terça-feira, 5 de agosto de 2025

Mestres universais russos: Nicolas Berdiaeff. Biografia e excerto d'"O Sentido da Criação": o caminho de realização criadora e da liberdade frente ao Bem e ao Mal.

                                

 Nicolas Berdiaev, ou antes Nicholas Alexandrovich Berdyaev (1874-1948), oito anos mais novo que o nosso Antero de Quental - foi e é um dos mais importantes filósofos russos, com uma  obra imensa e bastante inspiradora. De família aristocrata, lado paternal de militares condecorados na ordem de S. Jorge, da mãe russa-francesa-polaca com tendências religiosas, desde cedo foi atraído para os grandes problemas ou mistérios da existência lendo muito, e em especial Hegel, Kant, Schopenhauer, Dostoievsky, Tolstoi, Henrik Ibsen, Søren Kierkegaard e Jakob Böhme. Após seis anos muito livres na Escola de Cadetes, onde estudou Ciência mas não se interessou pela via militar, entrou como aluno de Direito na Universidade de Kiev,   em 1894,  onde manifestou com vigor e profundidade a sua adesão à filosofia do materialismo histórico e ao marxismo, mas participando em certa contestação ao regime vigente do Tsar foi condenado a um exílio em Vologda, no norte da Rússia, de 1898 a 1901 e que lhe foi difícil mas muito proveitoso pelos contactos com a grande alma popular russa.  

Com 22 anos, em 1896

Escreveu o seu primeiro artigo em 1904 no final do exílio,  A.S. Khomyakov como Filósofo. Para o Centenário do seu Nascimento  e nesse mesmo ano. já livre do desterro, casa-se com Lydia Trusheff e vivem em Saint Petersburg, onde colabora com Sergei Bulgakov na direcção duma revista, o Novi Put, o Novo Caminho Após uma estadia em 1907 em Paris, transfere-se para Moscovo em 1908  e é um dinâmico escritor e filósofo  espiritual, com  o seu forte idealismo e personalismo já a chocar com o positivismo e materialismo dominantes, fundando mesmo uma sociedade de estudos literários, filosóficos, religiosos e espirituais, A Academia Livre de Cultura Espiritual, e entrando em diálogos muito animados e intensos com os intelectuais russos do seu tempo, tal como descreverá na sua autobiografia.

Em 1912, com 38 anos.

Destacou-se pela  valorização da criatividade, da liberdade, do amor e da  persona co-creadora de cada um, e  finalmente do Logos, do Cristo, Deus e Homem, exemplo entre nós da ligação ao mundo Divino. Contudo, pela sua espiritualidade e defesa duma religiosidade não formalista e ritualista mas de vivência interior, exposta num artigo publicado em 1913 intitulado Gasiteli Dukha, Os Extintores de Deus,  chegou a ser condenado pela Igreja Ortodoxa por blasfémia e condenado ao exílio na Sibéria. A revolução bolchevique libertou-o de tal destino e permitiu-lhe escrever livremente, dar aulas na Academia Livre de Cultura Espiritual e  em 1920, quando porém já estava a ser restringido, ser convidado para professor de filosofia na Universidade de Moscovo, onde leccionou, mas com problemas. O crescente ateísmo e controle férreo do  governo comunista teria de entrar em confronto com a sua valorização da liberdade, independência e espiritualidade, resultando disso um encontro interrogatório com o chefe da polícia secreta e a sábia e previdente decisão de o deixarem partir com mais cem intelectuais (tais Fyodor Stepun, Sergei Bulgakov, Ivan Ilyin) para o Ocidente, em Setembro de 1922, num barco a vapor, o famoso Barco dos Filósofos, numa inesquecível viagem de São Petersburgo para a Alemanha, onde já estudara uns meses em 1903.

 Embora tenha sido bem acolhido pelos alemães, e funde em Berlim tanto um Instituto de Ciência com  outros emigrados, como uma Academia Russa de Filosofia e Religião e ensine, apercebe-se que os seus compatriotas ou são reacionários ou meramente pietistas ou então soviéticos não se interessando tanto pela demanda filosófica e espiritual livre,  e embora tendo encontrado bons amigos e conhecido com Max Scheller, Keyserling e Spengler,   não se sente bem na Alemanha devido ao ambiente político que prefigurava o nacional-socialismo, e  ao  mudar em 1924 para Clamart, perto de Paris, com a mulher Lydia Trusheff transfere-a para a França, onde viverá muito activo no diálogo antropológico e sociológico, filosófico, religioso e espiritual, com vários escritores franceses (dando-se muito bem sobretudo com Jacques Maritain e Charles du Bos), revistas (tal a do L'Esprit, onde a nossa Dalila Pereira da Costa fará a a sua estreia) e grupos (tal o das Decades, em Pontigny), publicando  quinze livros e bastantes artigos, muitos dos quais no jornal de pensamento religioso russo Put ou O Caminho que dirigiu de 1925 a 1940, e onde de novo Sergei Bulgakov esteve ao seu lado, pois era um clérigo ortodoxo no Instituto de S. Sérgio. 

Transmitirá as suas ideias-forças geniais e inegavelmente perenes, até em 23 de Março 1948 (sendo apenas interrogado algumas vezes pela Gestapo), quando sentado na sua secretária de trabalho (um bom local de libertação do corpo), partir para o mundo espiritual, para o Cristo e a luz da Divindade, que tanto meditara, intuíra e amara. Entre os filósofos russos modernos mais conhecidos, podemos dizer que Aleksander Dugin e sua filha e mártir Daria Dugina são dos mais próximos de Nicolas Berdiaev. E entre nós Leonardo Coimbra, José V. de Pina Martins (que o traduziu) e Dalila Pereira da Costa foram alguns dos que mais o estimaram.

