sexta-feira, 13 de junho de 2025

Os textos ou posts dos usuários do Facebook, que não são permitidos partilhar "na tua história" (Público)". O ataque de Israel ao Irão

                                                    

 Um dos  textos ou posts dos usuários do Facebook e que este ou as secretas norte-americanas ou israelitas não permitem partilhar "na  tua história", alegando um erro técnico, captei-o do fluxo da página inicial (13 de Junho) e traduzi-o do inglês, com leves acrescentos meus entre colchetes [ ]. É explicável tal censura, pois estão a exercer o controle da disseminação de informação que não segue a narrativa oficial ocidental manipuladora da realidade. Os acrescentos que fiz mostram as minhas visões e causalidades diferentes das que o articulista anónimo do artigo assumiu e teceu. O original em inglês encontrará no fim. O dia 13 foi fértil neste tipo de censuras pois o texto Pax israelensis de Manuel Loff, publicado no jornal O Público no dia 11 ainda antes do ataque de Israel e partilhado por Graça Nascimento foi também travado de ser partilhado "na tua história (Publico)" alegando-se hipocritamente o mesmo "Ups, ocorreu um erro. Estamos a tentar resolvê-lo o mais depressa possível...". Eis o texto anónimo inglês:

«Israel bombardeou o Irão, assassinando altos líderes militares e [seis] cientistas nucleares [além das suas famílias, que incluíam crianças. E não referiremos as mortes por vizinhança dos bombardeamentos. Consta que à volta de uma centena de mortos, por enquanto, pois o conflito ou já guerra continua e armamento não faltará, dado que os USA estão a fornecer amplamente o regime de Netanyahu.]
Esta foi uma crise fabricada — programada, planeada e aprovada pelos EUA [e Israel]. [Tucker Carlson já veio criticar Donald Trump por tal, assim como Bernie Sanders, este 
opondo-se vigorosamente  ao apoio norte-americano ao que ele denomina extremista Netanyahu].
Eis o que eles não querem que se veja: 🧵
Apenas 48 horas antes da retomada das negociações nucleares entre os EUA e o Irão, Israel lançou o seu maior ataque de sempre em solo iraniano — atingindo instalações nucleares, aeroportos e residências.
O objetivo? Acabar com o acordo. Intensificar a guerra. E [se for preciso] arrastar [mais directa e claramente] os EUA para ela.
Este ataque não surgiu do nada.
Os EUA evacuaram [alguns funcionários das] embaixadas.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica] aprovou uma censura contra o Irão. [para além de se ter descoberto que andou a passar informação sensível para Israel]
E o enviado de Trump ao Médio Oriente disse que um ataque estava «a caminho».
Israel lançou o bombardeamento menos de um dia após a votação da AIEA. Foi planeado.
📌 A mentira por trás de tudo isso?
Que o Irão está a construir uma arma nuclear. Mas:
🔹 Os serviços secretos dos EUA afirmam que o Irão suspendeu o seu programa de armas em 2003.
🔹 O Irão permite inspeções.
🔹 Ofereceu-se para regressar ao acordo de 2015 que Trump romp
eu.
🔹 Israel? Tem armas nucleares. Não permite inspeções. Nem sequer faz parte do TNP. [Tratado de Não Proliferação]
Isto não tem a ver com armas nucleares. Tem a ver com controlo.
Os EUA exigem que o Irão renuncie ao direito de enriquecer urânio — mesmo para energia civil — sabendo muito bem que isso é uma linha vermelha.
📌 Isso não é diplomacia. É sabotagem.
Os ataques aéreos de Israel não vão parar o programa nuclear do Irão — os especialistas concordam. [Optimismo, pois provavelmente Irão e Israel vão ficar bastante afectados e, se USA entrar directamente, certamente o Irão muito mais.]
Então, porquê fazê-lo?
Porque provoca retaliação.
O que dá a Israel e aos EUA a desculpa para escalar.
Esta é a verdadeira estratégia: forçar o Irão a replicar ou retaliar e, depois, chamar isso de guerra.[Ou poderem começar uma nova guerra do Iraque, pois Saddam possuiria armas nucleares. Só que agora já não é possuir mas poderem vir a possuir... Que hipocrisia a dos governantes Ocidentais e sionistas]
📌 Netanyahu está encurralado politicamente.
O seu governo está a desmoronar-se.
A pressão está a aumentar para parar o genocídio em Gaza.
Então, o que ele faz?
Começa uma guerra com o Irão.
Adias as eleições.
Mudas de assunto.
E chama isso de «autodefesa».
E enquanto o mundo [manipulado, alienado e sionizado] olha para o Irão...[como o grande perigo e inimigo a abater]
🔹Gaza está em apagão total
🔹Israel atira [e mata os] palestinianos famintos em locais de ajuda humanitária [utilizando para isso até os terroristas do Isis bem pagos para tal, como já se comprovou]
🔹A Cisjordânia está bloqueada
🔹Os assentamentos de colonos [sionistas violentamente anti-palestinanos] expandem-se
🔹Casas são destruídas
🔹Campos de refugiados inteiros estão a ser esvaziados, ou violentados com mortos e feridos a lamentar-se...
📌 
Os EUA dizem que não aprovaram o ataque de Israel. Mas:
✔️ Deram avisos prévios
✔️ Coordenaram movimentos militares
✔️ Continuam a armar Israel e a bloquear a ação da ONU
✔️ E tornaram esta crise possível ao acabar com o acordo nuclear
Agora, o risco de uma guerra total é real.
E para quê?
Não é uma amea
ça nuclear real.
Não é uma neces
sidade defensiva.
Mas para proteger o apartheid, enterrar o genocídio e manter o império americano em vida, [e fazer o projecto do grande Israel avançar. Israel controla os dois partidos norte-americanos, pois corrompeu-os completamente e tem conseguido assassinar todos os principais dirigentes políticos, militares ou científicos que denunciam e se opõem ao  sionismo racista e fanático, invejoso da lata civilização persa iraniana e desejosos talvez de arrasar com Persepolis, as sagradas mesquitas de Isfahan e de Qoom, os túmulos-mausoléus de Saadi, Hafiz ou Ruzbehan de Balk, onde eu peregrinei admirei, meditei e dialoguei.]

