sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Espíritos da Natureza, do Gerês, em Castanheiro antigo. Com vídeo de 1 m. Outono 2020

Após as duas imagens iniciais introdutórias, na zona da Paradela, Gerês transmontano, iremos contemplar cinco fotografias de um dos tais castanheiros especiais, multi-centenários, bem carregados de vivências e de espíritos da natureza, talvez os silvanos e as dríades do paganismo. Embora subtis, e pertencentes ao cosmos físico invisível e não a um plano mais espiritual, algo deles vem ao de cima do tronco e da árvore e podemos encantar-nos com as suas faces e formas humanas, semi-humanas ou animais. esculpidas ou modeladas numa magnífica simbiose com o ambiente que os rodeia e as estações do ano... Um vídeo de um minuto no fim... Boas inspirações na sua alma. Aum...




                  

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Christina Bouey - Enchante un bateaux solitaire au Tage, avec Gabriel Fauré - Après un rêve - 4K

 Ces signes du ciel que les sait lire sur ce qu'ils disent de ce que se va passer, aprocher ou de l'avenir?

Au moins se laisser penetrer par la nebline de l'aube, la lumiére tamisée, les réflexions subtiles du Soleil, le mouvement du vent, la direction du bateau, la marée calme, la determination du pilote, la nostalgie du Divin, voilá notre âme debout, soulevant son être dans l'aspiration au Divin, dans la communion de sa beauté et majesté, son pouvoir et amour.

Par le coeur, dans le coeur, l'Esprit en nous...

Une vision de rêve du Tage, chez moi, à Santos, Lisbonne, bien en harmonie avec la sublime violiniste Christina  Bouey, comme on peut l'écouter dans le video suivant: Aprés un Rêve de Gabriel Fauré.

                                                       

                   

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Povo Boliviano derrota a ditadura de Jeanine Ãnez, e a U.S.A. e a União Europia que a apoiavam.

                                                                  
Levar desfraldada a bandeira da profunda filosofia andina das sete cores e princípios não só em sonho mas na realidade é uma grande felicidade, e tal é o significado de Wiphala. Hoje voltou a acontecer tal na Bolívia e da Bolívia transmitiu-se ao mundo.

Neste dia 19 de Outubro de 2020, bem chuvoso, finalmente regando os campos e limpando os astrais tristes da covinagem e da confinagem, uma notícia vinda do seio da América do Sul trouxe muita alegria aos corações de todos os seres que verdadeiramente sentem a luta pela justiça, a verdade, a liberdade, a harmonia com a Natureza, o Amor: na Bolívia, o partido do regime ditatorial de Jeanine Ãnez, que fora apoiada no seu golpe de Estado há um ano pelo governo Norte Americano e a União Europeia, foi derrotado convincentemente, estrondosamente, por mais de 20% de diferença, pelo MAS, Movimento ao Socialismo, que representa a maioria da população boliviana e a totalidade do povo indígena, agora finalmente livres de uma horrível repressão policial liderada pelo ministro do Interior Carrilho. Evo Morales, o presidente eleito, que por pouco não morreu no golpe, pode voltar agora à sua pátria, onde realizara uma obra social grande, regressando da Argentina que o acolheu e protegeu, para colaborar com o seu sucessor Luis Arce.

                                        
Um bom sinal para a América do Sul, para o Brasil e para o resto do mundo.
Esperemos que os tolos e arrogantes políticos da União Europeia aprendam a lição de não andarem sempre atrás do imperialismo e do dólar Norte-Americano e da NATO, e que deixem de ser anti-socialistas e, já agora, para o bem da Europa, anti-russos, pois a Rússia é bem mais europeia que a USA...
                                                   
Um bom golpe do condor que passa dos Andes sobre a águia do imperialismo norte-americano, neste momento também posto bem em causa pelo Irão, Iraque e a Síria, povos que já sofreram tanto, tanto, que é boa altura dos yanquees regressarem a casa (que está em grande pobreza e polvorosa) e porem-na em ordem com justiça, tanto mais que têm todo o dólar que quiserem imprimir para o fazer...
                                                
                                                                                                               O lítio, que o milionário Ellon Musk contava arrecadar para as suas pilhas, regressou à montanha não esventrada, e Ellon que se gabara de ter contribuído para o golpe de Estado. Esperemos que não ponha a sua alma gananciosa a corromper políticos e municípios tendo os olhos e os bolsos fitos nas terras altas e sagradas do Norte de Portugal...
                                                            O arco-íris da harmonia, por Bô Yin Râ. Que a nossa alma esteja mais consciente das cores e qualidades e as active em si e no mundo...

