domingo, 7 de maio de 2023

Dia da Mãe de 2023, e do baptismo meu por ela e do meu dela, em 2003. Lux, Amor; e viva a Divindade, fonte de todos nós!

Assim como as mães nos dão à luz na Terra e depois nos amam, alimentam, protegem, ensinam as primeiras letras, educam, inspiram e apoiam, com grande amor e invencível paciência, assim chega a nossa altura de as dar à luz dos mundos subtis e espirituais, rumo à Divindade, quando as ajudamos a partir da Terra chegado o termo da sua peregrinação e missão nela.
Foi em 6 de Outubro de 2003, com 84 anos, depois de ter acompanhado muito bem o marido, gerado e educado nove filhos (e depois netos e netas), e ajudado muita gente, que a minha mãe Maria Higierna Noronha Lencastre da Veiga Teixeira da Mota, foi chamada para o além espiritual e Divino, no meio da família e depois de eu a ter acompanhado ou impulsionado com orações nos momentos finais. Coube-me a mim, o não casado e que lá passava vários dias, ficar a velar o seu corpo de noite, na sua e nossa última casa de família, e assim foi: fiquei a dormir na cama ao lado dela. 
E entre orações e meditações, antes de o cérebro se adormecer, escrevi este texto, que resolvi transcrever em amor e homenagem a ela neste dia da Mãe de 2023, vinte anos passados da desincarnação, mas não de  separação no mundo subtil, de onde os sonhos algo desvendam ou enigmatizam de acontecimentos, ligações e mensagens que vão sucedendo, esperando escrever ou transcrever dela ainda algo para posterioridade na web. 
 
                                
 A fotografia mostra a mãe segurando-me nas mãos, um mês depois de ter nascido, no dia do baptizado, com a madrinha, a prima Quió (filha do tio Zé, irmão mais velho do meu pai) à sua direita, e o padrinho, o eng. Manuel Sá e Melo, casado com a tia Magló Noronha e Távora, ainda nossa prima, atrás dela. Em baixo, sentados, a minha irmã Gica e o meu irmão Zé. Na varanda da casa em Lisboa. O pai identificou e datou o acontecimento nas costas da fotografia. 
 
                                               
 
«Mãe, notre mère, nossa originadora e geradora, partiu há poucas horas deste mundo e casa para os planos espirituais.
Sua alma voga agora luminosa pelos mundos espirituais, embora o seu corpo jaza na cama ao lado parado e com a boca até apertada, sinal de que o seu Verbo agora é outro, o de Cristo, com quem se configurou tanto em vida (bondosa e prestativa) como agora na morte, serena e harmoniosa.
Se me aproximo mais do seu corpo serenamente estendido, sinto o amor e a gratidão por tudo o que fez ou transmitiu, foi e deixou.
- Mãe luminosa, mãe divina, diz o meu peito se o consulto em silêncio ou em receptividade orativa.
Numa casa tão bela, limpa e harmoniosa (no que era ajudada ora pela Rosa ora pela Verónica), só posso também compor o ambiente à sua volta e estar mais atento à harmonia dos locais em que vivo e assim trouxe os dois vasos de flores da sala para o lado do seu corpo (tanto mais que sabemos que as energias subtis das flores lhe fazem bem).
"Aqui atingiu a grande calma, o Mahanirvana, minha mãe", reza a lápide que traço no akasa (éter), neste momento.
A camisa aos losangos pretos e brancos lembra-nos que a vida é um caminho iniciático (de harmonia de polos opostos mas complementariáveis. (Posto) sobre o seu ventre, um ícone de Cristo com o livro sagrado da Lei (ou Dharma ou Amor) na mão lembra-nos o Verbo Infinito que perpassa por nós (e que devemos cultivar criativamente...)
Que privilégio este de dormir com a mãe ao lado, o corpo sereno, a alma liberta e poder passar a noite em orações e talvez viagens astrais mais conscientes.
Quem saberá o que nos reserva esta noite da sua entrada no mundo espiritual e despedida de nós fisicamente?
Adeus, mãe, que vais partindo e elevando-te para o mundo espiritual!
És uma alma luminosa, filha de Deus, amiga dos antepassados e mestres que agora te escoltam para o mundo espiritual. Carlos, Graça (dois irmãos) e o Pai recebem-te. Não estás só, ó neófita, no caminho que entraste, a luz de Deus abençoa-te e os Anjos guiam os teus voos rumo à Montanha Sagrada de Deus.
Mãe, Mãe, os teus filhos te saúdam com gratidão: avança para Deus.»

                                                    

No dia seguinte ainda acrescentei no reverso da folha: «Já nove da manhã. Acendo uma vela nova no altar do seu corpo, dois ramos de rosmaninho (colhidos de fresco), o ícone de Jesus está ao longo do seu corpo, bem como a fotografia (tirada em Panjim, Goa), dos seus avôs, mãe e tios (Noronhas, ao lado).
Deitando-me às 2:40 ao seu lado, na sua cama, acordei uma duas vezes, virando-me então para o seu lado. Sonhos leves, um deles na nossa antiga casa de família...
9:40, há certa fraqueza ou vazio no estômago. A vela a arder, as flores dos dois vasos, a fotografia da família, o ícone de Jesus e a alfazema acompanham-na.
"Mãe, Mãe, Mãe", repito algumas vezes em mente e alma...»

Bênçãos luminosas, gratidão divina, Lux, Amor!