Original version:  «Israel bombed Iran, assassinating top military leaders and nuclear scientists.
This was a manufactured crisis — timed, planned, and approved by the U.S.
Here’s what they don’t want you to see:

Just 48 hours before U.S.-Iran nuclear talks were set to resume, Israel launched its biggest-ever strike on Iranian soil — hitting nuclear sites, airports, and homes.
The goal? Kill the deal. Escalate the war. And drag America in.
This attack didn’t come out of nowhere.
The U.S. evacuated embassies.
The IAEA passed a censure against Iran.
And Trump’s envoy said a strike was “coming.”
Israel launched the bombing less than a day after the IAEA vote. It was planned.

The lie behind all this?
That Iran is building a nuclear weapon.
But:
U.S. intel says Iran halted its weapons program in 2003
Iran allows inspections
It offered to return to the 2015 deal Trump tore up
Israel? Has nukes. No inspections. Not even in the NPT.
This isn’t about nukes. It’s about control.
The U.S. demands Iran give up the right to enrich uranium — even for civilian energy — knowing full well it’s a red line.

That’s not diplomacy. It’s sabotage.
Israel’s airstrikes won’t stop Iran’s nuclear program — experts agree.
So why do it?
Because it provokes retaliation.
Which gives Israel and the U.S. the excuse to escalate.
This is the real strategy: force Iran to fire back, then call it war.

Netanyahu is cornered politically.
His government is collapsing.
Pressure is rising to stop the Gaza genocide.
So what does he do?
Start a war with Iran.
Delay elections.
Change the subject.
And call it “self-defense.”
And while the world stares at Iran…
Gaza is in total blackout
Israel shoots starving Palestinians at aid sites
The West Bank is locked down
Settlements expand
Homes are razed
Entire refugee camps are being emptied

The U.S. says it didn’t approve Israel’s attack.
But:
It gave advance warnings
It coordinated military movement
It continues arming Israel and blocking UN action
And it made this crisis possible by killing the nuclear deal
Now the risk of all-out war is real.
And for what?
Not a real nuclear threat.
Not a defensive need.
But to protect apartheid, bury genocide, and keep American empire on life support.»

