
«O conflito entre a República Islâmica e os Estados Unidos é intrínseco - um choque de interesses entre duas correntes opostas: os Estados Unidos e a República Islâmica. Somente se os EUA encerrarem completamente o seu apoio ao maldito regime sionista, retirarem as suas bases militares da região e absterem-se de interferir nos assuntos dela, qualquer pedido americano de cooperação com o Irão - não no futuro próximo, mas num momento posterior - será então considerado». [Assim seja] [Pax Dei]

Ayatollah Khamenei delineou a história da hostilidade dos EUA em relação à nação iraniana, afirmando que a tomada da embaixada americana pelos estudantes pode ser vista tanto de uma perspectiva "histórica" como de uma perspectiva "identitária".
Do ponto de vista histórico, ele disse que a tomada da embaixada foi “um dia de orgulho e vitória para a nação iraniana.” O Líder observou que a história do Irão inclui tanto "dias de triunfo quanto dias de fraqueza e declínio," todos eles devendo permanecer como parte integrante da memória nacional do Irão.
Enfatizando a importância de se preservar a tomada da embaixada na história e na memória nacional, e de garantir a sua consciencialização pública acrescentou: “A tomada da embaixada esclareceu a verdadeira identidade dos Estados Unidos e também a verdadeira identidade e essência da Revolução Islâmica.”
Sobre o conceito de arrogância, o Ayatollah Khamenei citou o Alcorão e afirmou que às vezes indivíduos ou governos podem-se considerar superiores, mas não interferem nos assuntos dos outros, o que não provoca hostilidades. “Mas outras vezes, tal como o governo de Inglaterra num certo período e hoje os Estados Unidos, eles concedem a si mesmos o direito de interferir nos interesses vitais das nações, estabelecer bases militares nos países cujos governos são fracos ou cujos povos não estão bem conscientes, ou então saquear o petróleo e os recursos das nações. Esta é a arrogância a que nos opomos e contra a qual erguemos os nossos slogans,” disse ele.
Ayatollah Khamenei traçou as origens da hostilidade dos EUA em relação ao Irão na história moderna, analisando a turbulência que se seguiu à Revolução Constitucional, e disse que, cerca de 40 anos após esse momento, o Irão experimentou “ou caos e desordem, a interferência estrangeira ou a brutal e severa ditadura de Reza Shah” até 1950, quando o governo nacional do Primeiro-Ministro Muhammad Mossadegh assumiu o poder. Mas “os americanos, sorrindo para Mossadegh, secretamente, em coordenação com os britânicos, preparavam um golpe e devolverem o xá exilado ao Irão. Descreveu então o dia 19 de Agosto de 1953 como um "golpe duro" para a nação iraniana pois foi seguido por vinte e cinco anos de severa ditadura de Muhammad Reza Shah sobre o povo iraniano, com o apoio dos EUA.
O Líder destacou também a hostilidade americana inicial em relação à República Islâmica após 1979, citando a “resolução hostil aprovada pelo Senado dos EUA,” e explicou que“ O povo do Irão sentiu que os americanos, ao acolher Muhammad Reza, estavam a procurar repetir o golpe de 19 de agosto de 1953 e criar as condições para seu retorno ao Irão.” Portanto, eles foram às ruas com raiva, e parte dessas manifestações, com a presença de estudantes, levou à ocupação da Embaixada dos EUA em Teerão, mas a intenção inicial dos estudantes era uma presença de dois ou três dias na embaixada para refletir a raiva do povo iraniano para o mundo."
No entanto, documentos descobertos dentro revelaram que a embaixada “era um centro de conspiração e organização de golpes contra a Revolução do povo iraniano. Estavam desenvolvendo uma sala de planeamento da organização dos remanescentes do regime anterior do Shah, alguns membros do exército e outros indivíduos para executarem acções contra a Revolução, o que levou os estudantes a manterem o controle e ocupação da Embaixada.
