Dia Mundial do Livro de 2020.
I. - Breve reflexão sobre os livros e suas almas, estas que poderemos explicitar como as energias subtis com que eles foram gerados mais as acumuladas ao longo do seu percurso de vida, em geral bem maior que o do ser humano e que têm várias fontes ou proveniências, desde a intencionalidade de quem as gerou psiquicamente até às dos seus leitores-manuseadores, as quais se depositam nos livros com maior ou menor intensidade, ainda que tal nos escape quase completamente, apenas podendo supor-se ou sentir-se algo pelas anotações ou dedicatórias mais sentidas ou assinaladas. Ou ainda que seja, por uma aura indefinida que vive subtilmente nos livros e que se acrescenta à nossa estante, biblioteca ou casa. Ou mesmo à nossa alma, impulsionando-nos para novas modos ou dinamismos de ser e agir, manifestando-se até nos sonhos ou gerando compreensões mais inspiradas...
Saibamos nós cultivar livros já com história, ou mesmo assinados, anotados, seja por nós ou outros, por vezes dialogando mesmo de novo. Ou saibamos ainda volta e meia olhar para trás interiormente e lembrar-nos de alguns livros que mais nos impressionaram...
II - O texto que fotografámos, na última página de um livro editado nos anos 50, produto de uma mentalidade não só de exclusivismo comercial mas também de insensibilidade anímica e cultural, mereceria ser acrescentado ironicamente nessa sua carga: «Defenda a sua virgindade não lendo livros já tocados ou quem sabe influenciados por anteriores leitores, não importando a qualidade das suas anotações visíveis ou invisíveis... Mantenha-se dependente só do que é proposto pelas editoras actuais.... Esqueça-se dos livros antigos, esgotados ou raros e da sua sabedoria...»
Vá lá que o novel corona vírus não tem muitas apetecências culturais e não se fixa nos livros durante algum tempo, senão os livreiros alfarrabistas teriam mais dificuldades em prosseguir a sua nobre missão de transmissores de cultura e de livros já invulgares, raros ou até muito demandados. Mesmo assim as medidas parvas (de parvulas, pequenas) de alguns confinamentos e políticos nem as livrarias deixaram estar abertas diminuindo esse aprivisionamento psíqioco, que contudo a internet em grande medida esbate...
E quem sabe se de novo a mesma frase da fotografia «Defenda sua saúde, não lendo livros usados», não será afixada pelo Amazon ou outros tubarões editoriais como slogan nas capas ou contracapas do livros cor-de-rosa, ou dos trillers de lixo, que tanto ocupam o espaço mental das pessoas onde, ao contrário do que se diz, o saber ocupa lugar. Basta ver quantas pessoa quase se esgotam ao fazer teses, inúteis ou não. E quando o livro é mesmo mau, então rouba mesmo tempo, além de diminuir o discernimento, já tão fragilizado pela lavagem ao cérebro e ataque aos sistema imunitário das notícias televisivas ou radiofónicas. Um bom texto foca o leitor mais na sua ess~encia e na sua melhor caapacidade de compreensão, de Logos.
Seleccione bem ou crie mesmo as suas fontes de informação pessoais. Seja bem criterioso no que lê, ouve ou vê e no que resultará disso...
III - A Tradição Espiritual e Cultural Portuguesa, que vai passando de uns aos outros pela alma, a voz, o contacto e finalmente o livro, está bem patente nesta recolha de artigos de Francisco Peixoto Bourbon que, depois de ter convivido com Fernando Pessoa nos anos trinta, resolvera nos anos 70 e 80 começar a publicar as suas memórias pessoanas em vários jornais de província. Ainda o conheci e visitei nas terras de Basto, pois era amigo de meu pai e de primos, hospedando-me mesmo na sua simpática casa. Correspondemo-nos bastante, conservando eu inúmeras cartas (com a sua letra difícil, mas que deveria mesmo assim publicar...) e numerosos recortes de artigos pessoanos que redigia, pelo que é agradável ver alguns dos seus artigos saídos da efemeridade dos jornais, no caso o Eco de Estremoz, para um corpo mais resistente, o livro Evocando Fernando Pessoa, organizado e prefaciado por um amigo e investigador pessoano bem inquiridor, o José Barreto, que agradece à sua filha Mafalda Bourbon, uma amiga que bem conheço, a gentileza da autorização de publicação.