 O texto inicial foi traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com, dos melhores.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Amizades vivas ou eternas, jogo da Oca, corpo de Glória e tradição Pitagórica nos tempos actuais.

 Amizades eternas são aquelas em que o Amor ardeu tanto que a sua substância divina  alquimizou, dourou e uniu as almas para sempre, ou quando elas o querem sentir e reactualizar. 

Amizades vivas são aquelas em que o entusiasmo arde forte e reciprocamente  e   permitem um contacto próximo ou até unitivo.  Nelas sentimos também algo dos mistérios  da criação, da gestação, tal como Miguel Ângelo representou na capela Sistina: Deus esticando o dedo até Adão. Talvez ainda uma melhor leitura do que a literal  de Deus realizando a criação humana, será a escatológica que nos diz que mesmo tendo os espíritos já entrado no ciclo mundano e terreno e cada vez mais se materializado, Deus, ou o Princípio Divino, transcendente e imanente,  ainda quer e permite que  os que estão afastados Dele o respirem, oram, invoquem, adorem... 

Tomando tal à letra, alguns de nós esticam os dedos, as mãos, os braços, os pulmões e lançam do seu peito ígneas chamas de aspiração a Deus e ao Amor,  Fontes da Vida e Plenitude, por entre tanta desagregação dos vínculos sãos da convivialidade humana. 

"Bem aventurados os puros do coração porque eles verão a Deus", foi dito, animando-nos a polir o coração, a tentar entrar dentro dele, a clamar a partir dele, a humildificar-nos nele. 

Tal dito anima-nos a procurar a pureza do coração, a sua limpeza, o desembaciamento dos vapores passionais ou aflitivos da vida, ou mesmo o seu desemparedamento dos tijolos do egoísmo nas suas diversas formas, objectivos que a aspiração a Deus consegue mais ou menos, sobretudo se for secundada pela correcta acção de querer e fazer o bem, ou se a dois ou em grupo mais sentimos a abnegação do Amor.

A meditação, com a ascese ou sobriedade, a respiração, a aspiração e a oração, são  os meios principais de limpeza da psique e logo dos seus órgãos principais: o coração afectivo que aspira, deseja, ama, entrega-se e o olho espiritual do discernimento, da concentração e que se abre, vê e recebe...

Na tradição indiana yóguica chauchaem sânscrito, significa  a pureza, a qual,  secundada pelo contentamento, santosha, e por tapas, o ardor ascético de desprendimento dos bens do mundo e da aspiração à comunhão espiritual e divina, ajuda a controlarmos,  transformarmos e melhorarmos o nosso ser, comunicando-se tal em certa medida aos que nos rodeiam, estão mais afins e ressoantes, ou amamos. 

Pessoas que conhecemos ou que avistamos são muitas, mas poucas são as  mais afins  nas tonalidades da alma, na ressonância recíproca de vibrações e aspirações, de vozes e interesses, de criatividades e  respostas aos conflitos do mundo. É a proximidade ou semelhança de tais sensibilidades que nos aproximam e permitem o desabrochar dessa flor tão rara da amizade, o Amor, o qual liga a base ao cume da montanha e que se inicia numa atração recíproca admirativa, se fortalece nos trabalhos em comum e se apura na responsabilização do não fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fizessem e que culmina no fazer o máximo de bem pelo outro para que seja salutarmente feliz, e consigamos alcançar a unidade amorosa em sintonia espiritual e divina, isto é, na Verdade. 

No adjectivo salutar, do verbo salutare, que tanto significa saudar como salvar, está a grande arte da vida mais perfeita, este jogo da Oca, de dados que diariamente  durante vinte e quatro horas, despertos ou a sonhar, são lançados numa dança de interacções fabulosas e inesgotável na sua representação e  hermenêutica, algo que os pitagóricos destacavam e trabalhavam, quando ao fim do dia reviam o que tinham feito e o que fora melhor ou pior sentido ou realizado, e se arrependiam ou alegravam. 

