segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Colóquio "Orpheu, e agora?" na Casa Fernando Pessoa. A sua demanda espiritual. 16/12/2015.

«Na próxima quarta, dia 16 de Dezembro, das 10h30 às 17h30, o colóquio Orpheu, e agora? traz à Casa Fernando Pessoa  Fernando Moraes Gebra, Annabela Rita, José Blanco, Maria de la Sallette Loureiro, Pedro Teixeira da Mota, Anabela Almeida e Dionísio Vila Maior para fazer o balanço do ano e do legado da Orpheu no contexto das artes luso-brasileiras. Este colóquio é uma organização de Fernando Moraes Gebra, Universidade Federal de Fronteira Sul, CLEPUL/Universidade de Lisboa e CFP.
Segue-se um texto do enquadramento paisagístico previsível da minha intervenção interseccionista:
A sensibilidade e o conhecimento ocultista de Fernando Pessoa são visíveis desde muito novo e na época de Orpheu (1915) estavam razoavelmente desenvolvidos pelo que, naturalmente, tal sensibilidade e conhecimento perpassam pelos "movimentos" que então lançava, nomeadamente o Paulismo, o Intercessionismo, o Sensacionismo, o  Paganismo transcendentalista, a que poderemos juntar, ao estar presente em Orpheu, o Vertiginismo de Raul Leal, um adepto também do ocultismo e que veio mesmo a ser iniciado por Alesteir Crowley em 1930.
Como conhecedores das Ciências Ocultas ou do Hermetismo deveremos ainda juntar Almada Negreiros, Augusto Ferreira Gomes, Augusto de Santa Rita, Armando Côrtes-Rodrigues, este pela sua "profunda religiosidade". 
Todavia, transversal a todos os participantes dos três números da revista está uma clara adesão ao que Fernando Pessoa e Sá-Carneiro propugnavam como o movimento de síntese cosmopolita e universal, o Sensacionismo, que absorve de certo modo o Interseccionismo anterior, os quais, na doutrinação que Fernando Pessoa foi escrevendo ao longo do tempo, talvez por vezes eco de diálogos com os seus companheiros ou adeptos, são frequentemente ligados ou baseados nos conhecimentos do Ocultismo sobre a intermediarização entre a realidade física e a subtil ou mesmo espiritual e divina.
Mesmo a aventura criativa dos seus três grandes heterónimos se pode ver como um acto ocultista mágico, estruturado astrologicamente e em termos dos quatro elementos, e com intersecções, e alcandorado no final da sua vida a graus de iniciação, como ele próprio nos diz em manuscritos que dei à luz pela primeira vez em Moral Regras de Vida, Condições de Iniciação, 1988.
Esta persistente procura da Verdade através dos ensinamentos dos Mistérios da antiguidade, do esoterismo das Religiões e Literaturas, da Gnose e das Ordens, Associações secretas e ocultistas ou hermetistas posteriores e, na época, das traduções de Teosofia que teve de fazer, ficou patente em centenas de escritos ocultistas que deixou inéditos e em vários poemas de mesmo teor, que poderemos também designar por esotéricos, herméticos, iniciáticos e espirituais, e foi mais clara e publicamente afirmada no último ano sua vida não só na Mensagem e na defesa da liberdade das Associações Secretas, no caso a Maçonaria, como também nas suas notas autobiográficas onde se afirma mesmo iniciado na Ordem Templária de Portugal, para a qual muito trabalhou.
Passados 100 anos de Orpheu, mítico nome de um iniciado e iniciador dos mistérios órficos, a obra ocultista e espiritual de Fernando Pessoa continua em publicações, colóquios e obras de arte a dar frutos (falaremos dalguns brevemente) mostrando-nos assim que Orpheu nos seus diversos níveis não morreu, é inextinguível e que o É a Hora pode continuar a ser clamado ou mesmo vivido sensacionística ou ocultamente.
Nesta nossa intervenção contextualizaremos afirmações e teorizações sobre o Sensacionismo/Interseccionismo e a revista Orpheu com os conhecimentos ocultos e iniciáticos que Fernando Pessoa admitia, buscava e em parte realizara. E comentaremos brevemente os contributos de Raul Leal e Thomaz de Almeida.
Da Lua, dita mansão dos mortos, chegam-nos vislumbres dos passos e aspirações, para não dizer ânsias, do poeta em relação à realização das  múltiplas forças anímicas que nos deixou em testamento...

