quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Aforismos do Caminho. Escrito há uns anos numa sessão pessoana.

                                     

Sê o Ser.
Desperta.
Alinha-te harmoniosamente. 
 
Abre o teu coração e ser,
Brilha mais como o Sol,
Reflecte a luz externa como a Lua
e ama e ressuscita Deus em ti.
 
Caminha calmo com os teus afins,
Vendo do alto a tua vida
 e sendo deligente no Caminho.
 
Escuta o que a Deus te  ligar
e flameja no teu corpo subtil,
irradiando para quem precisar.
 
Oh tu, (...), eu, o teu Anjo ou Espírito saúdo-te!

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Bandeira de 35 orações à Divindade, tecida em 35 linhas de aspiração e amor, escritas ao longo de sete dias de Agosto de 2024. Da Arte de Orar.

                                                          

Concluído às 18:30 de 27.VIII. 2024.

Partilha, para estímulo da oração-realização:             

                                                              MEU  DEUS,  EU  TE  AMO

Ó Deus, alinha-me mais contigo, sintoniza-me mais contigo.
Ó DEUS, vem nascer em nós.
Ó Deus arde, brilha, irradia mais em nós.
Ó Deus, irradiai mais à vossa Luz, Força e Amor nos que se abrem a Ti.
Ó Divindade brota mais na minha alma e mente, fortemente.
Ó Deus brota em mim, irradia em mim, brilha em muitos seres!
Ó DEUS abençoa os que mais precisam da Tua força, luz e amor!
Meu Deus, eu Te amo, eu Te amo, eu Te amo. Faz-me aprofundar o Teu Amor.
Ao nascer do dia, ergo-me com o Sol e abro cálice do meu coração a Ti, ó Divindade querida. (21.8)
A minha oração será simples: sentir a comunicação, a comunhão entre o tu coração e o meu!
Não há oração mas simples e pura que ficar enlevado, beatífico, na comunhão do coração.
Ó Divindade transcendente e imanente, no Centro e no Círculo, eu te invoco, adoro, acolho e amo!
A comunhão com a Divindade no coração, a sua respiração, meditação e contemplação é a mais simples e directa oração.
A comunhão com o coração da Divindade nasce duma vida justa, laboriosa, corajosa, vivida num dinâmico optimismo escatológico, como transmitiu Daria Platonova Dugina...

A semente da invocação da Divindade, lançada no cálice do coração e cultivada com devoção e aspiração, gera bênçãos e gratidão.
Sob que Nome Te invocar, ó Divindade? Deus, Pai, Mãe, Espírito Santo, Narayana, Digambara, Krishna, Shiva, Shaki? Ó Deus, ó meu Deus!
Sim, na oração divina há o invocar, o orar, o meditar, e depois o sentir, o respirar, o silenciar, o contemplar, o desfrutar, o Ser.
A semente da União Divina lançada e cultivada no cálice do coração, torna-se a árvore cósmica que liga a Terra e o Céu!
Quem reza, quem sabe sentir a invocação e adoração divina, vai abrindo a sua alma à comunhão e transfiguração espiritual ou mesmo divina...

(Faltam ainda passar XIV. Volte, sff.)

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Aforismos e ensinamentos do Caminho. Escritos no trabalho e nos transportes públicos.

 

No mundo actual há muita gente que menospreza a paz ou não a deseja pois quer a derrota dos adversários, dos inimigos, dos maus. Mas só a Paz pode criar as condições de Felicidade para qualquer ser e povo. Por paz entende-se a harmonia interior e exterior, ou seja, a alma ou psique está alinhada e flui corretamente com o que a rodeia. A um nível de cada país dá-se uma ampliação, certamente mais complexa, pois é tanto entre os cidadãos que ela deve existir, como nas relações com os outros povos e países. Embora seja uma utopia pensar-se que a Paz mundial possa ser brevemente um facto não devemos deixar de a desejar, pensar e trabalhar, tanto em nós, como à nossa volta, como no mundo.

O ser humano começa a evoluir mais conscientemente quando compreende melhor que há uma Ordem no Universo, um principio de Justiça em acção, - na tradição Indiana se denomina Rita, Ordem, e que se complementa com as noções de Dharma, dever, e Karma, o que é feito, isto é, o que se faz tem consequências,- e inicia um esforço de diminuir o seu karma negativo, ou melhorar o seu karma, o que implica dominar-se a si próprio, e agir mais acertada e abnegadamente pelo bem e a paz no mundo.