Um livro a ler-se pelos pessoanos e não só...
III - Recomendar um livro escrito por si próprio, depois dos livros de alfarrabistas e de amigos, é desculpável, pois a fraternidade dos amantes de livros e sua sabedoria é plena de poesia e comunhão e, neste dia Mundial do Livro, porque não ampliarmos também a aura de algum dos nossos tão perdidos ou desapercebidos filhos e suscitarmos nos corpos e almas de pessoas distantes mais algumas aspirações luminosas?
Tal como no de Peixoto Bourbon organizado pelo José Barreto, também neste corre uma transmissão da tradição cultural e até mais espiritual, e já não só portuguesa mas também oriental, derivada das minhas leituras, viagens, contactos, diálogos, meditações, iniciações e realizações.
Está constituído por 33 capítulos ou textos, alguns que já publicara na net, outros que guardava em papel e outros escritos para o livro, sem qualquer aparato de notas ou bibliografia, sem citações de outros a não ser uma outra frase daquelas que levamos de cor, ou seja no coração e para o além, quais lamelas espirituais no peito dos órficos gregos ou os pequenos papiros egípcios de orações para a entrada luminosa no além.
Da Alma ao Espírito se chama, um título bem ambicioso, nalguns capítulos mais original ou conseguido, e que recebeu poucos retornos estimuladores, mas já sabemos que é assim, para aprendermos sentidamente o famoso ensinamento da Bhagavad Gita, 2.47, tens direito à acção, mas não aos seus resultados, bem difícil de se realizar, e que entre nós Antero de Quental foi dos escritores quem mais o valorizou, sobretudo no aspecto de sairmos do nosso egoísmo e entrarmos mais numa dimensão do Bem suprapessoal, pelo que fica-me bem a mim que sou de alguns modos um anteriano tal licção...
Desta Alma ao Espírito há no blogue e no youtube, conferências, diálogos, escritos e transcrições disponíveis. Embora já tenha tido três edições melhoradas e ampliadas saíram apenas ao todo 500 exemplares, havendo ainda alguns, seja nas Publicações Maitreya, no Porto, da amiga Elisa Flora, seja comigo em Lisboa. Quanto à capa é mesmo bela, graças a uma fotografia da amiga e notável fotógrafa Alice Batista, tirada sob o olhar anímico ou em aspiração de sua filha Cristina.
Neste Da Alma ao Espírito será o Espírito, esse grande mistério do ser humano e da Divindade, tão pouco ainda consciencializado nas pessoas, a meta ou fim para onde se encaminham os vários capítulos, pelo menos nos ensinamentos para a alma estar mais harmonizada com o que a rodeia e mais alinhada com a centelha espiritual.
São contributos acerca do que podemos fazer, pensar, sentir, meditar, amar, com a alma, para nos aproximarmos do espírito, para o começarmos a consciencializar e a ver ou sentir volta e meia, eventualmente, nuns momentos, pois tal é na realidade e quotidiano consciencial a nossa identificação excessiva a uma personalidade horizontal e social e a um corpo instintivo ou animal que fatalmente se gera uma distância em relação à profundidade e qualidade do Espírito.
Continuar a investigar e a vivenciar mais tais relações harmoniosas e o Espírito e eventualmente surgir um livro esclarecedor e instrutivo sobre ele, e que não seja mais intelectualizações, imaginações, fantasias, mistificações, papagueamentos e enganos, como tanto abundam nos livros da Nova Era, nas canalizações ou na esoterice portuguesa, é certamente um dos desafios que existem em Portugal e que alguns de nós de certo modo terão e poderão tentar, caso a Ordem do Universo, ou o Mundo Espiritual, o consinta ou mesmo o queira...
I. - Breve reflexão sobre os livros e suas almas, estas que poderemos explicitar como as energias subtis com que eles foram gerados mais as acumuladas ao longo do seu percurso de vida, em geral bem maior que o do ser humano e que têm várias fontes ou proveniências, desde a intencionalidade de quem as gerou psiquicamente até às dos seus leitores-manuseadores, as quais se depositam nos livros com maior ou menor intensidade, ainda que tal nos escape quase completamente, apenas podendo supor-se ou sentir-se algo pelas anotações ou dedicatórias mais sentidas ou assinaladas. Ou ainda que seja, por uma aura indefinida que vive subtilmente nos livros e que se acrescenta à nossa estante, biblioteca ou casa. Ou mesmo à nossa alma, impulsionando-nos para novas modos ou dinamismos de ser e agir, manifestando-se até nos sonhos ou gerando compreensões mais inspiradas...