Discernirmos então diariamente que semente lançar, e com que força e intenção, é bem importante, sobretudo se aceitamos ou intuirmos que a vida é mesmo um grande jogo da Oca ou da Glória, doxa, palavra grega que significa Luz a qual é no fundo a substância de cada momento ou estado da vida e da consciência: mais ou menos luminoso e que vai desenvolvendo e fortificando o corpo da imortalidade consciente ou da Glória...

Sem nos desviarmos  para a ideia de conceber um jogo da Glória para crianças ou adolescentes, ou da vida de Antero de Quental ou Fernando Pessoa, regressemos aos dados diários lançados, lembrando-nos que podemos observá-los com a imparcialidade do observador no cimo da montanha vendo os acontecimentos desenrolando-se, posicionados no alto ou no centro da roda da Fortuna.

Os antigos pitagóricos, assim como ao findar do dia reviam os acontecimentos que tinham vivido, porque assim desenrolavam e sacudiam o tapete das cinzas das impressões e imagens do dia, para regressarem de novo ao esplendor da criança pura que adormece serena e em cada dia renasce e parte para um novo ciclo, não de apenas vinte duas horas ou cartas do Tarot mas de todo o tempo vivido e por viver, assim de manhã meditavam (relembrando por vezes seus sonhos), e abriam-se aos novos raios psico-solares e intuíam o que deveriam fazer ou até quem encontrar e o que despertariam mais no seu ser e irradiariam subtilmente para o universo, em subtis e  insuspeitadas comunhões. 

Muitos dirigiam-se ao Sol, ao Logos, ao Sol Invictus, visível ou invisível, respirando-o e pedindo as suas bênçãos e inspirações, pois no Sol físico viam a imagem visível da Divindade,  a mais pura e adequada de se adorar a Deus, e nele venerar os Seus mais próximos ou vizinhos (como lhes chamava Erasmo), mensageiros, angelos, até para que o seu olho espiritual se lhes abrisse mais na luz espiritual. 

Outros pitagóricos intensificam mais o cálice do seu peito e coração, e comungam na devoção e nas luzes coloridas que recebem, e desejam que os seres mais afins com tal Luz possam vir a acolhê-la também e  assim poderem na união que faz força comungarem melhor do espírito da verdade, de Deus e seu Amor.

Uma milícia de seres puros, uma satsanga luminosa, era e é um desiderato salutar de todos os tempos, pois são muitas as forças em conflito e em  nós a Luz tem que se unir ou reunir para brilhar mais e igualmente ajudar a clarificar tanta alma manipulada, alienada, infrahumanizada, de modo a diminuirmos a ignorância, a violência e o sofrimento, contribuindo-se para a tarefa criativa de se harmonizar  a Humanidade, a Terra, o Cosmos, e a Divindade. Nestes tempos de tão grande conflito entre as forças opressivas e as libertadoras, informe-se então muito bem e medite  para se fortalecer, equilibrar e abrir à Luz, à Verdade e à Divindade.

De Nicholai Roerich: O Eterno Feminino, o Espírito Santo, o Amor, atraindo e unindo as almas afins...

terça-feira, 10 de junho de 2025

10 de Junho, dia de Portugal e da amizade perene com a Rússia. O tratado de 1798, em parte transcrito e contextualizado na história desta amizade ígnea ou de corações.

 Os testemunhos de relações directas entre Portugal e a Rússia começam no século XVIII, com os contactos entre a Academia das Ciências de Lisboa e a de São Petersburgo, bem como os de alguns portugueses que estiveram na Rússia. Segundo  o livro e a exposição Relações entre Portugal e a Rússia, séculos XVIII a XX, Lisboa, 1999, o 1º documento é de 1720, de A. De Vieira, agente do czar Pedro o Grande (1672-1725) . O 2º é do Abade Tomás da Silva Avelar, de 1724, enviado a Paris e daí a Moscovo, para a coroação da Rainha Catarina I. O 3º do médico e filósofo Ribeiro Sanches, de 1735. O 4º o do envio da Academia das Ciências de Petersburgo de dez volumes de obras  para o conde da Ericeira, presidente da Academia das Ciências. O estabelecimento das relações diplomáticas começará em 1770 e concretiza-se em 1779 com a nomeação tanto do primeiro ministro plenipotenciário na corte de S. Petersburgo, Francisco José Horta de Machado (1746-1817) como do ministro plenipotenciário da Rússia em Portugal, Guilherme Nesselro.