No mundo actual, tão dilacerado por conflitos em algumas zonas , e que são manipuladora e perturbadoramente comentados na comunicação social, a Paz continua a ser um valor essencial que devemos cultivar tanto em nós, não nos expondo aos avençados comentadores anti-isto anti-aquilo, como nos diálogos e relações, evitando discussões mais acaloradas...
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Ser feliz é saber refrear a língua, e as reacções ao exterior, e elevar a energia psico-somática para o corpo espiritual, que em si é beatífico e beatificante, seja na sua simples interioridade íntima, seja na adoração divina e na irradiação fraterna, amistosa, compassiva. Fazer o bem, tentar o bem fazer, é uma maiores fontes de paz e de felicidade. Talent de bien faire.
On the middle of the activities and festivities to hold the chalice of the sprit, requires a strong will power and a inner impulse strong enough to open a shaft of light from the base of the colunn to the crown of the head.
There, you must hold a strong circle of light which can, like a water pound, expand his emanating waves to the higher realms, asking the blessings from them.
In order to hold the vase of the Graal in the middle of your life you must ignite in your caldroum the fire of aspiration and your heart should be sending the best rays of Love to some beings, or to your guardian angel, or to the Divine.
So commune with them, name them, try to see them, and then awake more God witin you, and evoke the God's omnipresence and Be peaceful, happy.
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Life is rich but short. We can calligraph it in different ways and, even not knowing who shall read us one day, feel that we have done our historical duty
So some people just live their work and enjoy the pleasures most possible. Others go more deep in the game of life, and observe, study, ask, fight and gave their testimonies facing the riddle of the sphinx
Still a deep awareness that we are loners, having so little influence in the historical reality pervades my being, writing this text, torso naked, in such a hot weather. But still the aspiration to the Divine being and beatific state burns in me  and an inexplicable wish to write makes me continue...
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Um grande rio não faz barulho, avança sereno, por entre as margens ora pedregosas ora verdejantes, a todas elas refrescando. Assim seja o teu caminhar na vida.

Não se atiram pedras senão às árvores frutíferas, ou então com pássaros. Não desanimes se te atacarem, pois o que é verdadeiro e valioso perdura. Quando morreres fazer-se-á justiça ao teu ser e às suas acções ou livros, nem que seja por uns poucos de amigos e sobretudo no além...
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No meio das ruas ou filas de espera nas cidades deve manter-se a auto-consciência espiritual de ser-se tanto o corpo envolvido como o espírito que se mantém aberto e em ligação com o mundo espiritual e os seus habitantes, anjos e guias.

                              
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Manter a ligação divina nos transportes públicos citadinos é uma tarefa difícil mas realizável, pois estamos algo ou muito centrifugados e num modo de manifestação de energia dinâmico que nos obriga a despertar bastante o kundalini ou poder da vontade para fazermos com que a nossa irradiação (de defesa da integridade da identidade) seja mais forte que tudo o que nos rodeia ou penetra. Quando lemos, algo dessa energia exerce-se para nos mantermos atentos e é só quando fechamos os olhos que podemos desfrutar da energia interna ascensional e endereçá-la a Deus
A aura inexpugnável melhora inegavelmente quando irradia do espírito e da invocação divina, a partir de dentro do próprio ser. Por isso repetires um mantra, um nome ou invocação divina, enquanto viajas é uma boa forma de protecção e irradiação.
Os pés cerrados, o olhar mais recolhido,a respiração feita conscientemente ao longo da coluna, o cimo da cabeça aberto em aspiração aos seres dos mundos espirituais e no coração o fogo ardente do amor e da compaixão, facilmente nos fazem sentir a grande fraternidade da humanidade e tornam a viajem pública uma peregrinação espiritual.

*+

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

A Deus, ao Espírito, à Felicidade, pelos Livros e a Natureza. Poema espiritual.