 A sua filosofia era personalista, criadora - o ser humano é co-creador do mundo, com Deus -, de vitória do bem sobre o mal, e mística, tal como na sua autobiografia Dream and Reality diz:  «quero afirmar a predominância em mim do homo mysticus sobre o homo religiosus: pois isto, creio, selou toda a minha perspectiva filosófica. Uma convicção mística original esteve comigo desde o momento da minha 'conversão', enquanto o elemento especificamente religioso e de crença-credo desempenhou um papel secundário. Meister  Eckhart, Jacob Boehme e Angelus Silesius são-me mais congénitos  do que muitos dos Doutores da Igreja. O misticismo, entendido mais como um modo de conhecimento de que um produto acabado, sempre dinamizou a minha imaginação. Acredito na existência de uma experiência mística universal e de uma espiritualidade universal que não podem ser descritas em termos de diferenças confessionais».
                                             
O excerto que vamos apresentar é o início do seu livro O Sentido da Criação,  escrito entre 1909 e 1914, de juventude, e que transmite bem o fogo da sua energia psíquica ou anímica em busca da verdade, da liberdade, de Deus, expressando a sua tentativa de correcção dos defeitos ou limitações do Cristianismo histórico, algo que foi uma constante, de tal modo que só se podia dizer que era um Cristão, mais próximo da Igreja Ortodoxa que da Católica, e menos ainda da Protestante, pois era sobretudo um espiritual, místico e filósofo universalista, que lera e meditara  com originalidade e intensidade, tentando descobrir as soluções e caminhos para  a crise do homem moderno perdido no automatismo, individualismo, massificação, ateísmo, falta de sentido hierárquico. Sublinhámos no texto as reflexões que me pareceram mais importantes:
                                              

O espírito humano está numa prisão. E, essa prisão, chamo-a de "mundo", o dado mundial, a necessidade.  "Este mundo" não é o cosmos, é o estado de desordem e hostilidade, de atomização e desagregação, onde caíram as mónadas vivas da hierarquia cósmica. E o  caminho verdadeiro é aquele que conduz à evasão espiritual fora do mundo, à libertação do espírito humano da prisão da necessidade. O verdadeiro caminho não é trilhado pelo movimento para a direita ou para a esquerda que se realiza na superfície do mundo, mas pelo movimento levado em altura ou profundidade, segundo uma linha interna, o movimento no seio do espírito. A liberdade conquistada sobre o mundo, e sobre o conjunto de suas disposições e oportunidades, é o sinal para o espírito da efervescência mais alta, é o caminho que seguiram os grandes criadores espirituais, o caminho da concentração e da solidariedade espirituais. 

 O cosmos é o ser autêntico, essencial, - mas o mundo é uma ilusão, um dado ilusória que esconde a necessidade universal.  "Este mundo" ilusório é a projeção do nosso pecado. Os doutores da Igreja identificaram o mundo com as paixões más. A servidão do espírito humano por "este mundo" é, portanto, a sua falha ou culpa, o seu pecado, a sua queda; e a libertação do "mundo" equivale à libertação do pecado, à redenção da culpa, e finalmente à ressurreição do espírito caído. Dizem ao homem: - "Tu és uma criatura pecadora e caída, por isso não deves ousar empenhar-te no caminho da libertação do espírito, no caminho da vida criativa do espírito; deves carregar o fardo da obediência às consequências do pecado". E o espírito humano permanece preso a esse círculo sem saída. Pois o pecado original é uma escravidão, a negação da liberdade do espírito, a submissão à necessidade diabólica, a impotência de se imaginar a si mesmo como uma criatura livre. 

O homem acaba por se perder, ao querer afirmar-se na necessidade e não na liberdade. O caminho pelo qual se pode libertar do "mundo" para chegar à criação de uma nova vida é também o caminho que liberta do pecado, que supera o mal, e que reúne as forças do espírito tendo em vista uma vida divina. A servidão ao "mundo", à necessidade obrigatória, não é apenas falta de liberdade, é também a organização e o fortalecimento desse estado não cósmico do "mundo", onde reinam a inimizade e a desordem. 

A liberdade é amor, a escravidão é inimizade. O caminho que leva da escravidão à liberdade, da hostilidade do "mundo" ao amor cósmico, é também aquele da vitória sobre a natureza inferior do ser humano.

A imensa mentira, a terrível falha de todo julgamento moral e religioso, é justamente deixar o homem no nível mais baixo do mundo, em nome de sua obediência às consequências de seu pecado. Uma tal noção engendra uma espécie de vergonhosa indiferença ao bem e ao mal, a recusa de se opor virilmente ao mal, até chegar a altura em que a alma, sobrecarregada pelo peso de sua própria enfermidade, arrisca-se a confundir para a eternidade, Deus e o diabo, Cristo e o Anticristo. 

Esta decadência da alma, mortalmente indiferente ao bem e ao mal, chega a uma espécie de êxtase místico de passividade e de submissão, sob o jogo do pensamento dividido. A alma caída gosta de namoriscar com Lúcifer, gosta de não saber qual Deus serve, gosta de sentir medo e de roçar o perigo. Esta decadência, este enfraquecimento, esta duplicidade, são os resultados oblíquos da doutrina cristã sobre a obediência, e o triunfo dessa doutrina. O desdobramento do pensamento e a indiferença ao bem e ao mal opõem-se deliberadamente à emancipação viril do espírito e ao movimento criador, - a tudo que exige do ser humano a decisão de romper com as camadas mentirosas e ilusórias da cultura, com suas servidões subtis ao "mundo".

