Galaktion Tabidze recebeu boas influências culturais do seu pai, um sacerdote ortodoxo e professor da província ocidental da Geórgia e depois no seminário teológico de Tbilisi em 1908, começando logo a publicar, tendo sido também professor. As obras poéticas iniciais mais importantes foram coligidas em 1914, sendo muito apreciadas e mostraram a sua sensibilidade intimista e a grande aspiração insatisfeita ao amor. Participou no começo do Modernismo georgiano, com ligações ao Simbolismo, escrevendo no jornal Golubye rogi (Chifres Azuis).


Em 2020, a Igreja Ortodoxa da Geórgia absolveu-o do pecado mortal do suicídio, o que podemos considerar também como certa santificação pelo muito que sentiu, sofreu e influenciou criativamente, sendo hoje reconhecido como um dos mais valiosos poetas da Geórgia. Leiamos então um dos seus poemas mais cantados e musicados ainda hoje, Sem Amor:
Não há brilho no céu sem amor,
Sopro de vento, variedade de cores do mundo
E canto dos pássaros nas florestas vibrantes.
Não há vida nem imortalidade sem amor...
Mas a última paixão-amor é-me a mais querida,
Pois, como flor outonal, em doce langor,
Não ouve os gritos selvagens das paixões,
Nem o desabrochar das violetas na neve primaveril.
Não se assemelha a um flor frágil,
O vendaval da meia-noite acaricia-o
E ele inclina-se lentamente para a terra,
No silêncio outonal, murcha...
Último amor, também tu partirás,
Quando as tenras inflorescências se desfazerem.
Todavia não há imortalidade no mundo sem amor,
Não há nem haverá imortalidade sem amor!»
Нет без любви сиянья в небесах,
Дыханья ветра, мира многоцветья,
И пенья птиц в разбуженных лесах,
Нет без любви ни жизни, ни бессмертья....
Что, как цветок осенний, в тихой неге
Не внемлет диким окрикам страстей,
Фиалок буйству на весеннем снеге.
Полночный ураган его ласкает,
И он клонится медленно к земле,
В безмолвии осеннем увядает...
Когда поблекнут нежные соцветья,
Но в мире нет бессмертья без любви,
Нет и не будет без любви бессмертья...»
Галактион Табидзе.
SANS AMOUR
Il n'y a pas d'éclat dans le ciel sans amour,
Pas de souffle du vent, pas de monde multicolore,
Et pas de chant d'oiseaux dans les forêts éveillées,
Il n'y a ni vie, ni immortalité sans amour...
Mais le dernier amour m'est le plus cher,
Qui, comme une fleur d'automne, dans une douce langueur,
N'écoute pas les cris sauvages des passions,
Ni l'épanouissement des violettes sur la neige printanière.
Il ne ressemble pas à des fleurs fragiles,
L'ouragan de minuit le caresse,
Et il se penche lentement vers la terre,
Dans le silence automnal, il se fane...
Dernier amour, tu t'en iras aussi,
Quand les tendres inflorescences se faneront,
Mais il n'y a pas d'immortalité dans le monde sans amour,
Il n'y a pas et il n'y aura pas d'immortalité sans amour...»
A soft song, with a tranlation of his poem. https://www.youtube.com/watch?v=pYqSuYvffkA
WITHOUT LOVE
There is no brilliance in the heavens without love,
No breath of the wind, no multicoloured world,
And no birdsong in the awakened forests,
There is no life or immortality without love...
But my last love is dearer to me,
Like an autumn flower, in quiet bliss,
Unheeding the wild cries of passions,
The violets' exuberance on the spring snow.
He's not like fragile flowers,
The midnight hurricane caresses him,
And he slowly bends towards the earth,
Withering in the autumn silence...
My last love, you too will leave,
When the tender blossoms fade,
But there is no immortality in the world without love,
And there is no immortality without love, nor will there ever be...»



Sem comentários:
Enviar um comentário