Ayatollah Khamenei rejeitou a ideia de que a ocupação da embaixada foi a causa raiz de todos os problemas entre os EUA e o Irão, apontando o golpe de 1953 como o verdadeiro início do conflito americo-iraniano.
"O problema com os Estados Unidos começou em 19 de agosto de 1953, não em 4 de novembro de 1979," embora nesta data a apreensão documental na Embaixada tenha revelado uma conspiração e um grande perigo para a Revolução Islâmica Iraniana que os estudantes, ao preservarem os documentos, conseguiram desmascarar e logo precaverem-se” .
Quanto à oposição dos USA ao projecto iraniano o líder político e religioso da tão martirizada nação Shiia explicou que "a hostilidade dos Estados Unidos contra a nação iraniana nos anos após a Revolução foi grande e por causa disso podemos dizer que foi muito acertado o conselho dado pelo Imam Khomeini (17-v-1900 a 3-VI-1989): 'O que possas, grita-o contra os Estados Unidos.'"
“A inimizade deles não foi apenas verbal, pois usaram sanções, conspirações, apoio ao Iraque [na guerra de Saddam Husseim contra o Irão, de 1980 a 1989], derrube de um avião de passageiros iraniano com 300 pessoas a bordo, guerras de propaganda e ataques militares diretos, tudo porque a natureza da arrogância americana é incompatível com a natureza independente da Revolução Islâmica.”
Dirigindo-se àqueles que afirmam que o slogan "Morte à América" está a provocar a hostilidade dos EUA, o Ayatollah Khamenei rejeitou tal interpretação.
"Aqueles que afirmam que o slogan 'Morte à América' é a razão para que haja a hostilidade dos EUA estão a distorcer a história. Esse slogan não é a razão pela qual os Estados Unidos se opõem à nação iraniana. O problema e hostilidade dos Estados Unidos com a República Islâmica é intrínseco e é um choque de interesses.
Sobre as potenciais relações futuras com os Estados Unidos, o líder iraniano disse que a América busca intrinseca e fundamentalmente a submissão dos outros. "Todos os presidentes dos Estados Unidos quiseram isso, mas não o diziam tão abertamente. O actual presidente exprimiu isso em voz alta e revelou a verdadeira natureza dos Estados Unidos."
Quanto à solução para muitos problemas nacionais ele indicou ser a força, o poder, a capacidade de resistirem e criarem tanto militar quanto científica, administrativa e motivacionalmente, particularmente entre os jovens: "Se o país se tornar forte e o inimigo sentir que não ganhará nada ao confrontar esta nação forte, pois também sofrerá muitas baixas, o Irão certamente alcançará uma imunidade ou resiliência."
O Ayatollah Khamenei, como experimentado mestre espiritual não deseja que se descure o estudo histórico e político do Irão e do Mundo e assim reiterou que “a juventude deve aumentar seu conhecimento e consciência sobre as questões fundamentais da política do país de ontem, hoje e amanhã, formando grupos de estudo e examinando eventos tanto amargos como agradáveis. E a ciência deve progredir no país, num trabalho de responsabilidade tripla pois os responsáveis universitários, pesquisadores e estudantes não devem permitir que o ritmo do avanço científico diminua”.
Ayatollah Khamenei afirmou ainda que “o sector militar, pela graça de Deus, está a trabalhar dia e noite e irá ainda mais longe para demonstrar que a nação iraniana é forte e nenhum poder a pode subjugar ou obrigá-la a ficar de joelhos."

Por fim ligou ainda a resiliência nacional à força espiritual apelando aos jovens para seguirem os exemplos de duas valiosas almas [filhas do profeta Muhammad] Fatimah e Zainab.
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| Túmulo de Mevlana Rumi |
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Os 12 Imanes...
O conhecimento ou gnose interior, a fé e a consciência espiritual são qualidades criticamente necessárias para a sobrevivência e o avanço do país.
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