Dois meses antes de morrer, com 74 anos, pronto para a ascensão libertadora

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Scott Ritter and his teachings. Bilingue. Os cocainómanos dirigentes europeus, Trump traidor do MAGA e Netanyahu e Israel criminosos. Pax Justitia.

                                       

Scott Ritter (nascido a 15 de Julho de 1961), a par de Douglas Macgregor e George Galloway, é um dos líderes mundiais da informação e formação verdadeira, iluminante e libertadora, muito  considerado pela sua sinceridade, coragem, boa visão e experiência como militar norte-americano e  inspector das Nações Unidas do armamento "nuclear" do Iraque, pelo que  a sua presença é constante em redes sociais e  canais do youtube, ramble, instagram, x, destacando-se nos programas  de George Galoway. E tem escrito no seu canal do X algumas palavras e ideias que devem ser ouvidas, meditadas e assimiladas no seus ensinamentos para que os cidadãos, tanto norte-americanos como do planeta, não continuem a ser explorados, manipulados e destruídos pelos maus governantes e seus avençados políticos e jornalistas, que enxameiam e infrahumanizam o Ocidente. 

 Oiçamos algumas das suas últimas declarações no X, embora certamente o melhor seja ouvi-lo ao vivo no youtube, dialogando com vários entrevistadores valiosos, e lembrarei Judge Napolitano e o seu Judging Freedom.

 19-8-2019.  «I love my country, but the collective ignorance of the American people empowers so-called public servants who abuse their positions of trust to push policies that further individual agendas at the expense of the nation they ostensibly serve. Fact-based logic no longer matters.

 Eu amo o meu país, mas a ignorância coletiva do povo americano capacita ou dá poder aos chamados servidores públicos. que abusam de suas posições de confiança, para promoverem políticas que prosseguem  agendas individuais à custa da nação que supostamente servem. Nos nossos dias, lógica baseada em fatos já não é  tida em conta.

Macron, Merz e Starmer com a cocaina no comboio para outro cocainómano em Kiev.Veja: https://www.youtube.com/watch?v=lE7ZXbNxFC8

11-V-2025. If the President of the United States was caught with a bag of cocaine and related paraphernalia, every media outlet in America would be going ape shit. The President of France, Chancellor of Germany and the Prime Minister of Great Britain get caught in flagrante snorting coke, and there’s deathly silence from their respective media. It’s as if everyone understands Europe is being run by a bunch of drug addicts.
  And if you’re going to win the world back to the dollar, make the dollar attractive to the world. Stop secondary sanctions. Return confiscated sovereign funds. Open Swift to everyone without restrictions. Make the dollar usable by everyone. Or no one will want to use the dollar. And all your posturing won’t change their minds.

11-V-2025. Se o Presidente dos Estados Unidos fosse apanhado com um saco de cocaína e apetrechos relacionados, todos os meios de comunicação na América fariam um barulho de enlouquecer. O Presidente da França, Emmanuel Macron, o Chanceler da Alemanha Joachim Merz e o Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha Keir Starmer foram apanhados em flagrante  a cheirarem cocaína, e aconteceu um silêncio mortal por parte de seus respectivos meios de informação [o que prova bem o controle forte das narrativas demonstrado ainda pela série de avençados que veio defender que era um lenço de papel e que tal acusação era propaganda dos russos ou desinformação ant-europeia. Mas como os dois filmes de jornalistas da comitiva europeia o que se passou ficou visível para a muita gente ( https://www.youtube.com/watch?v=Q9xnKe2loYs)   que não se aliena diariamente nas televisões e jornais principias nacionais controladas pelo sistema neo-liberal globalista que tem nesses dirigentes alguns dos seus peões a proteger]. É como se todos entendessem que a Europa está sendo governada por um bando de viciados em drogas.
E se você, Donald Trump,  diz que vai reconquistar o mundo para o dólar, então torne o dólar atraente para o mundo. Pare com as sanções secundárias. Devolvam os fundos soberanos confiscados. Abra o Swift [sitema de pagamento interbancário] para todos sem restrições. Torne o dólar utilizável por todos. Ou ninguém vai querer usar o dólar. E toda a sua postura não mudará a opinião deles.
"Pare com as sanções", senhor Trump, senão arrisca-se a enlouquecer e a ter de ser internado...

 22-VI-2025. MAGA [Make America Great Again] is officially dead as a movement. When a President wears a MAGA hat while conspiring to take America to war after promising that, as the leader of MAGA, he would pursue peace, MAGA stands for nothing. 
  If you’re MAGA, then you must disassociate yourself from this President and everyone who stands with him. 
 They are not MAGA.They are Israel first. And that’s the most dangerous ideology facing America today. RIP, MAGA. We hardly knew, Yes