Francisco José Horta de Machado. Pintura da família dos Condes de Alte e de Marin. 

Alexandre, Príncipe de Bezborodko, Chanceler, o lider diplomático Russo.
 Do contacto diplomático presencial e estável e das necessidades de dois povos dinâmicos e navegantes nasceu o Tratado de Amizade, Navegação e de Comércio entre as duas monarquias da Rússia e Portugal e que foi assinado em Lisboa e Pavlesk em Dezembro de 1798, e dado à luz em Lisboa no ano de 1800 na Régia Oficina Tipográfica, num in-4º de 65 páginas, bilingue Português e Francês.

Ora nestes tempos de cegueira e inveja russófoba da direcção da União Europeia e da NATO convém homenageá-lo e relembrá-lo no seu pioneirismo, tanto mais que ao longo do tempo houve valiosos negócios e diálogos entre os dois povos irmãos, com vários portugueses viajando até à Rússia ou interessando-se pela sua civilização, arte (por exemplo, Bilibin e Nicholai Roerich), ciência e literatura (em especial Tolstoi e Dostoievsky), e deles mencionaremos José Silvestre Ribeiro, Jaime de Magalhães Lima, Jaime Batalha Reis, Visconde de Figanière, César Porto (A Rússia, hoje e amanhã, 1929: "Ó Rússia como não te hei-de amar") Alfredo Apell, Leonardo Coimbra, Raul Fontes, Fernando Namora e Rómulo de Carvalho.

Nestes tempos em que a União Europeia, a NATO e os USA procuram vencer e desagregar a Rússia à custa do trágico conflito na Ucrânia, e com a maioria dos portugueses televisivamente amilhazados e governamentalmente manipulados e escravizados, é bem possível que a 3º grande Guerra aconteça, pois tal é o desígnio da oligarquia infrahumanista e dos seus tentáculos de instituições (o denominado Deep State) e grupos de pressão, que tentam alienar e sujeitar os cidadãos. Fica o aviso nestes tempos de decadência ética, cultural, civilizacional e de discernimento, que falta em tanta gente boa mas amilhazada e alienada violentamente contra a Rússia e a sua luta contra os extremistas ucranianos e a expansão da NATO e do globalismo neoliberal infrahumanista do Fórum Económico Mundial e &.

                                           

 TRATADO DE AMIZADE, NAVEGAÇÃO, E COMÉRCIO      renovado entre PORTUGAL e a RÚSSIA, e assinado em Petersburgo aos 16/27 de dezembro de 1798.


NÓS DONA MARIA, Por graça de Deus Rainha de Portugal, e dos Algarves, d'aquém, e d'além mar, em África Senhora, de Guiné, e da Conquista, Navegação, e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia, etc. Fazemos saber a todos os que a presente Carta de Renovação, Confirmação, Aprovação e Ratificação virem: Que em 16/27 de Dezembro do ano de mil setecentos noventa e oito próximo precedente se concluiu, e assinou em São Petersburgo a renovação do Tratado de Amizade, de Navegação e de Comércio de 9 de Dezembro do ano de mil setecentos oitenta e sete entre Nós, e o Sereníssimo, e Potentíssimo Senhor Paulo I, Imperador, e Autocrator de Todas as Rússias, Irmão Nosso Caríssimo; sendo Plenipotenciários para este efeito da Nossa parte, Francisco José de Horta Machado, do Nosso Conselho, Nosso Ministro Plenipotenciário junto a Sua Majestade Imperial de Todas as Rússias, e Comendador da Ordem de Cristo; e por parte de Sua Majestade o Imperador de Todas as Rússias, Alexandre Príncipe de Bezborodko, Chanceler, Conselheiro Privado actual, Senador, Director Geral das Postas [Correios], e Cavaleiro das Ordens de Santo André, de Santo Alexandre Newsky, e de Santa Ana, e Grão Cruz das de São João de Jerusalém, e de São Vladimir da Primeira Classe; Victor de Kotschoubey, Vice-Chanceler, Conselheiro Privado actual, Camarista actual, Cavaleiro de Santo Alexandre Newsky e Grão-cruz de de São Vladimir da segunda Classe; Theodoro de RostopinConselheiro Privado actual, Membro do Colégio dos Negócios Estrangeiros,  Cavaleiro da Ordem  de São Alexandre Newsky, e da de Santa Ana da primeira Classe; e Pedro de Soimonnoff, Conselheiro Privado actual, Senador Presidente do Colégio de Comércio, Cavaleiro da Ordem  de São Alexandre Newsky, e de Santa Ana da primeira Classe, e Grão da Cruz da de São Vladimir da segunda Classe, da qual renovação do Tratado o teor é o seguinte:

