domingo, 5 de dezembro de 2021

Peregrinações a monumentos, mistérios e encantos da Beira transmontana. Vilar Maior. 26-29-XI-2021.

A Beira Alta abriu-se-nos durante quatro dias para demandas e diálogos históricos, artísticos e sociais, filosofais e espirituais, organizados por Miguel Esperança Pina, advogado e investigador de história e genealogia, sendo a Casa de família em Vilar Maior a base das peregrinações a vários locais, de que ficaram registos nas fotografias. Os convidados foram Teresa Rebelo, livreira antiquária e investigadora, Duarte Seabra Calado, decorador, e eu. O seu colega Castro e Sola, além da sua mulher Helena e o seu filho Rodrigo (do qual gravei dois vídeos a tocar piano, já no Youtube), a pintora e restauradora Joana Burnay (a trabalhar em campanha ao estilo medieval), bem como a sua vizinha frontal, a professora Mariazinha, participaram também. Dos locais, apenas Sortelha, já que a gravei um vídeo, será contemplada num outro artigo do blogue. A curta selecção de imagens mostra bem a qualidade  histórica e estética que as zonas da Beira transmontana  percorridas oferecem, seleccionadas pelo Miguel: Vilar Maior, com o seu castelo, casas nobres e arredores, Miuzela, Reigada, Almeida e Freineda, quartel-general de Wellington nas invasões francesas, e zona onde ocorreram tantas lutas fortes. Nem todos os mistérios que nos desafiavam foram esclarecidos, embora sem dúvida vestígios, inscrições e sepulturas medievais ou anteriores, bem como desenhos geométricos coloridos no chão, dentro de uma mansão filosofal, foram reconhecidos, contemplados e interagidos. Iniciamos com imagens de Vilar Maior, da casa e terreno, e do seu castelo, importante na Restauração e que primitivamente fora um castro ...

Restos de um monumento antigo, ou apenas pedreira com uma obra inacabada?


   A arte maravilhosa de preparar as pedras e erguer os muros duradouros e belos...
Uma inscrição ainda misteriosa, para alguns ligada a Cid el Campeador...

                                                      


                                                    
                   Espiral em cimento, que foi às subtis espirais telúricas, com alguma beleza,  acrescentada, talhada assim sobre e num campo mórfico ressoante pré-existente..
          
A Teresa Rebelo investigando ou mesmo contemplando os mistérios da luz e da sombra, bem vertical.

 A Torre de Menagem despida dos travejamentos e andares interiores, deixa porém entrar raios de luz bem inspiradores...

Algumas marcas dos pedreiros construtores destacavam-se pela sua originalidade...

            Vilar Maior e os seus belos solares cheios de histórias e afectividades, que se respiram, sentem e tocam, sobretudo quando por eles somos bem guiados...
Aspirações devocionais ou sentimentais bordadas por mãos delicadas, pacientes, talhando suas vestes imortais e de paz...

Simbólica das ligações ou encontros energético-conscienciais  entre a terra e o céu, sobre um leito antigo, num culto do Amor perene...

Relicários protectores há séculos em uso, para doenças humanas e animais, ou não fosse a fé uma energia que, poderosa, voluntariosa, facilmente atrai as inspirações e bênçãos curativas... Jesus e Maria, em gravura do séc. XVIII, e um relicário com restinhos de seres santificados... 
Contemplar o mundo da varanda virada ao sul é sempre uma abertura à luz e à esperança, e dela se podem abençoar ou animar os outros...

A fertilidade da Natureza prolongando-se pelo Outono a dentro com as suas belas cores douradas desvanecendo as sombras das chuvas: marmelos que já só os pobres, peregrinos e donas de casa mais diligentes os recolhem e trabalham
    A bela vila fortificada ou amuralhada de Almeida visitada de noite...

               Uma casa nobre do séc. XVIII, em Reigada, e que se manteve na mesma família sem perturbações e revelando uma continuação de objectos e livros amados, animados animicamente pelos seus possuidores ou leitores..

                Uma das salas bibliotecas, com ambiente ainda do séc. XIX. Alexandre Herculano e Victor Hugo pontificam. Gerações e gerações  aqui leram e dialogaram deixando também manuscritos  significativos...
Ambientes culturais de livros enriquecem-se com pequenos objectos significativos, por vezes de grande delicadeza e carregados de afectividade e amor.
  Encantos em bisquit, que guardam os seus segredos a quem os souber discernir e sentir interiormente clarividentemente.
                                            Arredores de Vilar Maior e seus vestígios antigos...
                                                                Sepultura antropomórfica...
         Um dos belos carvalhos da zona. Castanheiros, nogueiras, oliveiras e marmeleiros abundam...
Peregrinar, per agre, pelos campos ir e das bênçãos divinas se impregnar...

                                           
                                             Uma casa em Miuzela, um alto local miguelista e filosofal...

                        Desenhos geométricos muito perfeitos, cheios de energias subtis e espirituais.
                                                             
                     El-Rei D. Miguel, inspirador de um dos lados da família de Miguel Pina...
            
A ponte de uma das entradas de Vilar Maior..
A casa mór, em Vilar Maior, com partes já existentes no começo do séc. XVI, bem harmoniosa e acolhedora para os melhores diálogos e refeições..
 
                              A casa da Reigada com a sua ampla lareira convivial...
Fotografia da Teresa Rebelo: à direita o Duarte, ao centro o Miguel, e eu.
Finalizemos, invocando as bênçãos da Tradição Espiritual Portuguesa e da Beira transmontana...

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