Poesia Espiritual, do Diário de Junho de1989, de Pedro Teixeira da Mota.

Oh mar de Portugal
Oh pedras das orlas oceânicas
Oh espuma ligeira e fresca
Oh voo das aves sob o tecto da nuvens
Oh cristas das ondulações leves ou agitadas
Oh éter que penetras o ar a dentro.
E tu, oh presença oculta e infinita
e tu ser interno escondido no meu peito,
Oh olho espiritual, oh visão do Eu.

Não clamo por ninguém,
as pessoas tem de ser a sós,
nem amigos ou amigas,
nem mestres ou discípulos.
É a sós que enfrentamos as marés baixas
e encontramos a força para levar o corpo adiante. 
~~~~~~

A Viajem como Demanda Espiritual.

Findando o dia, emergindo dos espinhos dos olhos,
O cérebro lúcido pede remanso da dor.
Acostar-me-ei ao molhe da água verde,
onde os sargaços me acariciarão nos sonhos.

Quererei passar pelas águas baças,
Atingir as margens onde se ergue a montanha,
E rasgar véus, ignorâncias, medos
E conscientemente voar no céu alto.

Cessaram os desgastes do dia.
Outrora, as almas rezavam.
Hoje, minha alma sairá do corpo,
Livre de emoções e sentimentos.

Mas antes desprender-me-ei do futuro,
Concentrar-me-ei aqui no presente,
Totalmente feliz e aceitando-me direito,
Cumprimentando vivos e mortos,
Recebendo das renúncias, as inspirações.

Anseios pelos mestres e Deus,
Haverá sempre nos outeiros dos seres.
Caber-nos-á aguardar com calma
Que a alma cresça e frutifique.

Assim vamos caminhando e viajando,
dando Graças a Deus e à Tradição.

Se renego os lugares e seu imobilismo,
as obstructoras influências dos ambientes,
Abro-me no entanto aos mundos distantes
E sobre a noite dos meus sonhos adormecerei,
Limpo de desejos, crente no Infinito Amor Divino.

Quanto ao coração, tratá-lo-ei como um templo,
Deixarei pousar a borra dos pensamentos
E a claridade do Alto inundar o meu ser
E revelar-se como Paz ,como Ser e Deus.

Evitarei as palavras, as brincadeiras, as saídas
E meu verbo será eco do Primordial Som.
Não cantarei inutilmente o Amor ou o Divino,
Mas respeitá-lo-ei mesmo nos mais infelizes.

Serei um irradiador e não passivo apreciador,
desdobrarei do meu ser os eflúvios balsâmicos
  saberei alcançar os mundos distantes
E a ti te dando este abraço longínquo de amor.
~~~~~~~~~~~~
Ser Superior, Sopro Súbito, Surge.
Vem Vento Verdejante,Valoroso,Vivificador.
Traz-nos,Torna-nos,Tira-nos,Tranfigura-nos.
Redenção, Ressurreição, Revitalização,

Sopra um raio colorido
Sobre a face do meu ser.
Há espíritos no ar a cantar
Quero acordar bem disposto,
com os pássaros a chilrear,
todo feliz a saltar.

Abri a janela e vi ao fundo
a paisagem ainda adormecida.
Voavam patos ao longe,
E dei graças pela noite sacra
em que mergulhara raízes
meu ser agora mais Divino.

domingo, 18 de outubro de 2020

Tarot. Apreciação crítica das obras de Dora Mabelle, Elisenda Lluis e Carlos Neves.