           Em nome da Santíssima, e Indivisível Trindade.

Sua Majestade Fidelíssima a Rainha de Portugal e sua Majestade o Imperador de Todas as Rússias, vendo com grande satisfação que o Tratado da Amizade, de Navegação e de Comércio concluído entre Elas, seus Vassalos, Estados, e Domínios respectivos a 9/20 de Dezembro de 1787, começou a aumentar os vínculos mercantis entre Portugal, e a Rússia; e igualmente animados do desejo de continuarem a promover a Indústria, o Comércio e a Navegação directa dos seus Vassalos, Estados, e resolveram renovar o sobredito Tratado. E nesta Consideração, elegeram, e nomearam por seus Plenipotenciários, a saber: Sua Majestade Fidelíssima a Rainha de Portugal, ao Senhor Francisco José de Horta Machado, do seu Conselho, seu Ministro Plenipotenciário junto a Sua Majestade e o Imperador de todas as Rússias, e Comendador da Ordem de Cristo, e Sua Majestade o Imperador de todas as Rússias ao Senhor Alexandre Príncipe de BezborodkoChanceler, Conselheiro Privado actual, Senador, Director Geral das Postas, e Cavaleiro das Ordens de Santo André, de Santo Alexandre Newsky, de Santa Anna, e Grã Cruz das de S.João de Jerusalém, e de São Vladimir da primeira classe; Senhor Victor de Kotschoubey, Vice-Chanceler, Conselheiro Privado actual, Camarista actual, Cavaleiro de Santo Alexandre Newsky, e Grão Cruz da de São Vladimir de segunda classe; e ao Senhor Pedro de Soimonoff, Conselheiro Privado actual; Senador Presidente do Colégio do Comércio,  Cavaleiro de Santo Alexandre Newsky, e Grão Cruz da de São Vladimir de segunda classe; os quais Plenipotenciários depois de se haverem respectivamente comunicado os seus plenos poderes, entraram em conferência; e tendo maduramente deliberado sobre a matéria, concluíram e ajustaram os Artigos seguintes.

 ARTIGO I. 

«Haverá entre Suas Majestades a Rainha de Portugal, e o Imperador de todas as Rússias, seus Herdeiros, e Sucessores, de uma, e outra parte, assim como entre seus Vassalos, uma paz perpétua, boa inteligência, e perfeita amizade, para o que as  Partes Contratantes se obrigam tanto por si, como por todos os seus Vassalos, sem excepção, a tratar-se reciprocamente como bons amigos em todas as ocasiões, tanto por mar, como por terra,  e águas doces; e não só a evitar tudo o que possa redundar em prejuízo  de uns, e de outros, mas a ajudar-se mutuamente por todas as sortes de bons Ofícios, sobre tudo no que toca à Navegação e ao Comércio.»

ARTIGO II.

«Os Vassalos Portugueses gozarão na Rússia de uma perfeita liberdade de consciência, segundo os princípios da absoluta tolerância que ali se concede a todas as religiões, podendo livremente satisfazer aos deveres, e dar-se ao Culto da sua Religião tanto em suas própria casas, como nas Igreja públicas que ali se acham estabelecidas, sem experimentar jamais a este respeito a menor dificuldade.
Os Vassalos
Russianos não serão do mesmo modo jamais perturbados, nem inquietados em Portugal, pelo que toca à sua Religião; e observar-se-á para com eles a este respeito o que se pratica com os Vassalos das outras Nações de uma Comunhão diferente, sobre tudo com os Súbditos da Grã Bretanha.»

