| Mestre Antero, no jardim da Estrela, em Lisboa numa estátua algo imperfeita e truncada, mas mesmo assim sempre pronto a ouvir-nos ou mesmo a inspirar-nos... |
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sábado, 15 de fevereiro de 2014
A demanda de Antero de Quental. Improviso gravado diante da sua estátua no jardim da Estrela.
Antero de Quental, um mestre de Portugal. Acerca da sua biografia por José Calvet de Magalhães.
Grande parte da poesia e do drama de Antero de Quental testemunha, resulta, ou estava em sincronia, com o embate formidável de ideias anti-conservadoras e libertadoras, ao qual se entregou com o corpo e alma muito sensíveis, desenvolvendo especulações e estudos filosóficos e éticos notáveis, consignados no fim da sua vida sinteticamente nas Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do séc. XIX, e anteriormente em muitas análises culturais, sociais e políticas dispersas por publicações, jornais, revistas, e que estiveram por detrás, dentro e por cima da sua notável e bela, embora frequentemente torturada, poesia.
Contudo, o facto de terem sido destruídos por ele próprio dois escritos fundamentais acerca da sociedade, religião, metafisica e arte impedem-nos de cingir plenamente a fundura e abrangência do seu pensar, meditar, intuir e ser, ainda que certamente as suas cartas nos transmitam muito disso.
E pouco depois entrará na intensa polémica literária do Bom Senso e Bom Gosto, 1865, que o desiludirá, entrando depois na intervenção social e ir amadurecendo à custa de muita dor e desilusão, movimento e reflexão.
José Calvet de Magalhães crê, por exemplo, que a vida boémia estudantil provocou uma úlcera, que terá evoluído para o estrangulamento do piloro, causador das digestões difíceis, que ainda mais o perturbavam pelo seu regime espartano duma só refeição por dia. E pensa que o dr. Filomeno da Câmara e o sábio Jaime Batalha Reis, os únicos que teriam diagnosticado este mal, não o revelaram a Antero por a operação ser então impossível.
Mas se pensarmos na constante busca de verdade que animava Antero, custa-nos a crer que não o esclarecessem sobre a causa dos seus males. Este aspecto é ainda importante pelas crises de insónia que sofria Antero, ou ainda pelos seus estados de fraqueza e nervosismo e que para muitos serão determinantes no findar abrupto da sua vida...
Se devemos ou não condenar como coléricas certas atitudes ou cartas de Antero de Quental, ou se as devemos considerar antes expressões de indignação justa, será sempre motivo de controvérsia, mas não é evidente que o facto de pedir desculpa depois de algum acto implique uma plena culpabilidade. Diga-se porém em abono de verdade que Antero confessou por vezes em cartas ser de carácter colérico, ou seja, que se indignava fortemente com certas injustiças...
Oliveira Martins foi um dos dialogantes mais próximos de Antero, mas isso não o impediu de receber uma resposta negativa quando o convidou a participar num ministério com ele. Para Calvet de Magalhães foi uma atitude bastante egoísta, mas discordamos pela simples razão que Antero lhe dá ou diz no fim da carta: «The right man in the right place». Já noutra ocasião em que Antero de Quental se preparava para concorrer ao cargo de professor universitário foi a vez de Oliveira Martins o dissuadir fortemente, e creio eu para mal dos nossos pecados e vida de Antero...
Desta intervenção de Oliveira Martins resultou um esfriamento temporário da amizade entre eles, um aumento do pessimismo do poeta e a perda dum documento importantíssimo, a qual, acrescentada à dos dois volumes do Programa de Trabalho para as Gerações Futuras, sacrificados no fogo em 1874 por Antero os considerar imperfeitos, deixou um vazio na evolução histórica das grandes ideias portuguesas e que terá feito alguma falta, face ao afundamento ideológico-cultural das sucessivas governações e mentalidades portuguesas...