MABELLE, (Dora) – COMO LANÇAR E INTERPRETAR O TAROT para adivinhar o futuro. Queluz, Livros Novalis, 2001. In-4º peq. 143 págs. 
Uma obra de vulgarização, mal escrita em termos de erros de ortografia e colocação de vírgulas, mas que contém algumas ideias psicológicas interessantes na interpretação das cartas.  Os pequenos capítulos iniciais, O que é o Tarot, As origens do Tarot, têm alguns erros ou imprecisões e os seguintes Como efectuar uma consulta, Lançamento em Cruz e o Grande Jogo, ensinam de modo algo complicado esses dois tipos de lançamento , sendo claramente preferível o do lançamento em cruz, embora Dora Mabelle explique a quinta carta como a resposta síntese, quando o melhor é vermo-la como a que se pode obter pelo somatório das outras quando é necessário um maior esclarecimento face à tiragem das quatro cartas. Mas claro, são como que convenções que se estabelecem e cada um pode nesse aspecto escolher a sua, mesmo que não a mais tradicional. E quanto às tiragens em si, deve-se dizer que a grande regra, ou seja a mais segura, é tirar-se o menos cartas possíveis e haver o máximo de atenção, receptividade e intuição da situação em questão.
A apresentação e explicação dos arcanos é mediana, com altos e baixos: Reproduz a imagem do Tarot de Marselha, seguindo-se a lista das seguintes correspondências atribuídas a cada arcano: título ou nome, número, letra hebraica, significado dela, número e nome do caminho na árvore da vida da cabala, cor desse caminho, som relacionado com a carta, signo, título ou títulos esotéricos (muito discutíveis), seguindo-se as suas próprias interpretações, psicologicamente em geral razoavelmente, resumidas sob quatro aspectos: objectivo (1), vantagens (2), obstáculos (3) e conselhos (4). Por exemplo para um dos arcanos melhores aproximados, a Lua: (1) - Conseguir ver para além da aparência das formas. (2) Possibilidade de desenvolver a intuição e a sensibilidade. (3) Inconstância na vida, depressões e ilusão. (4) Tenha atenção ao que observa e não tire conclusões precipitadas.
Dora Mabelle faz depois a síntese, em média de três páginas para cada arcano onde o descreve, transcreve interpretações ou interpreta-o, alude brevemente a um seu número e termina com o sentido divinatório, algo que repetirá no capítulo final da obra e então já como resposta a um consulta.
Há bastantes erros na interpretação dos símbolos que estão em cada carta e logo em relação à figura central e portanto quanto aos conselhos que daí advém. Alguns são de palmatória, tal como no arcano do Papa: "O Papa retratado no Tarot de Marselha, ergue a mão direita no sinal tradicional da bênção, revelando dois dedos estendidos, simbolizando que os problemas que envolvem os opostos do bem e do mal estão sob o seu domínio. O polegar e os dois dedos restantes que ele mantém escondidos, significam que a Trindade é um mistério sagrado e o papa segura a chave desse mistério sagrado escondido na palma da mão. Segura o cajado com a mão esquerda...» 
Neste extracto observamos a péssima pontuação e uma série de esoterices com pouca ou nenhuma base simbólica e histórica, desconhecendo a origem do gesto na tradição romana, depois passada para as representações de jesus e dos sacerdotes a abençoar, ou ainda que tipos de energias estão associadas a tais dedos.
O livro tem contudo uma intencionalidade boa e é válida a interpretação de alguns arcanos dos quais a Dora Mabelle conseguiu aproximar-se de modo simples e psicológico, tais como a Imperatriz, o Enamorado, a Justiça, a Morte, mas de facto o seu conhecimento e discernimento de símbolos e da história das religiões e sobretudo de um ponto de vista espiritual, é fraquinho.
Um livro que se pode ler com cuidado.
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LIVRO DO TAROT. Coordenação de Elisenda Lluis. Lisboa. Oceano-Liarte. 1998. In-fólio peq. 96 págs.
Obra de divulgação, algo superficial e com muitos erros ou interpretações fracas. Na introdução refere as origens caldaicas e egípcias, para os estudiosos, do Tarot, mas acaba por valorizar a kabala hebraica, apoiando-se em Court de Gebelin, algo infundadamente, e em Papus, a quem atribui erradamente a ligação imaginativa e forçada entre os 22 arcanos e as 22 letras do alfabeto hebraico, algo que foi sendo tentado, sempre  com discrepâncias, por sucessivos autores.
Quanto às diferentes versões do Tarot, diz que nalguns Tarots mudaram-se algumas imagens mas o simbolismo é o mesmo, afirmação errada pois tanto imagens como os respectivos simbolismos têm sido  constantemente alterados, modernamente.
Considera, bem, como as duas melhores versões as de Marselha e de Rieder, e valoriza este porque admite que como A. Edward Waite intitulou o seu baralho Tarot rectificado, que  restabeleceu através dele, o verdadeiro significado das cartas, algo que não é verdadeiro pois a polisemia, ou os múltiplos sentidos dos arcanos, acolhe em si múltiplas interpretações e se algumas dadas por Waite são boas outras são muito discutíveis ou menos boas. 
Escreve em seguida «Muitas pessoas associaram este facto à sua eventual participação num grupo secreto. O autor era um grande estudioso de ocultismo, e talvez por isso esteja relacionado com uma especial e profunda experiência pessoal», quando sabemos que de facto participou na Golden Dawn, na Societas Rosicruciana in Anglia, na maçonaria e outros ordens, embora a experiência interior e espiritual que conseguiu não seja muito evidente.