ARTIGO III. 

 «Suas ditas Majestades se obrigam mutuamente a procurar aos Vassalos respectivos de uma, e de Outra todas as facilidades, assistência, e protecção necessárias para o progresso do seu Comércio recíproco, e sobretudo da Navegação directa entre os dois Estados em todos os lugares dos seus Domínios, em que a Navegação, e o Comércio forem para o futuro permitidos a outras nações.»

ARTIGO VI, diminui o valor dos  impostos para os vinhos de produção de Portugal, das Ilhas da Madeira e dos Açores, bem como do sal.

ARTIGO VII, diminui as tarifas para «as produções da Rússia em baixo especificadas, quando elas forem transportadas directamente em Navios Portugueses ou Russianos e por conta dos Vassalos portugueses ou Russianos; a saber o cânhamo, a linhaça, o óleo de cânhamo, e de linho, o ferro de toda a sorte de dimensões, em que se compreende o ferro delgado, entrando também os arcos de ferro, as âncoras, as peças de artilharia, as balas e as bombas.»

ARTIGO VIII. Beneficiam de diminuição de impostos o azeite de oliveiras, O anil do Brasil, o tabaco do Brasil, em rolo, folha ou pó, bem como da exportação russa os brins, lonas e as mais fazendas de linho próprias para o velame do navios.

ARTIGO XV. «As embarcações de Guerra das duas Potências Aliadas acharão igualmente nos Estados respectivos as Enseadas, Rios, Barras e Portos livres, e abertos para entrar, ou sair, e ficar ancoradas o tempo que lhes for preciso, sem sujeição a visita alguma, conformando-se igualmente com as Lei gerais de Polícia, e com as dos Tribunais da Saúde, estabelecidas nos Estados respectivos.
Nos Portos
 grandes não poderão entrar por cada vez mais do seis de Embarcações de Guerra, e nos pequenos mais do que três, a não se haver pedido, e alcançado licença para maior número...»

ARTIGO XXIII. «Será permitido aos Comerciantes Portugueses estabelecidos na Rússia, edificar, comprar, vender e alugar casas em todas as cidades deste Império, que não tiverem privilégios municipais, ou Forais particulares que se oponham as estas aquisições. Todas as casas que forem possuídas e habitadas por Comerciantes Portugueses em São Petersburgo, Moscovo e Archangel serão isentas de todo e qualquer aquartelamento, em quanto lhes pertencerem, ou eles mesmo as habitarem.»

ARTIGO XXXIV. «Os Vassalos de um ou outra Potencia contratante poderão livremente retirar-se dos Estados respectivos quando lhes bem parecer, sem experimentar o menor obstáculo da parte do Governo, que conceder-lhe-á com as cautelas prescritas em cada lugar os Passaportes do costume, para poderem sair do país, e levar livremente os bens que ali houverem trazido, ou adquirido, depois de constar que satisfizeram todas as suas dívidas, assim como os direitos estabelecidos pelas Leis, Estatutos e Ordenações do País donde quiserem sair.»

ARTIGO XXXVI. «No caso que venha a paz romper-se entre as duas Altas Partes Contratantes (o que Deus não permita) não se confiscarão os Navios, nem os bens dos respectivos Vassalos comerciantes, nem se apreenderão as suas pessoas, mas antes conceder-lhe-á ao menos o espaço de um ano para vender, alhear, ou transportar os seus efeitos, e para com este fim passar a toda a parte que lhes parecer conveniente, depois de ter contudo  pago as suas dívidas: o que se entenderá semelhantemente dos Vassalos respectivos que estiverem ao serviço de uma, ou de outra das Potências inimigas, sendo permitido a uns e a outros antes da sua partida, dispor, segundo bem lhes parecer, e convier, daqueles efeitos de que se não houverem podido desfazer, assim como das dividas a que tiverem que pretender; e serão os seus devedores obrigados a pagar-lhes, como se tal rompimento não tivesse havido.»