 22-VI-2025. MAGA [Make America Great Again], está oficialmente morto como movimento. Quando um Presidente usa um chapéu MAGA enquanto conspira para levar a América à guerra, após prometer que, como líder do MAGA, ele buscaria a paz, MAGA já não vale nem significa nada.
Se você é MAGA, então deve-se dissociar deste Presidente e de todos que estão ao lado dele.
Eles não são MAGA. Eles são Israel em primeiro lugar. E essa é a ideologia mais perigosa que a América enfrenta hoje. Descanse em paz, MAGA. Mal te conhecemos, sim.
  23-IV-2024.   The U.S. currently has 24-hour satellite coverage of Gaza. The resolution of the images produced is good enough to discern individual humans. The U.S. has complete coverage of all communications by the IDF in Gaza. We saw them murder the Palestinian prisoners. We heard them give the orders. Our silence makes us complicit. After Auschwitz we said “never again.” We used that horror to justify the creation of Israel. And now Israel has turned into that which the world then condemned. We must all condemn Israel today. And we must send Zionism to the place we sent the Nazis: Hell.
  23-IV-2024. Os EUA atualmente têm cobertura de satélite sobre Gaza as 24 horas todas. A resolução das imagens produzidas é  suficiente boa para discernir indivíduos. Os EUA têm cobertura completa de todas as comunicações em Gaza das IDF, as Forças armadas de Israel . Vimos assassinarem os prisioneiros palestinos. Ouvimos darem-lhes as ordens para fazerem tal. Nosso silêncio  torna-nos cúmplices. Depois de Auschwitz, dissemos "nunca mais." Usamos aquele horror para justificar a criação de Israel. E agora Israel se transformou no que o mundo então condenou. Hoje devemos todos condenar Israel. E devemos enviar o sionismo para o lugar onde enviamos os nazistas: o Inferno.
  24-XII-2023, directed in X to Netanyahu, after hate war criminal words of him.
 Rot in Hell, Bibi. You’re the most evil man in the world, whose hateful ideology has condemned tens of thousands of Palestinians to death at the hands of your brutal military. Yitzak Rabin had led Israel down a path of peace. You helped murder him, and have since taken Israel down the path of death and destruction which will inevitably lead to its rightful destruction. I will celebrate the day you and your repugnant nation are eliminated from the face of the earth. Free Palestine. Merry Christmas.

 24-XII-2023. Apodreça no Inferno, Bibi [Netanyahu]. Você é o homem mais maligno do mundo, cuja ideologia odiosa condenou dezenas de milhares de palestinos à morte nas mãos de seu exército brutal. Yitzak Rabin havia levado Israel por um caminho de paz. Você ajudou a assassiná-lo e, desde então, levou Israel pelo caminho da morte e destruição, que inevitavelmente levará à sua destruição merecida. Eu celebrarei o dia em que você e sua nação repugnante forem eliminados da face da terra. Pela liberdade da Palestina. Feliz Natal.
                                    
17-XII-2023. After watching Israeli troops drive a bulldozer into a hospital, crushing innocent civilians, patients, and medical personnel, I’ve come to the conclusion that maybe the world would be better off without Israel. Jews are welcome to live in peace as citizens of Palestine. But this aberration we call Israel has got to go.
 17-XII-2023. Depois de ver tropas israelitas conduzirem um tractor para dentro de um hospital, esmagando civis inocentes, pacientes e pessoal médico, cheguei à conclusão de que talvez o mundo estivesse melhor sem Israel. Os judeus são bem-vindos para viver em paz como cidadãos da Palestina. Mas essa aberração que chamamos de Israel tem de acabar.»
Eis algumas das linhas de força que animam Scott Ritter, certamente por vezes bastante emotivas e fortes, ou mesmo violentas, mas é um militar e a criticar outros militares... Oremos e desejemos activamente o fim do conflito, e que a Paz floresça afortunadamente.

domingo, 3 de agosto de 2025

Mulheres na política com grande qualidade: Marjorie Taylor Greene. Declarações a 3-VIII- 2025 sobre Ucrânia e Israel. E outra: Clare Dally.


WASHINGTON, 3 de agosto. /TASS/. Ao financiar e alimentar o conflito na Ucrânia, a administração de Washington está traindo os interesses da maioria dos americanos e corre o risco de perder o apoio eleitoral, disse a membro republicana da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, a norte-americana Marjorie Taylor Greene (nascida a 27 de Maio de 1974).
                                            
"Em 2024, a América votou para acabar com o financiamento e a luta em guerras estrangeiras," escreveu, referindo-se à vitória do presidente dos EUA, Donald Trump. "Financiar, alimentar e, em última instância, lutar contra a Rússia na Ucrânia seria uma traição completa à maioria dos americanos que não querem ter nada a ver com o pagar para assassinar pessoas numa terra estrangeira por causa de um conflito estrangeiro que tem um efeito absolutamente zero nas nossas vidas."
                                                
Em suas palavras, "o mesmo cenário se aplica a continuar a financiar e lutar guerras ofensivas por conta de" Israel. Ao fazerem isso, "os republicanos perderão a geração mais jovem de eleitores e podem nunca mais voltar a recuperá-los."
                                                  
Os democratas apoiam 100% a guerra na Ucrânia porque ela realmente começou sob Obama/Biden. É uma guerra impulsionada pelos democratas que também agregou o apoio habitual dos neocons (neoconservadores e mais reaccionários-belicistas) republicanos," disse ela.
Na opinião dela, muitos eleitores dos EUA "estão a começar a sentirem-se completamente não representados por ambos os partidos devido às absurdas políticas, votos e financiamento de impostos que tornaram a vida inacessível e o futuro sombrio para a grande maioria dos americanos comuns."
"Os sinais de alerta estão a começar a ser ensurdecedores, mas Washington DC ainda é tão surdo quanto um poste de uma cerca metálica," disse Taylor Greene.
Em 14 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Washington continuará a transferir armas e equipamentos militares para Kiev, se a Europa pagar e a OTAN coordenar o processo. Segundo o presidente americano, as entregas incluirão 17 sistemas Patriot [que nada resolverão a não ser a morte precoce de mais gente,  provavelmente um dos objectivos do ataque à Rússia em curso desde 2014 pela oligarquia, a NATO e a UE.]
                                                      