 Valoriza muito a consagração inicial do baralho de cartas do Tarot numa complexa cerimónia, e desaconselha o empréstimo dele. A explicação dos arcanos maiores é fraquinha, uma página com a reprodução da carta ou lâmina ampliada e na página ao lado a descrição da imagem, fazendo-se associações algo toscas com mitos e sobretudo com as somas numerológicas e seus arbitrários significados inventando-se ainda correspondências com as veredas ou vias da cabala e seus nomes abstrusos, seguindo-se em poucas linhas a leitura espiritual, a psicológica, a prática e  a correspondente a quando a carta sai ao contrário. 
Um exemplo da manipulação tendenciosa das interpretações simbólicas podemos ver na Imperatriz: «A túnica azul que cobre o vestido vermelho, foi interpretada como a necessidade de proteger as forças passionais. O ceptro, com o globo e a cruz, significa que na Terra prevalece a matéria e que o espírito deve aceitá-la. Este é o poder dominante da natureza sobre todas as forças. O arquétipo de A Imperatriz está relacionado com a imagem materna na qualidade de dadora da vida, da qual devemos aprender a separar-nos, cortando simbolicamente o cordão umbilical, se não queremos ser devorados por ela. Mitologicamente. A Imperatriz vincula-se com Demeter e a deusa Kali (...) Segundo a ordem da cabala, esta carta corresponde à vereda numero 14 da Árvore da Vida: a sabedoria do Entendimento». 
Também a interpretação do arcano VI do Apaixonado é mais que muito discutível pois considera que a mulher da esquerda representa o passado, a mãe, a segurança (o amparo) e tudo o que aparentemente nos dá estabilidade. Pelo contrário, a mulher da direita personifica «o futuro, o risco, a mulher amada, a aventura , o desconhecido» 
Quanto ao facto da carta nº 13 não ter o nome escrito, escreve: «Dá impressão que os autores antigos tiveram medo de nomear a morte». Quanto ao arcano XIV, chama-lhe Moderação e diz: «Quanto à sua referência histórica, esta carta evoca a criada das bodas de Canã, que fazendo o que Jesus lhe mandou, deitou a água do cântaro na ânfora e esta transformou-se em vinho, segundo o Novo Testamento, diminuindo assim todo o aspecto angélico da Temperança...
No arcano XVI, a Torre depois de traduzir mal a palavra grega Hybris, que é arrogância orgulhosa, por injúria, mostra as suas habilidades numerológicas: «O 16 está relacionado com o 7, a Carruagem, a carta que prediz uma resolução e um caminho novo. Na kabala corresponde à vereda número 27 da árvore da vida: a vitória sobre o esplendor». 
 Também na interpretação da Lua tece as suas numerologias e kabalices: «Segundo a numerologia o 18 refere-se ao 9, a sua base, que é o Eremita. É curioso que os caranguejos, animais da Lua, também sejam designados pelo nome de Eremitas. Há uma sólida relação entre o simbolismo destas duas cartas. Este número remete de novo para o investigador espiritual, para as experiências e para as viagens interiores.»
As explicações dos arcanos menores são como é natural bastante arbitrárias e os tipos de tiragens ou lançamentos propostos com numerosas cartas são no fundo os mais desaconselháveis pelo grau crescente de sorte ou acaso envolvido. Também lança a confusão sobre a tiragem em cruz, considerando a 1ª carta, título do assunto ao qual se refere, 2ª carta, o que se tem contra, 3ª, o que acontecerá em primeiro lugar, 4ª o que se tem a favor, esta ordem sendo ainda por cima no sentido anti-ponteiro dos relógios.
Uma obra fraca, pouco recomendável...
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NEVES, Carlos – 104 EXERCÍCIOS PRÁTICOS DE LANÇAMENTO DE TAROT. Carcavelos, Editorial Angelorum Novalis, 2004. In-4º de 138 págs.  
O autor descreve muito brevemente os 22 arcanos, seguindo-se os tais exercícios, que são perguntas de pessoas e respostas obtidas com as tiragens de três cartas. Diz ainda o frontispício que "este livro pretende ajudar quem se está a iniciar no Tarot, permitindo desenvolver a sua intuição", mas tal asserção é errada pois a intuição não se desenvolve por se lerem respostas para casos abstractos, mas apenas no contacto real com as pessoas e situações, pois de caso para caso a leitura ou significados das cartas modificam-se, para além que cada arcano é multidimensional na sua aplicação. São assim demasiado escolares ou limitadores quaisquer exercícios de leituras breves e simples, tantos podendo ser as hipóteses que se abrem para o consulente.
Anotemos das descrições (em geral razoáveis) de algumas
cartas, seja por bem ou por mal, pondo desde já a ressalva que o autor tende a personalizar as cartas identificando-as com o consulente quando elas assinalam antes energias, possibilidades, tendências. Assim para o Mago dirá já no fim das 10 linhas que «na amizade é um bom amigo, mas somente para nos divertirmos, já que não podemos contar com ele para situações sérias. Na saúde tem tendência a dores de cabeça e algum stress». Mais de uma vez apresentará a teoria, e com alguma razão, expressa na carta 10, a Roda: «Quando a Roda está em movimento ascendente traz algo de benéfico, se soubermos aproveitar será muito positivo, se não for aproveitado a Roda entra no movimento descendente, perdendo o consultante a oportunidade» "Alguma razão"porque se é evidente que aproveitarmos uma corrente energética é bom, já se não a aproveitarmos não e obrigatório a que venha logo uma fase descendente, ainda que certamente haja ao longo da vida certos ritmos ondulatórios que cumpre saber respeitar seja exteriorizando-nos mais, seja recolhendo-nos, ou acautelando-nos, mais. Na carta XIII «corta-se tudo o que é supérfluo, ficando para trás todos os sofrimentos.»

