quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Um poema na tradição espiritual de Hafiz e da Pérsia, por Pedro Teixeira da Mota, nas vésperas da peregrinação ao Irão em 2013.

Hafiz de Shiraz, 1315-1390

Um poema na linha da tradição persa ou iraniana do Amor e de Hafiz, escrito na preparação para a peregrinação ao Irão, em Abril de 2013.

Fotografia obtida na lápide de Hafiz, no seu mausoléu em Shiraz, em 2013.

Esta tradição do Amor intenso,

que circula discreta e sem rubor,

chama-nos de dentro do coração

a entrar e a cantar a comunhão.


Sermos artesões criativos do Destino

que liga, harmoniza e une terra e céus,

erguendo-nos para além das dúvidas e trevas,

eis a sorte de participarmos nas mil aventuras

da criação amorosa-sábia que em nós se zela.


Hafiz bebeu o vinho do Amor eterno

e extasiou-se na Natureza e na Mulher.

800 anos depois continuamos peregrinos

amando a Natureza Divina, a Mulher e o Amor.


Ergo o meu coração, semi-cerro o olhos,

invoco a Divindade, lanço a oração

que cruza os ares, as horas e cansaços

e entro firme na divina contemplação,

aquela que nos traz a plena satisfação

de sentir bem a Fonte do Amor no coração.


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