sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Quem somos ? Das dificuldade e das luzes no caminho para o Espírito e a Divindade...

                                                            

                       Um dos Ensaios Espirituais, que um dia se poderá tornar livro....

Sempre que escrevemos reatamos navegações antigas e tentamos ir mais longe, chegar a mais claras ou subtis compreensões,  descobrindo novos aspectos da vida, da alma, dos seres,  do espírito,  frequentemente tentando sondar mais profunda ou clarificadoramente os mistérios do universo,  as  demandas  perenes da Humanidade.

Mas, embora diariamente milhões de raios cósmicos e solares, pelo sol, a lua, os planetas e as estrelas, desçam sobre a Terra, pouca gente os absorve e se transforma luminosamente pelo que o planeta não está como poderia ou deveria estar, antes pelo contrário sofre muito a pegada semi-descontrolada da humanidade, em muitos quadrantes vendo-se clarões de energias viscosas e violentas envolvendo milhões de seres humanos em sofrimento, pobreza, desigualdade, poluição, conflitos, guerras, fugas, vírus, vacinas, controles, manipulações, autoritarismos e opressões, diminuindo-se assim muito as possibilidades da satisfação das verdadeiras necessidades evolutivas e libertadoras das pessoas...

Pelo que face a tanta manipulação e materialização,  sofrimento e  impotência é natural as pessoas  sentirem-se abusadas, inseguras,  tristes e as personalidades,  frustradas, desenvolverem comportamentos de compensação muitas vezes nocivos ao corpo e alma...

Mas se orarmos e meditarmos suficientemente e regularmente veremos que não somos apenas corpos e seres animais e que na nossa dimensão interior e espiritual há firmeza e paz, e que no centro do peito, no coração espiritual, poderemos ver pelo 3º olho a luz do Espírito e sentir a paz e o amor que provém do Espírito...

Quantos de nós, todavia, face a tanta alienação ou manipulação mediática, e conflito e sofrimento generalizado, conseguem ou se esforçam por sintonizar com o coração espiritual, com o Espírito, com o Divino e, assim, vencer dores, medos, egoísmos, hábitos, receios, dores, calculismos e opressões, de modo a estarmos ora serenos e confiantes, ora até ardermos dinamicamente na chama do amor, da abnegação, das causas e dos ideais?

Como constatamos a personalidade é feita de pensamentos, sentimentos e actos que vão e vêm, e a ela e às interacções mundanas se têm referido os mestres e discípulos orientais como constituindo o campo de maya, limitação, medida, ilusão, impermanência, por contraste com o que é permanente e eterno, a consciência pura, divina, Brahman na Primordialidade absoluta, Atman na individualidade de cada espírito.

É só quando se retira o nosso ser mais para o interior da alma e psique, e estabilizamos minutos e horas em respiração consciente, concentração psico-espirtual e com poucas ondulações de pensamentos (Yoga citta vriti nirodha, dirá Patanjali, nos seus Yoga Sutras [dos quais fiz na Índia uma tradução com o professor Sat Chit Ananda Dhar e que veio a servir de texto dos comentários de Maria, editados nas publicações Maitreya] ,"Yoga é a extinção das vagas de pensamento"), que se sentem estados mais luminosos da consciência e do ser, e que podemos intuir futurantemente, e logo agirmos pelo  amanhã melhor.  Ou seja, pelo que vai resultando de realização dos propósitos primaciais humanos: sermos almas em demando do espírito divino e para sermos fraternos, em justiça, sabedoria, amor, criatividade, solidariedade, unidade...

 Assim, sem  pretensões ou bandeiras utópicas, messiânicas ou quinto imperiais, mas sendo diariamente o que a alma permite desabrochar na interacção auto-consciente constante com o que nos rodeia, ora investigando e trabalhando, ora irradiando amor e serenidade, ora alertando ou entusiasmando, ora admirando ou ironizando, ora sofrendo ou alegrando. Assim iremos conseguindo amar, aprofundar e compartilhar, vencendo os muitos obstáculos e opressões, com discernimento e prudência.

Sim, sermos a estrela do espírito, e não só as claridades acolhidas como reflexos do Maya na sua pluridimensionalidade, ora tão atraente ora tão repulsiva. Sim, sermos mais o Amor puro do que aquele já tingido pelo ego de quem ama ou é amado, tanto mais que  dois seres que conseguem ser unidos pelo  Amor primordial e divino,  no que Ele pode em dois seres individualizados se manifestar criativa e unificadoramente, cumprem aquele preceito magistralmente expresso pelo mestre Jesus, "onde dois ou três se reúnem em meu nome eu estou no meio deles", algo que na oração e meditação individualmente nós também tentamos, seja com a face divina, seja com um mestres, seja com alguém, e que invocamos e sentimos amorosamente, adoradamente.

O  Espírito é a pérola perdida dos hinos gnósticos, o Amor o rio claro que fertiliza as terras e atravessa o céu  das esferas celestiais, e é então em nós o fluir espontâneo, a admiração plena, a dádiva gratuita, a adoração íntima, a gratidão sincera, o fogo ardente da aspiração e da comunhão, que tanto urge acendermos na escuridão de tanta vulgaridade e superficialidade de vida, interesses e conversas...

Sim, na verdade, na essência, cada um de nós é uma estrela, um espírito dotado dessa forma pentagonal que se deve desenvolver, no meio de todas as dificuldade e opressões, como qualidades e claridades, para que nessa frutificação o Amor divino que lhe deu origem esplenda ainda mais naturalmente e plenamente. 

E isto sem necessidade de tanta mistificação ocultista e de vidas passadas e tanta complicação de "esoterice, astrologice, cabalice", antes se realizando pela oração e meditação, invocação dos mestres e anjos, e adoração divina e, claro, uma vida harmoniosa, criativa e interdependente luminosa e libertadoramente.

Sim, cada ser pode e deve sentir-se, reconhecer-se e dizer: - Sou Luz e Amor, sou Amor, sou Eu, sou um Espírito, filho ou filha de Deus, em acção e abnegação, em aspiração, adoração e unificação.

Saibamos amar e dar, aprofundar e compartilhar, com discernimento e sabedoria, com persistência e confiança vencendo os obstáculos, desânimos e desafios

Um novo ano de 2022 de maior justiça e harmonia político-social (tão, tão necessária) e de maior abnegação, criatividade e realização espiritual individualmente, em nós e em todos, e na comunhão do corpo místico da Humanidade e da Divindade.

Símbolos operativos para quem contempla e ama. 2022 bem mais divino em nós.

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