarot uma simbolização da realização da origem, fonte, princípio, essência do Mundo, a Divindade sábia, já que vemos uma mulher luminosa no meio do quaternário dos elementos e evangelistas?
Talvez possamos dizer que quando cultuamos a Sabedoria na nossa vida estamos a irradiar tal potencial do nosso interior, e a fazer o ambiente corresponder mais a tal sabedoria, e que existe no Universo, nos seres sábios vivos ou desencarnados, nas ideias sábias estruturadoras primordiais, na Sabedoria intrínseca da Divindade.
Mas se a Sabedoria é apenas um nome para a Inteligência divina subjacente ao Universo, ou se é uma entidade divina, e neste caso, se corresponde ao Espírito santo na Trindade, ou ao Logos-Sermo-Palavra-Verbo ou Filho, que Jesus Cristo manifestou ou foi em carne, ou se ela faz parte de uma Quartenidade divina, é que já é e será complexo de discernirmos sem meditações agraciadas, tanto mais que ela é inerente a toda a Divindade e não a Pessoas em exclusividade, tanto mais que elas são ditas consubstanciais, tanto mais que meditamos pouco e escassamente invocamos e pedimos a graça da Sabedoria, ou do discernimento, da visão providente e da acção justa em que ela consiste...
Talvez seja ainda o melhor não nos limitarmos pelas concepções dogmatizadas e procurarmos antes sentir animicamente e viver na nossa vida a Sabedoria, a capacidade de sermos justos, verdadeiros, bons, co-creadores ou cooperadores do que de melhor há, ou pode gerar-se, nos seres, na Humanidade e na Natureza. E se formos mais religiosos ou espirituais fazer com que a sabedoria em nós através das práticas espirituais cresça de modo a assemelhar-se e a unificar-se com a Sabedoria Divina primordial.
Num nível mais terra a terra, para concluirmos, devemos procurar ter e manter a nossa casa, sala ou escritório bem arrumado, para que a circulação energética telúrica, cósmica e dos objectos dispostos seja desimpedida, clara, benéfica, numa labuta ou revisitação diária.Tal como a oração incessante que Erasmo e outros recomendaram, ou seja, estarmos sempre numa intencionalidade de auto-consciência no bem e na verdade, e numa aspiração e intensificação da religação espiritual e divina, de modo a estarmos mais conscientes da presença espiritual e da Divindade e podermos manifestá-la  nos ambientes materiais e subtis em que nos encontramos, partes integrantes e cooperantes dum Kosmos, que significa em grego um todo ordenado e belo.
Bons discernimentos do que é mais certo ou errado, justo ou injusto, e boas harmonizações e religações com a Sabedoria tanto í
ntima e pessoal como cósmica e Divina.

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Longa e próspera vida ao Irão, ao seu povo, à sua história, aos seus mestres. 19 imagens, brevemente legendadas, para contemplar e se harmonizar.

 Nestes tempos que antecedem um provável confronto forte do império oligárguico ocidental, na sua vertente norte-americana e israelita, contra o Irão, forçado a responder por sua dignidade e honra às provocações de assassinatos constantes (desde o general Soleimani até Ismail Hanihey) por parte do regime sionista de Netanyahu, nada melhor do que fortalecer a comunhão com os grandes mestres do Irão e com as suas maravilhas artísticas, literárias e espirituais, através da contemplação silenciosa de alguns icones.

Nur Ali Shah, mestre espiritual. Ainda conheci o mestre descendente dele, Nur Ali Tabandeh,  quando estive no Irão, tendo gravado parte do diálogo.

As flores perfumadas, e as aves canoras, do Irão, quem não as tem no coração?
Pronuncia as tuas palavras por vezes cheias de flores e cores, e enche a tua alma delas...
Saadi, sábio perene da religião do Amor...
Furdozi e as almas que cantou nos seus poemas históricos.
Nizami em visita ao Shah
                                          Medita com o infinito da natureza tingindo a tua alma

Letras floridas, coloridas e perfumadas brotam da alma nas orações e meditações
Abre os portais dos mundos espirituais com as tuas palavras, poemas e orações...
Poetas e guerreiros, cortesãos do amor à dama e à Divindade...



Do imortal "Livro dos Shas", por Firdausi: encontros na riqueza divina infinita.

Diademas invocadores dos nomes e qualidades da Divindade
Selos sagrados, a Luz (Nour) senhorial brilhando em quem os desperta e manifesta em si.
Tempos primordiais do Irão zoroástrico, com a Beleza e a Força unidas.
Rosa do nosso coração:- abre-te e resplende com a presença Divina sublime.
Busca centrares-te no espírito e religares-te à Divindade. 

