sábado, 3 de agosto de 2024

Da aspiração perene e amorosa das almas místicas à Divindade, ao Bem, ao Amor e à Verdade.

A aspiração a Deus, a sua invocação devota ou mesmo intensamente amorosa, acompanhada de uma vida activa de serviço na comunidade, caracterizou as sorores místicas, e algumas imagens delas conseguem transmitir essa pureza, ingenuidade, utopia das suas vidas e crenças, sobretudo se as pensarmos agora no séc. XXI. Contudo, o amor e a coragem que viveram, a esperança e a fé que manifestaram,  ainda hoje nos impressionam e tocam quando lemos as suas vidas; e ao olharmos para este santinho rendilhado podemos levemente imaginar a qualidade da aura e das suas irradiações em filigranas coloridas e musicais que elas alcançaram em vida, e nós, quando desenvolvemos o auto-conhecimento interior, o amor à Divindade, ao próximo, à verdade, à Justiça, e mesmo à natureza e ao Cosmos infinito em que singramos.

Outrora bem protegidas em relação ao mundo, enclausuradas nos seus conventos e mosteiros, dedicadas plenamente à oração, ao louvor e à adoração divina, estas almas luminosas ainda hoje estão vivas em alguns de nós que continuamos a tentar purificar-nos, iluminar-nos e religar-nos ao Espírito e à Divindade. Neste santinho rendilhado, uma soror, uma jovem freira, com os olhos algo enternecidos e humildes, provavelmente perante a grandeza do mistério da Divindade a quem ela se consagrou, tem a cabeça coberta por um véu carapuça amplo e numa forma que sugere a  aura mental disciplinada e orientada para o sagrado, e sobre o hábito de cor negra um véu branco projecta-nos para a pureza de desejos e sentimentos ordenados no seu coração ardente para o Bem e para o Amor Divino, enquanto as mãos juntas desfiam as contas das intencionalidade benfazejas que o seu corpo e alma vão dedilhando e emanando pelos conhecidos e necessitados, vivos e mortos. A letra ou lema diz: "a Caridade leva a Deus", ou seja, o amor ao divino e ao próximo levam-nos a estados conscienciais de maior discernimento e responsabilidade e simultaneamente de paz e alegria, tão necessários à humanidade e ao planeta. Saibamos então orar, amar e servir o Bem com elas, na comunhão do corpo místico e iniciático da Humanidade.

 
  




  

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns ao post sobre imagens/santinhos rendilhados. Tenho alguns que eram da minha mãe. Ela adorava, e é impossível não lhes achar uma certa graça. E respeito, e admiração pela devoção, de que hoje em geral estamos tão longe!

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças. Que bom ter essas formas vivas de contacto com a sua mãe e os planos espirituais e divinos: contemplar e orar com tais santinhos é pois uma actividade artística ecriativa bastante valiosa. Boas inspirações!