domingo, 9 de outubro de 2022

Poesia espiritual. Da alma peregrina ou guerreira. Por Pedro Teixeira da Mota. Com duas pinturas de Nicholai Roerich

Duas pinturas do russo Nicholai Roerich, acrescentadas ao passar o poema para o blogue

 

Os guerreiros têm por vezes de parar

mas eles nem sabem bem porquê:

Muitas vezes são-no sem  realizar

que toda a vida é incessante lutar.


Escrevias o texto e o vaticínio certeiro

recolhido na torre meditativa mais alta,

Esquecias-te que eras ainda assim guerreiro

e de quando em quando o sangue tem de voar.


O grito do ulema e do alcorão da mesquita,

ou o sino grave do esguio campanário,

não cantam mais alto ou longe no seu fadário

que o teu grito lancinante, ò alma no caminho.


É tão difícil chegar à Terra dos Imortais

Que os seres a colocaram num distante céu,

Mas é no sofrimento e aspiração, ò peregrino,

que galgas limites e te aproximas do Templo.


Na tua imobilidade forçada e ao meditar

sente a tua espada retemperar-se e vibrar

para o teu corpo-alma na Luz ressuscitar.


Sendo tantas as lesões e as manchas roxas,

 que a serenidade amarela da face e da mente

acolha a visitação da morte e renascimento.


Ao passares pelas memórias acumuladas

e nódoas de sangue a esponja do Amor,

Conseguirás doar ao teu corpo o seu frescor

e à mente a finura transparente ao Espírito?


Luta e medita, escreve e ama, ajuda e adora!

                  De Nicholai Roerich, um dos notáveis representantes da grande alma Russa, Hagia Sophia na Euroásia... 

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