Escrevi então alguns textos e dois poemas orações, e nesta releitura de diários em busca de menções do Afonso Cautela (para o seu In-Memoriam), e também do Agostinho da Silva, Sant'Anna Dionísio, Dalila Pereira da Costa e outras pessoas mais sábias, extraí o mais pequeno deles e transcrevo-o, apropriadamente até pois foi o Carlos que me fez conhecer o Agostinho da Silva. Luz e Amor neles!
Rápido ofegante, o traço de luz desenhado no céu,
a busca contínua de nos ultrapassarmos,
as emoções em alta subida?
Para quê, para quê?
Correm os rios vagarosos,
as noites enxameadas de contradições.
Uma dor aqui e um prazer acolá
para quando esse estado infinito?
Alquimia sonhada aspirada
que vamos realizar
a vela está erguida, o vento será de feição,
o folêgo estará firme, a rota indesviável
a cadência ritmada já se nota,
a luz começa a fazer-se.
Deixamos para trás as terras movediças
ao largo, ao largo.
Enfim essa janela aberta sobre o teu leito
e no fundo do oceano teu barco que singra.
Uma luz brilhante virá,
mil vezes mais forte que o sol,
lua enfim já não desejada.
Então guerreiros de elmos para o que der e vier
lanças pelo interior do corpo ao alto alevantadas,
Uma breve escrita, uma breve conversa,
beijos na noite trocados, passes e senhas benzidos,
a caminhada de noite é solitária.
Enfim, para quê dormir, comer, falar?
Agora nossa é a noite libertadora.
O tempo ultrapassado
Renascemos de novo
na eterna criação espiritual.
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