quarta-feira, 6 de agosto de 2025

S. Pedro de Alcântara, e da Arrábida: Tratado da Oração e Meditação. Imagens, ensinamentos e marginália.



Frontispício duma impressão lisboeta já tardia (a 1ª edição fora em 1679) duma obra de sucesso da espiritualidade peninsular, ainda hoje se reimprimindo, dada a qualidade e popularidade de S. Pedro de Alcântara, (1499-1562), místico franciscano, mestre na serra da Arrábida e agraciado com dons espirituais ou sobrenaturais, tais os estigmas, a clarividência, a levitação.
Azulejo do séc. XVIII existente no convento franciscano da Arrábida

Uma assinatura de posse pouco clara, na 1ª folha de guarda.

Vinheta do culto angélico do nome de Deus, ou do som divino e das esferas, ou de Iehesus, Ihs,  na 1ª página de livro: invoquemos e adoremos,  com os anjos, e angelizados ou subtilizados no coração.                 «Alguns há tão tomados do amor de Deus, que apenas têm começado a cuidar nele, quando logo a memória do seu doce nome lhes derrete as entranhas».
Vinheta pacificadora de duas aves da vida unidas, que se repete ao longo do livro, sugerindo a paz entre as pessoas e os povos. "Deixo-vos a minha paz, dou-vos a minha paz". Quantos a acolhem?
                                                             

Uma página com valiosa doutrina, algo quietista, e que recebeu um sinal gráfico na margem de: perene, valioso, a reler.                                          Capítulo V. De como a alma se há de conservar em solidão, para que Deus obre nela.                                                                                   «Deves ter em grande estima tua alma, porque é Templo aonde Deus se aposenta, e mora. Tem-na em tanto preço, que não a deixes mesclar com alguma outra cousa: tem só tua esperança na vinda do Senhor, que de pensamentos a quer achar desocupada, de quereres, de desejos e sem vontade própria.»

 Além deste conselho de limpeza do coração e da alma para que se consiga receber a bênção divina, destaquemos outro que o tão valioso mestre do auto-conhecimento espiritual e divino nos dá:  não nos contentemos com lagrimazinhas ou ternuras do coração mas que «tomemos para este santo exercício o mais largo espaço de tempo, que podermos: e melhor seria um espaço largo, que dois breves: porque se o espaço é breve, todo ele se gasta em sossegar a imaginação, e quietar o coração; e depois de já quieto, levantamo-nos do exercício, quando houvéramos de começar. E descendo mais em particular a limitar este tempo, parece-me que tudo o que é menos de hora e meia, ou duas horas é curto prazo para a Oração...»  Ou, nos nossos dias tão apressados e mundializados, pelos menos perto duma hora será o indicado para podermos verdadeiramente ter mais efeitos e resultados

Pequena vinheta ou adorno religioso, que se encontrava, entre as páginas do livro, recortado neste formato em invulgar correspondência de verso e anverso.



Folha de guarda da contra-capa com desenho de aves ao estilo medieval. 

Voa (ou levita, tal como está representado na bela igreja do convento de S. Pedro de Alcântara em Lisboa), eleva e aperfeiçoa-te pela vida justa, a oração, a aspiração, a adoração, a comunhão.

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