A Deus, ao Espírito, à Felicidade, pelos Livros e a Natureza

Encontrar um livro e intuir que ele pode ou vai accionar de processos subtis que nos abrirão mais ao misterioso reino de Deus, à sua consciência e maior vivência, ó que maravilha...
Abrir a primeira página, ou uma à sorte
, o istixara persa, ou istikharah, e encontrar logo nela uma resposta ou sinal que faz vibrar e alegrar o coração, ó que gratidão.

Regressaste a casa, ó filho Pródigo,
 não importa por onde andaste ou o que fizeste,
 sê bem vindo.
Por aqui todos os que aspiram à Verdade
verão as portas abrirem-se
e aprenderão no grande livro da Natureza

Assim sucede com este texto, ou com um livro:
está na tua mão poderes abrir o teu coração,
sentir a mensagem com toda a tua alma,
aspirares à verdade e ao bem
e caminhares por onde ele te inspirar:
a montanha, a família, a profissão, a criatividade,
sendo fiel a ti próprio e à tua consciência
de que: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Quando leres na Natureza e te quiseres refrescar
vai a uma queda de água e deixa-a derramar-se sobre ti.
Encanta-te com a frescura do riacho,
e o marulhar da ondulação junto à margem.
Mergulha no fundo, desprendidamente, livremente,
 como se nadasses no Oceano da Sabedoria,
e a tua alma se abrirá à invasão do Espírito,
a Presença Divina pulsante e vibrante em ti.

Nadas, refrescas-te, purificas-te, respiras.
O livro aguarda-te encostado ao arvoredo,
 o guarda-rio que passa relembra-te as cores
do mundo espiritual a que pertences
e os teus olhos  discernem o arco-íris da água 
misturando-se com a tua aura e o seu ardor.

Se bem trabalhares, meditares e viveres
abrir-se-te-á o Livro da Sabedoria da Natureza
e brotará Paz e Luz do íntimo do teu coração:
- Estás com a Natureza Divina em comunhão...

Imagens da queda de água de Cela Cavalos no Gerês, e de pinturas de Bô Yin Râ. Trabalho escrito há tempos e melhorado e concluído neste dia do tão doce e ondulante tremor da nossa querida Terra, que acolhemos com os santos nomes das concepções primordiais orientais da Divindade, Vishnuita e  Madzeísta. Veritas!

domingo, 25 de agosto de 2024

Um registo do sagrado Coração e suas mensagens. Da série Ícones, gavuras, amuletos, santinhos, bentos, protectores e curadores

 Um registo do sagrado coração de Jesus e do ser humano, séculos XVIII- XIX, montado sobre cartão, com incrustações coloridas, em forma irradiativa e protectora,


«Este sagrado coração, apesar de ferido, chagado e crucificado, não deixa de emanar o fogo do Amor, estabelecendo a ligação entre a Terra e o Céu pela cruz pessoal e de Jesus Cristo, e irradia, apesar do seu tamanho diminuto, apropriado à intimidade do nosso coração, raios de luz que nos permitem contemplar anjos, ou sentir e amar mais o Anjo da Guarda. Estes raios de luz, estas emanações psico-espirituais, do coração ardente são amplificadas por uma cruz em hastes trifólicas ou melhor triangulares, que irradiam forças espirituais, vencendo as negativas que quisessem afectar o coração e patenteiam algumas flores de alma em formas e cores belas, que em geral não vemos, a menos que meditemos e alcancemos uma abertura do olho espiritual, tão importante de ir acontecendo. Este ícone, embora possa ser contemplado e meditado, implica uma aspiração ardente do coração a atingir tal estado luminoso, e a conseguir amar a Deus de toda a sua alma e acima de todo o adversário que tente oprimir ou matar o seu ser, livre, filho ou filha de Deus. É um ícone simples, para deixarmos entrar no coração, talvez dizendo: - In nobis regnat Ille, Em nós reina Ele. ...   Coração, Amor, Jesus Cristo, destemor, espírito. Divindade!  ... Possam as suas cores e psico-morfismos dinamizar a nossa alma na comunhão da Arte sagrada e Divina, Aum, Amen, Nur!











     

O Fogo do Amor Divino, do Espírito, do Anjo e da Divindade irradie invencivelmente de nós.

Quem o terá feito, desenhado e cozido com tanto encanto? Lux, Amor!