O presidente russo Vladimir Putin tornou a afirmar a 1 de agosto que o principal objetivo de Moscovo é erradicar as causas profundas da crise ucraniana e garantir a segurança da Rússia [algo que o Ocidente não quer aceitar, e por diferentes modos tenta fazer perigar, ainda que disfarçada e hipocritamente]. Segundo as suas palavras, a Rússia está pronta a esperar se a Ucrânia considera que o momento para as negociações ainda não chegou.[Espera-se para bereve a substituição do herói cocainómaco por Zanusk e provavelmente o começo das negociações, antes que os Russos avancem até Odessa, o que seria trágico pois como sabemos os extremistas ucranianos farão tudo para deixar a cidade arrasada, como hoje mesmo 3 de agosto noticia a/TASS/.:«O exército ucraniano fez explodir parcialmente a infraestrutura industrial da segunda maior empresa de carvão da República Popular de Donetsk, a mina Krasnolimanskaya, disse Igor Kimakovsky, conselheiro do chefe da RPD, à TASS, tal como tinham feito com a mina de Pokrovskoye,». 
O porta-voz do Presidente russo, Dmitry Peskov, disse ao jornalista da VGTRK, Pavel Zarubin, numa entrevista que a Rússia estava pronta para fazer progressos rápidos na resolução da questão ucraniana, mas o principal para Moscovo é alcançar seus objetivos. A velocidade do processo depende não apenas de Moscovo, acrescentou ele.»
Anote-se que o pedido de negociações e de cessar-fogo têm aumentado nos últimos dias devido aso avanços constantes das tropas russas nas frentes da batalha e a crescente falta de combatentes ucranianos, mesmo com os alistamentos forçados violentíssimos a que assistimos diariamente em pequenos vídeos.
Esperemos que as declarações tão acertadas quão actuais de  Marjorie Taylor Greene tenham eco nos responsáveis políticos norte-americanos e nomeadamente em Donald Trump, que inegavelmente está a trair já demasiado as promessas que lhe permitiram ganhar a confiança dos eleitores que o elegeram. 
Acrescente-se ainda que esta corajosa representante no Congresso norte-americano denunciou muito recentemente e pioneiramente no Congresso norte-americano, o que se está a passar em Gaza como um caso de genocídio, algo muito evidente desde há muito mas que a classe política dominante ocidental corrupta pelo sionismo tem proibido afirmar-se, e só agora perante o tamanho da monstruosidade algumas vozes se vão levantando, nomeadamente em instituições da sociedade civil. Tardiamente, e mais do que pelos 70.000 mortos, pelos feridos, decepados, traumatizados e subnutridos.
 
                                          
 
Outra pessoa que vale a pena sabermos que existe e que podemos acompnahar e apoiar psiquicamente é a irlandesa ex-membro do Parlamento Europeu Clare Dally, muito corajosa na investigação e  denúncia das  irregularidades e atitudes criminosas da direcção da União Europeia, em especial da sua presidente (não eleita) Ursula von der Leyen, já com três casos graves, aos quais se acrescentou o seu apoio a Israel, ao Talmude, ao Sionismo, nomeadamente no genocídio dos palestinianos.

Clare Dally
 

sábado, 2 de agosto de 2025

Orações e Quadras aos Anjos da Guarda, e a sua actualidade. Da Festa dos Santos Anjos da Guarda, outrora a 2 de Outubro.

Imagem quase fotográfica da luta actual contra o eclipse da luz fraterna solar Divina.
O reconhecimento e a devoção aos Anjos, o amor a estes misteriosos e subtis seres do Universo infinito em que todos peregrinamos, tem tido ao longo dos séculos  ondulações que só os observatórios angélicos terão registado e que talvez nós, um dia em que já estaremos na convivência pura com os espíritos celestiais poderemos ter acesso numa visão espiritual e super-abrangente, muito difícil de concebermos tanto mais que ela sempre variou conforme as terras, povos, civilizações, religião, família ou mesmo pessoa: quanto de nós estamos bem conscientes do nível de abertura  que a eles temos no presente, ou tivemos há uns anos, destacando até os momentos mais intensos, ou as circunstâncias e práticas que tal mereceram?

O que interessará mais da história subtil pessoal angélica serão as ligações inspiradoras ou transformadoras alcançadas com eles ou com as vibrações deles, ou ainda as religações ao espírito e à Divindade que graças à intermediarização (no duplo sentido) deles conseguimos, e o que disso irradiou e irradia para o  ambiente,  a Terra e  a Humanidade, neste momento numa crise grande de autêntica luta entre o bem-verdade-justiça, contra  o mal, a mentira, a opressão, o racismo e genocídio, e a hegemonia unipolar infrahumanizante, contra a qual devemos realmente lutar ou resistir.

Ora como sintonizar ou orar a eles ou com eles não seja imediato para todos, embora algumas orações sejam fáceis e simples, sobretudo se aprendidas de infância, tal a muito conhecida do "Anjo Guarda, minha companhia, guardai (ou iluminai, inspirai) a minha alma de noite e de dia", outras se podem e devem cultivar, sentir, com regularidade repetir e irradiar, para o bem e amor nosso, deles e do universo, tal como por exemplo esta bem simples mas que pode ser intensa:

Anjos, Anjos, nós vos amamos
E a Divindade com vós adoramos.

                                  

Como a tradição espiritual angélica lusitana ainda assim foi boa e grande, podemos encontrar em livros ou manuscritos orações valiosas, que podemos pronunciar e com elas inspirar-nos nas nossas meditações, orações, aquietações, contemplações e adorações, não esquecendo de saudar e invocar mesmo o Arcanjo de Portugal.

 Neste sentido resolvemos fotografar algumas orações que nas primeira décadas do séc. XIX se exerciam em Portugal, e que foram dadas à luz em Lisboa, na saudosa Tipografia Actividade, ao nº 42 da Rua de S. Lázaro, sob o título Novena para a Festa dos Santos Anjos da Guarda. A 2 de Outubro, e que inclui divididas por nove dias, um série de originais quadras para cada dia, além de duas breves orações introdutórias ou preparatórias


Fotografias das duas orações e das quadras do 1º dia da novena. Por quem e em que igrejas ou irmandades terão sido rezadas?