O que diria ou proporia Antero de Quental nos nossos dias? Ambientalismo forte, melhor orçamento para educação e saúde, controle das ingerências corruptoras de corporações e meios de informação, medidas de anti-corrupção, diminuição do número de deputados, unidade nacional supra-partidária, maior independência da tão vendida e manipula direcção da União Europeia, adesão ao BRICS? Mistérios...
Este estado de desprendimento e vivência numa perenidade espiritual sem apêgos ao passado, sem saudades de nada, é de facto uma característica dos nobres viajantes, cavaleiros do amor ou peregrinos da verdade...
Poder-se-ia pensar que após a publicação do In Memoriam, de 1896, da biografia de José Bruno Carreiro, e da edição das Cartas, por Ana Maria Almeida Martins, e de tantos estudos como os de Leonardo Coimbra, Sant’Anna Dionísio, Joaquim de Carvalho, Manuel da Câmara, Fidelino de Figueiredo, António Salgado Júnior, José Régio, Pina Martins, Eduíno de Jesus, Eduardo Lourenço, José Esteves Pereira, Leonel Ribeiro dos Santos, etc. etc, não mais, não mais haveria a dizer, mas de facto cada nova geração tem a obrigação de revisitar os seus maiores e aprofundá-los com as luzes suas e, assim, esta obra de José Calvet de Magalhães, ainda que não indo tão fundo como mereceria nos aspectos mais íntimos de uma biografia, ou nos filosóficos e metafísicos (tal como se observa no capítulo intitulado Tendências Gerais da Filosofia), vale não só por clarificar aspectos da conimbricense e secreta Sociedade do Raio (embora não refira a menos conhecida Ordem dos Mateiros), das estadias em França, do Grupo dos Cinco, das amizades e inimizades e da lenda da santidade (excelentemente pintada no "Um génio que era um Santo", no In Memoriam de Antero de Quental, por Eça de Queirós), como também por conter um capítulo muito bom acerca das relações internacionais na crise Ultramarina e da famigerada Liga Patriótica do Norte.
E, finalmente, esta obra de Calvet Magalhães vale, por nos permitir reviver, numa estruturação fluída, um itinerário único e sempre actual de beleza, sinceridade e ardente demanda da verdade, num corpo a corpo com a morte que a todos espera, mas a qual, para quem bem viveu, "é mais rutilante na sua noite, que a luz do dia" (e assim esperemos transfigurá-la), e sobretudo para quem no Caminho conseguir persistir no sondar dessa tão difícil de ser escutada (pois há que cultivá-la da meditação) voz da Consciência ou talvez melhor do Espírito, do Mestre ou Deus interior, a qual como Antero nos segreda:
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Dia de S. Valentino. Sobre o Amor. Pequeno texto e video...
DO AMOR.
Do amor humano ao espiritual e Divino. No dia do lendário S. Valentino.
S. Valentino, ou do Ocidental Amor
Um S. Valentino ocidental e afectivo, eis uma gentil imagem dos poderes intercomunicativos do Amor, do Eros, do Daimon inspirador...
Que consigamos estar em Amor, Ser Amor...
A more personal and ocidental view of S. Valentine Day, the winged power of Eros, uniting beyond distances souls in Love's embrace or Kiss...
Be Love, be in Love, send Love, emanate Love...
A nice, cute or beautiful image of the awakening of the liberating Love and Compassion, from Gautama at the entrance of the center of the Brahma Kumaris in Ajuda, Lisboa,...
May we become more awakened to the truth in the beings, and attainn Love, in the unity of the spiritual soul of the Cosmos...
Bela imagem búdica, ou seja tanto luminosa como ligada ao arquétipo de Gautama, o Buddha, mostrando ou sugerindo o coração bem aberto e cósmico, o nirvana libertador do Amor...
Tente estar o mais tempo e mais profunda e amplamente possível em amor e verdade, não só com quem gosta mais mas com todos os seres.
Seja um Espírito luminoso vivenciando a Alma do Mundo no seu melhor...
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Dia Nacional do Irão. 11-2-2014. National day of Iran. Poema de Hafiz...