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Duas mandalas ígneas, aos 33 anos desenhadas, com ensinamentos perenes, trilingues.

A primeira mandala é de fogo laranja, de renúncia, e de fogo vermelho de amor e aspiração, despertando a si e às outras almas.
O mundo está tão cheio de sofrimentos, violência e mortes que até pode ser bem as pessoas sossegarem-se no futebol ou noutras distrações. É como a avestruz a esconder-se. Mas num nível mais sério e responsável não se pode ficar de braços cruzados e temos que nos bater pela justiça e a fraternidade, a libertação e iluminação das pessoas.
Eu acendo as luzes de mim próprio, por graça divina do Ensinamento e de Hierarquia, e tento despertar outras pessoas para esta tomada de consciência, para esta integração de corpo, alma e espírito.
Trinta e três anos de vida. Os anos que Jesus Cristo viveu, ou que o deixaram viver, na Terra. Alguns amigos morreram já e muito cedo: o Quico primo, quarenta, o Carlos irmão, quarenta e quatro. Quem os matou, porque morreram? Que desequilíbrios, que excessos, que embates, que obstáculos causaram o cortar precoce do fio da vida quando tanto ainda se esperava deles, quando os filhos novos tanto os desfrutavam?
São mistérios que não encontram resposta nos livros, mas quando o fogo do nosso coração pega na esferográfica e nela põe e invoca a sabedoria imensa divina isso pode transfigurar a escrita, pois um sulco ou uma clareira abre-se para o inconsciente rico de Deus, este imenso Oceano divino de que o mar que conhecemos é um pequeno lago, uma frágil poça. E contudo, agarramo-nos às nossas pequenas atrações, conhecimentos, vaidades e não aprendemos ou não perseveramos no trabalho de religar a nossa alma com a divina, e não atingimos a ignicidade necessária para romper as trevas da nossa ignorância ou mesmo ambiente
Só quando paramos, nos silenciamos e nos abrimos ao íntimo e alto, é que podemos intuir respostas, ver sinais e sentir por momentos a nossa ligação íntima, ou união, com Deus ou seus
 agentes. Então  podemos rezar o Adveniat ad Regnum Tuum, "Venha a nós o Teu reino",  a tua Luz, ò Divindade, ou pura e simplesmente desfrutarmos da paz e do amor divinos que possamos sentir.

Quanto às mandalas podemos dizer que quando queremos traçar uma mandala devemos primeiro meditá-la, ou intui-la mesmo. Em seguida começamos a desenhá-la e a transmitir ao desenho o que sentimos, sabemos, queremos, invocamos.  Por fim observamos, contemplamos e se aprovamos devemos pedir para ela ainda mais bênçãos cósmicas, para que ela se torne agente iluminante

Saber invocar das quatro direcções do espaço as suas correntes, abençoar o mundo, harmonizar os cinco Elementos, intuir os efeitos e correspondências entre os vários planos subtis do Cosmos no aqui e agora, eis toda uma alquimia a realizar-se no dia a dia e nos momentos especiais mandálicos, que vão tornando a nossa natureza humana mais transparente à divina,  pois é transformada e harmonizada na invocação e comunhão divina.

Deus está em nós. Eis o segredo último 
que permitirá a projeção do pó aurífero, 
a comunhão no coração  e a visão da Unidade. 
 
(Melhor tradutor automático na net, e no caso para o francês, é o DeepL)
Je suis un alchimiste, je travaille sur moi même.
Je soufle au dedans le Verbe, 
j'allume le feu de l'ascese et de l'aspiration.
Mon âme peut devenir ferme comme la pierre philosophale
ou liquide comme la rosée de la matinée.
Je suis un Esprit.
D'origine divine eternelle,
heureux en le fondement de moi-même,
n'ayant besoin de rien que de l'Esprit Divin,
qui est le Vrai Moi en moi.
Ça j'adore, avec ça je m'unifie
et chaque jour c'est contribuer a que les humains arrivent
a ressentir sa union avec le Divin.
Les religions devaient servir a unir les personnes avec Dieu,
l'Esprit de Verité qui est en chacun de nous.
Tolerance, courage, fraternité, culture, amour, sagesse,
C'est pour ça que je vive
et que je vivrais
en enseignant, écrivant et realizant.
Om, Amen, Hum, Hri.
 