De Nicholai Roerich...

Do texto escrito em francês, do prefácio escrito ou aprovado pelo imperador Paulo I ao Tratado, transcrevemos a parte inicial pelo seu brilho histórico e geográfico, bastante exemplar para os nossos dias...

NOUS PAUL PREMIER, Par la grace de Dieu Empereur & Autocrateur de Toutes les Russies, de Moscovie, Kiovie, Vladi- mirie Novogorod, Czar, de Gasan  Czar d'Astracan, Czar de Siberie, Czar de la Chersonese Taurique, Seigneur de Plescau, & Grand-Duc de Smolensco, de Lituanie, Volhynie, & Podolie, Duc d' Estonie, de Livome, de Courlande, & Semigalle, de Samogitie, Carélie, Twer, Jugorie, Permie, Wiatka, Bolgarie & d'autres; Seigneur, & Grand-Duc de Novogorod inferieur, de Gzernicovie, Resan, Polock, Rostow, Jaroslaw, Belo Oserie, Udorie, Obdorie, Gondinie, Vitepsk, Mitis-law, Dominateur de tout le coté du Nord, Seigneur d'Ivérie, & Prince Héréditaire, & Souverain des Czars de Cartalinie, & Georgie , comme aussi de Cabardinie, des Princes de Gzircassie, de Gorsk, & d'autres. Successeur de Norwége, Duc de Shleswic-Holstein, de Stormarie, de Dithimarsen, & d'Oldenbourg, Seigneur de Jever, & Grand Maitre de l' ordre Souverain de Saint Jean de Jérusalem, &c. &c. &c. Faisons favoir par les présentes qu' en conféquence de Notre désir conforme á celui de Sa Majesté Trés Fidelle la Reine de Portugal, concernant le renouvellement du Traité d'amitié, de Navigation, & de Commerce, conclu entre Nos deux Etats le 9/20 Decembre 1787, Nos Plenipotentiaires respectifs, munis d' instructions , & plein-pouvoirs nécéssaires, ont arrêté, & Signé á S Petersbourg le 16/7 Decembre de l'année passée 1798 un nouveau Traité, qui est mot a mot de la teneur suivante: (...) 

Que a amizade de Portugal e a Rússia, e dos seus espíritos celestiais e humanos,  se mantenha sempre viva, luminosa, frutífera. E, quando os governos se desviarem deste amor fraterno, que os cidadãos saibam honrar e perseverar as ligações históricas e de coração das duas grandes Almas e povos, mesmo que sujeitos a censuras e perseguições, mantendo assim sempre o fogo do Amor e a luz do Logos entre as almas russas e portuguesas.

A luz divina, das montanhas sagradas do Este, por Nicholai Roerich. Que ela nos ilumine! 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Mandala crística multireligiosa, multipolar, iniciática. Desenhada a lápis de cor e mantrizada.


 Respira o prana, isto é, a energia subtil do Sol, do Logos.

Flameja o teu coração, isto é, acolhe e irradia o Amor divino.

Sê o Espírito íntimo, subtil, centelha de origem divina.

Alegra-te em Deus e na multipolaridade fraterna: age bem.

Morre-renasce, avança-sê. Criativa, destemida e perseverante.

Quem poder fazer o Bem, que o faça, aqui e agora, já... 

sábado, 7 de junho de 2025

Mandala pluridimensional do coração e do espírito. Desenhada a lápis de cor em 30 de Maio de 2025

                                          

Da pluridimensionalidade do coração e do espírito
e da dificuldade de discernirmos o que é harmonioso
para eles e para os outros no caminho da Vida.

Ó coração espiritual e divino brilha mais em nós,
inspira-nos a agirmos e pensarmos a Verdade e o Amor 
´a estarmos auto-conscientes e vivos na Luz do Espírito! 
Aum, Amen, Hum... 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Mandala da Estrela do Espírito, desenhada a lápis de cor, a 29 de Maio de 2025.

                                       

 Por entre as ondulações coloridas
sucessivas na visão espiritual
descortinamos ao longe o espírito,
a centelha divina, a estrela pentagonal
Demos graças!    Aum...