Fátima, ou Zahra, a filha do profeta e mulher de Ali, mestra radiante e amorosa da Divindade.

Que os imams Shia abençoem-nos, inspirem-nos, fortaleçam-nos.

domingo, 4 de agosto de 2024

Boas imagens para contemplação na "Pia Desideria", a famosa obra de emblemática amatória, seiscentista mas perene.

 A Pia Desideria, uma das obras de emblemata religiosa mais famosa, dada à luz em 1628, em latim, na vila de Antuérpia, da autoria de Herman Hugo e  ilustrada por Boetius Bolswert, contém entre os seus  46 emblemas ou imagens alguns que se destacam por  motivos artísticos, morais, psicológicos e espirituais e se considerarmos que a obra se destinava a facilitar as práticas de oração e contemplação, fornecendo textos e imagens que ajudavam a tal fim, devemos observá-los bem e escolhermos os que conservados de cor, ou no "cor-ação", poderão, com o tempo ou imediatamente, criar uma forma de pensamento indutora dum estado mental mais sereno e capaz de gerar a intensificação das ligações superiores ao espírito, ao mundo psico-espiritual, ao Divino.

                                        

  Antecedendo os quinze emblemas de cada um dos três capítulos ou livros em que a Pia Desideria está dividida, encontramos uma gravura inicial, a 0, e que em si mesmo ilustra e simboliza com simplicidade e claridade a alma na sua busca do espírito, do amor, do divino, já que mostra a jovem alma humana abrindo a camisa e fazendo sair do seu peito flechas de aspiração e de amor para o alto, para a misteriosa omniconsciência divina. É um dos emblemas que se fixará melhor no interior de pessoa e pode ser utilizado como molde configurador da nossa alma, do nosso campo energético psico-somático, ao começar a orar para melhorar e religar-se...
Os mais luminosos e unitivos emblemas não e
ncontramos no I livro pois, tal como o seu título, indica Gemidos da alma penitente, ele desenvolve em imagens e textos a necessidade de nos purificarmos, arrependermos e aperfeiçoarmos na relação com o mundo, os seres, os valores, embora um ou dois emblemas mostram já a alma contemplando o alto, tal como por exemplo aquele em que ela pede, recebe e contempla as energias purificadoras da água e da misericórdia divina:
                                    
No segundo II livro ou capítulo, Desejos da alma santificada, encontramos
mais gravuras que, contempladas, facilitam ou impulsionam o trabalho de controle dos pensamentos e criação de um ambiente anímico invocador do espírito e da adoração divina, e destacaremos a 16,  28 e a 29, tal como poderá ver em: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2024/07/pia-desideria-o-ii-livro-e-os-seus-15.html

Persistir na concentração e na fé no Anjo da Guarda,  no Mestre, no Espírito, na Divindade Previdente.

Já no III Livro, intitulado Suspiros da alma amante, as gravuras apontarão movimentos e estados psíquicos da alma já purificada e unificada e logo capaz de não ficar presa horizontalmente e ser merecedora de um melhor contacto com o Divino, e nisso alguma delas destacam-se, tais as 36, 39, 42, 43 e 44. E se no II Livro víamos mais a alma a querer elevar-se, a tentar bater as asas e desprender-se da gravidade e dos pesos da Terra, agora no III Livro destaca-se  a descida das energias do céu, do mundo espiritual e divino. Veja em:  https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2024/07/pia-desideria-ou-desejos-piedosos-o-iii.html

Vamos considerar e comentar todavia apenas o emblema 44, bastante valioso e sugestivo quanto ao  processo da graça, da contemplação, da visão, da adoração, da ligação entre a Terra e o Céu:

Observamos muitos raios de Luz divina que descem do alto do céu com um amplo  alcance sobre a alma mística que medita e aspira às bênçãos divinas e que sentada num monte alto, entre árvores e ravinas, exclama, em palavras extraídas dum salmo: - «Quão dilecto é o teu templo, ó Senhor das Virtudes. A alma ninha deseja ser conduzida ao adro do teu templo, mas desfalece, ajuda-me.» Podemos interrogar-nos como é que Deus, ou os seres celestiais do Templo cósmico nos podem ajudar? Do que depende, de que condições, e em que estado psíquico deveremos estar para as conseguirmos receber e alcançar?