 

I unite my heart
With the heart of God,
thy heart and all hearts.


Go alone everywhere, with thy God as thy own being.

Maitreya, o nome do Buddha futuro, pleno de Amor e Sabedoria, é também um estado psico-espiritual humano...
             Justiça, Paz, Liberdade, Saúde, Sabedoria e Amor.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Da Divindade trascendente e imanente no Irão: Ahura Mazda, Saoshyant, Madhi, Fravashi. Da Terra lúcida. Pequenos contributos.

Ao Irão, que na antiguidade, sob o nome de Pérsia, se estendia por vastos territórios e com sucessivos reinos e impérios de grande brilho na história da civilização, devemos bastantes aspectos espirituais valiosos que qualquer estudioso da Humanidade e particularmente da religião, da arte, da ética, da filosofia e da espiritualidade deverá conhecer minimamente.
Este pequen
o texto é um convite ao estudo da religiosidade e espiritualidade de tal histórica civilização e da sua população, e abordará, breve e quase superficialmente, dada a complexidade e subtilidade do Mazdeísmo ou Zoroastrismo, escassos aspectos: a concepção da Divindade na sua transcendência, imanência e qualidades, a visão da sua manifestação, ou descida à Terra ou avatarizaçã0, e a presença dos espíritos celestiais entre nós. Embora muitos séculos tenham passado, desde que os hinos, textos, diálogos e ritos brilharam na sua génese, transformações e esplendor, pois o Madzeísmo é uma das religiões históricas mais antigas, nascida provavelmente entre o III e o II milénio a. C., consideramos que sempre que, numa demanda sincera, estudamos, pensamos e meditamos a Divindade com aspiração e amor, e a partir duma boa concepção, alguma abertura ou ligação entre Ela e nós se restabelece, o que é muito benéfico, por entre a superficialização e dispersão do dia a dia moderno, tanto para nós espíritos imortais como para a Humanidade.
                                      

Os Persas alcançaram uma
visão, ou chegaram a uma concepção, de Deus ou da Divindade Suprema, denominada Ahura (Senhor) Mazda (Sabedoria), para alguns melhor traduzida por a Sabedoria Sublime,  também chamada Hormazd, e exprimiram-na em vários hinos e textos, sobrevivendo bem expressa num dos gathas, ou hinos de Zoroastro, ou de quem escreveu em seu nome:
 Quando eu Te concebi, ó Mazda,
Como o Primeiro  e o Último,
Como o mais Adorável,
Como o Progenitor do Bom Pensamento,
Como o Criador da Lei eterna da Verdade e da Luz,
Como o Juiz Senhor das nossas acções na Vida,
Abri espaço  então na minha visão para Ti
Gathas: Yasna, ou cap. 31-8.
Discerniram também que Ahura Mazda tinha o seu aspecto ou espírito santo ou bondoso, Spenta (benéfico, incrementador)  Mainyu (espírito), e era criador e preservador duma ordem cósmica (Asa, ou asha), que assentava em certos princípios e qualidades suas, os Amesha Spenta, explicitados como mente boa (vohu mana), rectidão (asha), auto-controle  ou domínio (khshatra, donde os kshatryas na Índia, o outro ramo indo-europeu, a casta dos guerreiros, e donde a forte presença duma cavalaria espiritual no Irão), serenidade (armayti), plenitude (hauvartat) e imortalidade (ameratat, igual à amrita indiana). Estes Amesha Spenta tanto se podem identificar portanto como seis qualidades divinas como ainda grandes espíritos celestiais  individualizados, crendo-se que judeus e cristãos formaram deles a noção de Arcanjos.
Será só mais tarde, não estando mencionadas nos hinos ou gathas primordiais de Zoroastro, que se acrescentará na Providência Divina na Terra a participação da contraparte celestial de cada ser humano, a Fravashi.
 Na origem, o Zoroastrismo não era uma religião dualista e só mais tarde é que se considera que à Divindade, com as emanações da luz e do bem, se opunha um ser e estado mental denominado Angra Mainyu, ou Ahrimam, pelo que a vida devia ser assumida como uma luta entre o bem e o mal, nos céus, mas não tanto com Ahura Mazda, mas entre Spenta e Angra, e mais ainda, tal como é evidente, na Terra entre os seres maldosos e os justos ou bondosos, entrando então em acção essa espécie de Anjo da Guarda, Fravashi.
Não é pois de estranhar que os iranianos nunca tenham gostado nem aceitado a designação com que o imperialismo norte-americano ou ocidental os presenteou: o eixo do mal. Para eles, por  motivos fundamentados e constantemente provados, a fonte do mal na Terra é a ignorância, arrogância, ambição e violência, e nos últimos tempos sobretudo o imperialismo ocidental,  que tanto conflito e sofrimento tem causado.
                                    