Na Temperança ilude-se um pouco quando vê «um Anjo com duas ânforas, onde se pode ver o liquido a passar de uma para outra de forma natural. Tudo evolui naturalmente sem precipitações» já que esta passagem de natural nada tem pois implica toda uma arte e sabedoria transmutatória e consciencial. Quanto à estrela vai alta a sua fé: Na vida sentimental, pode ser o o aparecimento da alma gémea, a realização sentimental e felicidade no casal». Da Lua desconfia, pois é uma carta de intuição, mentira, imaginação, sensibilidade e de dúvidas. É uma carta que traz insegurança, só se vê o que se quer ver. As pessoas têm imensa dificuldade de ver o que se passa à sua volta. Quando se olha para a Lua, só consegue ver uma face, não sabendo o que se passa no outro lado. Vê bem o Julgamento, XX, pois «o consultante terá de avaliar situações e fazer o seu julgamento, que terá de ser racional para que se possa tomar uma decisão na sua vida» Perspectiva assim o futuro através de escolhas racionais. Na XXI afirma bem mas com pequena contradição : carta de êxito, onde os esforços são recompensados. O consultante domina toda a sua vida, mas fá-lo sozinho e com sucesso. Na vida sentimental, o Mundo representa relacionamentos felizes e harmoniosos. Denota muitas vezes um relacionamento com uma pessoa estrangeira».
Sozinho, ou com relacionamentos e em especial com pessoas
estrangeiras? É o perigo destas leituras ou resumos em abstracto, para uma carta que significa sobretudo realização, libertação, plenitude.