Se orarmos, se meditarmos, se elevarmos as mãos e as energias anímicas à fonte divina, e se merecermos, os Anjos e Arcanjos que vivem nesses planos e que participam na vida cultual e teofânica cósmica abrem asas e alas para os influxos divinos e deixam derramar-se sobre nós que estamos num estado de aspiração, receptividade, amor e adoração, as correntes divinas luminosas. Pode-se dizer que quem medita na Divindade, se recebe um influxo energético forte facilmente pode reconhecer que não aguenta mais dada a magnitude divina, dadas as limitações do seu coração e cérebro, pelo que o emudecimento, o silêncio, o apofatismo são resultados naturais.
Sintomaticamente por vezes encontram-se ex
emplares das  edições da Pia Desideria  com gravuras cortadas ou desaparecidas,  e assim  há anos encontrei num alfarrabista, separada do seu livro mater, a versão francesa de 1686,  a mesma gravurinha 44, com pequenas diferenças da versão original latina de 1624, e arrancada por alguém que terá privilegiado a sua contemplação regular independente em vez  de estar limitada ou encerrada no livro. Ei-la:
                                          
A impressão da gravura na edição france
sa está invertida em relação à original e é menos cuidada, tanto nos pormenores da vegetação como sobretudo na corte celestial, com os anjos menos perfeitos no seu relevo, asas, instrumentos e faces. Jesus, ou o Amor divino, tem um ceptro e uma coroa, mas  a gravação não é tão perfeita como o original em que o Menino Amor divino está representado com asas, e sobre a coroa a cruz da ligação dos mundos. Também a legenda ou a letra é bem diferente já que a alma francesa, talvez mais sensual ou realista, exclama: "O Excesso de prazer transporta-me, quando do Céu se me abre a porta»,  que se compreende pois em certas vivências místicas ou graças do Céu ou mundo espiritual pode gerar-se grande alegria ou prazer, nomeadamente quando a visão espiritual ou mesmo a porta do templo divino, ou que seja do seu adro, se nos abre, na contemplação.

Passados 33 anos da 1ª edição de 1624, em 1657, Henricum Aertissens fazia sair dos seus prelos a  4ª edição e seja porque as chapas de cobre se tinham desgastado seja por outras razões tanto o frontispício como algumas gravuras eram novas, e o caso da numerada como 44 que temos considerado e que reproduzimos nesta versão posterior e menos ciudada:

Nesta 4ª edição, tanto o mar como os anjos musicais desapareceram e o que se destaca mais são as aureolas do Divino Amor, os Anjos a derramarem o que parecem pétalas de flores perfumadas, provavelmente aludindo à existência de uma natureza subtil bela nos planos espirituais, e finalmente o espaço-canal de ligação da Luz divina com a alma humana ser delimitado pela abrangência das mãos dela, o que nos remete para o orar com os braços abertos, ou como a soror Isabel do Menino Jesus  afirmava no começo do séc. XVIII: «o amor de Deus é mar sem fundo, rodeia e abraça o mundo todo; pois tudo isto tem uma alma que está unida com Deus: que como tem em seu coração esta grandeza do amor Divino, tem braços para abraçar o mundo, e um mundo inteiro; isto é, com orações.»

Podemos interrogar-nos quantos, dos milhares ou milhões de pessoas ao longo dos séculos, ao contemplar e rezar com maior intencionalidade estes emblemas e ícones de religação do ser humano ao Amor, a Jesus e Cristo, ao mundo espiritual e ao seu Templo Divino, beneficiaram de harmonização interna, de abertura da visão espiritual e de descida de bênçãos divinas, mas teremos de ser nós a concentrar-nos com alguma regularidade nestas imagens e suas ideias-forças, com os olhos abertos ora fechados,  para  beneficiarmos de melhores campos psico-mórficos e das bênçãos espirituais e divinas, tanto na sua imanência como na transcendência.

Bem aventurados os que lêem um bom livro encostados ao tronco duma árvore e amam a Natureza. Uma fotografia comentada.

                                Religar a Humanidade, a Natureza e a Divindade...

 Ligando a Terra, o Sol, os mundos subtis e espirituais estão as árvores, as almas e corpos, os livros, os agricultores, os que mais amam e cuidam da Natureza e dos seus ecosistemas e seres...

        Bem aventurados os que conseguem meditar ou ler um bom livro encostados ao tronco de uma árvore, com os pés em contacto com a terra, pois são os que a honram e amam, os que sentem a circulação ascendente telúrica e a descente solar, e logo realizam a bem-aventurança do Amor sábio cósmico e divino que entretece e anima tudo e todos.

sábado, 3 de agosto de 2024

Da aspiração perene e amorosa das almas místicas à Divindade, ao Bem, ao Amor e à Verdade.