Embora se reconheça mais o impacto nas três Religiões do Livro (Judaísmo, Cristianismo e Islão), também a sempre em transformação religião Iraniana influenciou o Budismo Mahayana, efectivando-se nos primeiros séculos na zona dos reinos indo-citas, no Irão oriental, e de lá estendendo-se ao Turquestão chinês, China, Coreia e Japão.
Os primeiros tradutores de textos budistas para chinês foram os Partas, da Pérsia, e por influência deles a figura de Sakya Muni (Budha, o sábio silencioso do clã dos Sakya) diminui e em contrapartida cresceu a dos seres luminosos e futuros Budhas,  os bodhisatvas, tal o Budha Amitaba, da Luz Infinita e que preside ao paraíso do ocidente, sukhavati, semelhante à terra de Luz ou lúcida do Maniqueísmo, a religião que sucedera ao Zoroastrismo.
Ora será outro bodhisatva Maitreya ou Ajita que vai corresponder ao Mitra invictus, o Sol invencível, e sobretudo ao Saoshyant do Zoroastrismo, aquela manifestação divina que há-de vir trazer a Luz plena à Terra, algo que judeus e cristãos, com a ideia do Messias, e islâmicos, com a vinda final do profeta, sendo especialmente os shiias, maioritários no Irão e no Iraque, os que mais acreditam em tal vinda, através da desvelação do 12º imam ocultado, o Madhi.
 A vinda do enviado divino prometida por Zoroastro tinha uma correspondência nos seres humanos, e nada racista mas universalista, tal como ele bem explicitou, na Yasna 48, 12:
«Os salvadores (Saoshyants) que virão dos povos
são os que, pelo bom pensamento (vohuman),
se comprometem pelos seus actos a realizar
os deveres que vós, Mazda, Sabedoria Sublime,
transmitistes enquanto justiça verdadeira. »
Capa de livro trazido da Índia quando estive em Bombaim em diálogo com um sacerdote madzeísta ou parsi: Zoroastro resplandecente
Este aspecto da avatarização ou descida da Divindade, na dimensão do Zoroatrismo iniciático e da Sabedoria Perene, e que toca ou compete a todos nós, foi explicitado  num modo ainda mais espiritual por um notável estudioso e conhecedor da sacralidade do Irão, Henry Corbin, pela seguinte frase e ideia:
«O laço que une cada crente ao Saoshyant a vir, o laço que faz dele também um Saoshyant neste mundo, resulta de ele realizar ou cumprir a escolha pre-existencial [na emanação primordial ou antes de incarnar] da sua fravarti ou fravashi (a sua contraparte angélica, o seu Eu celeste): fazer manifestar-se, ou ser, o mundo de Luz.» 
- Ó Fravashi, Fravashi...
Quantos de nós somos fiéis ao chamamento, às inspirações, às iluminações do nosso anjo da Guarda, da nossa Fravashi, do nosso Eu espiritual, da face (ou concepção) divina que mais amamos e adoramos? Quantas vezes durante o dia cultivamos estas ligações, pela oração, a respiração, o dar graças,  meditar, sacrificar, amar?
Sejamos mais lúcidos no que nos forma e desinforma, lutemos mais criativamente pela Luz, o Bem e a Verdade e irradiemo-las  corajosamente nos encontros com as forças da ignorância, da mentira, do ódio, da crueldade e logo do Mal, que tanto nos rodeiam actualmente, para podermos merecer sentir a presença ou ligação espiritual, celestial e Divina no nosso coração e verdadeiro ser, e assim gerarmos solidária e multipolarmente mais Terra lúcida, pacífica e amorosa na Humanidade e no Cosmos...