 Das nove quadras, legíveis vamos transcrever apenas algumas, para mim as mais luminosas e conseguidas, embora nos outros dias também as haja merecedoras de transcrição. Quanto às duas orações, quem as quiser transcrever e partilhar agradeço.

"Anjo que sois da minha alma
Particular Defensor,
Em perpétua gratidão
Vos ofereço o meu amor.

Dulcíssima alegria
O meu espírito sente,
Quando contemplo, e medito
Que a meu lado estais presente."
 
São tão belas, perfeitas e claras estas quadras devocionais, tão, tão actuais para quem está no caminho espiritual, que só lamentamos não poder agradecer ao seu autor. Talvez ao aprendê-las de cor e ao recitá-las, dele nos possamos lembrar beneficamente.
Votos de muita luz da presença angélica mais admitida e sentida por nós e entre nós, e relembrada perseverantemente no dia a dia, para que a humanidade seja mais fraterna e multipolar, e para que aconteçam mais as religações luminosas ao nosso espírito, aos antepassados, aos Anjos, santos e mestres, rumo à Divindade invocada e amada e às suas melhores virtudes e fortuna, vencendo as trevas da ignorância e unindo o sol e a lua...


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

O Amor muda a natureza, a todos dá asas, a todos eleva. Otto Vaenius, "Amorum emblemata". Emblémes d'Amour. Emblemas do Amor.

 Na emblemata amatória - livros de emblemas ou divisas de amor -, as obras de Otto Venius (o holandês Otto van Veen, 1556-1629) são inegavelmente das mais belas e instrutivas, e cada imagem e pequena legenda ou verso abre-nos para o mundo perene da beleza, da sabedoria, do amor. 
É certo que já no século XVI alguns livros de emblemas tinham surgido, começando com Alciato, e depois com Horapollo, Paradin, Junius, Beze, Boisard, etc., mas a delicadeza e perfeição artística e a utilização de anjinhos ou cupidos incarnando as qualidades e  poderes, desafios e dificuldades da vivência do Amor entre os seres tornaram-nos uma fonte de encantamento, tanto mais que a Reforma protestante aumentara o distanciamento dos Anjos em relação aos fiéis e crentes e a Contra-Reforma reprimia os cupidos do Amor .
Cada gravura emblemática de Otto Vaenius é uma fonte pluridimensional de sabedoria para quem a sabe ver, sentir e contemplar, a que as palavras ou versos provindos da sabedoria greco-romana e medieval (tais Ovídio, Horácio, Séneca e Petrarca) acrescentam valiosas ideias-forças  na nossa compreensão, meditação e assimilação do Amor, entrando no nosso vasto teatro de memória semi-consciente mas bem actuante nas nossas relações humanas mais ou menos amorosas e felizes. No fundo era uma angelizada arte amatória psicológica, moral e social a fornecida aos jovens europeus dos belos tempos do séc. XVII.
A primeira criação do Otto Venius, humanista e pintor, mestre até de Rubens, foi emblematização do romano Horácio (68 a.C. a 8), dada à luz em Antuérpia em 1607, Quinti Horatii Flacci Emblemata. Imaginibus in aes incisis, notisq. illustrata,  na qual desenhou 103 emblemas, ilustrando  os motes em latim extraídos da obra horaciana, acrescentados de versos em francês e holandês, com sentidos morais e éticos, de virtude, sabedoria e auto-realização.
                                       
Em 1608 publica a obra que se tornará paradigmática deste tipo de livros filosóficos-morais-devocionais-a
morosos com o anjo-cupido, os Emblemas do Amor, ou Amorum emblemata, figuris aeneis incisa, com dez textos ou poemas valiosos introdutórios e laudatórios, e com 124  emblemas em forma de oval, simbolizando o Amor e seus poderes e provações, desenhados e abertos por ele em cobre, com divisa ou título inicial seguindo-se uma mesma quadra em latim, holandês e francês, como se verá em breve. A versão da quadra em latim é porém mais erudita, compreensivelmente, face à das línguas vernáculas mais simples. O sucesso foi tão grande na apresentação tão artística duma arte amatória, ou aprendizagem do amor, concebido como sagrado, criativo, aperfeiçoador e destinado a todos, que outras edições se sucederam e nas quais ao texto em latim, holandês e em francês se juntaram alternadamente as línguas italianas e inglesas.

 Já alguns  anos depois, uma edição francesa intitulada Emblemes d'Amour illustrez d'une explication en prose fort facille pour entendre le sens moral de chaque Embleme, é dada à luz sem data nem local, mas que se crê (tal Mario Praz) por volta de 1620,  por um sábio (impressor?) francês que selecionou cinquenta emblemas dos cento e vinte e quatro originais e inseriu-os dentro de um duplo círculo e duma moldura quadrada, numa página, ficando na seguinte e ao lado o texto em francês, contendo a quadra original, com pequenas diferenças, e em letra mais pequena dez ou doze linhas de hermenêutica ou interpretação sábia, onde em geral está incluído um dito em latim, de autores greco-romanos ou dos adágios universais, que Erasmo compilou e comentou excelentemente.