A aspiração a Deus, a sua invocação devota ou mesmo intensamente amorosa, acompanhada de uma vida activa de serviço na comunidade, caracterizou as sorores místicas, e algumas imagens delas conseguem transmitir essa pureza, ingenuidade, utopia das suas vidas e crenças, sobretudo se as pensarmos agora no séc. XXI. Contudo, o amor e a coragem que viveram, a esperança e a fé que manifestaram,  ainda hoje nos impressionam e tocam quando lemos as suas vidas; e ao olharmos para este santinho rendilhado podemos levemente imaginar a qualidade da aura e das suas irradiações em filigranas coloridas e musicais que elas alcançaram em vida, e nós, quando desenvolvemos o auto-conhecimento interior, o amor à Divindade, ao próximo, à verdade, à Justiça, e mesmo à natureza e ao Cosmos infinito em que singramos.

Outrora bem protegidas em relação ao mundo, enclausuradas nos seus conventos e mosteiros, dedicadas plenamente à oração, ao louvor e à adoração divina, estas almas luminosas ainda hoje estão vivas em alguns de nós que continuamos a tentar purificar-nos, iluminar-nos e religar-nos ao Espírito e à Divindade. Neste santinho rendilhado, uma soror, uma jovem freira, com os olhos algo enternecidos e humildes, provavelmente perante a grandeza do mistério da Divindade a quem ela se consagrou, tem a cabeça coberta por um véu carapuça amplo e numa forma que sugere a  aura mental disciplinada e orientada para o sagrado, e sobre o hábito de cor negra um véu branco projecta-nos para a pureza de desejos e sentimentos ordenados no seu coração ardente para o Bem e para o Amor Divino, enquanto as mãos juntas desfiam as contas das intencionalidade benfazejas que o seu corpo e alma vão dedilhando e emanando pelos conhecidos e necessitados, vivos e mortos. A letra ou lema diz: "a Caridade leva a Deus", ou seja, o amor ao divino e ao próximo levam-nos a estados conscienciais de maior discernimento e responsabilidade e simultaneamente de paz e alegria, tão necessários à humanidade e ao planeta. Saibamos então orar, amar e servir o Bem com elas, na comunhão do corpo místico e iniciático da Humanidade.

 
  




  

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Orações ao fogo do Espírito Santo, para que proteja e inspire as almas e a Humanidade. Início de Agosto de 2024.

Nestes tempos e dias ardentes da passagem do sagrado Sol no signo do Leão, e em que na Terra alguns conflitos podem intensificar-se fortemente (e oremos para que terminem, ou vão diminuindo, a ganância, o ódio e a violência que os motivam), nada como irmos humildemente trabalhando no nível subtil da alma, invocando seja o fogo do misterioso Espírito santo,  seja o manto flamejante da sublimada Hagia Sophia, santa Sabedoria, da tradição ortodoxa, para nos proteger e inspirar.  

O hino Veni, Creator Spiritus é  a mais clássica, consagrada, e canatada e musicalizada invocação do Espírito Santo e ao ser pronunciada sentidamente, ardentemente, pode suscitar bons resultados. Segue-se a tradução que fiz, de uma das duas partes do hino:                           

Vem, Espírito Criador,
Visita a mente dos teus,
Enche de graça supernal
Os peitos que tu criaste.

Tu, chamado Paráclito
Dom do Deus Altíssimo
Fonte viva, fogo, caridade,
e espiritual unção.

Tu com graça septiforme ,
dedo és da dextra Paterna;
Tu prometido do Pai,
que à língua dás o sermo.

Acende o lume dos sentidos,
Teu amor no coração infunde,
e no nosso corpo frágil
firma perpetuamente a virtude.

Longe o adversário repele,
Dá-nos já a Paz,
Guia-nos
indo à frente,
e evitaremos qualquer dano.

Por ti saibamos do Pai,
e que o Filho conheçamos,
e em Ti que és um e outro Espírito,
Em todo o tempo acreditemos.

A Deus Pai seja dada a glória,
E ao Filho
ressuscitado da  morte,
e ao Paráclito,
pelos séculos dos séculos, Amen.

Pedido: - Emite o Espírito teu, e serão criados.
 E renovai a face da terra.
- Ouvi, senhor, a minha oração.
 E o meu clamor chegue até ti. »

Transmitamos outra invocação das bênçãos do divino Espírito, de uma novena a S. João Nepomuceno, impressa século XVIII, com menção de uma hora mais propícia para se realizar, e para que a língua e a palavra nossas sejam inspiradas sempre pela verdade, o bem, o amor e saibam cantar o Amor divino: ...

«Oh Santo Espírito Divino, que às nove horas descestes sobre a Santíssima Virgem Maria e sobre os Sagrados Apóstolos, em figuras de línguas de fogo, concedei-me, que a minha língua imite a dos vossos Servos São João Nepomuceno, e Santo António, as quais nunca clamaram contra Jesus Cristo, mas sim sempre vos louvaram, e louvarão por todo o sempre. Amen.»