sábado, 12 de dezembro de 2015

Marcha pela Justiça Climática. Lisboa, 12-12-2015


A 12 de Dezembro de 2015, no final da histórica Cimeira Climática de Paris, e esperemos que sejam implementadas algumas auto-regulações salvíficas para que a crise climática e ambiental não se torne cada vez mais destrutiva e irreversível globalmente, vários grupos de portugueses, apenas amigos ou já associados ou partidarizados, mais despertos e conscientes, mais lúcidos e abnegados, menos preguiçosos e consumistas, resolveram em uníssono com o que se passava em Paris e no mundo dar a cara, as pernas, os braços, a voz e a alma, e o tempo, pela causa da Humanidade e do Planeta, da Ecologia e do Futuro, e foi pena que fossem poucos os presentes. Mas como já diz o ditado popular: «mais vale poucos mas bons». 
Pode ser que na próxima manifestação ou marcha sejam mais almas a quererem despertar e a lutar ou sair da alienação que o Sistema que está a destruir o planeta tenta impor através dos seus muito tentáculos, chamem-se eles TTIP, Monsanto, Sygenta, BBC ou CNN, ou a Shell, ou a Blackwaters, ou ainda Morgans e outros cartéis financeiros, ou finalmente a mafia do petrodólar que tem posto o Médio Oriente a ferro e fogo, apoiada até pelas ditas ocidentais e pseudo-cristãs NATO e União Europeia.... 

Façamos um ponto final sobre a hipocrisia da USA, da Turquia, da Arábia Saudita e dos mais aliados deles, tão daninha para o planeta e para o clima...
Seguem-se imagens, homenageando as pessoas presentes e as ideias pelas quais lutam e vivem e que foram sendo partilhadas em animados diálogos ou palavras de ordem na marcha do Marquês de Pombal até ao Rossio e depois por alguns oradores diante do histórico teatro Dona Maria, tão associado a Almeida Garret, um tribuno e lutador da Liberdade que certamente teria associado o seu Logos ou Palavra se estivesse vivo, tal como fez Antero de Quental, aquando da Liga Patriótica do Norte, erguida pelos estudantes contra o humilhante Ultimatum inglês de 1891.

Da literatura, mais ou menos panfletária, distribuida durante a manifestação recebida destaque para a do Geota, "Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente", no Facebook /rioslivres ou www.geota.pt, lutando em especial pela preservação dos rios e da sua fauna e flora e contra o loby das cimenteiras e barragens e ainda a do "Vamos salvar o Jamor" (salvarjamor.net) onde se está a preparar mais uma destruição do património natural grave.
Despertar e manifestar a cidadania ecológica é fundamental para o desenvolvimento anímico individual e social e para um melhor futuro da Mãe Terra e da pluralidade infinita de seres que alberga no seu seio benigno e gracioso...

o Álvaro Fonseca e um outro professor amigo, ecologistas bem lúcidos
                                       
































































Por um Portugal Verde. Geota e a defesa dos rios e dos seus eco-sistemas: " Rios em risco. Já temos 231 grandes barragens». Em construção está a criminosa (e talvez por isso já com vários acidentes mortais profissionais) barragem do Tua que acabou com um rio livre, 20 kms da centenária e belíssima linha ferroviária do Tua, e vai destruir  os ecosistemas e a fauna da zona. Há que deter o avanço das barragens aprovadas de Alto do Tâmega, Gouvães e Fridão, utéis à EDP, Iberdola e Endesa e aos lobies cimenteiros e que iriam destruir o mítico e céltico Tâmega e as suas ninfas e deusas curativas, isto é, as suas energias saudáveis, harmonizadoras e libertadoras. Os corruptos gestores das grandes empresas, aliados a vários políticos e banqueiros, conseguiram destruir muito de Portugal, para além de roubarem imenso os portugueses. Uma tragédia...