  Após esta já longa introdução e na qual não referimos outras obras valiosas  emblematizadas de Otto Vaenius, tal o Amoris Divini Emblemata, de 1615, onde inseriu 60 emblemas gravados sob cobre, com citações em latim e versos em espanhol (pois fora pedido e dedicado à princesa Clara Eugénia, de Espanha), e ainda em francês e holandês,  e mais dedicado ao amor a Deus, num diálogo entre a alma e o anjo, passemos então ao emblema que escolhemos e que na sua pictura é bem mais doce ou movente que a hermenêutica moral, contudo esta sem dúvida mais substancial ao transmitir por exemplos, analogias e preceitos o poder transformador e intensificador na psique humana do Amor.
 O emblema foi selecionado ao fazermos istixara, a designação persa para o abrir dum livro à sorte ou fortuna, na tradução francesa da obra original. E vou partilhar a duas versões do verso em francês, a primeira a original, impressa em 1608 na Holanda, trilingue (e que está online), e a segunda na edição apenas em francês, com traduções minhas.

Edição de 1608, de Antuérpia, mais perfeita.

      

AMOR ADDIT INERTIBVS ALAS. 

Nemo adeo est stupide, natura mentis asellus,
Cui cor et ingenium haud indere possit Amor.
Pegaseas pecori Arcadico ille accommodat alas:
Mopsum hebetem in blandum format et arte procum.

[Trad: O Amor adiciona asas aos fracos [ou inertes].

Ninguém com mente de burrinho é tão estúpido,
que o Amor não possa introduzir coração e engenho. 
Ele acomoda ao rebanho da Arcádia as asas de Pégaso:
 o pesado Mopsus 
modela com arte num jovem atraente.

 Amour change nature.

«Il n'y a parmy nous de chair masse si lourde,
A qui ne puisse Amour ses aislerons donner,
Il peut aux grands esprits l'asne páragonner,
Et au plus gros rustau esueiller l'ame gourde. »

           «Trad: O Amor muda a Natureza                                                     Não há entre nós corpo de carne tão pesado,
A quem  não possa o Amor as suas asas dar
Ele pode aos grandes espíritos o asno elevar,
E ao maior rústico a alma adormecida despertar.»

 A edição francesa, c. 1620, as gravuras com leves diferenças da original de 1608, sobretudo nos cenários.

«Il n'y a parmy nous nature si grossiere,
A qui ne puisse Amour ses aislerons donner,
Il peut aux beaux esprits le plus asne egaller,
Et le rendre bien tost a lui meme contraire.»  

Trad. Entre nós não há natureza tão grosseira,
A quem não possa o Amor  suas asas dar,
Ele pode aos belos espíritos o mais asno igualar,
E torná-lo rapidamente o contrário de si mesmo.

Trad. Among us there is no nature  so coarse,
To whom Love cannot give its wings,
It can equal the most dizzy to the beautiful minds,
And turn him 
very quickly the opposite of himself.

                                      
Hermenêutica: um dos ensinamentos que podemos extrair ainda desta valorização do fogo do amor intensificando o coração e alma e aperfeiçoando as pessoas é entendermos que o burro ou animalzinho somos nós próprios ou, melhor ainda, a nossa natureza animal, instintiva e mais ou menos rude. É sobre ela, nela, que o anjo, o mestre, o espírito, o eu superior em nós, põe cuidadosamente as asas. E que asas são estas? As irradiações do amor, da devoção, da aspiração, da compaixão, da abnegação que brotam de nós...
E quando são postas ou manifestam-se em nós? Quando conseguimos vibrar nesses actos de amor, de aspiração, de comunhão, ou de abnegação a qualquer momento, em qualquer situação, seja pelo amor à amada, ao próximo, ao Bem, à Divindade.
São postas sobre nós ou crescem em nós, e o Anjo é tanto ele como a nossa consciência alcançando a subtileza da alma e a existência de asas nela, asas que são raios de energia ígnea, psíquica, que brotam do coração, e do espírito e que irradiam como asas seja para vencer obstáculo, preguiças, egoísmos, seja para nos elevarem ao alto, cósmico e divino, ou ainda ao bem da família, ao bem comum, à multipolaridade equitativa mundial.
O que é que este emblema nos pode dizer mais em hermenêutica espiritual? É que para as asas crescerem e
 nos elevarmos, o burro ou asno,  mente limitada, o eu-ego, tem de se curvar, silenciar, e depois deixar que do seu interior e do Cosmos as energias aladas brotem, manifestem-se mais.

O burro, isto é, a mente ou personalidade limitada, aquiesceu, baixou as orelhas, e está agora pronto a sentir as energias espirituais elevativas que o Amor em si faz nascer ou intensifica. As asas não se erguem na cabeça mas do peito, do costado, da zona cardíaca e respiratória...
Silenciar, aquiescer, não ouvir nem se deixar envolver tanto com a conflituosidade competitiva e egóica das pessoas, ideologias, partidos, governos e sobretudo meios de informação manipuladores é fundamental para aprofundar o sentir o amor, o consagrar-nos mais consciente e perseverantemente a estar em Amor: - Ama e Adora. E age no amor, criativamente, solidariamente, na equidade multipolar e harmonizadora do mundo.

O autor francês, nas suas interpretações morais a este emblema, desvanecido pelo tempo no exemplar que consultámos, realça os efeitos benéficos de perfectibilidade e sociabilidade que o Amor causa em quem o sente, sofre ou acende e conclui até nas duas linhas finais em latim com a capacidade de o amor tornar doce ou mel o que é amargo, ou o que é triste em alegre e lépido, lembrando-nos que quando estamos em situações difíceis ainda o melhor vector transformador é o Amor, a aspiração à unidade, a vivência da energia psíquica amorosa para o amado ou a amada, o outro, o bem comum, a harmonia divina dos mundos, em sintonia com o Anjo ou a natureza angélica.   Saibamos pois invocá-lo, assumi-lo e irradia-lo mais clara, corajosa e perseverantemente....

"L'Amour n'a peur"." O Amor não tem medo", é corajoso e imortal...

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Dos livros, e da arte de viver sábia, amorosa e benéficamente com eles e seus autores. Das leituras e bibliotecas actuais.