Saibamos nós cultivar livros já com história, ou mesmo assinados, anotados, seja por nós ou outros, por vezes dialogando mesmo de novo. Ou saibamos ainda volta e meia olhar para trás interiormente e lembrar-nos de alguns livros que mais nos impressionaram...
II - O texto que fotografámos, na última página de um livro editado nos anos 50, produto de uma mentalidade não só de exclusivismo comercial mas também de insensibilidade anímica e cultural, mereceria ser acrescentado ironicamente nessa sua carga: «Defenda a sua virgindade não lendo livros já tocados ou quem sabe influenciados por anteriores leitores, não importando a qualidade das suas anotações visíveis ou invisíveis... Mantenha-se dependente só do que é proposto pelas editoras actuais.... Esqueça-se dos livros antigos, esgotados ou raros e da sua sabedoria...»
Vá lá que o novel corona vírus não tem muitas apetecências culturais e não se fixa nos livros durante algum tempo, senão os livreiros alfarrabistas teriam mais dificuldades em prosseguir a sua nobre missão de transmissores de cultura e de livros já invulgares, raros ou até muito demandados. Mesmo assim as medidas parvas (de parvulas, pequenas) de alguns confinamentos e políticos nem as livrarias deixaram estar abertas diminuindo esse aprivisionamento psíqioco, que contudo a internet em grande medida esbate...
E quem sabe se de novo a mesma frase da fotografia «Defenda sua saúde, não lendo livros usados», não será afixada pelo Amazon ou outros tubarões editoriais como slogan nas capas ou contracapas do livros cor-de-rosa, ou dos trillers de lixo, que tanto ocupam o espaço mental das pessoas onde, ao contrário do que se diz, o saber ocupa lugar. Basta ver quantas pessoa quase se esgotam ao fazer teses, inúteis ou não. E quando o livro é mesmo mau, então rouba mesmo tempo, além de diminuir o discernimento, já tão fragilizado pela lavagem ao cérebro e ataque aos sistema imunitário das notícias televisivas ou radiofónicas. Um bom texto foca o leitor mais na sua ess~encia e na sua melhor caapacidade de compreensão, de Logos.
Seleccione bem ou crie mesmo as suas fontes de informação pessoais. Seja bem criterioso no que lê, ouve ou vê e no que resultará disso...
III - A Tradição Espiritual e Cultural Portuguesa, que vai passando de uns aos outros pela alma, a voz, o contacto e finalmente o livro, está bem patente nesta recolha de artigos de Francisco Peixoto Bourbon que, depois de ter convivido com Fernando Pessoa nos anos trinta, resolvera nos anos 70 e 80 começar a publicar as suas memórias pessoanas em vários jornais de província. Ainda o conheci e visitei nas terras de Basto, pois era amigo de meu pai e de primos, hospedando-me mesmo na sua simpática casa. Correspondemo-nos bastante, conservando eu inúmeras cartas (com a sua letra difícil, mas que deveria mesmo assim publicar...) e numerosos recortes de artigos pessoanos que redigia, pelo que é agradável ver alguns dos seus artigos saídos da efemeridade dos jornais, no caso o Eco de Estremoz, para um corpo mais resistente, o livro Evocando Fernando Pessoa, organizado e prefaciado por um amigo e investigador pessoano bem inquiridor, o José Barreto, que agradece à sua filha Mafalda Bourbon, uma amiga que bem conheço, a gentileza da autorização de publicação.
Um livro a ler-se pelos pessoanos e não só...
III - Recomendar um livro escrito por si próprio, depois dos livros de alfarrabistas e de amigos, é desculpável, pois a fraternidade dos amantes de livros e sua sabedoria é plena de poesia e comunhão e, neste dia Mundial do Livro, porque não ampliarmos também a aura de algum dos nossos tão perdidos ou desapercebidos filhos e suscitarmos nos corpos e almas de pessoas distantes mais algumas aspirações luminosas?
Tal como no de Peixoto Bourbon organizado pelo José Barreto, também neste corre uma transmissão da tradição cultural e até mais espiritual, e já não só portuguesa mas também oriental, derivada das minhas leituras, viagens, contactos, diálogos, meditações, iniciações e realizações.
