segunda-feira, 1 de maio de 2023

Pingos Fluidos, nos jardins de Lisboa. Um poema, numa aurora de 1994.


        [1994, dum diário]   Aurora. 

PINGOS FLUIDOS

Os jardins da Lisboa recatada
são despertados pelas odisseias e laudes
desferidas pelos anónimos cantores
que, na linguagem dos pássaros,
se inebriam nos píncaros de suas visões
do resplendor solar e divino.

Quando tentamos com eles vibrar
sentimos o peso do nosso intelecto
incapaz de sublimar todo o cérebro
numa simples canção de amor e louvor.

Fremem de alegria, esfuziantes,
transmissores de ocultas mensagens
que silfos e elementais do ar
lá fabricam com o invisível Espírito.

Nós, adormecidos ou fatigados os corpos,
temos de despertar, aspirar e batalhar
para que a circulação irrompa de novo
e corpo, alma e espírito se realinhem.

Braços e coração abertos ao astro divino,
Cresce no nosso peito oculto resplendor:
Saibamos no dia vencer as limitações
e gerar belas e divinas manifestações! 
 

2 comentários:

Anónimo disse...

Tão belo e delicado poema, alvorecer rosado da alma!

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Graças muitas. Boas inspirações e realizações!