Pintura de Nicholai Roerich, sobre a sacralidade e o culto do livro.
 Quem vive dentro de uma biblioteca, ou por entre muitos livros, tem uma grande responsabilidade: a de  sentir, tratar, ler, conhecer e auscultar os livros, de modo a intuir quais, ou o que deles desejará e merecerá ser mais conhecido, assimilado, divulgado, para assim poder  servir bem quem com eles beneficiará.
Uma tarefa nada fácil dada a quantidade de livros e de auto
res que  rodeiam ou envolvem os bibliotecários, alfarrabistas e bibliófilos, pois muitos autores e livros  desejam que os ressuscitemos dum olvido centenário, frustrante para quem neles transmitiu vivências e ensinamentos belos, valiosos, importantes. 
Dizemos "desejam", ou mesmo suspiram quando, e num exemplo,  a obra foi dedicada e assinada pelo autor o qual nesse acto tornou o seu livro como uma garrafa-mensagem lançada no Oceano gnóstico, imantizada pela energia psíquica transmitida, por vezes bem dialogante e até impactante no destinatário, aspecto referido na história do livro como marginalia e que poderia ser mais tidos em conta nos estudos de história e psicologia do livro, de biblioterapia e de bibliofilia que escasseiam ou são pouco divulgados entre nós.
Mas como discernir e sobretudo hierarquizar os que devem ser mais revisitados ou consultados, quando o bibliotecário, livreiro ou bibliófilo o faz sozinho e com as limitações de tempo disponível para tal missão, que deveria ser benéfica nas duas direcções, para eles autores, a maioria já no misterioso Além, e para nós leitores, pensadores ou contempladores do séc. XXI, ou do futuro?

Se forem vários a fazê-lo, as escolhas corresponderão mais às necessidades da almas contemporâneas que os venham a ler, pois houve uma convergência de sensibilidades e de conhecimentos valiosos, e neste  dinamismo entram as grandes bibliotecas quando organizam mostras ou comemorações de autores, temas e livros, e conheci bem o sábio humanista José Vitorino de Pina Martins, que organizou ou presidiu a algumas bem valiosas, nomeadamente na Biblioteca Nacional, em Lisboa.
Com as limitações do amador da pequena biblioteca, que alguns de nós somos, mais ou menos, tudo vai fluindo à sorte ou segundo a deusa Fortuna, pelo que brota do ambientes, meditações, encontros, conversas, sonhos, meditações, amores resultando de tudo disso linhas de força valorativas ou preferenciais que se afirmam, em geral porque as consideramos, ou elas se nos impõem subtilmente, como importantes de se manifestarem, aprofundarem ou divulgarem.
Consideramos tarefas ou missões importantes dos amantes do Livro abrir os olhos das pessoas para as manipulações a que estão sujeitas e que em geral lhes diminuem o discernimento, a luz, a verdade, a multipolaridade. Inspirar e fortalecê-las na resistência e superação dessas forças negativizantes. Transmitir energias e ensinamentos de pessoas que conhecemos e já partiram e têm logo menos voz nos nossos dias, ou dos autores que mais gostamos e que pensamos merecem ser relidos, meditados, dialogados.
Partilhar, também, o que vamos conhecendo e aprofundando das temáticas culturais, artísticas e espirituais que mais sabemos, sentimos ou demandamos, de modo a que haja mais pessoas bem fundamentadas e orientadas nos seus caminhos de individualização e acção justa, de realização espiritual e de ligação divina.
É certo que cada vez mais a
 comunicação se processa digitalmente, nos computadores e telemóveis, e que os livros em papel sofrem com tal, pois há cada vez menos tempo e ocasiões para os ler, muito visível, nomeadamente,  nos transportes públicos em que são já poucas as pessoas que o fazem, face às que interagem nas redes sociais. Como reagir a tal?

                                          

Lermos livros nos transportes públicos. Criarmos as nossas listas de leitura e escrita sobre autores, livros, temas. Mantermos uma ou duas prateleiras  com os autores preferidos ou a serem trabalhados. Orarmos ou invocarmos um ou outro autor que mais admiramos. Lermos ou estudarmos com uma ou mais pessoas um livro, ou um autor. Relermos as anotações escritas nas margens dos livros e aprofundá-las,  as quais podem entrar ou vir a formar um artigo ou livro. Mantermos um blogue ou um site onde partilhamos as nossas investigações, descobertas, gostos, discussões, demandas, sugestões de leitura e donde poderão sair um ou mais livros no futuro, serão então modos de mantermos o culto do Livro e sua sabedoria vivo e dinâmico.
Ou ainda, para concluirmos, ver ou con
templar numa estante a palpitação éterica dos livros e levar à mão um e abri-lo e receber ensinamentos, o que mais simplesmente, se denomina istixara no Irão, onde pratiquei e vi realizar por clérigos e leigos: concentrar-se ou orar um pouco, abrir um livro sagrado, seja de religião seja de poesia (Sa'adi e Hafiz, os mais amados e até lidos de cor), e receber a mensagem da página, do livro, do autor e das sincronias cósmicas. 

Sa'adi, num jardim de rosas, numa ilustração dum livro persa.

Eis algumas linhas de uma página, dum artigo, quem sabe se um dia impresso,  dedicado ao amor dos livros e bibliotecas e à ligação frutífera entre os vivos e mortos ou, melhor, espíritos encarnados e desencarnados, no Corpo Místico da Humanidade, a antiga Anima mundi, hoje denominada Campo unificado de energia, consciência e informação, em que estamos todos entretecidos...
Boas leituras e diálog
os, intuições e sincronias, descobertas e partilhas! Lux, Amor!