Está constituído por 33 capítulos ou textos, alguns que já publicara na net, outros que guardava em papel e outros escritos para o livro, sem qualquer aparato de notas ou bibliografia, sem citações de outros a não ser uma outra frase daquelas que levamos de cor, ou seja no coração e para o além, quais lamelas espirituais no peito dos órficos gregos ou os pequenos papiros egípcios de orações para a entrada luminosa no além.
Da Alma ao Espírito se chama, um título bem ambicioso, nalguns capítulos mais original ou conseguido, e que recebeu poucos retornos estimuladores, mas já sabemos que é assim, para aprendermos sentidamente o famoso ensinamento da Bhagavad Gita, 2.47, tens direito à acção, mas não aos seus resultados, bem difícil de se realizar, e que entre nós Antero de Quental foi dos escritores quem mais o valorizou, sobretudo no aspecto de sairmos do nosso egoísmo e entrarmos mais numa dimensão do Bem suprapessoal, pelo que fica-me bem a mim que sou de alguns modos um anteriano tal licção...
Desta Alma ao Espírito há no blogue e no youtube, conferências, diálogos, escritos e transcrições disponíveis. Embora já tenha tido três edições melhoradas e ampliadas saíram apenas ao todo 500 exemplares, havendo ainda alguns, seja nas Publicações Maitreya, no Porto, da amiga Elisa Flora, seja comigo em Lisboa. Quanto à capa é mesmo bela, graças a uma fotografia da amiga e notável fotógrafa Alice Batista, tirada sob o olhar anímico ou em aspiração de sua filha Cristina.
Neste Da Alma ao Espírito será o Espírito, esse grande mistério do ser humano e da Divindade, tão pouco ainda consciencializado nas pessoas, a meta ou fim para onde se encaminham os vários capítulos, pelo menos nos ensinamentos para a alma estar mais harmonizada com o que a rodeia e mais alinhada com a centelha espiritual.
São contributos acerca do que podemos fazer, pensar, sentir, meditar, amar, com a alma, para nos aproximarmos do espírito, para o começarmos a consciencializar e a ver ou sentir volta e meia, eventualmente, nuns momentos, pois tal é na realidade e quotidiano consciencial a nossa identificação excessiva a uma personalidade horizontal e social e a um corpo instintivo ou animal que fatalmente se gera uma distância em relação à profundidade e qualidade do Espírito.
Continuar a investigar e a vivenciar mais tais relações harmoniosas e o Espírito e eventualmente surgir um livro esclarecedor e instrutivo sobre ele, e que não seja mais intelectualizações, imaginações, fantasias, mistificações, papagueamentos e enganos, como tanto abundam nos livros da Nova Era, nas canalizações ou na esoterice portuguesa, é certamente um dos desafios que existem em Portugal e que alguns de nós de certo modo terão e poderão tentar, caso a Ordem do Universo, ou o Mundo Espiritual, o consinta ou mesmo o queira...
IV- Para finalizar, partilhemos fotografias de livros de três autores com quem tenho mais ligação afectiva e espiritual: entre os portugueses Antero de Quental e Fernando Pessoa e entre os estrangeiros o alemão Bô Yin Râ (bem difícil de traduzir, para quem sabe pouco alemão...), os três sendo na verdade aqueles a quem consagrei mais tempo, labor e amor, embora Erasmo, Marsilio Ficino e Pitágoras sejam também outros três seres ou fontes de ensinamentos que bem trabalhei...
Talvez deva referir neste Dia Mundial do Livro de 2020 com tanto confinamento, também quatro outros seres portugueses com quem dialoguei bastante e cujos livros são valiosos, e logo bem dinamizadores ou espiritualizantes: Dalila Pereira da Costa, Sant'Anna Dionísio, Agostinho da Silva e Pina Martins, este mais sobre o Humanismo e a Utopia....
Possamos nós nesta época de mudança, ainda de contornos pouco precisos, em que se celebra o Dia Mundial do Livro de 2020 continuarmos firmes na ligação (ou persistente religação) ao Espírito, aos antepassados, inspiradores, Mestres, Anjos e Divindade, na comunhão dos livros e de outras formas de comunicação do Logos, Inteligência e Amor, que nos une, fortifica e dignifica...
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