Da Censura de livros, pensamentos e twitters, antiga e moderna. Uma classe política pouco íntegra.

Nestes tempos de crescente censura mundial, na qual, mais até de que nos livros, que contudo existe, pois ainda recentemente Alain Soural, reeditor de um livro de León Bloy considerado anti-semita, ou na verdade, crítico ou anti-judaico, foi punido em tribunal com uma elevada multa e interdição do livro, são as redes sociais da web, tais como o Facebook, Youtube, Twitter e Instagram, a executarem constantes remoções e bloqueios provenientes das ordens das elites financeiras mundiais que controlam as redes e os meios de informação, podemos interrogar-nos se haverá em tais censores as qualidades necessárias a exercerem tão grave tarefa, tão ofensiva dos
Direitos Humanos, na realidade cada vez menos respeitados?
Será que eles poderão estar incluídos no que algo
candidamente (e
foi a citação seguinte, copiada de um exemplar antigo, a fonte deste artigo),   Manuel Gomes de Lima Bezerra, na Abertura do Universal da Medicina, Cirurgia, Pharmacia, no Porto em Abril de 1764, escreveu na dedicatória de abertura: «aquele discretíssimo Rei, que vendo inundados o seu Reino de livros cheios de ignorância, de superfluidades, de erros, constitui um Tribunal Régio composto por Varões Sábios, Religiosos, e Prudentes, para separarem as obras prejudiciais, para corrigir as impuras, para animar a verdadeira literatura, e perseguir intrepidamente o fanatismo».
Não parece o caso, nem há sequer a um nível mundial tal aerópago
de sábios, que consiga reunir-se e chegar a acordo, bastando lembrar-nos como recentemente o governo francês permitiu de novo as publicações dos desenhos de banda desenhada blasfemadores do profeta Muhammad, provocando novos conflitos, mortes e protestos 
gigantescos no mundo islâmico.
De que lado está mais o fanatismo? No laicismo que nada respeita e provoca reacções, ora nos crentes que protestam, ora nos mais excitados reagindo violentamente, de certo modo na vingança fanática?

 Ora se em alguns casos é o fanatismo, um conceito como já vimos ao de leve com um amplo espaço entre os extremos e portanto tão relativo, que está a ser censurado, frequentemente são os censores que se agarram fanaticamente em defensores das suas ideias e poderes, marcando como fanáticos, malignos ou prejudiciais os que se opõem aos interesses, ideias e ideologias que eles veiculam, mesmo que os censurados falem ou escrevam a verdade.
"Tal não pode ser permitido", dirão uns, mas tal não basta, já que tudo hoje é permitido aos que têm o poder, ou mais poder, nas mãos: poder do dinheiro, das armas, dos mercenários, terroristas ou agentes de autoridade obedientes, violenta e criminalmente se for preciso. Ora tal tem de ser vencido, transmutado...