Longa, luminosa e feliz vida para ele e os seus habitantes e Tradição...
Um poema de Hafiz, de Shiraz, sobre o vinho do Amor e do Ser Divino, traduzido por mim,
com a ajuda de amigas iranianas, em Teerão.
Que o Amor escorra, flua, brilhe dentro de nós, e que o nosso sangue, almas e espírito consigam tingir e intensificar mais de amor e sabedoria o vasto horizonte íntimo dos seres...
Logo cai por terra o bazar dos ídolos ilusórios.
Deixei-me tombar, chamando, sobre um monte de pedras,
Na esperança de vir a sentir a ajuda da sua mão.
Caí, como um peixe nas profundezas das águas,
Na esperança de que o Amigo me traria na sua rede
Quem quer que olha para os seus olhos de Luz (Yar) grita:
Eis alguém já inebriado, chamem as autoridades.
Quão feliz é aquela pessoa que, tal como Hafiz,
Mantém no coração o vinho feito antes do pacto de Adão."
| Um cálice, qual o mítico Jaam-e-jam, de Jami e dos mestres espirituais |
| Poema de Hafiz |
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| Abóbada e árvores do mausoléu de Hafiz em Shiraz |
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| Praticando o Istixara, a leitura ao calhas de uma página do Diwan de Hafiz, mas que se abre sob a invocação do seu espírito ou de Deus. |
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| Vista geral do jardim e do monumento a Hafiz, tão amado e cultuado. |
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| Impregnações amorosas.. |
domingo, 9 de fevereiro de 2014
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Projecto Geo toca no palácio dos Aciprestes, em Oeiras, 11-1-2014
GEO | SONS DO MUNDO | HORIZONTES. No Palácio dos Aciprestes, Oeiras, noite de 11-1-2014.
Carlos Alberto Cavaco, Marta Lourenço, Catarina Barão, António Carmo e a Inês Martins tocam....
Horizontes... Do espaço e do tempo, do corpo, alma e espírito...
No fundo ou no firmamente, o horizonte Divino, o Amor Sábio e o Ser Primordial...
Gravação com limitações e obscuridade mas ainda assim com muita Luz e vibrações boas...
Oiça e eleve-se, com alegria, no grande horizonte antenatal...
domingo, 26 de janeiro de 2014
Mouraria, do fado, escadas e janelas.. . Fotografias apenas, Sábado, 25-1-2014
| Entering in the old and enclosed realm of Fado of Mouraria, under medieval houses... Entrar na medievalidade lisboeta ainda é possível: Mouraria... |
| Capas de livros biográfico-romanceados da legendária fadista Severa. Books cover Books covers with images from one of the famous singers of Fado at the end of XVIII, Severa.. |
| As protecções religiosas antigas junto às janelas por onde entra o que aspiramos e inspiramos.. The old religious tils used to protect the houses.. |
| Presas como aves em gaiolas assim estão muitas almas semi-conscientes das suas asas e da liberdade do espírito... Wishing to be free from the cages.... |
| O Fado, ou o canto saudoso Lusitano, sempre terá cultores, lembrando amores e despertando Amor... The basil, as a sacred plant, and the fado, enshrined in nice mural art... |
| Quem canta com as suas forças e frutos encanta... The power of Nature and voice echoes in the walls... |
| Viela estreitas: ad astra per aspera... Climbing Mouraria by small stairs, purifications to merit the heights..- |
| A janela, o véu, a mão, o sinal: Quem nos chama? Saberemos responder? What message wanna give us this hand, suddenly coming out of the window,with the soft breeze that makes our heart dream? |
| Very old and typical houses from the medieval city can be still glimpsed in Mouraria... |
| Curbed, the houses keep some intimacy and still allow the dialogue from window to window, from soul to heart... |
| Places of cult of Fado and Severa, wine and old Lisbon... A alma da Severa ainda persiste como musa nos que cultivam o fado e a sua vida legendária... |