Nestes tempos outonais de 2020 há  sobretudos cinco focos maiores em que a censura da verdade está a ser aplicada: 1º sobre quem discorda das teorias oficiais ou governamentais do Covid e nomeadamente das suas medidas e vacinas, algo escandaloso quando são cientistas ou médicos  a apresentarem simplesmente as suas observações factuais ou as suas teorias. 2º sobre quem contesta o sionismo e a violentíssima e diária opressão da Palestina, e põe em causa a corrupção dos meios de informação vendidos. Tal censura pode estender-se a boicotes de divulgação de autores, conferencistas ou obras que ponham em causa o genocídio palestiniano que subjaz o projecto sionista do grande Israel, tal como Roger Waters, do Pink Floyd, e vários académicos têm sofrido. 3º Nos Estados Unidos da América, quem ponha em causa a qualidade, dignidade ou não corrupção do candidato presidencial Joe Biden. Ou quem ponha em causa e revele os altos níveis de criminalidade de guerra que o imperialismo norte-americano, ou se quisermos anglo-saxónico, tem praticado em tantas partes do mundo: o caso de Julian Assange, um pioneiro a desmascarar a chaga do mal, e há anos sofrendo um opressivo e tortuoso encarceramento, é o mais evidente. 4º No UK ou Reino Unido, quem se oponha à lavagem ao cérebro da BBC, tal como recentemente a jornalista Vanessa Beeley, desmascarando o apoio dado aos sinistros White Helmets na Síria. Ou se oponha à corrupta liderança do partido trabalhista inglês, sofrendo-se todo o tipo de despedimentos e ataques. 5º As ditaduras da América do Sul, apoiadas pelo imperialismo norte-americano, completamente anti-democráticas e desprezando  quaisquer direitos humanos, e tentando manter-se no poder à custa de múltiplas censuras, detenções, violências e crimes. A Bolívia e o Peru são dois exemplos flagrantes [Felizmente, a liberdade voltou à Bolívia].
Talvez a mais certa conclusão que se pode tirar da tão conflituosa
(sem falarmos da actividade da Turquia) cena internacional nos últimos tempos é a de que a descredibilidade da ciência, da política, ou da classe política em geral, sobretudo ocidental, e dos meios de informação, nunca foi tão grande, pelo que todo e qualquer acto de censura a pessoas como Julian Assange e Roger Waters, e passando por tantos médicos, cientistas e jornalistas mais verdadeiros e independentes, é verdadeiramente condenável e execrável.
O que se pode fazer, para além dos sinais de apoio nas redes sociais, as petições e as cada vez mais dificultadas manifestações, "para se animar a verdadeira literatura [ou comunicação]"?
Bastante: seja na criatividade da nossa obra pessoal e local pequenas
mas que sempre irradia algo, seja no manter-nos firmes no repúdio e denúncia dos mentirosos e opressores, seja no apoio psíquico à dinâmica da multipolaridade de poderes mundiais que porá freio e ordem no injusto e violento imperialismo corruptor norte-americano e do dólar, seja no orarmos e meditarmos para que a Verdade, a Justiça e o Amor vão despontando mais em todos os seres e a Divindade esteja mais presente em todos nós...
Não desanime, mantenha a chama do Amor acesa...
Que os livros proibidos sejam uma página na história, ainda que certamente muita negatividade e violência seja publicada... 
Logo, escolha muito bem os seus livros...

                                              Pintura de Bô Yin Râ.

Do Diwan à Dara Shikoh, em Portugal: 2º poema - Do Deus pessoal, do Graal e do amar e ser.

Dara Shikoh - Wikipedia
 Dara Shikoh (1615-1659), numa miniatura mogol.        

                                            II  Ghazal a Deus...

Ó Divindade, porque é que os crentes
 se satisfazem em acreditar emTi
e a mim me deste esta insatisfação
de Te querer conhecer pessoalmente?

- Sempre que clamas e aspiras por mim
tais emanações irradiam  do teu coração
e enchem o santo Graal da demanda de Mim
que se derramará nesta e naquela alma.
Tem paciência, persevera: chegará a tua vez.

Inclinei-me grato por este diálogo interior.
Só posso alegrar-me por cooperar com Deus
e as suas bênçãos poder intensificar
nesta terra e humanidade tão dividida,
corpo místico tão retalhado e ignorado
e, porém, tanta maravilha de amar e ser.

 18-10-2020

                                                                          Xvarnah